Olá!
Escolhi o best-seller para o penúltimo tópico do Desafio 12 Meses Literários e fui com altas expectativas para a leitura de Caixa de Pássaros, achando que seria um terror bem pesado... que nada. Infelizmente, minhas impressões não são as melhores. Do livro todo só se salvam a dedicatória e os agradecimentos, que são um tanto engraçados.
SKOOB - Caixa de Pássaros começa com uma série de notícias sobre um
fato estranho, que vem acontecendo ao redor do mundo e chega nos EUA: basta que
as pessoas vejam sabe-se lá o quê, surtam e se matam. Isso mesmo, elas veem,
surtam e em seguida cometem suicídio. Logo, as pessoas passam a andar vendadas.
Portas e janelas são cobertas com cobertores e colchões. Nada mais pode ser
visto. Ninguém quer ser a próxima vítima.
Uma dessas pessoas é Malorie. Quase que ao mesmo tempo, ela
perde sua irmã para a tal visão e descobre estar grávida. Quatro anos se passam
e seus dois filhos, Menina e Garoto, estão com os ouvidos muito treinados. Eles
são capazes de ouvir o mais baixo dos sons. Mas nunca viram nada; seus olhos
sempre vendados, foram condicionados para tal.
Malorie e as crianças, devidamente vendados, precisarão
chegar até o outro lado do rio, pois é lá que (supostamente) está sua salvação.
E sob o ponto de vista de Malorie, vamos percorrer o caminho até o rio e o que
levou nossa protagonista a chegar a esse ponto.
Confesso que esperava bem mais da obra. Mas bem mais mesmo.
Não vou dizer que foi uma decepção (foi sim, na verdade) total, mas, quando eu
esperava que todas as minhas perguntas fossem respondidas... nada feito.
Esse livro me lembrou um pouco Carrie, a Estranha (resenha aqui),
porque conseguimos entender o que se passa na mente de Malorie conforme a
situação vai piorando – a narração é em terceira pessoa, mas sob a ótica dela –
e torcemos para que tudo acabe bem, principalmente pelas crianças, só que,
infelizmente, para mim, a obra não cumpre tudo o que promete.
Como me lembrei de Carrie (amo), acredito que muitos fãs de
King vão curtir essa leitura, um thriller com bastante ação, principalmente
quando a data do parto de Malorie vai chegando. Ainda consegui sacar algumas
coisas durante a leitura, mas como já disse, minhas perguntas não foram
respondidas.
Sozinha, Malorie vai lutando contra seus próprios demônios,
enquanto as pessoas estão morrendo por causa da visão, que atormenta tanto os
sobreviventes, quanto àqueles que a veem. O medo é real e palpável durante a
leitura, ela não tem muitas armas para se defender, a falta de visão e a
audição aguçada dos filhos são tudo o que ela tem.
Os demais personagens da trama são bem construídos, como a
irmã de Mal, Shannon, o amigo Tom e Gary, o que me deu mais medo no livro todo,
admito. Enquanto os anos vão passando, acompanhamos a deterioração do corpo e
da mente da protagonista, ao passo que, mais uma vez, notamos como o ser humano
age em situações extremas. A leitura vale a pena para refletir esse ponto: até
onde chegamos em nome da sobrevivência?
A edição da Intrínseca está muito bonita, a capa tem uma
textura gostosa (para ficar alisando) e o título é bem condizente com a trama,
só que não é tão visível assim. A atenção para esse detalhe é redobrada. Como
já disse, recomendo a obra para fãs de thriller e de Stephen King, só não vão
com muita sede ao pote, a decepção pode ser enorme.