Olá!

A Ani, do Entre Chocolates e Músicas, conseguiu para mim um exemplar de A Mulher na Cabine 10, um thriller bem intrinsecado escrito pela britânica Ruth Ware. Mais uma parceria de sucesso entre mim, a Ani e a Rocco. Resenha originalmente postada no EC&M.
SKOOB - A Mulher na Cabine 10 nos apresentará a jornalista Laura “Lo” Blacklock de uma maneira bem tensa: com seu apartamento sendo invadido por um assaltante. Ele leva a bolsa e o celular dela, mas não sem antes quebrar tudo e deixá-la muito traumatizada. 

Porém Lo tem uma missão muito importante: viajar no famoso cruzeiro de luxo Aurora Borealis. O navio, de propriedade de um certo lorde Richard Bullmer, fará sua primeira viagem e, para isso, a nata da nata da sociedade mundial foi convidada. O objetivo principal do navio é fazer com que os presentes se sintam em casa – e possam ver a Aurora Boreal. E Lo estaria lá representando a revista de turismo para a qual trabalhava, substituindo sua chefe, que entraria muito em breve em licença-maternidade.

Só havia 10 suítes no navio e Lo ficaria na de número nove. Cada suíte tinha um nome de um escritor sueco – Bullmer tinha um pé na Escandinávia. E uma esposa norueguesa. A jornalista sofre de depressão e o assalto em sua casa, poucos dias antes, potencializara todos os seus medos, que só piorariam quando ela vê um corpo sendo jogado ao mar.

Mas, antes disso, Lo acabara de desembarcar no suprassumo do luxo. Tudo ali era perfeito, ostentoso e caro. Cada suíte tinha um funcionário a seu dispor 24 horas. Quem estaria a cargo de Lo era Karla, que aparentava ser norueguesa, mas falava um inglês impecável. Tudo era para as pessoas mais ricas do mundo e Lo não sabia onde enfiar a cara, já que era ali uma mera jornalista.

Agora, voltando para sua suíte, ela está se arrumando para um jantar luxuoso, quando nota que deixou o rímel em casa. Então ela vai até a suíte ao lado ver se alguém, caso tivesse alguém lá, emprestava. Depois de muito bater, uma jovem usando camisa do Pink Floyd a atende e, com alguma má vontade, lhe entrega a maquiagem. Minutos depois, Lo vê um corpo sendo jogado ao mar e bastante sangue na varanda.

Porém, quando ela vai chamar Nilsson, que é uma espécie de chefe dos empregados, e lhe conta toda a história, ela descobre que ninguém jamais esteve na cabine 10, que a mesma foi alugada e o empresário cancelou o pedido de última hora. O fato de ter bebido não ajudou Lo, Nilsson achava que ela poderia ter misturado o álcool com seus fortes remédios. Para variar, quem também estava no navio era Ben, seu ex-namorado. O relacionamento não foi dos melhores, que acabou de maneira conturbada, mas, por incrível que apreça, a presença de Ben ali a aliviou um pouco. Era como se ela tivesse em quem confiar.

Mas ela sabia o que tinha visto era real. E ela não estava enganada. E alguém não queria que Lo investigasse o que ela tinha visto. Além do lorde Bullman, estavam no navio sua esposa, Anne, que estava em tratamento de câncer, o fotógrafo Archer, jornalistas e alguns empresários, como Cole, Alexander, só para citar alguns – não vou dar mais nomes porque são muitos e admito que não me lembraria de todos eles. E quanto mais Lo procurava, mais complicado ficava para ela. Só que ela não ia desistir de saber o que foi feito da mulher da cabine 10.

Com um faro investigativo tão bom quanto de Agatha Christie (não disse que é melhor, mas que é igualmente bom), Ruth Ware nos deleita com uma obra que te fará sentir como se estivesse no navio, tendo as mesmas sensações que Lo, mesmo que você nunca tenha tido uma crise de pânico na sua vida.
Com uma narrativa que me lembrou Assassinato no Expresso do Oriente, em que Lo Blacklock (gostei do sobrenome) encarna uma investigadora que precisa saber o que aconteceu com uma certa mulher, que sumiu no meio de tantas pessoas importantes e influentes. Ela se sente fracassada, por causa de sua depressão, ansiedade e crises de pânico, que pioraram após o assalto em seu apartamento e o término de namoro com Judah – um jornalista de guerra.

No navio, Lo terá que superar seus medos da pior forma, enfrentando um potencial assassino à solta, que se esconde atrás de sessões de massagens e taças de champanhe. Eu descobri o final assim que o plot foi revelado – é meio óbvio, mas só dá para saber quando o plot é revelado. E por incrível que pareça, isso me deu mais vontade de saber o que ia acontecer com a protagonista.

Aliás, uma coisa muito interessante sobre ela: caiu na armadilha do comodismo. Lo, assim como eu e muita gente que estudou jornalismo, ela fez o curso para querer salvar o mundo e fazer diferente e tudo o mais, mas acabou num emprego numa revista de viagens, em que ela sonhava chegar ao cargo de sua chefe. Não gostava de lá, mas também nunca se esforçou para sair e colocar a cara no mundo, como, por exemplo, Ben, o ex-namorado, que se arriscava sem medo em busca de melhores oportunidades. Confesso que me identifiquei com ela nesse ponto.

Com um final de se surpreender, A Mulher na Cabine 10 é um livro que te deixa aflita em praticamente todos os momentos, pois entramos na mente de Lo e sabemos que ela não está reagindo da melhor forma, mesmo fazendo um excelente trabalho – de investigação, não para a revista. A escrita fluente e sincera de Ruth, apesar de alguns rodeios que ela faz pra contar o luxo e glamour do navio, faz com que você embarque no Aurora Borealis junto com Lo para descobrir como a história vai acabar.

A edição da Rocco está muito boa, apesar de ter encontrado uns errinhos de digitação. Adorei a capa, mesmo eu tendo levado algum tempo para entender que a foto é uma janela de cabine de navio. Gostei bastante da história e espero que a editora traga mais obras de Ruth para o Brasil.

Compre aqui seu exemplar de A Mulher na Cabine 10.

Olá!

Escolhi o best-seller para o penúltimo tópico do Desafio 12 Meses Literários e fui com altas expectativas para a leitura de Caixa de Pássaros, achando que seria um terror bem pesado... que nada. Infelizmente, minhas impressões não são as melhores. Do livro todo só se salvam a dedicatória e os agradecimentos, que são um tanto engraçados.
SKOOB - Caixa de Pássaros começa com uma série de notícias sobre um fato estranho, que vem acontecendo ao redor do mundo e chega nos EUA: basta que as pessoas vejam sabe-se lá o quê, surtam e se matam. Isso mesmo, elas veem, surtam e em seguida cometem suicídio. Logo, as pessoas passam a andar vendadas. Portas e janelas são cobertas com cobertores e colchões. Nada mais pode ser visto. Ninguém quer ser a próxima vítima.

Uma dessas pessoas é Malorie. Quase que ao mesmo tempo, ela perde sua irmã para a tal visão e descobre estar grávida. Quatro anos se passam e seus dois filhos, Menina e Garoto, estão com os ouvidos muito treinados. Eles são capazes de ouvir o mais baixo dos sons. Mas nunca viram nada; seus olhos sempre vendados, foram condicionados para tal.

Malorie e as crianças, devidamente vendados, precisarão chegar até o outro lado do rio, pois é lá que (supostamente) está sua salvação. E sob o ponto de vista de Malorie, vamos percorrer o caminho até o rio e o que levou nossa protagonista a chegar a esse ponto.

Confesso que esperava bem mais da obra. Mas bem mais mesmo. Não vou dizer que foi uma decepção (foi sim, na verdade) total, mas, quando eu esperava que todas as minhas perguntas fossem respondidas... nada feito.

Esse livro me lembrou um pouco Carrie, a Estranha (resenha aqui), porque conseguimos entender o que se passa na mente de Malorie conforme a situação vai piorando – a narração é em terceira pessoa, mas sob a ótica dela – e torcemos para que tudo acabe bem, principalmente pelas crianças, só que, infelizmente, para mim, a obra não cumpre tudo o que promete.
Como me lembrei de Carrie (amo), acredito que muitos fãs de King vão curtir essa leitura, um thriller com bastante ação, principalmente quando a data do parto de Malorie vai chegando. Ainda consegui sacar algumas coisas durante a leitura, mas como já disse, minhas perguntas não foram respondidas.

Sozinha, Malorie vai lutando contra seus próprios demônios, enquanto as pessoas estão morrendo por causa da visão, que atormenta tanto os sobreviventes, quanto àqueles que a veem. O medo é real e palpável durante a leitura, ela não tem muitas armas para se defender, a falta de visão e a audição aguçada dos filhos são tudo o que ela tem.

Os demais personagens da trama são bem construídos, como a irmã de Mal, Shannon, o amigo Tom e Gary, o que me deu mais medo no livro todo, admito. Enquanto os anos vão passando, acompanhamos a deterioração do corpo e da mente da protagonista, ao passo que, mais uma vez, notamos como o ser humano age em situações extremas. A leitura vale a pena para refletir esse ponto: até onde chegamos em nome da sobrevivência?

A edição da Intrínseca está muito bonita, a capa tem uma textura gostosa (para ficar alisando) e o título é bem condizente com a trama, só que não é tão visível assim. A atenção para esse detalhe é redobrada. Como já disse, recomendo a obra para fãs de thriller e de Stephen King, só não vão com muita sede ao pote, a decepção pode ser enorme.

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Olá!

Quem gosta de histórias com bebês? E quando o bebê é o narrador da história, sendo que ele nem nasceu? Isso mesmo, o bebê não nasceu, mas ele vai narrar Enclausurado, do Ian McEwan. Demorei por causa da saúde, mas trouxe a resenha, confiram.
SKOOB - Enclausurado é uma história que foge muito do convencional logo de cara, quando sabemos que o narrador da história é o bebê, que ainda não nasceu. Isso mesmo, o feto é quem vai narrar a história, que começa com Trudy, sua mãe, tentando se livrar de John Cairncross, poeta e pai do bebê. Trudy está separada de John, porém é ela quem está morando na casa que era dele, uma mansão caindo aos pedaços. Que vale sete milhões de libras - nem preciso mais ressaltar que essa história se passa em Londres.

Trudy quer a casa e, para isso, vai contar com a ajuda de Claude, irmão de John - e seu amante - para bolar um plano e tirar o poeta do caminho do casal. O feto, na verdade, está chegando aos nove meses de gerado e, por ser um bebê, ele é muito inteligente. Ouve e sente tudo, apesar de que alguns conceitos ainda são abstratos para eles, como o "azul" e o "dourado".

O bebê - cujo sexo será revelado ao longo da história, de maneira muito sutil - é bem inteligente, e se preocupa com o mundo em que viverá. Ele está feliz por nascer na Inglaterra, mesmo tendo querido nascer na França - e ficar muito mais feliz por não nascer no Afeganistão. Nosso narrador está a todo momento pensando no que vai aproveitar, pelo simples fato de ter nascido no século XXI. 

Em diversas passagens, vemos através do bebê os caráteres dos personagens. O mais engraçado é ver a aflição do bebê toda vez que Claude transa com Trudy, pois ele teme que o esperma de seu tio o contamine e, assim, ele se torne tão idiota quanto Claude. Isso acontece também quando Trudy nunca fala com carinho sobre o bebê; ele teme que será descartado ou coisa assim.
O narrador é muito esclarecido: através de programas e podcasts que a mãe ouve, o bebê vai se atualizando sobre o mundo e sua sociedade - e como ele é sortudo por nascer em 2017, sempre lembrando que diversos conceitos ainda são abstratos para o bebê, porém outros são muito claros para ele.

As 199 páginas voam, mas eu fiquei doente nesse meio tempo, então demorei uma semana para ler. Para um livro bem fininho, tem muita carga emocional, muita reflexão, e alguns momentos engraçados. Ian narra com maestria sob o ponto de vista do bebê, o que sabemos que é bem difícil, já que, todo mundo nasceu e ninguém se lembra de como era no útero... 

A edição da Companhia está bem bacana, esse preto com o bebê no útero como destaque está show de bola, simples porém sucinto. Espero que seja o primeiro livro de muitos que eu venha a ler do Ian. Leitura muito recomendada.



Olá!

No Vida Literária de Fevereiro, resolvi tirar a Ana e a Raíssa de suas zonas de conforto fazendo-as ler um romance policial made in Suécia. Não sei se elas já leram algo vindo deste país, mas se não o fizeram, essa será a primeira vez. Eu, como fã de romances policiais, indiquei para leitura A Princesa de Gelo, de Camilla Läckberg.

** Lembrando que o Vida Literária é um projeto em que eu e os blogs O Outro Lado da Raposa e Entre Chocolates e Músicas leiamos um livro, discutamos e depois resenhemos, cada uma contando como foi sua experiência.
A Princesa de Gelo é o primeiro livro da minha xará e conta a história de Erica Falck, uma escritora de relativo sucesso, que resolve voltar para sua cidade natal, Fjällbacka (pronúncia: fielbaca), para poder cuidar dos pertences de seus pais recém-falecidos. Porém, a pequena cidade (de 859 habitantes, segundo o Google) está às voltas por causa da morte de Alexandra Wijkner, que outrora fora sua amiga de infância, mas que não a via há mais de vinte e cinco anos.

Inicialmente, as suspeitas levavam a um possível homicídio. Porém, Erica não acreditava em nada do que diziam. Enquanto pensava nisso, ela precisava começar a escrever seu quinto livro, uma biografia. Só que não conseguia escrever quase nada, ao passo que diversas memórias com Alexandra voltavam à baila.

Nesse meio tempo, o policial Patrik Hedström foi designado por seu chefe - irritante e que sonha com uma promoção em Gotemburgo - para assistir a um depoimento de determinadas pessoas. E é aí que ele reencontra Erica Falck. Aliás, eles eram amigos de longa data (e ele era apaixonado por ela) e as questões do momento os separaram. Até aquele momento.
Em paralelo à investigação, Erica também está preocupada com sua irmã, que é casada com um crápula manipulador, que só pensa em dinheiro e seu grande sonho é vender a casa de Fjällbacka e ir morar em Londres - o cara é dessa cidade.

Bem, me interessei pela leitura quando descobri que essa história NÃO se passa em Estocolmo. Por algum motivo que não sei explicar, gosto de histórias que não se passam em grandes cidades, não à toa, o protagonista do meu livro, Segunda Chance, nasceu em Halmstad... Até então, não fazia ideia de quem era Camilla, e então, graças ao Amigo Secreto entre blogueiras que participei, pude ganhá-lo.

E, sinceramente, foi uma boa leitura. E só. Apesar de ser arrastada em alguns momentos, por causa das muitas descrições, pude notar que foi uma trama bem pensada, acredito que isso se deva ao fato de que, antes de ser escritora, Camilla trabalhava como produtora, então, provavelmente escrevia roteiros e coisas que o valha. Se por um lado, as descrições eram um pouco chatas, por outro, as mesmas descrições eram o que salvavam a história, pois eram esses detalhes que amarravam a trama.
Dividido em seis capítulos longos, o livro, escrito em terceira pessoa, mostra diversos pontos de vista, mas sempre focando em Erica e seus problemas. Na Suécia, a autora vai lançar o décimo livro da série de Erica em abril, mas, vendo as sinopses dos demais volumes que a Planeta publicou (e descontinuou), são não-seriados, ou seja, apesar de alguns detalhes da vida de Falck não terem se encerrado nesse, nos próximos, novos casos virão à tona. O que é ótimo, pois não sei se pretendo comprar os demais.

Enfim, de todos modos, é uma leitura válida, tanto pra conhecer um pouco mais sobre Camilla, Fjällbacka ou até mesmo se aventurar nos romances policiais. A escrita dela é fluida e bem detalhada (bem até demais, rs). Achei alguns erros de digitação, mas a revisão da editora está ok.

P.S.: odeio esse negócio de dizer que fulano é o novo sicrano e etc. Aqui, ousaram afirmar que Camilla é a nova Agatha Christie. Gosto das duas, mas apenas parem de comparar, por favor. Läckberg jamais será a Agatha que vem do frio. Cada uma é cada uma. Frases como essa afastam muitos leitores...

Geralmente livros policiais tem que ser bem dinâmicos e cheios de ação para me prender, então não foi o caso deste livro. Apesar de a autora se mostrar inteligente ao nos oferecer um quebra cabeça elaborado, o livro não funcionou para mim. Além disso, a estória ficou o tempo todo girando em torno da personagem principal e o foco da investigação se perdeu em meios aos problemas pessoais da protagonista. Acho que a emoção de se ler um romance policial se perdeu um pouco por causa desse estilo de narrativa. Raíssa
Comecei a gostar de livros do gênero com a escrita da Aghata Christie que em minha opinião, é mestre em criar enredos bem trabalhados e com um bom desfecho. Não gosto de comparativos, mas não posso negar que minhas expectativas estavam altas para essa obra desde a comparação na capa. Infelizmente a obra não funcionou comigo. Achei o enredo parado e sem muitas emoções... Mas essa é só a minha opinião, há diversas resenhas positivas para a obra. Dê uma chance... Ani
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Olá!

Cumprindo o mês de fevereiro do Desafio 12 Meses Literários, o resenhado de hoje é um livro que me surpreendeu positivamente. Achava que era uma coisa mas conforme a história foi se desenvolvendo, fui me envolvendo mais e mais... Confiram a resenha de Colega de Quarto, romance de estreia de Victor Bonini.
A história começa com o estudante de Direito Eric Schatz - carioca radicado em SP - procurando o detetive e advogado Conrado "Lyra" Bartelli em seu escritório. Até aí tudo bem, se não fosse de madrugada e Eric não estivesse beirando o desespero. Eric conta ao detetive que há um "colega de quarto" em seu apartamento, alguém que entra e mexe em suas coisas. Por causa da arrogância do jovem, Conrado decide não pegar o caso, mas logo se arrepende.

Algumas horas depois, Eric aparece morto. Aparentemente, ele se jogou de seu apartamento - no décimo quinto andar. De início, ninguém entendia porque o jovem se matou, já que ele era de boa família e tinha vida de playboy. Após pesquisar na internet, Lyra descobriu que o sobrenome Schatz era bem importante no meio empresarial.

Porém, após conversas com o dr. Wilson, delegado do DHPP, Lyra pressente que há algo muito errado nessa história. Antes de morrer, Eric ainda entrou em contato novamente com Lyra, por telefone, mas aí já era tarde demais. Muitas pessoas sabiam de segredos de Eric, e fariam questão de esconder de todos, até mesmo da polícia.
Como me arrependo de ter demorado pra ler essa maravilha!!! Cumprindo o segundo item do desafio - ler um autor nacional - escolhi Colega de Quarto porque já havia comprado há algum tempo, num evento que fui. Mas, de cara, achei que o livro enveredasse pelo sobrenatural, segundo a sinopse. Mas, conforme você vai lendo, a trama vai se transformando num romance policial de tirar o fôlego!

Lyra Bartelli é um advogado que faz as vezes de detetive particular, então ele sabe ler muito bem nas entrelinhas. E apesar de não ter aceitado o caso de Eric, ele sabia que havia algo de errado com aquele rapaz que, via-se de longe, era bem de vida, mas sem amor. Junto com o dr. Wilson, ele terá um enorme desafio, em que precisará duvidar até do sobrenatural para dar um ponto final no caso da morte do jovem.

O autor simplesmente arrasou em seu livro de estreia! Uma trama bem escrita, sem pontas soltas, personagens bem desenvolvidos e, o mais legal, a história se passa em São Paulo! Então, pra mim, a trama fluiu com muito mais naturalidade porque conheço todos os pontos citados durante a leitura. Exemplo: o Zeca, amigo do Eric (guardem esse nome) mora no bairro do Tatuapé, que é perto do bairro onde moro (Vila Maria). Já o consultório do psicólogo Armando (guardem também) fica no bairro do Pacaembu, há também outras citações, como o shopping Higienópolis, a avenida 23 de Maio e assim por diante.

Os personagens são bem escritos numa trama intrínseca, em que você elege seu suspeito, mas pode ter certeza: você estará muito errado. E você vai saber disso da maneira mais difícil possível. O autor joga as dicas na sua frente, mas passa despercebido, aí quando chega a verdade, a surpresa é grande. Não à toa, li esse livro em um dia só, tanto que fiquei longe do computador, só pra saber do desfecho - e só fui dormir depois das 23h15, que é até um horário cedo, mas não pra mim, que madrugo e trabalho longe.
Primeiro livro que leio da Faro Editorial e apenas elogios. Materiais de praxe para uma leitura confortável (só achei as folhas um pouco grossas demais, rs). Capítulos com nomes simples, porém condizentes. Até onde pesquisei na internet, o autor ainda não publicou outros livros, mas fica um pedido encarecido: por mais histórias com Lyra Bardelli! Ele mora no meu coração e já pode ter sua própria série, como - GUARDADAS AS DEVIDAS PROPORÇÕES - Lisbeth Salander, Hercule Poirot, Sherlock Holmes e tantos outros investigadores que amamos. Cinco estrelas é pouco pra essa maravilha.

P.S.: esse é o primeiro romance policial escrito por um brasileiro que leio. Aceito sugestões de outros nacionais.

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Olá!

Mais uma breve fuga do TCC (que está ficando lindo, aliás) para mais uma resenha de recebido em parceria que é simplesmente maravilhoso! O Medo Mais Profundo, do mestre Harlan Coben, é um suspense que mostra que, por um filho, é possível ir até as últimas consequências.

O Medo Mais Profundo começa com Myron Bolitar reencontrando uma ex-namorada, Emily, de quem tem muita mágoa. Mas ela não voltou do passado à toa, precisava de ajuda. Seu filho, Jeremy, de 13 anos, tem uma grave doença - anemia de Fanconi - e precisa urgentemente de um transplante de medula. Até aí, uma situação grave, que vai piorar quando ela diz que um doador foi encontrado, mas ele simplesmente sumiu. Como se não bastasse, Emily ainda revela que o garoto é filho de Myron.

É o sétimo livro da série Myron Bolitar, mas o primeiro que leio, então não sei muito sobre ele, mas deu pra entender que, em algum momento, foi investigador de polícia. Porém, neste livro, ele tem uma empresa que agencia atletas. A agência está passando por uma crise, que Myron precisa driblar, enquanto procura o doador sumiu - o detalhe é que Myron nem sabe quem é esse doador - e ainda precisa se preocupar com o pai, que recentemente sofreu um ataque do coração.

A situação vai se agravando quando Bolitar finalmente encontra uma pista sobre o doador. E quanto mais ele mexe, mais a coisa piora, porque ele se depara com uma família poderosa que não quer que ele investigue. Só que ele está entre a espada e a parede. Será que ele vai ceder às ameaças?

Terceiro livro do senhor Coben e só uma frase: queria ter beijado aquela careca maravilhosa na Bienal de 2014! Que história! Ela começa um pouco morna, onde Bolitar relembra os momentos que viveu com Emily - e quando ela o trocou por outro. Myron, na juventude, era um promissor jogador de basquete, mas uma lesão grave no joelho colocou um fim em sua carreira. Mas, conforme o tempo vai passando - e ficando cada vez mais curto para salvar Jeremy - essas lembranças doloridas acabam voltando, mas ele precisa colocar tudo isso de lado, porque precisa encontrar o bendito doador.

Conforme a trama vai se desenrolando, nós entendemos porque Harlan ganhou tantos prêmios: ele constrói uma história intrínseca, de deixar o coração do leitor na mão, ao mesmo tempo que queremos que Jeremy seja salvo, queremos saber quem é o doador, quem são os poderosos que querem que Myron pare de investigar... E ainda sobra tempo pra um princípio de romance, com a apresentadora Terese Collins, mas acho que, pelo contexto, esse romance seja algo antigo - portanto, está em outros livros.



Recebi este livro em parceria com a Arqueiro e, mais uma vez, a editora não deixou a desejar: um ótimo trabalho de revisão/edição. Só encontrei um erro, falta de atenção, inclusive. A capa também esta bem bonita, condizente com a trama - vendo essa capa, me lembrei do livro Não Fale com Estranhos, também do Harlan (resenha aqui), em que, na capa, há duas pessoas, sendo uma encapuzada, dando a impressão de um assaltante. Aqui, vi a mesma coisa: uma pessoa encapuzada escorada num alambrado, parece um assaltante também, rs.

É claro que recomendo essa história, um suspense de tirar o fôlego. Se você tiver tempo, devora em um dia! Eu só demorei dois dias porque tenho TCC, senão, teria lido sem parar. Espero que a Arqueiro continue trazendo os livros do Harlan Coben pro Brasil porque, sem dúvida, são maravilhosos!!


Olá!

Apesar de toda a correria, nada como uma boa leitura e uma boa resenha para relaxar. Quando eu era pequena, assisti Carrie a Estranha no SBT e tinha adorado, mas só recentemente descobri que o filme (eu assisti o de 2002) era baseado em um livro. De Stephen King. Aqui na blogosfera, perdi a conta de quantas resenhas de livros do King eu li, mas prometi pra mim mesma que, antes de ler qualquer coisa, eu leria Carrie a Estranha. Finalmente li. E King ganhou mais uma leitora e fã.

Como já sabemos, Carietta White, a Carrie, é uma menina que a sociedade julga esquisita. Filha de uma fanática religiosa, Carrie mais parece uma carola: é proibida de fazer praticamente tudo o que uma adolescente faz. O que muitos não sabem, é que ela tem poderes telecinéticos.

A história começa quando, após uma aula de Educação Física, durante o banho, Carrie acaba tendo sua primeira menarca. E sofre bullying por isso. Até porque a mãe jamais falou com ela sobre seu corpo, então a menina achou que estivesse morrendo. Uma das professoras vê a cena e ao invés de punir as garotas, pune Carrie (deu na cara dela, que absurdo!). Mas ao ver o estado da menina, beirando o desespero, a professora acaba se solidarizando.

Então, até chegar ao famoso baile de formatura, o autor vai falando sobre a vida de Carrie, mesclando com alguns textos acadêmicos da "Comissão White", grupo de pessoas que resolveram pesquisar sobre nossa protagonista, além de livros sobre o tema. E não, não é um livro de terror, tá mais para um thriller de suspense sobrenatural e epistolar. Ninguém vai ter pesadelos se ler.

Bem, como tem três versões cinematográficas de Carrie a Estranha, então meio que todo mundo já sabe como a história vai acabar. Ou não, a versão de 2002 é diferente do livro, eu não vi as versões de 1979 (com John Travolta) e a mais recente, com Grace Chloe Moretz e Julianne Moore. O livro é dividido em três partes, é bem curtinho e você lê em dois dias.
Há tempos que não vejo um sumário...
A edição da Suma de Letras até que está bonita, apesar dos vários erros de português que achei durante a leitura. Como já sabem (e se não sabem, vão saber agora), não gosto de rostos na capa muito menos de pôsteres de filmes como capa, muito menos acho a Grace boa atriz, mas tenho que admitir que essa capa está muito bonita. Simples e transmite a mensagem do livro.

Como eu disse, já virei fã do cara, com sua escrita simples, objetiva, detalhista sem ser modorrento e com uma história maravilhosa - que segundo o autor, foi baseado numa história real (não de telecinesia, mas de bullying contra uma menina, filha de uma fanática religiosa). Aliás, leiam a introdução, por favor, é muito engraçada!

Ah, faltou dizer que telecinesia é, segundo nosso amigo Google "é o movimento de objetos a distância, sem intervenção direta ou contato físico de alguém e supostamente devido a poder paranormal."

Então. se você ainda não leu Carrie a Estranha, vale muito a pena, depois pode ver os filmes, são bons, cada um tem sua particularidade, mas todos seguem bem à história. E sim, dá mais medo a mãe da Carrie do que da própria. Aliás, Carrie a Estranha foi o primeiro livro publicado por King, mas não o primeiro. Antes de Carrie, o autor tinha escrito outros quatro livros.


Olá!

O resenhado de hoje é um livro que, se pudesse, penduraria no pescoço e sairia por aí, levando a "palavra de Larsson" para o mundo! Não posso fazer isso, mas posso falar pra vocês minhas impressões sobre o clássico Os Homens que Não Amavam as Mulheres, do jornalista sueco Stieg Larsson. Há algum tempo, eu fiz a resenha do filme, de mesmo nome. Lá eu contei a história do filme, a história de Larsson e pincelei sobre o imbróglio que se deu após sua (tosca e prematura) morte.
Então, farei um breve resumo da história pra depois eu explicar como me senti após ler o livro. Mikael Blomkvist é um jornalista que, após denunciar um empresário, sua vida vira de cabeça pra baixo, tudo porque o tal empresário provou sua inocência e Blomkvist acabou julgado e culpado por difamação.

Então aparece o milionário Henrik Vanger na vida do nosso Mikael. Ele quer que o jornalista investigue um crime que aconteceu há quase quarenta anos: o assassinato de sua sobrinha Harriet. Como o jornalista não tinha o que fazer - estava desempregado - resolveu assumir o caso.

Enquanto isso, Lisbeth Salander tinha seus próprios problemas: sob a tutela do Estado, tinha que se submeter a um tutor que a incomodava bastante. Tirando isso, tinha uma vida até interessante: trabalhava na Milton Security, investigando pessoas - uma hacker. E foi assim que ela conheceu Mikael. Mas, o que Mikael e Lisbeth não sabiam que o crime envolvendo Harriet Vanger era só a ponta do iceberg...

O filme - o sueco, claro - foi fiel ao livro. Em vários momentos durante a leitura, me vinha na mente vários flashes do filme. Mas ao mesmo tempo, é como se o filme tivesse deixado de lado a essência da trama. A verdadeira mensagem que Larsson queria transmitir. Alguns detalhes ou foram negligenciados pelo diretor ou eu não reparei no filme, mas isso é o de menos.

A leitura não é nenhuma onda, mas me bateu forte (perdão pelo trocadilho). Quando acabei, se eu pudesse, me jogaria do ônibus - sim, eu leio no transporte coletivo, não é muito recomendado por causa do balanço, mas se você sentar na janela, a luz é boa. A escrita do autor mexe com nossa mente de tal modo que você se pergunta: como isso aconteceu? Por quê? Qual o sentido da vida?

Stieg finalmente explicou porque Lisbeth vive sob tutela do Estado, é um pouco confuso, mas é como se o governo dissesse que ela é incapaz de tomar decisões, como ter uma conta no banco, por isso é necessário que alguém faça isso por ela. Isso me intrigou no filme e o livro me tirou essa dúvida. Apesar de ter 522 páginas divididas em seis capítulos - todos com data - a leitura fluiu tranquilamente, ele escrevia de um jeito que te envolve e te ensina. Aprendi várias coisas sobre a Suécia, até.

Lisbeth é a pessoa mais antissocial que já vi na literatura mundial. Mas sabe que eu gostaria de ser amiga dela. Com ela é 8 ou 80. Ao mesmo tempo que não é compreendida pela sociedade, é um gênio da informática, mas gosta de viver à margem. Ainda não sei a motivação disso, mas com certeza tem a ver com a infância. Pela força que tem, Lisbeth Salander virou meu ideal de coragem e inteligência - eu gostaria de ser como ela, mas sem os traumas.

E o que dizer do Mikael: morro de amores! Eu não acho que o autor quisesse arrancar suspiros das leitoras ao criar o personagem - cujo apelido no livro é Micke e no filme é Kalle, vai entender... - mas mesmo assim, queria um desse pra mim. E já que não posso, pelo menos posso me espelhar profissionalmente. Ele é um bom profissional, apesar de ter cometido uma falha gravíssima - do ponto de vista investigativo, mas ainda assim é um exemplo de profissional.

Outra coisa que me chamou a atenção foi o alto número de casos de violência doméstica na Suécia: segundo o autor, em 2005, mais de 80% das mulheres sofreram algum tipo de agressão. Isso me assustou, partindo da premissa de que a Suécia é um dos países que praticamente beira a perfeição, no IDH tá ali, próximo do 1 (lembrando que o Índice de Desenvolviment Humano vai de 0 a 1). Um país de primeiro mundo não deveria ter um índice tão alto, mas, infelizmente, se nem as suecas estão livres da violência doméstica, imagine nós aqui na América ou as que vivem em regiões muito mais pobres...
Que lombadas lindas <3
Essa capa é mais bonita que a da nova edição - a nova provavelmente foi traduzida direto do sueco e tem a nova reforma ortográfica - ao passo que essa edição que tenho, que foi publicada em 2008, foi traduzida da edição francesa. Foi feito um ótimo trabalho de tradução, mas eu gosto mesmo é quando é traduzido do idioma original. Não localizei erros de ortografia, só que, se eu ler pensando na ortografia antiga, a revisão está impecável. Mas como eu li em 2016, então não posso exigir nada, mais fácil eu comprar o livro de novo, rs.

Não sei o que esperar dos demais volumes, mas, depois de ler fiquei pensando: e se a viúva de Larsson desse sequência na série? Sabe-se que o quarto volume, escrito pelo jornalista David Lagercrantz, foi escrito contra a vontade da viúva de Larsson, Eva Gabrielsson, que possui os originais de uma continuação - que foi concebida para ter 10 volumes. Não entendi muito bem os detalhes, mas de um lado da briga está a viúva, que detém os textos de Stieg e do outro estão o pai e o irmão do autor, herdeiros legais. Lembrando que Larsson não era casado legalmente, mesmo convivendo por quase três décadas com Eva, por isso a briga pela herança.

Como não saberemos se um dia a sequência deixada por Stieg Larsson verá a luz, fiquemos com o que tem: uma história de tirar o fôlego, com personagens muito inteligentes cujo objetivo é fazer tremer quem está no poder. Por ora vou dar uma pausa na série, pois tenho outras séries para encerrar hahaha

P.S.: Lá no início eu disse que a morte de Larsson foi tosca e prematura. Foi mesmo. Ele fumava cerca de três maços de cigarro por dia e adorava um McDonalds. Pois bem, no dia de sua morte, o elevador do prédio onde ficava seu escritório - no sétimo andar - não estava funcionando. Subiu os sete lances, teve um ataque cardíaco e morreu aos 50 anos, deixando uma série maravilhosa, mas um baita pepino para viúva e familiares.

Então, como nunca te pedi nada, por favor, leia essa resenha e corra pra ler os livros e ver os filmes. Foi o jeito que encontrei para disseminar a "palavra de Larsson" pelo mundo!!!


Olá!

Eu Vejo Kate - O Despertar de um Serial Killer é um daqueles livros que você precisa ler com a mente totalmente aberta. E, de preferência, não ter lido livros doces antes. Queria lê-lo desde que foi lançado e não me arrependo. Espero que gostem da resenha!
Foto: Resenha e Outras Coisas
O livro é narrado sob três óticas: de Kate Dwyer, uma escritora que está fazendo um livro sobre o passado e crimes de Nathan Bardel, um serial killer. Nathan está morto, mas ele tem seu ponto de vista, sua história pra contar. Já Ryan Owen é um ex-agente do FBI que saber muito sobre Bardel. Kate está investigando bastante sobre Bardel, está completamente mergulhada na história. E o espírito de Nathan está com Kate, a acompanhando a todo momento. 

A escritora têm seus próprios problemas: ela terminou seu namoro com Dale, mas toda vez que ele a procura em sua casa, eles transam. E Savannah, que é sua editora, que de vez em quando transa com Kate também, mas não são as melhores amigas. Entre seus conflitos e sua investigação, Kate chega até o ex-agente Owen, com quem descobre mais coisas sobre Bardel. E claro que Kate vai se envolver com Ryan.

Como já dito, Nathan Bardel está morto. Ele era o serial killer da cidade de Blessfield, Ele estuprava, torturava e matava suas vítimas. Matou 13 mulheres. Pois bem, o livro vai começar de verdade quando uma das vizinhas de Kate é estuprada e morta com requintes de crueldade, nos mesmos moldes das vítimas de Bardel. Mas ele está morto. E Kate corre perigo, Owen precisará mexer seus pauzinhos para encontrar o assassino. Será que ele vai conseguir? Será que Kate terminará de escrever seu livro?

Que livro, meus amigos! Se ele fosse um filme, com certeza o Ministério da Justiça o classificaria para maiores de 18 anos, porque o conteúdo é forte. Eu estava louca para ler esse livro logo que foi lançado, mas só o consegui quando eu fui no primeiro encontro realizado pela Empíreo. Demorei pra ler, comecei, dei uma pausa por motivos de TCC e quando retomei, fui até o fim. Ele é dividido em três partes, mas por volta da página 157, 158, é que ele fica bom mesmo. 

Como eu disse, é um livro forte. Percebe-se claramente que a autora estudou bastante sobre serial killers. Aliás, ela confirmou isso no segundo encontro da Empíreo, quando ela conversou sobre o livro. As vítimas mortas foram descritas com presteza, consegui ver cada uma delas - horrível, por sinal - mutilada, torturada e fotografada pela perícia. Mas também há o lado psicológico de Kate e Ryan. 
Autografado! Foto: Resenha e Outras Coias
Kate é autodestrutiva. Sabe que ruim para ela se relacionar com seu ex Dale, mas volta e meia eles ficam. Savannah, que supostamente é sua melhor amiga, é uma desgraçada que também não quer o melhor dela - pelo menos foi essa impressão que tive. Ryan era um agente exemplar, até que fez algo muito errado e causou uma tragédia - indiretamente, mas causou. 

Como eu disse lá no início, você só vai curtir essa leitura se, primeiro, gostar do gênero, claro. Partindo da premissa de que você gosta, então não leia nada parecido com romances. Livros melosos podem deixar você com ânsia de vômito, devido às fortes descrições. Acredito que assim seja melhor pra curtir a leitura. Pelo menos comigo foi assim: antes de ler esse, eu li Os Homens que Não Amavam as Mulheres (a resenha sairá logo <3) e como não é romance e tem umas partes fortes também, então fiquei calejada, mesmo antes de saber o que esperar na trama criada pela Claudia.

Essa história se passa em Blessfield e Miami. E antes que vocês reclamem dos brasileiros que escrevem suas histórias na gringa, saiba que a autora morou fora do Brasil dos dez aos dezesseis anos, ou seja, não tem muitas lembranças assim do Brasil. Me lembro que, no já citado evento, ela disse que o autor tem que escrever sobre o que se sente bem, por isso sua história se passou nos EUA. Inclusive, ela disse que escreveu Eu Vejo Kate em inglês e depois passou pro português. Na hora da revisão, a editora pecou um pouco, provavelmente por isso.

Por fim, seja pra sair da zona de conforto ou para conhecer como a mente humana pode ser sórdida, vale a pena conhecer Eu Vejo Kate, um suspense nacional brilhante!



Olá!

Peço desculpas pelo meu sumiço, fiquei uma semana longe daqui por causa da minha pré-banca do TCC. Mas posso adiantar que, apesar das várias leituras que fiz, habemus TCC! hahaha na verdade, ainda não sei como será feito, mas pelo menos sei que será feito - mais pra frente conto mais detalhes.

O resenhado de hoje é um recebido em parceria que li sem expectativas e acabei mergulhando numa história única. Suspense, mistério e várias polêmicas estão em Não Fale Com Estranhos, de Harlan Coben, publicado pela Arqueiro.
Não Fale Com Estranhos nos apresenta Adam Price. Um cara que tem a vida dos sonhos. Tem um emprego bacana como advogado, é casado e tem dois filhos. A história começa quando Adam está em uma reunião com outros pais, em que o técnico do time de lacrosse da escola vai chamar os jogadores. Ryan, um dos filhos de Adam, tem chances de estar no time A. Até aí tudo bem, até que um homem estranho abordou Adam, dizendo que sua esposa, Corinne, mentiu para ele.

Daí em diante, a derrocada de Adam começa. Ele tenta conversar com Corinne, mas foi desnecessário. Adam já comprovou que ela mentira para ele. Mas o que era pra ser apenas uma mentira, torna-se um jogo cruel, com mais mentiras e assassinatos. Corinne pede um tempo no casamento e some. Isso mesmo. Some, deixando apenas duas mensagens para Adam.
Enquanto isso, o homem estranho já estava atrás de outra pessoa para contar outra verdade. A pobre vítima era Heidi, uma mulher cujo segredo revelado tinha relação com uma de suas filhas. Depois veio Dan, um cara que morria de orgulho de seu filho, que estava tentando entrar na universidade através do futebol americano - mas o filho de Dan também tinha um segredo. Ainda deu tempo de mais duas mulheres terem seus segredos revelados. Porém, Dan foi chantageado. Heidi e Adam não. E as intrigas envolvendo essa complexa história começam aí.
Uma partida de lacrosse, cujo objetivo é fazer o gol, usando esse taco com uma redinha na ponta.
Como começar essa história que mais parece um emaranhado de histórias que, aparentemente, não tem sentido algum? Por que a pessoa tem que ser muito tola para acreditar em algo dito por um estranho. Mas não é que nosso personagem acreditou? Meio intrigante pensar que alguém acreditaria em um fato qualquer dito por um estranho. Mas, sabe quando aquela verdade inconveniente é revelada? Aquela que todo mundo viu, menos você? Então, esse é o ponto de partida desse livro.

Até boa parte do livro, eu achava que o estranho estava ali para contar a determinadas pessoas algum segredo podre. Mas, além desse estranho, havia um outro grupo, que tinha como objetivo destruir uma pessoa que sabia demais. Daí pra frente, nem respirei mais. Cada página era uma nova descoberta, até que, quando finalmente descubro o paradeiro de Corinne, fiquei de queixo caído. Mesmo. 

Eu solicitei esse livro junto à Arqueiro, parceira do blog e, em relação ao livro que solicitei anteriormente, o Cilada (resenha aqui), Não Fale Com Estranhos é muito, mas muito melhor. Para se ter uma ideia, li apenas em dois dias (teria sido em um dia só, se eu não tivesse que trabalhar). Enquanto que Cilada tinha um início arrastado, melhorando mais pro meio da história, este te prende do início ao fim, com várias partes que, de início, parecem soltas, mas elas se encaixam perfeitamente, contando uma história que chega a ser inacreditável, mas com uma mensagem que te faz pensar.

Em relação à parte gráfica, a editora está de parabéns. Não encontrei erros, a capa está condizente com a obra - apesar de que, pra mim, parece que o cara vai ser assaltado, rs - e as folhas amareladas permitem uma leitura confortável, mesmo quando você está em um ônibus que balança muito. Enfim, não há muito o que dizer dessa obra, a não ser, que leiam e desfrutem dessa história eletrizante! E pra saber o que aconteceu com a Corinne, né?!


Olá!

Semana de três dias úteis chegando e nada como uma boa resenha para revigorar a segunda! Para variar, é a vez do maravilhoso James Patterson aparecer novamente por aqui. Já me declaro fã de carteirinha dele e é por isso que trago mais uma aventura de um dos detetives mais famosos da literatura mundial aqui ao blog: Eu, Alex Cross.

A história começa com Alex Cross comemorando mais um aniversário com sua família: a namorada (e também policial) Brianna "Bree", sua avó Nana e seus filhos Jannie, Damon e Ali e seu colega e grande amigo, John Sampson, com sua família. Até que o telefone toca. E quando o telefone de Alex Cross toca, só pode significar uma coisa: acabou a paz. E foi exatamente o que aconteceu: do outro lado da linha, Ramon Davies, da Polícia Metropolitana, lhe daria a pior notícia de sua vida. Caroline Cross, sobrinha de Alex, foi encontrada morta. Com requintes de crueldade.

Longe dali, Johnny Tucci era procurado por um determinado grupo. Ele sabia demais e por isso pagaria com sua vida. Enquanto isso, Tony Nicholson estava preparando seu clube privativo para mais uma festa (vulgo orgia). Ele tinha uma mania sórdida: costumava assistir (e gravar) seus clientes nos momentos mais íntimos, para depois chantageá-los. O que seria comum, tendo em vista que seus clientes são nomes fortes da politica norte-americana (vulgo senadores e magnatas). Mas Nicholson temia uma pessoa: Zeus. E esse Zeus é quem realmente manda.

Caroline, Alex não sabia, trabalhava nesse clube. Sim, a sobrinha do detetive era uma prostituta. Como se não bastasse, por envolver nomes fortes da política, o FBI tinha entrado em jogo, para que a presidente dos EUA não fosse afetada (sim, no livro, os EUA são comandados por uma mulher, Margaret Vance).

Agora, se Cross quiser saber quem matou sua sobrinha e quem está por trás dessa rede de sadismo, ele terá que enfrentar tudo e todos, inclusive o FBI. Para isso, ele contará com a ajuda de Bree, Sampson e sua intuição, porque esse caso está mais difícil do que nunca, só pelo fato do alto escalão da Casa Branca estar envolvido.
Já disse que amo James Patterson? Já disse que amo Alex Cross? Pois bem, amo os dois! Quando leio algo do James, é como se não houvesse amanhã, a Arqueiro tem razão quando diz que "as páginas viram sozinhas". O cara te prende do começo ao fim com uma escrita eletrizante e, nesse caso, duas histórias que, em determinado momento, passa a ser uma só.

Nada é fácil para Alex Cross. Não seria diferente nesse livro, onde ele terá que bater de frente "só" com o FBI e a Casa Branca. Já li milhares de livros em que algum presidente fictício dos EUA é citado. Mas só Patterson coloca uma mulher no poder (e não é a primeira vez!). Além disso, como Cross é conhecido por seu trabalho e sua persistência, claro que ele encontraria vários percalços pelo caminho.

Esse eu li através de empréstimo e, mesmo sabendo que ele costumar ter duas histórias que em dado momento se unem em uma, dessa vez ele conseguiu fazer isso em 198 páginas! E sem deixar pontas soltas! Já devolvi o livro, mas ainda estou impressionada com isso.

O legal das histórias do Alex Cross é que dá pra você ler todas fora da ordem. Já li cinco obras do autor, sendo Feliz Natal, Alex Cross (o primeiro da série, que possui seis livros); Corra, Alex Cross; Zoo; e Os Assassinos do Cartão Postal (clique nos títulos e você será redirecionado às respectivas resenhas), estou com mais um dele para ser lido e ainda assim ele me surpreende, mesmo sabendo o que esperar de sua escrita...

Como o livro é de empréstimo, então seu estado de conservação era: cheiro de sebo, rs. Mas a diagramação e revisão seguem o alto padrão da Arqueiro. Apesar das letras ficarem meio que espremidas, a leitura é agradável.

Acho que, depois de tanto elogiar, é óbvio recomendar o livro para vocês. Como é curtinho, dá pra ler em um dia até. Eu terminei de ler na fila de espera de um exame que eu ia fazer! HAHAHA


Olá!

O resenhado de hoje é mais um recebido em parceria com a editora Arqueiro. A Garota sem Passado, de Michael Kardos e tem uma história que vai te prender do começo ao fim!

A garota sem passado começa com o ex-jornalista Arthur Goodale escrevendo o que ele acreditava ser seu último post em seu blog pessoal. Ele está doente, em uma cama de hospital, e resolveu abrir seu coração para seus (75) leitores, falando sobre o caso Miller, que ocorrera 15 anos antes.

No ano de 1991, Ramsey Miller resolve dar uma festa em sua casa. Horas depois, sua esposa Allie é encontrada morta e sua filha, Meg, desaparece. Todos acreditam que Ramsey fugiu, levando Meg, que tinha apenas 2 anos na época. O que não se sabe é que Wayne e Kendra, tios de Meg, a levaram para outro estado (Nova Jersey) e a criaram sob o nome de Melanie Denison.

Já em 2006, Melanie está estudando para se tornar jornalista. Ela vive sob o medo. Foi criada para viver escondida, pois cresceu ouvindo que Ramsey Miller poderia aparecer a qualquer momento e matá-la. Porém, ela se envolve com Phillip, um jovem professor, e engravida. Ela decide que não quer mais viver - nem criar seu bebê - sob o medo e a desconfiança, então pega seu carro vai ao encontro de Arthur Goodale, depois de descobrir tudo sobre o crime na internet - nem a internet a jovem podia acessar.
"Acho que a meteorologia é o único trabalho no mundo em que a pessoa é paga para errar na metade das vezes."
Que livro! Quando eu solicitei à editora, eu pedi sem expectativa nenhuma, mas já sabendo que se tratava de um grande sucesso internacional, pois a Arqueiro o divulgou com pompas. Mas, cada vez que eu ia lendo, ia me envolvendo e me surpreendendo com a trama e os personagens nela envolvidos.

Melanie Denison, apesar da pouca idade, não sabia o que queria, até engravidar de seu namorado e decidir que queria dar um basta em tudo. Os tios são boas pessoas, mas até o mais bondoso ser tem algo a esconder. E com o casal Wayne e Kendra não é diferente. Há 15 anos, Wayne era amigo de Ramsey. Eles mais dois caras tinham uma banda de rock, até aí tudo bem. Mas uma chuva de mal-entendidos faz com que suas histórias sofram uma revira-volta incrível.

O autor Michael Kardos soube trabalhar bem cada personagem, fazendo com que eles levassem o leitor a uma conclusão, então, quando você pensa que acabou, a bomba estoura e um fato novo surge. Apesar de eu já desconfiar do paradeiro de Ramsey, quando o autor finalmente esclareceu seu destino, pensei "que horrível, porém inesperado". Inesperado em partes, porque eu meio que imaginava o que ia acontecer, mas não imaginava que seria tão simples.

O livro é narrado em terceira pessoa em 1991, e em primeira pessoa em 2006 (quem narra é a Melanie). Outro personagem que merece destaque - e peço para que vocês prestem atenção durante a leitura - é David Magruder. Ele é meteorologista, sua carreira na TV foi brilhante, mas há 15 anos, ele era só mais um jornalista no meio de tantos. E era vizinho dos Miller.

Enfim, para quem gosta de suspense ou quem quer sair da zona de conforto, essa é uma ótima pedida. Recém-lançado, fresquinho, sem erros de revisão/ortografia e com uma bela capa, A Garota sem Passado vai fazer você perder as próximas horas, tamanha a curiosidade que você terá para descobrir o final!