Olá!

O resenhado de hoje me foi uma grata surpresa. Um romance nacional misturado com aula de História recente do Brasil, contando como era o país depois da abertura política, dando início ao processo de redemocratização da nação (que acho que não vem dando muito certo). Conheçam o primeiro livro de Toni Moraes, O Ano em que Conheci Meus Pais.
SKOOB - O Ano em que Conheci Meus Pais conta a história de Jonas Damasceno, um jovem que está para se formar em jornalismo e que almeja seguir na carreira de correspondente de guerra. Lembrando que estamos na São Paulo de 1989 e o Brasil e o mundo fervilham de novidades, como a primeira eleição direta sendo realizada no país e o Rebelde Desconhecido tentando parar tanques de guerra em Pequim.

Porém, depois de ir até o Rio para assistir a uma palestra de um sobrevivente da ditadura, Jonas começa a duvidar de sua história. Isso porque ele foi criado pelos avós, depois que seus pais foram vítimas fatais de um acidente de carro, em 1970. Ele nasceu em Belém do Pará, mas desde os três anos mora com os avós. O tal palestrante, ao ouvir o nome completo do rapaz, lhe faz uma revelação interessante, que o faz colocar em xeque toda sua vida.

Ao confrontar a vó Veroca (apelido de Verônica) sobre a tal revelação, Jonas fica mais confuso ainda. Sua relação com o avô Odílio, um militar, nunca foi das melhores. E tanto esse fato como diversas situações de sua vida, fazem com que ele comece uma viagem no tempo. Antes de querer cobrir tragédias e conhecer histórias, ele precisará saber de sua própria história. Com a ajuda de Domenico, seu melhor amigo, Jonas parte numa viagem não só até Belém, mas também numa jornada para saber quem foram seus pais.

Primeiro recebido em parceria com a jovem Monomito Editorial, O Ano em que Conheci Meus Pais não conta só a história de Jonas, conta também um emblemático capítulo na história de nosso país. Os pais de Jonas eram comunistas, e todo mundo sabe que, durante o regime militar, isso era um crime. Em paralelo à história de nosso protagonista, também temos acesso a um certo diário, em que descobrimos como era a vida de um militante - particularmente, eu não teria coragem de ser militante, independente do lado que eu acredito.
O estreante Toni Moraes nos mostra como era Belém do Pará em 1989, um cenário muito interessante, com certeza muito diferente da cidade como é hoje. Nunca saí da região sudeste, mas ao ver as descrições (muito bem feitas) da cidade, me deu vontade de conhecê-la, mesmo sabendo que hoje está bem diferente. Inclusive, acredito que o autor tenha tido um trabalho e tanto pra pesquisar como era a cidade naquele tempo.

Precisamos falar sobre Domenico. O melhor amigo de Jonas é um artista plástico famoso, que chocava a população com suas obras, em que usava de tudo, até mesmo esperma (e os conservadores reclamando do pelado do museu...). Mas ele tinha uma grande tristeza: além de se sentir sozinho muitas vezes, ele descobriu ser soropositivo. Justamente na época em que a doença era vista como "coisa de viado", lembrando que o primeiro caso de AIDS no país foi em 1982. Diferente de hoje, onde o Brasil é referência no tratamento do vírus, naquele tempo, não tinha muitos recursos e quem tinha a doença morria cedo.

Mesmo sabendo que tinha pouco tempo, Domenico não hesitou em ajudar o amigo e lhe acompanhar numa cansativa viagem de carro até Belém. Munidos de um mapa e muita coragem, a dupla conseguiu levantar informações importantes, enquanto Jonas repensava sua própria vida, seu futuro, seu relacionamento com Renata... além, claro, de ter um choque de realidade. Por ter tido uma vida boa (bons colégios, tudo do bom e do melhor, formando da PUC, etc.), nunca lhe passou pela cabeça que poderia haver pessoas que ficavam à própria sorte, sendo esquecidas pelo governo (nada muito diferente de hoje).

Como sabem, sou formada em Jornalismo, então todo e qualquer livro que tenha um como protagonista de cara me encanta. E com Jonas não foi diferente. Sua sede de descobertas me fez lembrar como eu era quando comecei minha própria faculdade. Logo de cara sabemos que ele deseja ser correspondente de guerra e me identifiquei um pouco quando me lembrei que entrei na faculdade querendo ser correspondente internacional, mas o mundo girou e acabei me juntando a duas amigas para criar uma revista literária.

Jonas vai usar seus conhecimentos aprendidos na faculdade para obter respostas e foi muito bom acompanhá-lo nessa jornada, também investigando com ele, acertando algumas coisas, errando outras (sou péssima em pegar as coisas no ar). Obviamente, muita coisa é revelada, nos fazendo ter vários sentimentos em relação às personagens - quero deixar bem claro que odeio o Odílio.

Por fim, se esse livro virasse filme, daria um roteiro incrível, porque muitas das informações passadas são reais, então o leitor terá uma ótima aula de História do Brasil, ainda mais sobre um capítulo que ainda não está esclarecido às novas gerações. Sobre o trabalho da Monomito está incrível, é uma editora que veio para ficar, com uma edição impecável e o mais bacana é que a foto que está na capa é da família do autor, salvo engano, são os pais e do irmão de Toni, segundo ouvi de uma moça no dia em que fui à sessão de autógrafos.

Agradeço ao Toni e à Adriana Chaves, sua editora, por me permitirem ler essa história tão maravilhosa e desejo muito sucesso à Monomito, que seja a primeira de muitas publicações! Ah, e Toni, obrigada pelo autógrafo! E você pode garantir o seu na loja online da editora.


Olá!

O projeto Mulheres em Cena, das irmãs Nara Tosta e Lara Braga, nasceu, segundo elas mesmas, "da expressão artística das irmãs Lara Braga, poeta e compositora e Nara Tosta, escritora e contadora de história" (fonte: Site Oficial). O primeiro livro que li, Maria Isabel e Soraia, a priori, me pareceu ser um romance LGBT, por causa do título, mas ao me deparar com as histórias, são textos de mulheres reais, gente como a gente - e não, não tem nada de LGBT na obra.
SKOOB - Pelo que percebi, podemos separar o livro em duas partes: a da Maria Isabel e a da Soraia. Elas não se conhecem, em comum, apenas o fato de morarem na Tijuca (Rio de Janeiro) e que têm grandes dilemas a resolver. Primeiro vamos conhecer Maria Isabel, empresária e dona de casa, que faz de tudo para manter sua família unida, porém se sente infeliz porque não se sente completa como mulher. Seu marido, Luiz Henrique, não lhe dá atenção, a chama do amor está apagada.

Nesse meio tempo que Bel tenta (sozinha) salvar o casamento, ela conhece alguns homens, com quem tem momentos incríveis, que jamais teve com seu marido. Esses momentos com tais homens também a fazem lembrar de sua mãe, já falecida, de quem se afastou para poder ficar com o marido. Ela também se preocupa com o filho Vinícius, que está crescendo e cada vez menos precisa dela. As máscaras vão cair quando Bel deseja abrir um novo negócio e Luiz Henrique mostra sua verdadeira face.

A outra história vai nos apresentar Soraia, divorciada, mãe de dois filhos e uma empresária de sucesso. Uma mulher com passado difícil, que virá à tona quando sua irmã Valesca (que vive sob um casamento abusivo) lhe informa que Gustavo, o grande amor de Soraia, faleceu. Com a morte de Gustavo, Soraia cairá num abismo vertiginoso, que lhe trará muitas lembranças.

O relacionamento de Gustavo e Soraia não deu certo por vários motivos, desencadeado pela diferença de idade: quando se conheceram, Soraia era uma jovem de apenas 16 anos, enquanto Gustavo era vinte anos mais velho. Com isso, a mãe de Soraia, uma mulher intransigente, obrigou a jovem a casar-se com Edson, que lhe agredia e maltratava. Dessa união, nasceu Fábio. Depois, ela adotou Flávio, filho de uma alcoólatra.

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Muitos segredos e sensações permeiam esse livro. Elas são Maria Isabel e Soraia, mas podem ser qualquer uma de nós. Quantas vezes não vimos mulheres sofrendo com companheiros abusivos ou ausentes, alcoolismo, agressões, submissão... enfim, são histórias que, diferente de muitos romances, realmente podem acontecer com qualquer uma de nós.

O que mais gostei desse livro, além da narrativa da autora, simples e sucinta, é que as páginas do livro são cor-de-rosa! Eu nunca tive um livro com páginas diferentes de amarelo ou branco, no máximo tenho livros com laterais verdes e pretas (cada um é de uma cor, quero dizer). A edição da Bambual (não a conhecia) está caprichada e impecável.

No momento, são dois livros, mas espero que o projeto cresça mais ainda e tanto a Nara como a irmã produzam muito mais conteúdo, todos precisam conhecer o "Mulheres em Cena"! E aproveito para agradecer novamente à Oasys Cultural pela confiança em nossa parceria e também pela sugestão de leitura, foi maravilhoso!

Você pode adquirir o seu no site oficial do projeto Mulheres em Cena.


Olá!

Mais um nacional no blog! E logo esse, que caiu nas minhas mãos na hora certa. Boa Noite é o primeiro livro que leio da Pam Gonçalves. E com certeza será o primeiro de muitos.
SKOOB - Boa Noite nos apresenta a jovem Alina, que vai trocar sua cidadezinha do interior pela capital (ou quase isso) para cursar a faculdade de Engenharia da Computação. Ela vai morar numa certa república, com mais três pessoas: o casal Talita e Bernardo, Gustavo (o dono da casa) e Manu (a mais espevitada). Alina é uma menina tímida e tranquila, então, quando vê aquele mundo de festas toda semana, cresce nela uma súbita vontade de mudar de estilo.

Se nas festas - organizadas pelos próprios alunos - ela se divertia, nas aulas a situação era outra. Todo mundo sabe que Engenharia da Computação é um curso "tipicamente masculino" (ainda bem que estamos num país livre, portanto temos o direito de estudar o que quiser), naturalmente, são poucas as mulheres na sala e, na turma de Alina não é diferente, apenas ela e mais três garotas numa imensa turma de rapazes. Tem machismo sim ou claro?

Mas nossa protagonista é determinada. Ela sabe que terá que enfrentar o machismo e o preconceito se quiser ficar na instituição e prosseguir seus estudos. Numa dessas festas, ela vai conhecer um certo Artur, que é um fofo, mas claramente tem segundas intenções. Ele é amigo de Cauê, que não tem a melhor fama entre os alunos, mas é da Atlética de Medicina e, ainda por cima, é de família influente.
Aliás, Artur, Cauê e Gustavo são dessa atlética, que, pra quem não sabe, é tipo um grêmio estudantil, mas só sabe mesmo é organizar festa. Pois bem, Alina vai se relacionar com Artur, mas, antes que uma coisa grave acontecesse, ela descobre um segredo pesado sobre Artur e agora terá uma nova missão: evitar que outras meninas não passem pelo que ela (quase) passou.

Primeiramente, graças ao bom Deus que não estudei em universidade pública. Porque tudo que aconteceu com a Alina (não gostei desse nome) só acontece ou em universidade pública ou particular de renome (tipo Mackenzie), onde todo mundo tem dinheiro e/ou influência. Só por isso minha vontade era de entrar no livro e socar todo mundo. Porém, canalizei tudo e foi uma experiência maravilhosa.

Que livro maravilhoso, incrível, empoderador, espetacular, amém Pam Gonçalves! Alina é a síntese da mulher decidida, poderosa e independente que todas nós devemos ser. Ela não se abate pelo machismo nem quando uma certa situação se agrava e ela se vê com o dever de evitar que isso só piore. Boa Noite (admito que não entendi o título em relação à obra, mas beleza) é aquele livro que veio pra empoderar as mulheres que ainda se sentem inseguras, seja com seu corpo, com suas opiniões, seja lá com o que for.

Muito se fala em sororidade e empoderamento, e vemos bastante esses tópicos ao longo da leitura, além de outros temas bem mais pesados, como abuso sexual, estupro, uso de álcool e drogas e assim por diante. Porém, tudo isso é tratado de maneira simples, fazendo com que todas as meninas e mulheres entendam claramente a mensagem transmitida.

Mesmo a história se passando pros lados de Santa Catarina, o que aconteceu com a Alina infelizmente acontece com muitas meninas e mulheres em várias partes do país. Boa Noite também é um alerta. Apesar de diariamente nos ensinarem que devemos dizer "não" sempre que julgarmos necessário (só beba se quiser, só transe se quiser e assim por diante), parece que os homens não entendem quando dizemos "não" e que ele tem valor de "não" e não de "sim", ainda temos que tomar muito cuidado, sempre seremos julgadas.

Recomendado, principalmente para que nós mulheres possamos entender como a união é importante. União e não o oposto, como nos fazem acreditar.



Olá!

Diferente do Sob a Luz dos Seus Olhos, Sob um Milhão de Estrelas me encantou e me fez querer ser amiga da Alma, linda, maravilhosa e gente como a gente! É o segundo livro da Chris Melo que leio e estou cada vez mais encantada com sua escrita.
Resenha anterior: Sob a Luz dos Seus Olhos

SKOOB - Com alguns detalhes do livro anterior (são pequenos spoilers, mas caso você não consiga ler o anterior, não terá problemas em ler este), vamos conhecer Alma Abreu, uma jovem médica que, ao receber uma herança de uma avó até então desconhecida, ela deixa São Paulo rumo à cidade interiorana de Serra de Santa Cecília (que é fictícia). Ela vai precisar passar três dias na cidade para resolver burocracias acerca da casa, o bem que lhe foi deixado de herança.

Quem está cuidando da tal casa é Cadu, que apareceu no livro anterior e, até antes de eu ter lido este livro, não o julgava merecedor de ter uma história só para si, pelos motivos ditos na resenha anterior, cujo link está abaixo da foto, rs. Porém, o tempo fez bem a ele. Depois de sofrer uma decepção amorosa, ele deixa tudo em São Paulo e resolve aceitar um emprego como professor na universidade local, além de ter comprado um bar com o dinheiro da venda de seu apartamento.

De um jeito meio inesperado, Alma e Cadu se conhecerão e, ao mesmo tempo que o sentimento nasce, as dúvidas surgem. Cadu ainda não esqueceu seu amor de antes, o noivado de Alma foi por água abaixo depois que uma certa jovem veio a falecer. Ah, faltou dizer que, por causa dessa morte, Al - como é carinhosamente chamada por ele - postergou seu plano de começar sua especialização em cirurgia.

Na pequena cidade, Al vai descobrir uma certa irmandade feminina. As integrantes se conhecem desde sempre, pois suas mães, avós e assim por diante eram amigas, então, essas mulheres já nascem com suas amizades definidas. O grupo é pequeno, porém muito legal, sendo Claudinha (que fala demais e não sabe cozinhar), Patricia (boca suja e prima de Alma), Raquel (muito discreta) e Lucia (ou Luciana? não sei, cada hora ela era chamada de um nome). Pra mim, a mais legal, disparada, é a Paty.

Com muitos gostos em comum, incluindo a paixão e uma certa homenagem a Mario Quintana, Alma e Cadu vão descobrir que o amor não é só algo físico, mas é um sentimento que transcende qualquer plano e foge à compreensão de nós, reles seres. Sob Um Milhão de Estrelas foi a obra mais sensível que li até o momento.

Diferente de Elisa, de Sob a Luz dos Seus Olhos, que achei meio fria, Alma é totalmente o oposto! Ela é, segundo Cadu, o exemplo de mulher comum, gente como a gente, mas que sabe seduzir e é aquilo que mostra, mesmo se escondendo numa grossa camada de dor e sofrimento. Me identifiquei imediatamente com ela! É médica, então procura uma resposta exata para cada problema na sua vida, mesmo aqueles que lhe são impossíveis.
"Querida Kamila, desejo que se ilumine sob a luz das minhas humildes palavras. Beijos,"
E o Cadu, que homem! Calou minha boca. Apesar de ter sido um imbecil no livro anterior, aqui ele mostra seu verdadeiro eu: um homem sensível, delicado, gosta de ler (!!!) e usa seu vasto vocabulário com bom humor. Gostei. Como disse lá em cima, ele tenta esquecer seu antigo amor, mas, assim que vê Alma, parece que sua vida toma um novo rumo, como se aquela mulher que ele via desfilar de regata e calcinha na janela azul da casa da frente fosse "a porta que salvou a Rose do Titanic".

Agora sim posso dizer que a história da Chris me convenceu. Devorei as 319 páginas em dois dias, o que é ótimo, porque a leitura fluiu muito bem. Visitar o passado de Alma junto com ela, enquanto tenta entender o que aconteceu entre seus pais e o que levou sua mãe a criá-la sozinha, sua relação com sua avó, seus sentimentos por Cadu, o ex-noivo que prefere ver o capeta a vê-la, a jovem falecida... enfim, foi como se eu estivesse ao lado de Al nessa jornada, torcendo para que ela não se machucasse nem se iludisse.

Cada capítulo começa com uma frase de Mario Quintana, que, pelo visto, a autora é muito fã, já que pesquisar cada frase de seu vasto repertório para selecionar a que mais combinava com cada capítulo deve ser realmente um trabalho e tanto. Aliás, Quintana está muito presente na vida de ambos, cada um com sua particularidade. 

A edição da Fábrica 231 está impecável, a capa condizente com a trama (mesmo eu tendo demorado pra entender a lógica da capa) e devorei esse livro em dois dias, como já disse, mas é porque o livro é muito bom e você só vai descansar quando terminar de ler! Mais recomendado que isso, impossível.



Olá!

Mais uma trilogia concluída!!! Lida em tempo recorde - dois dias, partindo da premissa que fantasia raramente me prende), Não Fuja! encerra a história de Nina e Rick com chave de ouro. Amém, FML Pepper.
Resenhas anteriores: Não Pare! | Não Olhe!

SKOOB - Finalmente concluindo a leitura dessa trilogia, continuando de onde parou o segundo (portanto pode ter algum spoiler dos livros anteriores), Nina está em sua frenética busca por sua mãe, que ela acredita estar viva. Ela foi capturada pelos chefões do Grande Conselho e estão decidindo o que farão com ela - lembrando que Nina é meio humana, meio zirquiniana, portanto, uma híbrida, metade segunda dimensão (Terra), metade terceira dimensão (Zyrk).

No mesmo lugar onde ela está presa, Richard está muito machucado, tá mais pra lá do que pra cá, lembrando que ele tentou salvá-la, antes de ser capturada e apanhou bastante. Porém, Nina quer respostas, sua mente tinha grandes lacunas e, antes de ela saber da verdade, voltaremos no tempo 17 anos, quando Ismael conhece Stela, em mais uma de suas incursões à segunda dimensão.

Stela é uma receptadora (consegue sentir a presença de zirquinianos) e vai se envolver com Dale, e acaba rolando um romance, que acaba quando Stela revela estar grávida. Acontecerão algumas coisas e ela acabará ficando com Ismael, que é quem ela ama. Mas aí, por questões do momento, ela se separa dele e acaba por percorrer o mundo para se esconder (basicamente, é a premissa do primeiro livro).

Quando voltamos a Nina, ela está mais forte, decidida, madura e sabe de sua importância nas quatro dimensões. Todos estão atrás dela, mas ela quer mesmo é a sua Morte. Richard. Que ela ama com todas as forças e não quer perdê-lo de jeito nenhum. Apesar de ter apenas 17 anos humanos, já sabe o que quer e o que precisa saber para alcançar seus objetivos. E ter as respostas que tanto procura.

Faz tempo que comprei esse livro (lembro a data exata, mas isso não vem ao caso), tenho autografado e tudo, mas por ser fantasia, fui adiando, adiando... até que resolvei separar alguns livros parados para ler e finalmente senti que era a hora dele - porque, se não estou com vontade de ler tal livro, não vou ler forçada, porque aí não rende e passo a ter ódio do pobre livro. E gostei muito do que li. Não fiquei perdida como nos livros anteriores, tudo aconteceu no momento que deveria acontecer e acabou como deveria acabar, nem a mais nem a menos.
Quem já leu sabe como esse livro (e a trilogia como um todo) foi bem escrito, o mundo que a Pepper criou é original, diferente, inédito, não me lembro de ter visto nada parecido por aí. Se fosse virar filme, dificilmente seria feito no Brasil, porque não temos estrutura para tal. É o tipo de livro que, se não dizemos quem escreveu, ninguém diria que é uma obra de uma brasileira, já que não vemos tantos livros nacionais desse gênero sendo sucesso lá fora - aliás, não entendo como essa história não ganhou as prateleiras internacionais...

Nina é só uma menina, quando seu mundo vira de ponta cabeça e ela descobre que era muito mais que uma simples garota que foge com sua mãe ao menor sinal de perigo. Agora chegarão as respostas, ela vai descobrir que o esforço de sua mãe não foi em vão. Ela tem só 17, mas tem consciência de seus poderes e da repercussão de suas decisões. Está tudo na mão dela.

Sabe-se que eu não sou a maior fã de fantasia e afins, mas não tem como não aplaudir a história que ela criou. O modo como ela conduz os personagens (de nomes esquisitos, vale ressaltar) é brilhante, cada um com sua personalidade, seu jeito de agir, como se fosse um grande xadrez, com Nina e Rick como rei e rainha. A edição da Valentina está incrível, no padrão da trama, e a capa vermelha na capa do livro não está ali à toa.

Parabéns à Pepper por ter criado um universo tão incrível e desejo poder ler muito mais obras dela!



Olá!

Depois de algum tempo, volto com mais um recebido em parceria com a Oasys Cultural. O Lado Escuro da Madrugada, romance policial escrito pelo brasileiro Roberto Giacundino, apesar de suas poucas páginas, nos levam por uma eletrizante história que passeia pelo submundo do neonazismo.
SKOOB - O Lado Escuro da Madrugada nos apresenta Sandra Garcia, uma jornalista investigativa que está prestes a ser reconhecida por sua carreira, que, aliás, foi um tanto meteórica. Ela e vários outros profissionais de comunicação estão no Teatro Municipal para receber um certo prêmio. Entre os presentes estão os irmãos Evandro e Simão Jordel. Eles são publicitários e receberão um dos prêmios por sua peça publicitária, um comercial que denuncia o preconceito - lembrando que os irmãos são negros e vieram da periferia, e esse detalhe é crucial para o andamento da trama.

Porém, durante a festa, Evandro Jordel é assassinado. Ele e Sandra eram próximos, por isso a jornalista ficou abalada, mas, uma certa abotoadura encontrada por ela a faz querer mergulhar de cabeça nessa história. Isso porque a abotoadura tem uma suástica desenhada. Isso mesmo, nesse Brasil de nós todos, miscigenado até o olho do brioco, tem gente fã do Hitler.

Sandra trabalha na TVG, a maior emissora do país. Ela é conhecida por suas matérias tensas, onde não foge da raia, investiga até o fim. Durante os primeiros dias de investigação, chega um certo Fabio Guedes à redação. Ele já trabalhava na TVG, mas na parte destinada às novelas, como diretor de externas. Ele será um parceiro e tanto para nossa protagonista. Sua linha de pensamento é parecida com a dela, que enveredou pela linha do neonazismo (nazista brasileiro é uma piada pronta).

Enquanto ela investiga, certos fantasmas do passado voltam a atormentar a jornalista. Sandra também tem sua história pra contar. Uma história vencedora, mas com uma mácula. E é essa mácula não a deixa dormir. Porém, seu foco é encontrar o assassino de Evandro, e, para isso, ela vai contar com a ajuda do já citado Fabio, de um certo hacker e de Simão, o irmão que ficou. Uma história que tem vários plot twists, um romance policial brasileiro que não perde em nada para os de fora (até mesmo os meus queridos escandinavos).

Quando eu recebi o exemplar de O Lado Escuro da Madrugada, através da parceria do blog com a Oasys Cultural, admito que estranhei o tamanho do livro. Um romance policial com 270 páginas? Pra mim, que estou acostumada com os scandi-crimes, que tem, no mínimo 400 páginas (tenho aqui em casa livros de cinco suecos: Stieg Larsson, Camilla Läckberg, o casal Börjlind e Henning Mankell, e tirando a dupla Sjowäll-Wahlöö  - que, como precursores do gênero como conhecemos, escrevia pouco pensando naquelas edições de bolso, voltadas pro povão mesmo -, essa galera que citei escreve uns livros bem grandes) ver um romance com tão poucas páginas é algo um tanto inédito, mas isso não influencia em absolutamente nada na qualidade do texto.

Sandra Garcia (não tem nada a ver, mas o nome me fez lembrar de Sandra Gomide, jornalista assassinada em 2000 pelo ex-namorado) tem uma carreira que muitos jornalistas sonham: ascensão rápida, reconhecimento, muitas matérias importantes no currículo... tudo isso depois de viver uma juventude pesada numa cidade interiorana. A morte do amigo Evandro a faz suscitar muitas dúvidas, mas seu faro espetacular sabia que tinha algo errado.
O pior é que eu acertei o assassino logo nas primeiras páginas, mas duvidei de mim mesma (e só percebi isso enquanto escrevia essa resenha) e descartei minha suspeita - definitivamente, eu seria uma péssima protagonista de romance policial - mas, se você ler e passar pela mesma situação que eu, também vai fazer a mesma coisa.

Fabio Guedes, que homem! Vai aparecer ainda no início, mas vai se mostrar um parceiro e tanto para Sandra. Não deveria, porque quando leio romance policial, quero ver sangue derramado e investigações, não romance propriamente dito, mas shippo esses dois. Além de ser lindo e maravilhoso e super competente, está sempre preocupado com a Sandra, sempre pensando no bem dela, sem ser perseguidor ou chato.

O outro integrante do trio é o hacker HD Darth Verde. Um nerd de óculos fundo de garrafa, de camisa verde surrada e dificuldade de locomoção. Isso mesmo, uma jornalista se alia a um hacker para desvendar um crime de ódio - onde vocês viram isso? Alguém pensou em Millennium? (postei e saí correndo). Ele é funcionário da TVG e manja de Deep Web, aquela parte da internet que é obscura, onde pedófilos, neonazistas e a escória da humanidade se une pra fazer o que fazem de melhor: nada que se aproveite. HD será essencial na busca de Sandra pelos detalhes do grupo neonazista que estaria por trás do assassinato de Evandro.

Uma coisa que preciso dizer: nunca me senti tão identificada num livro. A história se passa em São Paulo, mas não na SP dos endereços lugar-comum, tipo Avenida Paulista, mesmo a Sandra morando próximo da Paulista, e sim pela Igreja de Santa Efigênia, Vale do Anhangabaú, Praça do Patriarca e endereços que o povão conhece - e me identifiquei porque passo por alguns deles (Anhangabaú, principalmente) todo santo dia, pois fazem parte do meu itinerário. E isso foi tão legal, tipo, visualizar a protagonista passando pelo Anhangabaú (o que é perigoso, por sinal) procurando sabe-se lá o quê. Por isso que é importante escrever histórias que se passem aqui no nosso país - mesmo tendo personagens gringos, tipo o meu filhote Segunda Chance...

Por incrível que pareça, a edição da Pandorga está boa. Em relação a outros livros da mesma editora que li, eles melhoraram bastante no quesito revisão. Eu peguei uns que a qualidade de revisão era horrível, neste, apesar de um ou outro erro, o trabalho ficou bom. A capa, em que uma moça corajosa sai correndo no meio da noite, tem total sentido à trama, uma capa muito bonita.

O Lado Escuro da Madrugada é mais um exemplo de como a literatura policial brasileira tem ótimos representantes, mas que não é tão vista assim pelo público. Foi uma grata leitura e espero que o autor continue escrevendo nesse gênero e, o mais importante, crie novas histórias com Sandra Garcia!



Olá!

Através de uma parceria pontual com a autora Amanda Peralta, conhecida pelo seu pseudônimo A.M.P., tive a oportunidade de ler uma história bem leve, mas com ensinamentos importantes. Confira a resenha de Nos Bastidores da Fama: Vidas Imperfeitas, seu livro de estreia.

SKOOB - Vidas Imperfeitas conta a história do trio TOPZ, formado por Amy, Cass e Maya. Elas são super famosas e com apenas 18 anos já possuem uma legião de fãs, isso porque, alguns anos antes, elas subiram um vídeo no Youtube e desde então dividiram o ensino médio com a fama - e seus ônus e bônus. Elas moram em Hollywood e têm a vida que muitos gostariam.

Além disso, elas precisam conviver com a FirstHand, uma boyband de quatro rapazes, que são meio "rivais" da TOPZ, porque um dos integrantes viveu uma certa situação com a Amy e isso a deixou com ódio mortal dele - e por tabela, ódio mortal dos demais.

Com o passar do tempo, elas se cansam da fama porque sabem que estão perdendo momentos importantes com a família, as festas na escola, formulários de faculdade... Não à toa, quando uma delas conhece um cara anônimo, ela se agarra a essa amizade como se fosse sua tábua de salvação. Mas, o grande questionamento delas é: por que elas são famosas? Elas têm tudo: dinheiro, fama, fãs, prêmios... mas por quê? Essa dúvida me chamou a atenção durante a leitura.
P.O.V. significa Ponto de Vista. Não sabia, precisei perguntar para a Amanda, me julguem.
Recebi esse livro em parceria com a autora e, desde já, peço desculpas pela demora em postar a resenha. É uma obra voltada aos adolescentes, com linguagem fácil e grande chance de identificação com alguns dos personagens. O fim do livro deixou um gancho interessante para o próximo. Como exemplifica a foto acima, o livro é narrado em primeira pessoa, cada capítulo narrado por uma delas.

É uma leitura tranquila, que pode ser feita em um ou dois dias. Não me identifiquei com nenhuma das garotas em especial, mas me imaginei vivendo com elas e como elas, Hollywood sempre nos permite sonhar grandes momentos. Aliás, esse livro, se fosse filme, ia ser que nem aqueles filmes que se passam nas universidades. Sobre a revisão, li em e-book, mas encontrei vários erros de digitação, o que não te impede de ler, pelo contrário, por ser uma edição independente, a própria autora pode corrigir e subir novamente o arquivo em minutos.

Em conversa com a autora, ela disse não saber quando lançará o próximo volume - que é uma trilogia, inclusive - para isso, os leitores precisam conhecer e amar essa história! Então, se você puder ler, depois troque uma ideia com a autora, ela vai adorar saber seu feedback! O Facebook dela é esse aqui.

Uma obra bacana, que pode ser lida após uma ressaca literária ou para espairecer a mente. Amanda, obrigada pela confiança em mim e no blog e me apresentar a essa história tão incrível! Me deu vontade de ter 14 anos de novo...




Olá!

Apesar do atraso e dos últimos acontecidos, finalmente trago a resenha do conto Felicidade Invisível, da nossa parceira querida Lari Azevedo. É um conto curto, lindo, que aqueceu meu coração em um dia que foi, disparado, o pior da minha vida: a morte da minha avó. Deixemos a tristeza de lado por alguns minutos e confiram a resenha dessa preciosidade literária.

SKOOB - Felicidade Invisível é o conto que abre a série Crainn Chiara. E aqui temos a jovem Maeve MacCleury, descendente de irlandeses, cuja família é celta e sua principal tradição é vigiar a felicidade das pessoas - os únicos que podem, literalmente, cuidar da vida alheia, rs - e armazenar essa felicidade em pequenas bolinhas, as FELIS, que mais parecem globos de natal. A família de Maeve faz parte dos "Guardiões da Felicidade", ou Crainn Chiara, termo usado por seus ancestrais.

Um dos poderes (adorei!) da família MacCleury é a invisibilidade, mas, um certo dia, Maeve esquece de acioná-la e acaba conhecendo Henrique, um rapaz cheio de alegria, mas que esconde muita dor - que Maeve conhece, porque ela cuida da vida de Henrique - no bom sentido, claro, rs.

Henrique é engenheiro, mas gosta mesmo é de dançar, e é isso que lhe causa tanta dor, ao mesmo tempo que lhe enche de alegria. Agora, que Maeve será sua amiga, ele terá mais um motivo para sorrir - e para fugir do destino traçado por seu pai.

Ao som de Enya - adoro - Maeve e Henrique se tornarão bons amigos, ao passo que a FELIS de Maeve destinada ao rapaz, fica cada vez mais cheia, o que é ótimo para a família, que compete com outras famílias para ver quem tem mais FELIS cheias - o que nossa irlandesa detesta, inclusive.
Eu já tinha lido esse conto no Wattpad lá no início de 2016, mas relê-lo agora me trouxe muita alegria. O conto breve, porém, sincero da Lari nos mostra o verdadeiro valor da felicidade, além de mostrar o que é família, alegria, amor...

Peço desculpas à autora pela demora na leitura e resenha, mas posso garantir que estou esperando o primeiro volume da série - previsto para julho deste ano - e que seu conto foi um dos poucos livros com pegada fantástica que me prendeu a atenção do começo ao fim. Encontrei alguns erros na questão de vírgulas, mas por ser uma edição independente, a autora pode corrigir em minutos.

Como se eu disser mais qualquer coisa vira spoiler, vou deixar vocês com curiosidade e convidá-los a ler Felicidade Invisível, uma obra linda e delicada, com bastante cultura celta - que, temos que admitir, não é tão conhecida por aqui, infelizmente.




Olá!

Cumprindo o terceiro tópico do Desafio 12 Meses Literários (meu progresso você acompanha na sidebar), o resenhado de hoje é um livro que eu deveria ter lido há muito tempo, mas só agora pude acompanhar essa maravilha de história. Saibam porque o livro de Maurício Gomyde é tão... Surpreendente!
Skoob
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Surpreendente! nos apresenta o jovem Pedro Diniz, recém-formado em Cinema, mas que tem um grande desafio na vida: com apenas 25 anos, ele detém apenas 50% de sua visão, por causa de uma doença degenerativa, uma espécie de "cabresto invisível" que não lhe permite ter a visão periférica. Seu grande sonho é ganhar o "Cacau de Ouro", que é um grande prêmio do cinema brasileiro. O surpreendente é que, em dado momento de sua vida, a doença parou de degenerar, parando na porcentagem citada. Mais surpreendente ainda é o fato de que ele não tem um roteiro.

Tendo como melhor amigo o Fit, que estuda Cinema, Pedro, às noites, comanda um cine clube que fica no subsolo de uma cafeteria, em que exibe clássicos do cinema, mas que sofre com a falta de público. De dia, ele é gerente em uma locadora de DVDs em um bairro pobre de São Paulo - sim, em um passado não tão remoto, podíamos alugar DVDs a um preço bacana. 

Em uma dessas vezes que ele exibiu um filme no cine clube, além dos frequentadores de sempre - entre eles, um senhor de idade que sempre sai ao fim da sessão, sem dizer nada - ele vê uma moça que fica entrando e saindo da sala durante a exibição. Depois ele viria a descobrir que essa jovem, de nome Cristal, é funcionária do local, por isso o entra-e-sai da sala. E claro que ele fica "parado na dela" - uma moça de cabelos vermelhos e olhos verdes.

Pois bem, um certo dia, a locadora onde Pedro trabalha sofre um assalto. Ele é feito de refém e, devido a uma coronhada, a doença volta com tudo e seu médico é categórico: ele perderá a visão em pouco tempo. Por isso, ele se junta com Fit, Cristal e Mayla - que é sobrinha da dona do cine clube - e resolve partir em uma aventura, que consiste em documentar em um filme toda a viagem de São Paulo até Pirenópolis (GO), para encontrar sua avó, pois ela tem um segredo a contar. Aliás, ele ficou sabendo que sua avó tinha algo a lhe contar quando ele tinha 13 anos e ganhou um olho turco dela - esse mesmo que está na capa.
Quem já leu qualquer coisa do Gomyde, sabe como ele é maravilhoso com as palavras. E aqui não é diferente! Apesar de, no início, o Pedro me parecer um pouco prepotente - por querer, de QUALQUER JEITO, o Cacau de Ouro - talvez, por ele ter sido criado em uma boa família e não ter feito tanto esforço para conseguir suas vitórias (ele estudou na USP, só pra começar...). Mas ele se mostrou um cara incrível, que apesar de ter se abalado por causa da cegueira iminente, busca seus sonhos e faz de tudo para alcançá-los. Inclusive, ao saber que não era possível reverter a doença, o rapaz que sempre tinha uma citação na ponta da língua, passou a ser um rapaz amargurado, e isso é bem visível durante a obra.

Além de um lindo romance - o terceiro desafio é um romance escrito por homem - o livro é forrado de citações de obras cinematográficas clássicas, como Oito e Meio, de Fellini (o filme mais maravilhoso e psicodélico da face da Terra, assistam), grandes nomes do Cinema, como o próprio Fellini, Sérgio Leone (diretor), Nino Rota (compositor), além de grandes atores e atrizes, bandas de rock... Enfim, um livro que teve muita pesquisa pra poder citar tanta coisa bacana.

Sobre a edição da Intrínseca: tão azul e linda! É dividido em quatro partes, cada uma com um quote de uma personalidade do cinema. São capítulos curtos e bem narrados, nos inserindo na trama e na São Paulo que tem tanta coisa boa escondida por aí... Não encontrei erros de nenhuma ordem e esse olho turco da capa é uma graça!
O mais engraçado foi a forma como eu adquiri: estava na bienal (sdds), no lotado estande da Intrínseca, quando vejo um cara rodeado de garotas, todos rindo e conversando. Aí eu reparei bem e pensei: "Aquele não é o Maurício Gomyde? É sim!" Fiquei reparando nas promoções e esse livro estava por 20 golpinhos. Pensei, por quê não? E só tinha um exemplar na bancada. E bem na hora que uma das moças que estava com ele fez o movimento de pegar o livro, eu a atravessei e peguei! Ele viu e deu risada - e eu fiquei sem graça, claro. Mas pedi pra ele não sair de lá! Comprei e claro, o tietei, com direito a foto! Fazendo jus ao momento, a dedicatória não poderia ser outra!

No mais, recomendo a leitura a todos!!! Pena que demorei pra ler, mas é uma trama linda, que envolve o leitor num carrossel de sentimentos, com uma premissa linda e uma mensagem acolhedora e maravilhosa! Não à toa, esse livro foi publicado na Espanha e em Portugal!

E os filmes do Fellini são maravilhosos. #pas

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Olá!

Nada como começar mais um mês com uma notícia maravilhosa. O Resenha teve sua parceria com a Lendari renovada!! Na verdade, a renovação foi ainda no mês passado, mas só hoje consegui postar. Então agora vamos saber o que há de novo na editora manauara?

Mas antes, confira aqui as redes sociais da editora e os títulos que já foram resenhados aqui no blog.


EDITORA INDEPENDENTE DO AMAZONAS BUSCA APOIOS CULTURAIS PARA A BIENAL DO RIO
Com sete títulos de autores nacionais para levar à edição deste ano da Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, que acontece entre agosto e setembro, a editora amazonense Lendari abriu, esta semana, a possibilidade para que empresas possam estampar suas marcas nos miolos das obras, brindes e outros impressos em troca de apoio cultural.
A ideia do selo especializado em fantasia e ficção científica é obter mais recursos para ajudar a financiar pelo menos quatro obras inéditas, reimprimir outros títulos de sucesso já esgotados e investir nas operações de logística, como hospedagem e translado dos livros até o pavilhão Riocentro, na Barra da Tijuca, espaço que sediará a décima-oitava edição do maior evento literário do Brasil.
“Além de ajudar a lançar os novos livros, a abertura de espaço como apoio cultural é uma forma de aproximar as empresas do setor privado no circuito cultural. Em tempos de crise, esse tipo de investimento pode ser uma forma alternativa e interessante de promoção de marcas: você não exibe sua empresa, simplesmente, mas a associa com literatura e cultura”, avalia o publisher, editor e escritor Mário Bentes, criador da Lendari.
Entre os títulos de destaque para 2017, estão “O Capirotinho: uma dose de porquês antes do fim”, do ilustrador mineiro Guilherme Infante, que chega ao mercado editorial depois de fazer enorme sucesso nas redes sociais com seu personagem: um diabinho que faz reflexões pessimistas e bem-humoradas sobre diferentes aspectos da vida.
Outra obra que tem alto potencial é “Alec Dini e o Vórtice do Tempo”, do paulista Felipe Recchia Pan, que vai explorar a lacuna deixada por Harry Potter. Mas, neste caso, a série vai investir em uma fantasia baseada em mitologias pouco exploradas, como as lendas celtas do Reino Unido e da Irlanda, e os contos clássicos do Rei Artur.
A editora ainda vai lançar dois outros títulos: “O último Gargalo de Gaia: distopias, steampunk e dias finais”, antologia de ficção científica com autores de todo o país, e “O Chamado à Aventura de Criar: a jornada do herói, criação de personagens e métodos de escrita”, obra de Bentes que vai orientar novos autores. Já os livros esgotados são “A Rainha de Maio”, de Jan Santos; “Quase o fim”, de Leila Plácido; e “Minhas conversas com o diabo”, do próprio Bentes.
O editor explica que as empresas interessadas podem entrar em contato com a Lendari para saber as possibilidades de exposição de marca, valores e contrapartida. “Queremos ampliar o que conseguimos em 2016, para a Bienal de São Paulo, quando tivemos três empresas parceiras. Para 2017, são mais títulos e, portanto, mais investimentos. Queremos montar ações estratégicas em que todos saiam ganhando”, garante.

Os contatos podem ser feitos pelo site da editora (http://www.lendari.com.br/contato/), redes sociais ou pelo e-mail principal@lendari.com.br.
Mário, obrigada pela confiança em mim e no Resenha, e que 2017 seja um ano incrível para a Lendari!!

Olá!

Cumprindo o mês de fevereiro do Desafio 12 Meses Literários, o resenhado de hoje é um livro que me surpreendeu positivamente. Achava que era uma coisa mas conforme a história foi se desenvolvendo, fui me envolvendo mais e mais... Confiram a resenha de Colega de Quarto, romance de estreia de Victor Bonini.
A história começa com o estudante de Direito Eric Schatz - carioca radicado em SP - procurando o detetive e advogado Conrado "Lyra" Bartelli em seu escritório. Até aí tudo bem, se não fosse de madrugada e Eric não estivesse beirando o desespero. Eric conta ao detetive que há um "colega de quarto" em seu apartamento, alguém que entra e mexe em suas coisas. Por causa da arrogância do jovem, Conrado decide não pegar o caso, mas logo se arrepende.

Algumas horas depois, Eric aparece morto. Aparentemente, ele se jogou de seu apartamento - no décimo quinto andar. De início, ninguém entendia porque o jovem se matou, já que ele era de boa família e tinha vida de playboy. Após pesquisar na internet, Lyra descobriu que o sobrenome Schatz era bem importante no meio empresarial.

Porém, após conversas com o dr. Wilson, delegado do DHPP, Lyra pressente que há algo muito errado nessa história. Antes de morrer, Eric ainda entrou em contato novamente com Lyra, por telefone, mas aí já era tarde demais. Muitas pessoas sabiam de segredos de Eric, e fariam questão de esconder de todos, até mesmo da polícia.
Como me arrependo de ter demorado pra ler essa maravilha!!! Cumprindo o segundo item do desafio - ler um autor nacional - escolhi Colega de Quarto porque já havia comprado há algum tempo, num evento que fui. Mas, de cara, achei que o livro enveredasse pelo sobrenatural, segundo a sinopse. Mas, conforme você vai lendo, a trama vai se transformando num romance policial de tirar o fôlego!

Lyra Bartelli é um advogado que faz as vezes de detetive particular, então ele sabe ler muito bem nas entrelinhas. E apesar de não ter aceitado o caso de Eric, ele sabia que havia algo de errado com aquele rapaz que, via-se de longe, era bem de vida, mas sem amor. Junto com o dr. Wilson, ele terá um enorme desafio, em que precisará duvidar até do sobrenatural para dar um ponto final no caso da morte do jovem.

O autor simplesmente arrasou em seu livro de estreia! Uma trama bem escrita, sem pontas soltas, personagens bem desenvolvidos e, o mais legal, a história se passa em São Paulo! Então, pra mim, a trama fluiu com muito mais naturalidade porque conheço todos os pontos citados durante a leitura. Exemplo: o Zeca, amigo do Eric (guardem esse nome) mora no bairro do Tatuapé, que é perto do bairro onde moro (Vila Maria). Já o consultório do psicólogo Armando (guardem também) fica no bairro do Pacaembu, há também outras citações, como o shopping Higienópolis, a avenida 23 de Maio e assim por diante.

Os personagens são bem escritos numa trama intrínseca, em que você elege seu suspeito, mas pode ter certeza: você estará muito errado. E você vai saber disso da maneira mais difícil possível. O autor joga as dicas na sua frente, mas passa despercebido, aí quando chega a verdade, a surpresa é grande. Não à toa, li esse livro em um dia só, tanto que fiquei longe do computador, só pra saber do desfecho - e só fui dormir depois das 23h15, que é até um horário cedo, mas não pra mim, que madrugo e trabalho longe.
Primeiro livro que leio da Faro Editorial e apenas elogios. Materiais de praxe para uma leitura confortável (só achei as folhas um pouco grossas demais, rs). Capítulos com nomes simples, porém condizentes. Até onde pesquisei na internet, o autor ainda não publicou outros livros, mas fica um pedido encarecido: por mais histórias com Lyra Bardelli! Ele mora no meu coração e já pode ter sua própria série, como - GUARDADAS AS DEVIDAS PROPORÇÕES - Lisbeth Salander, Hercule Poirot, Sherlock Holmes e tantos outros investigadores que amamos. Cinco estrelas é pouco pra essa maravilha.

P.S.: esse é o primeiro romance policial escrito por um brasileiro que leio. Aceito sugestões de outros nacionais.

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Olá!

Há algum (muito) tempo (fevereiro de 2016, segundo o Word), escrevi este texto lá no Entre Chocolates e Músicas, em um projeto que a Ani criou para ceder um espaço de seu blog para que outros blogueiros escrevessem textos opinativos (ou coisa que o valha). Achei esse texto perdido nos arquivos do meu computador e acho um desperdício não publicar aqui, já que minha opinião não mudou. Reativando a categoria de textos opinativos do Resenha, confira o que penso sobre como as fanfics sofrem com os erros de português. 
*Alterei um ou outro detalhe, para fins de atualização.*
"Porque a história não acabou até que a gente diga que acabou."
Acredito que muitos saibam, mas para quem desconhece, fanfic é um gênero literário que consiste em escrever uma história tendo como protagonista alguém famoso ou algum livro consagrado. Exemplo: existem fanfics sobre Justin Bieber (tentei ler uma e não passei de duas páginas) e sobre a saga Crepúsculo. E doa a quem doer, fanfic é gênero literário sim, assim como o romance, a distopia e a ficção científica.

Uma coisa que me irrita muito é erro de português – acredito que irrite a muita gente, aliás. Eles estão em todo lugar, mas tem em dúzias nas fanfics. Uma vez, me mandaram uma que tinha como tema os personagens Cirilo e Maria Joaquina, da novela Carrossel, do SBT. Até aí, nem sabia o que era fanfic. Sério, quase vomitei. A história era ruim (em suma, os dois eram adultos, tinham transado e o Cirilo ficou rememorando os momentos. E só). E tinha erros de português. Muitos erros.

No fim de 2015, tirei um texto do meu acervo de redações escolares, fiz algumas alterações e me inscrevi no projeto Brasil em Prosa, da Amazon. Ele ficou lá por um bom tempo. Só o tirei de lá em janeiro do ano seguinte, quando migrei para o Wattpad. No meu blog, fiz um post para os meus leitores anunciando que estava escrevendo um romance.

**Correção: o texto em questão é o conto Uma História de Amor e Árvores, ainda disponível no Wattpad. Já o Segunda Chance está na Amazon. Os dois links estão na sidebar.**

Porém, muito antes de divulgar meu texto, resolvei passear pelo site. Socorro. Logo de cara, postei meu conto e o site me sugeriu algumas fanfics. Mas, gente, o que tinha de texto escrito errado, só Aurélio na causa (#Pasqualechora). Tinha uma, sobre One Direction (percebi que histórias como ele são lidas como se fossem a Bíblia), que NA PRIMEIRA PÁGINA, praticamente tudo o que estava escrito tinha erros.
Então, o mimimi que escrevo está mais para apelo do que para mimimi. Gente, escrevam. Escrever é maravilhoso e libertador (pelo menos para mim). Mas, caso vocês não saibam como escreve determinada palavra ou como montar uma frase, PESQUISEM. Usem o dicionário e a internet, se informem. Para escrever esse texto, eu fui no site Nyah Fanfiction, acredito que um dos mais conhecidos do Brasil, para ver o nível de popularidade. Não abri uma conta (pediam informações demais e não tem a opção de usar o facebook para acessar), mas na página inicial, vi que o site fez um post explicando a diferença de consertar e concertar. E ainda convida o público para acessar uma página em que explicavam diversas questões do idioma.

E não é só isso. Muitos escrevem até bem, mas não tem conteúdo. Eu sei que não sou ninguém para julgar (nem quero), e mesmo sabendo que praticamente todas as fórmulas para um livro de sucesso foram usadas à exaustão, gostaria muito de ver uma fanfic que não tivesse tanto apelo sexual. Não sei se é regra, mas nunca vi uma fanfic que não tivesse apenas sexo (se vocês conhecerem alguma, me avisem). Quem me acompanha aqui, sabe que, quando estou lendo, prezo pela mensagem que a história me transmite. Seja lá qual for a mensagem, quero aprender algo. 

Por mais que as pessoas encontrem nas fanfics uma forma de estar mais perto de seu ídolo (uma das personagens do meu romance se chama Céline Dion- #mejulguem), gostaria de vê-los escrever algo que faça o seu leitor refletir. Não estou dizendo para não ter cenas de sexo – tem que ter, estamos no século XXI – mas gostaria de saber que existem fanfics que transmitam alguma coisa além de sexo. Sem falar que, se a história for boa, quem não garante que uma editora não se interesse (posso passar a vida citando nomes).

Sintetizo todo esse texto em: escrevam, mas com consciência, com conteúdo e com o português correto. Assim, tenha certeza de que os leitores se interessarão muito mais. 

Isso é tudo. Espero que gostem. Qualquer coisa, me chame para conversar (ou para me apresentar alguma boa fanfic), será um prazer! E Ana, volta com essa coluna, cujo nome esqueci, mas que gostava de acompanhar!


Olá!

Mais uma resenha de nacional! E esse, tem de tudo um pouco: música, informação, uma protagonista empoderada e maravilhosa e foi escrito por uma garota que tive o prazer de conhecer e amar. Confiram a resenha de Sonata em Punk Rock, da Babi Dewet.
Sonata em Punk Rock nos apresenta Valentina Gontcharov, a Tim, que está aflita porque foi aprovada para estudar na Academia Margareth Vilela, a mais prestigiada escola de música do país - e uma das melhores do mundo. E está aflita porque não tem a grana necessária para bancar as mensalidades. Ela mora com a mãe, no Rio de Janeiro e seu pai a abandonou há muitos anos. E será justamente ele que a salvará desse martírio.

Isso porque o grande músico Alexander Gontcharov era podre de rico. E ficou rico fazendo música, depositando tudo em seu sonho, deixando para trás uma pequena Valentina e sua mãe, que tinha muitos sonhos. Sendo assim, o pai resolve bancar os estudos da filha. Logo, ela iria para a Cidade da Música, a pequena (e fictícia) Vilela, no interior do estado fluminense, que existe por causa da Academia.

Mas, ao chegar lá, ela percebe que não seria fácil. Seu espírito punk rock (rebelde) não combinava com o estilo conversador e tradicional do instituto. Apesar de ter como dom o "ouvido absoluto", que consiste em ter a capacidade de identificar qualquer tom musical apenas ouvindo, assim, na raça, Tim não poderia chegar e tocar o que quisesse; teria que se adequar às normas.
E, entre um desafio e outro, eis que surge Kim. Kim Pak Vilela é só o filho da dona da escola, logo, o herdeiro de tudo. E um excelente pianista. Tim, que é super fã de k-pop, vê nele um rapaz super atraente, maravilhoso, um verdadeiro deus grego - não, pera, coreano...

Mas Kim é totalmente alheio à Academia. Ele vive em seu próprio mundo, frequentando as aulas quando quer e se sentindo o maioral (porque ele é mesmo, infelizmente). Um poço de arrogância. E será o piano que unirá um rapaz tão conservador (e cheio de segredos) e uma moça de espírito livre (que também tinha seus problemas).

Até antes da Bienal, não fazia ideia de quem era Babi Dewet. A conheci porque a Angela, do Pausa para Série e minha colega de TCC, conseguiu uma entrevista com ela, que você confere aqui. Então, como fiz como todos os escritores que ajudaram na confecção da maravilhosa Nova Millennium, comprei o Sonata em Punk Rock. E ainda dei sorte de, no dia, ela estar lá para autografar - queria dizer que ela é muito linda.
Momento devidamente registrado. Sdds Bienal.
Li sem expectativa nenhuma, mas já me vi ali no conservatório, tocando saxofone e fazendo vários covers de músicas legais. A Tim te faz ter esperança, te faz acreditar que dias melhores virão e que você consegue, basta querer e lutar. Ela é incrível, pena que o gosto musical dela é diferente do meu, mas sem problemas, é maravilhosa e empoderada, além de ter um cabelo lindamente platinado.

O livro é super gostoso de se ler, tem várias referências à cultura asiática, como doramas e k-pop, além de cada capítulo ser intitulado com uma música. E vai de David Bowie a música clássica brasileira. Babi nos dá uma aula de música através do livro, gostei bastante. Já o Kim, de início você acha um chato de marca maior, arrogante e irritante, porém, esconde vários segredos e se camufla em uma máscara, ocultando seus maiores medos e desejos.

A capa é linda, condizente com a trama e o trabalho de revisão da Gutemberg está excelente, pouquíssimos erros. O jeito é esperar o próximo livro, que a autora ainda está escrevendo. Neste vídeo abaixo ela deu umas dicas de escrita, mas também falou um pouco sobre o próximo livro - lembrando que Sonata em Punk Rock é o primeiro livro da série Cidade da Música.

Babi ganhou uma nova fã e agora estou no aguardo do próximo volume - rezando para que seja lançado ainda esse ano. E a melhor parte é que serão livros não seriados. A parte ruim é que não sei se vou saber se o Gontcharov pai vai sair impune.