Olá!

Escolhi o best-seller para o penúltimo tópico do Desafio 12 Meses Literários e fui com altas expectativas para a leitura de Caixa de Pássaros, achando que seria um terror bem pesado... que nada. Infelizmente, minhas impressões não são as melhores. Do livro todo só se salvam a dedicatória e os agradecimentos, que são um tanto engraçados.
SKOOB - Caixa de Pássaros começa com uma série de notícias sobre um fato estranho, que vem acontecendo ao redor do mundo e chega nos EUA: basta que as pessoas vejam sabe-se lá o quê, surtam e se matam. Isso mesmo, elas veem, surtam e em seguida cometem suicídio. Logo, as pessoas passam a andar vendadas. Portas e janelas são cobertas com cobertores e colchões. Nada mais pode ser visto. Ninguém quer ser a próxima vítima.

Uma dessas pessoas é Malorie. Quase que ao mesmo tempo, ela perde sua irmã para a tal visão e descobre estar grávida. Quatro anos se passam e seus dois filhos, Menina e Garoto, estão com os ouvidos muito treinados. Eles são capazes de ouvir o mais baixo dos sons. Mas nunca viram nada; seus olhos sempre vendados, foram condicionados para tal.

Malorie e as crianças, devidamente vendados, precisarão chegar até o outro lado do rio, pois é lá que (supostamente) está sua salvação. E sob o ponto de vista de Malorie, vamos percorrer o caminho até o rio e o que levou nossa protagonista a chegar a esse ponto.

Confesso que esperava bem mais da obra. Mas bem mais mesmo. Não vou dizer que foi uma decepção (foi sim, na verdade) total, mas, quando eu esperava que todas as minhas perguntas fossem respondidas... nada feito.

Esse livro me lembrou um pouco Carrie, a Estranha (resenha aqui), porque conseguimos entender o que se passa na mente de Malorie conforme a situação vai piorando – a narração é em terceira pessoa, mas sob a ótica dela – e torcemos para que tudo acabe bem, principalmente pelas crianças, só que, infelizmente, para mim, a obra não cumpre tudo o que promete.
Como me lembrei de Carrie (amo), acredito que muitos fãs de King vão curtir essa leitura, um thriller com bastante ação, principalmente quando a data do parto de Malorie vai chegando. Ainda consegui sacar algumas coisas durante a leitura, mas como já disse, minhas perguntas não foram respondidas.

Sozinha, Malorie vai lutando contra seus próprios demônios, enquanto as pessoas estão morrendo por causa da visão, que atormenta tanto os sobreviventes, quanto àqueles que a veem. O medo é real e palpável durante a leitura, ela não tem muitas armas para se defender, a falta de visão e a audição aguçada dos filhos são tudo o que ela tem.

Os demais personagens da trama são bem construídos, como a irmã de Mal, Shannon, o amigo Tom e Gary, o que me deu mais medo no livro todo, admito. Enquanto os anos vão passando, acompanhamos a deterioração do corpo e da mente da protagonista, ao passo que, mais uma vez, notamos como o ser humano age em situações extremas. A leitura vale a pena para refletir esse ponto: até onde chegamos em nome da sobrevivência?

A edição da Intrínseca está muito bonita, a capa tem uma textura gostosa (para ficar alisando) e o título é bem condizente com a trama, só que não é tão visível assim. A atenção para esse detalhe é redobrada. Como já disse, recomendo a obra para fãs de thriller e de Stephen King, só não vão com muita sede ao pote, a decepção pode ser enorme.

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Olá!

Hoje eu trago a resenha de um livro lindo, fofo, delicado e que me fez viajar para longe... Amor & Gelato é o livro de estreia da meio americana, meio italiana Jenna Evans Welch. Vamos conhecer esse livro enquanto damos uma volta de scooter e comemos gelato?
SKOOB - Amor & Gelato conta a história da jovem Lina, que, com apenas 16 anos está enfrentando uma barra muito pesada: a perda da mãe para o câncer. Porém, antes de morrer, a renomada fotógrafa Hadley Emerson fez a filha prometer que iria para a Itália. E claro que ela não iria, o que diabos perdeu lá. Foi aí que Hadley contou que o pai de Lina vivia lá, exatamente em Florença. Depois de muito relutar (e da mãe falecer), Lina decide ir para tal cidade, para conhecer Howard, que, segundo Hadley, teria as respostas às perguntas da jovem. Howard é americano, mas mora em Florença há bastante tempo.

Chegando na casa de Howard - que ela julga ser seu pai - ela se assusta. Porque ele mora num cemitério. Isso mesmo. Ele cuida de um cemitério, mas não de um qualquer e sim de um em que estão enterrados muitos soldados americanos. Mas um cemitério é um cemitério, rs. Lá ela conhece Sonia, administradora do lugar, uma simpatia de pessoa, que vai entregar a ela um diário, que fora enviado pela mãe.

Lina não quer nem saber de diário, a dor da perda é algo que ela ainda não consegue lidar. Para tentar se habituar ao lugar, ela resolve correr pelas redondezas, e aí conhece Lorenzo Ferrara, o Ren, que mora numa casa de doces - a casa tem esse nome porque lembra uma casa de doces, rs. Sendo 50% italiano (os outros 50% são americanos), será com Ren que ela vai conhecer Florença, Howard, seu passado e até mesmo o primeiro amor.
Você disse Itália? Por mais que Florença fique na Toscana e Solarolo (terra da Laura) fique na Emilia-Romagna, não tinha como eu não incluir meu ídolo máximo neste post. E o nome da música é a data de nascimento dela. Que poder.
Me interessei pela capa de Amor & Gelato antes mesmo de saber do que se tratava. É um desenho lindo de gelatos numa capa de textura muito gostosa. Decidi então arriscar nessa leitura tão maravilhosa, delicada, sensível e muito, mais muito linda. Lina, apelido de Carolina, é muito ligada à mãe, e a perda então, é imensurável. Sua melhor amiga, Addie, é quem a traz de volta à vida, a faz se sentir bem. E Ren é o que Lina terá de mais próximo de Addie na Itália. Ele é um doce de pessoa, meio italiano, meio americano e se darão bem logo de cara.

Howard Mercer conheceu a mãe de Lina quando ambos estudavam na escola de artes de Florença, ele estudando História da Arte, ela estudando Fotografia, a contragosto dos pais, que queriam que ela voltasse aos EUA para estudar enfermagem. Ele é um cara bem legal, assim como Sonia, que precisou esclarecer que não era esposa de Howard. São dois amigos incríveis, sempre pendentes um do outro.
Minha Lucy também tem uma scooter! Não, pera...
Não direi mais nada, só sei que Jenna Evans Welch ganhou mais uma fã. A autora se inspirou numa amiga para criar a história de Lina. Essa moça realmente existiu e morou num cemitério americano em Florença (onde Jenna morou por um tempo). Sua escrita cômica sem ser forçada leva o leitor a conhecer diversos pontos da cidade que fundou a Renascença, tendo como guias turísticos Lina e Ren, tendo como base o diário que Hadley deixou.

Mas como todo livro adolescente, os jovens também têm suas próprias tretas, como Mimi, uma crush de Ren, que me deu vontade de quebrar a cara, mesmo ela sendo uma Modelo Sueca linda e maravilhosa, ou o Thomas e seu Sotaque Britânico, que está super afim de nossa mocinha. Também quis quebrar a cara dele em dado momento. Por ser um livro jovem, a escrita (além de cômica) é bem tranquila, de fácil entendimento, mas sem ser rasa, pelo contrário, tem várias mensagens bacanas permeando a obra.

A edição da Intrínseca está uma delicadeza, à altura da obra de Jenna. Não localizei erros de nenhuma ordem e já disse que amei a capa? Agora fica a expectativa que a autora escreva muito mais obras e que cheguem em nosso país. Abaixo, a Intrínseca divulgou um vídeo exclusivo em que a autora fala um pouco mais da obra.

"Eu tomei a decisão errada."





Olá!

Ler Pequena Abelha me foi uma grata surpresa, isso porque a premissa é muito aberta. O autor, Chris Cleave, pede para que, após a leitura, o leitor não comente muito sobre a obra, para não estragar a magia. Então, seguindo sua vontade, vou falar o mínimo possível, para não estragar a experiência de vocês.
SKOOB - Basicamente,  Pequena Abelha vai contar a história de duas mulheres, que se encontram numa praia por um certo motivo. Vai acontecer uma situação que levará uma das duas mulheres ao extremo - e quando digo extremo, pode ter certeza que é - levando-a a fazer algo inacreditável. Dois anos se passam e essas duas mulheres se reencontram, em outro lugar totalmente diferente, numa situação totalmente diferente. Juntas, elas terão que procurar como sobreviver num lugar que é complicado para uma e hostil para a outra.

É claro que a história é muito, mas muito mais que o parágrafo acima. Mas o que posso acrescentar a isso? Uma delas é jornalista, a outra é refugiada. No segundo momento, estão em Londres. O livro é bem atual, então vai retratar um tema que, só não foi discutido com ferocidade aqui porque o Brasil é grande demais: a imigração em massa. Não que ela não esteja acontecendo aqui, mas não é como na Europa, quero dizer.

O livro é retratado em primeira pessoa, sob o ponto de vista das duas mulheres. Cada uma te surpreende de um jeito, mas a refugiada, essa me deu uma lição de vida. Cada página era um tapa na minha cara, tamanha era a verdade que ela, em parágrafos tão concisos, me mostrou. Só sei que sua maior lição ficou gravada em mim até hoje. Resumidamente, ela diz que "se os homens vierem e você não souber como se matar, aí eu terei pena de você".
A frase acima, assim, solta na resenha, pode não significar muita coisa, mas quando você lê a história dela, aí sim você saberá que ela tem razão. Não direi quem são os homens em questão, mas pode ter certeza, eles não são bons. 

Infelizmente, mais um excelente livro da Intrínseca que não teve o hype merecido. Assim como o Por Favor, Cuide da Mamãe (resenha aqui), Pequena Abelha não emplacou tanto aqui no país (pelo menos até onde me lembro), mas tem uma mensagem tão linda, mas tão real e tão atual, que até dói, só de imaginar que isso está acontecendo agora, em pleno mês de junho de 2017 - detalhe, o livro foi publicado originalmente em 2010.

Espero que tenham mais obras do Chris Cleave publicadas no Brasil, porque, pode ter certeza, ele ganhou uma fã, por sua sinceridade e crueza com as palavras, mas sem deixar de ser delicado. Ah, o título original é The Other Hand (A Outra Mão), eu preferiria que fosse traduzido ao pé da letra, mas, ao ler a história, você entende que o título seria um spoiler.

"Uma cicatriz não se forma num morto. Uma cicatriz significa: 'Eu sobrevivi'."



Olá!

Desde que li Como Eu Era Antes de Você (resenha aqui), passei a querer ler tudo da Jojo Moyes, e a oportunidade veio com Um Mais Um, que apesar de lembrar matemática, é um romance super fofo que vale a pena demais ser lido. Confira a resenha.
SKOOB - Um mais um conta a história de Jess Thomas, uma mãe solteira que vive para seus dois filhos. Ela tem dois empregos – faxineira e barwoman - e está sempre pensando em como melhorar a vida deles. Alem dos dois filhos, Jess também tem um cachorro, o Norman. A família Thomas vive em uma pequena cidade na Inglaterra. Seus dois filhos são Nicky, que é meio gótico, e Tanzie, uma garotinha que ama matemática. E por causa da matemática, Tanzie ganhou uma bolsa de estudos em um colégio super bacana – e caro. Porém a bolsa era de 90%, e os 10% restantes são uma quantia cara demais para Jess. Até que surge a Olimpíada de Matemática, uma competição em que os melhores colocados ganham um bom dinheiro – o suficiente para Jess pagar a quantia restante para a menina estudar.

Do outro lado temos Ed Nicholls, um nerd que se vê às voltas com a justiça quando, depois de se envolver com uma ex-colega de faculdade, é acusado de “repassar informações privilegiadas”, um crime que, na Inglaterra, pode dar até 25 anos de cadeia. Além disso, Ed está com um problema pessoal grave. Seu pai está muito doente, sem falar em sua ex-esposa, que tenta arrancar dinheiro sempre que possível. Ed vai encontrar Jess pela primeira vez quando ela vai fazer faxina em sua casa, mas ele a trata como se ela fosse um ser inferior. Entre um encontro e outro, Jess, no desespero, comete um erro grave.
Jess está preocupada porque não tem muita grana para bancar a viagem até a Escócia, onde seria realizada a Olimpíada. Mas a ajuda viria da pessoa mais improvável: Ed Nicholls. Ela, Ed, as crianças e Norman enfrentariam uma viagem não só em nome da matemática, mas também em nome das mudanças e do desejo de uma vida melhor.

Como a Jojo é maravilhosa! Esse livro traz um choque de conceitos: Jess e Ed, cada um com suas convicções, mas que sempre faziam por onde dar a volta por cima. A escrita da autora é leve e tranquila, sempre focando nos sentimentos de cada personagem, mostrando como podemos nos identificar com cada um deles. Além dos sentimentos românticos, ela aborda outros problemas, como bullying, cuja principal vítima é Nicky, tudo porque ele não se encaixa nos perfis impostos pelos valentões do bairro - Nicky usa rímel e calças justas, não por ser gay, simplesmente por gostar, - os pais que "abortam", aqueles que abandonam seus filhos à própria sorte - e aos cuidados da mãe.

Uma coisa que me surpreendeu foi a distância. Gente, como a Escócia é perto da Inglaterra! Não só pelo fato de que são parte do mesmo território (isso é óbvio), mas como é super fácil ir de carro. Tipo, "vamos ali na Escócia fazer uma prova", como se os dois países fossem bairros vizinhos. Mas muito vizinhos mesmo.
Amo este detalhe da capa e irei protegê-lo.
Jess é a típica mãe que faz de tudo por seus filhos, se desdobra em várias para não deixá-los desamparados, já que o pai resolveu ir embora, porque "estava cansado". Legal, né? E olha que essa história se passa no Primeiro Mundo, ou seja, nem lá as coisas funcionam perfeitamente. Quando o paradeiro de Marty, o pai, é revelado, minha vontade foi de entrar no livro e chutar a cara dele até dizer chega. Um completo canalha.

Apesar de amar matemática, Tanzie é um amor de menina! Com apenas 10 anos, ela é mais madura que muito personagem literário adulto. Para ela, tudo pode ser resolvido como se os problemas da vida pudessem ser resolvidos como equações e fórmulas. Ela é totalmente diferente de Nicky, mas ambos são unidos e, apesar das dificuldades, se sobressaem, e ainda vivem situações um tanto engraçadas. Norman é o mascote, um grande cão que, de início, mais parece um peso morto, mas que mostrará que sim, é o amigo ideal para a família - tão grande quanto o famoso Beethoven.

A edição da Intrínseca está muito linda, com essa capa simples, mas que transmite bem a mensagem da obra. A história é contada em terceira pessoa, mas com os pontos de vista de todos os personagens, não tem erros de nenhuma ordem e a autora fez um grande serviço àqueles que não podem viajar nos contando sobre como é a viagem Inglaterra-Escócia. A narração é tão perfeita que é possível visualizar como são as estradas e os locais que os personagens visitam. Enfim, mais uma vez Jojo nos mostra porque é a queridinha dos romances.




Olá!

Desde seu lançamento que eu estava com vontade de ler essa belezinha, mas por causa de seu preço salgado, acabei adiando, até que, graças às trocas que fiz no Dia Mundial do Livro, lá no Villa-Lobos (minhas costas doem até hoje), finalmente pude conhecer Simon vs a agenda Homo Sapiens, da Becky Albertalli.
SKOOB - Como já podemos ver, Simon é o protagonista dessa história, em que ele é gay e troca e-mails com um certo Blue, até que ele é descoberto por Martin, seu colega de classe. Simon tem uma família meio doida, mas que o adora - e ele os adora também, claro - e seus amigos Leah, Nick e Abby.

Martin, ao descobrir que Simon é gay, resolveu chantageá-lo: ou Simon "agitava" Abby para Martin ou ele ia revelar o conteúdo do e-mail no Tumblr oficial da escola em que estudavam. Como Simon - obviamente - queria manter segredo, acaba cedendo à chantagem.

*Agitar é gíria para "convidar para sair" ou "ficar" (pelo menos na época que eu estudava, usava-se muito esse termo. Eu usei muito esse termo).

Porém, conforme o tempo vai passando, a troca de mensagens vai se intensificando e seu maior desejo é saber quem é Blue. Nosso protagonista ama Elliott Smith, biscoitos Oreo e morre de medo de sair do armário. Ele mora no estado americano da Geórgia, que, pelo que percebi na trama, tende para o lado Republicano (o lado do Trump, caso não tenham entendido).
Como tudo mais o que eu diga pode ser spoiler, posso afirmar que Simon vs a agenda Homo Sapiens foi uma grata leitura. Já é o terceiro ou quarto romance LGBT que leio e a Becky conseguiu, com maestria, sair dos clichês e, ainda assim, abordar diversos problemas, como bullying e homofobia - talvez o fato da autora ser psicóloga tenha ajudado.

Simon é um amor de pessoa, que conhece Leah e Nick desde sempre e, mais recentemente, Abby. E, como eles estão no Ensino Médio, os hormônios estão à flor da pele! Como estão em idade escolar, tudo é mais difícil de entender, para eles tudo é mais complicado, mas tudo é mais divertido também. O grande dilema de Simon, nesse momento, é evitar que seu segredo com Blue venha à tona, mas, ao mesmo tempo, ele quer saber quem é o tal amigo...

Desde que vi esse livro na Turnê Intrínseca do ano passado me apaixonei por ele! Essa capa, toda trabalhada no vermelho é sexy sem ser vulgar, rs. Realmente é muito bonita. As 270 páginas passam num piscar de olhos, isso porque a escrita da Becky é fluida e de fácil compreensão - totalmente voltada para os jovens. A obra é pequena em tamanho, mas grande na mensagem que transmite. Impossível não ser fã da Becky e espero que mais obras dela cheguem no Brasil.




Olá!

É sempre bom sair da zona de conforto, mas e se você pudesse fazer isso sem precisar sair da sua zona de conforto? Sim, a frase ficou estranha, mas é isso mesmo. E logo abaixo eu explico, mas posso adiantar que esta experiência foi melhor que a anterior. Confira a resenha de Por Favor, Cuide da Mamãe.
SKOOB - Por Favor, Cuide da Mamãe é o romance da sul-coreana Kyung-Sook Shin e conta a história de Park So-nyo, de 69 anos e moradora de uma cidadezinha do interior da Coreia. Um certo dia, ela e o marido pegaram o trem rumo a Seul para comemorar o aniversário dele - e o dela também, já que as datas são próximas. Só que, na estação, o casal se desencontra e ela acaba desaparecendo.

No desespero de encontrar a mãe, os filhos colocam cartazes por toda a cidade. Os dias vão passando e nenhum notícia de Park So-nyo. Nesse meio tempo, os filhos começam a vasculhar a mente em busca de lembranças.

A mãe fazia de tudo para que seus cinco filhos se tornassem alguém na vida. Hyong-chol, o primogênito, sempre quis ser promotor público, por exemplo. Já a terceira filha, Chi-hon, é escritora e vive viajando pelo mundo, por isso diz não ter nada para lembrar da mãe. Mas é claro que isso não é verdade.

Li esse livro lá pelos idos de 2009 (ou 2010? Fica o questionamento...), mas a história ficou guardada no meu coração; nunca me esqueci da delicadeza com que a autora narra a trama, mesmo em terceira pessoa. Os personagens contam a história como se estivesse conversando com o leitor, tamanha intimidade na escrita.
Uma coisa que me chamou a atenção foi que todos os personagens - sem exceção - que tinham uma convivência com a Park So-nyo a tratavam por Mãe, ao passo que seus filhos a chamavam de Mamãe. Para que vocês vejam como o povo coreano é fiel às suas raízes acerca de educação e família - isso também é visto em doramas. O livro fala muito sobre arrependimento, perdão, amor e a autora delineou a obra de tal modo que você visualiza tudo, como se estivesse vendo um filme.

Outra coisa que me chamou a atenção foi na capa, o rosário de pau-rosa, encontrado somente no menor país do mundo e que foi bem representado na capa. Uma metáfora perfeita para o conceito de mãe e filha.

Quando tive a oportunidade de reler, me emocionei porque ele nos faz pensar em como tratamos nossa mãe. E muitas vezes me vi nos filhos da Park So-nyo, isso porque, assim como eles, não tenho facilidade em demonstrar meus sentimentos. Eu amo minha mãe, mas não saio anunciando por aí, deixo isso subentendido.
A obra também mostra como tem coisa boa na literatura oriental, mas que chega a conta-gotas para nós do Ocidente. Como a Coreia não vive só de dorama e k-pop (graças a Deus), foi publicado originalmente em 2008, mas só chegou no Brasil em 2012, pela Intrínseca, no mesmo ano em que foi agraciado com o prêmio Man de Literatura Asiática - foi a primeira mulher a ganhar tal honraria. Além disso, tem muita informação bacana sobre o país.

Esse livro é uma ferramenta que nos ensina sobre família, amor, perdão e poder reler foi uma grata surpresa, pois compreendi melhor a mensagem hoje do que quando li da outra vez. Ah, lembra que, no início do post eu falei sobre sair da zona de conforto sem sair dela? Pois então, isso me aconteceu quando li este livro, pois, até o momento, só li dois autores asiáticos: Kyong-Sook Shin e o Khaled Hosseini. E ela é a única autora coreana que conheço. Se você conhecer mais nomes, por favor, deixe nos comentários.



Olá!

Cumprindo o terceiro tópico do Desafio 12 Meses Literários (meu progresso você acompanha na sidebar), o resenhado de hoje é um livro que eu deveria ter lido há muito tempo, mas só agora pude acompanhar essa maravilha de história. Saibam porque o livro de Maurício Gomyde é tão... Surpreendente!
Skoob
Ajude o Resenha a se manter comprando seu exemplar aqui: Amazon
Surpreendente! nos apresenta o jovem Pedro Diniz, recém-formado em Cinema, mas que tem um grande desafio na vida: com apenas 25 anos, ele detém apenas 50% de sua visão, por causa de uma doença degenerativa, uma espécie de "cabresto invisível" que não lhe permite ter a visão periférica. Seu grande sonho é ganhar o "Cacau de Ouro", que é um grande prêmio do cinema brasileiro. O surpreendente é que, em dado momento de sua vida, a doença parou de degenerar, parando na porcentagem citada. Mais surpreendente ainda é o fato de que ele não tem um roteiro.

Tendo como melhor amigo o Fit, que estuda Cinema, Pedro, às noites, comanda um cine clube que fica no subsolo de uma cafeteria, em que exibe clássicos do cinema, mas que sofre com a falta de público. De dia, ele é gerente em uma locadora de DVDs em um bairro pobre de São Paulo - sim, em um passado não tão remoto, podíamos alugar DVDs a um preço bacana. 

Em uma dessas vezes que ele exibiu um filme no cine clube, além dos frequentadores de sempre - entre eles, um senhor de idade que sempre sai ao fim da sessão, sem dizer nada - ele vê uma moça que fica entrando e saindo da sala durante a exibição. Depois ele viria a descobrir que essa jovem, de nome Cristal, é funcionária do local, por isso o entra-e-sai da sala. E claro que ele fica "parado na dela" - uma moça de cabelos vermelhos e olhos verdes.

Pois bem, um certo dia, a locadora onde Pedro trabalha sofre um assalto. Ele é feito de refém e, devido a uma coronhada, a doença volta com tudo e seu médico é categórico: ele perderá a visão em pouco tempo. Por isso, ele se junta com Fit, Cristal e Mayla - que é sobrinha da dona do cine clube - e resolve partir em uma aventura, que consiste em documentar em um filme toda a viagem de São Paulo até Pirenópolis (GO), para encontrar sua avó, pois ela tem um segredo a contar. Aliás, ele ficou sabendo que sua avó tinha algo a lhe contar quando ele tinha 13 anos e ganhou um olho turco dela - esse mesmo que está na capa.
Quem já leu qualquer coisa do Gomyde, sabe como ele é maravilhoso com as palavras. E aqui não é diferente! Apesar de, no início, o Pedro me parecer um pouco prepotente - por querer, de QUALQUER JEITO, o Cacau de Ouro - talvez, por ele ter sido criado em uma boa família e não ter feito tanto esforço para conseguir suas vitórias (ele estudou na USP, só pra começar...). Mas ele se mostrou um cara incrível, que apesar de ter se abalado por causa da cegueira iminente, busca seus sonhos e faz de tudo para alcançá-los. Inclusive, ao saber que não era possível reverter a doença, o rapaz que sempre tinha uma citação na ponta da língua, passou a ser um rapaz amargurado, e isso é bem visível durante a obra.

Além de um lindo romance - o terceiro desafio é um romance escrito por homem - o livro é forrado de citações de obras cinematográficas clássicas, como Oito e Meio, de Fellini (o filme mais maravilhoso e psicodélico da face da Terra, assistam), grandes nomes do Cinema, como o próprio Fellini, Sérgio Leone (diretor), Nino Rota (compositor), além de grandes atores e atrizes, bandas de rock... Enfim, um livro que teve muita pesquisa pra poder citar tanta coisa bacana.

Sobre a edição da Intrínseca: tão azul e linda! É dividido em quatro partes, cada uma com um quote de uma personalidade do cinema. São capítulos curtos e bem narrados, nos inserindo na trama e na São Paulo que tem tanta coisa boa escondida por aí... Não encontrei erros de nenhuma ordem e esse olho turco da capa é uma graça!
O mais engraçado foi a forma como eu adquiri: estava na bienal (sdds), no lotado estande da Intrínseca, quando vejo um cara rodeado de garotas, todos rindo e conversando. Aí eu reparei bem e pensei: "Aquele não é o Maurício Gomyde? É sim!" Fiquei reparando nas promoções e esse livro estava por 20 golpinhos. Pensei, por quê não? E só tinha um exemplar na bancada. E bem na hora que uma das moças que estava com ele fez o movimento de pegar o livro, eu a atravessei e peguei! Ele viu e deu risada - e eu fiquei sem graça, claro. Mas pedi pra ele não sair de lá! Comprei e claro, o tietei, com direito a foto! Fazendo jus ao momento, a dedicatória não poderia ser outra!

No mais, recomendo a leitura a todos!!! Pena que demorei pra ler, mas é uma trama linda, que envolve o leitor num carrossel de sentimentos, com uma premissa linda e uma mensagem acolhedora e maravilhosa! Não à toa, esse livro foi publicado na Espanha e em Portugal!

E os filmes do Fellini são maravilhosos. #pas

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Olá!

O Vida Literária está de volta! Pra quem não lembra, eu, a Ani, do EC&M e a Raíssa, do O Outro Lado da Raposa criamos esse projeto, que consiste em nós três lermos uma obra (cada mês uma escolhe), discutirmos e depois resenhar a obra. Este mês, a Raíssa escolheu A Verdade Sobre Nós, da Amanda Grace - pseudônimo de Mandy Hubbard, escritora e agente literária.

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Este livro, que me deixou com sentimentos conflitantes, conta a história da jovem Madelyn Hawkins, uma jovem que vive sob as expectativas e pressões de seus pais: sempre com notas boas, seu futuro está traçado nos mínimos detalhes, foi para a faculdade com apenas 16 anos, através de um projeto relativamente comum nos EUA, o Running Start, que permite que jovens com notas acima da média frequentarem a faculdade, pulando os anos finais do Ensino Médio.

Só que ela não queria seguir à risca a vida que seus pais - um professor de educação física e uma engenheira - impuseram a ela. Chegou o momento que ela queria seguir seu coração. E isso aconteceu na aula de Biologia, quando ela conheceu o sr. Cartwright.

Bennett Cartwriter tem 25 anos e ama lecionar. Ele precisa se conter, pois, quando vê a jovem em sua sala, sente algo novo. Claro que vai pintar um clima. Aliás, mais que um clima, ela se apaixonará por ele e será correspondida. Mas, como vocês perceberam, há uma considerável diferença de idade. Como se não bastasse, nossa Madd simplesmente não conta a verdade sobre sua idade - e não é spoiler, logo de cara ela anuncia a situação.

Apesar desse segredo, eles vão se relacionando. Mas, Bennett, achando que ela tinha 18, resolveu esperar um tempo para que pudessem ficar juntos. E durante essa temporada, ele foi educado e respeitador, enquanto ela só queria beijá-lo. Agora, Madd está entre a espada e a parede: ao mesmo tempo que está envolvida, sabe que, de certa forma, o que está fazendo é errado.

Como eu disse, fiquei com sentimentos conflitantes. Não sei dizer exatamente se gostei ou não. Nunca li nada da Amanda, mas gostei de sua escrita fluida, corrente. Mas não gostei dos rodeios, em certo ponto, a leitura é um pouco lenta, a descrição fica modorrenta, o que me fez ler mais devagar, já queria que chegasse o fim mas nunca chegava.

O final terminou como esperava. A autora soube dosar as palavras. Aliás, o livro foi escrito como se fossem cartas de Madd para Bennett, portanto, em primeira pessoa. Digamos que, dada a gravidade da situação que a protagonista se meteu, Amanda soube ser delicada e ainda assim transmitir a mensagem - eu já estava xingando a Madd nos primeiros capítulos, já que, logo de cara temos uma ideia de como vai acabar. O fato de ter sido escrito de forma epistolar rendeu um debate interessante entre nós.

É o primeiro livro dela que leio. E, mesmo não sabendo o que sentir em relação à obra, procurarei mais livros dela, pois sua escrita fluida me cativou (menos nas partes modorrentas); é uma trama simples, com um final que beira o óbvio, mas ainda assim vale a pena arriscar. É uma leitura rápida, que pode ser feita em dois dias. Para curar uma ressaca literária, a leitura é muito recomendada.

E você, já leu A Verdade Sobre Nós? O que achou da resenha? Vamos lá, me ajude a entender essa história!

Foi uma das leituras mais rápidas que já fiz. Não conhecia a escrita da autora e ela me ganhou, mesmo não sendo uma obra que eu amei 100%, foi um livro que me fisgou. Por termos apenas a visão da personagem principal, fiquei na dúvida se tudo o que ela relatou é real, ou invenção... Mas foi uma obra muito interessante e gerou bastante debate. Vale a pena a leitura. – Ani
Na minha visão a autora quis abordar mais o amadurecimento da personagem principal do que o romance proibido em si. De início o enredo parece meio clichê, mas esse é o diferencial desse livro. Podemos acompanhar uma garota que se sentia presa pelas expectativas e regras dos pais e ao conhecer Bennett ela percebe as outras possibilidades da vida. – Raíssa
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Olá!

Mais um mês se encerrando e isso significa que agosto não durou três anos é dia de Vida Literária! Quem escolheu este mês foi a Ana (EC&M). Temporada de Acidentes é o primeiro livro da franco-irlandesa Moïra Fowley-Doyle. Eu o conhecia só de nome, se li duas resenhas foi muito. Por ter elementos fantásticos à la Neil Gaiman, não foi uma leitura tão proveitosa assim. Vem conferir a resenha!
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Temporada de Acidentes conta a história de Cara, uma jovem que, junto com sua família, está esperando começar a tão temida temporada de acidentes, que, como o nome diz, é o mês em que todos sofrem acidentes dos mais diversos graus, desde pequenos cortes até ossos quebrados. A temporada em questsempre acontece no mês de outubro.

Uma coisa que chama a atenção de Cara durante esse mês é que, em várias de suas fotos, aparece sua amiga Elsie. Quer dizer, sua antiga amiga, pois elas se afastaram com o passar do tempo. Praticamente em todas as fotos de Cara, Elsie aparece, sempre no canto. Na escola onde estudam, há a caixa de segredos, que como o nome diz, é uma caixa onde os alunos guardam seus segredos, depois de datilografados em uma máquina de escrever. Elsie era responsável. Até que, um certo dia, ela falta.

Cara e sua trupe, formada por sua irmã Alice, seu irmão postiço Sam (postiço porque o pai dele, Christopher, foi casado com Melanie, mãe dela, porém ele os abandonou), e sua melhor amiga Bea resolvem investigar o paradeiro de Bea, ao mesmo tempo que se cansam de passar por tantos apuros durante o mês de outubro.

Como eu disse lá em cima, a leitura não foi tão proveitosa. Já é sabido que eu não sou tão fã de livros de fantasia (e ainda assim os leio, rs), por diversos motivos, sendo um deles o fato de que nunca me concentro 100% na história. Sem falar nas coisas inverossímeis que acontecem (mas é fantasia, dããã). Enfim, para um primeiro romance, Moïra escreveu uma bela história, com detalhes que se encaixam perfeitamente, que apesar de não estar tão concentrada assim, consegui ir até o fim, pois a história instiga (quem inventou essa temporada?) o leitor a conhecer a história de Cara.
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Ao ler o ebook, me lembrei de outro livro que li, O Oceano no Fim do Caminho, do Neil Gaiman (resenha aqui). Guardadas as devidas proporções, são histórias parecidas. Crianças/jovens que pensam estar em uma história, quando estão em outra bem diferente (ainda acho que eles fumam um baseado quando escrevem, mas ok, rs). Se virasse um filme, acho que teria classificação livre, pois as crianças iriam amar acompanhar a Cara nessa aventura.

Eu li a edição digital, então não vou opinar sobre diagramação. Vi só um erro de revisão, nada grave. A capa da Intrínseca está muito bonita. Até onde pesquisei, só esse livro dela foi traduzido. Espero que ela continue, porque sua escrita, apesar de não ter me conquistado plenamente, é muito boa. Para os fãs de fantasia, a leitura é recomendadíssima!

Quando eu estava no evento da Intrínseca, esse livro me animou muito.. claro que depois de perceber o caminho escolhido da autora, pude ver que as expectativas foram altas demais. Entretanto, foi uma leitura proveitosa, por mais que seja uma fantasia, coisa que eu não sou fã, esse livro fluiu facilmente.
Então, eu acho que a leitura seria bem proveitosa até para quem não é tão fã assim do gênero. Ani Lima, Entre Chocolates e Músicas.


Olá!

Na última quarta (30), rolou no shopping Center Norte, em São Paulo, a quinta edição da Turnê Intrínseca, do qual eu fui e hoje trago para vocês minhas impressões!
Saquinho oficial rs
Mais uma vez cheguei cedo ao local do evento, às 16h. As senhas seriam distribuídas às 17h e a turnê começaria às 18h. A equipe era composta por sete pessoas (salvo engano), envolvidas no marketing e nas vendas dos produtos Intrínseca. Ao entrar no evento, recebemos um cartão de duas cores: de um lado azul e do outro, amarelo). Cartões bem simples, mas muito bem feitos, logo menos eu conto como usamos.

A Dani, que era a mestre de cerimônia, começou falando dos livros de ficção: Depois de Você (Jojo Moyes), o novo livro do Rick Riordan, o livro S. (que é maravilhoso, vale a pena ter dois exemplares), entre outros títulos muito bons. Depois vieram os de não ficção e os de literatura jovem. Preciso pontuar que a editora lançou - contra a vontade dos presentes (e minha) - o livro da Vih Tube, que segundo a editora, é um livro sobre coisas que podem acontecer com qualquer pessoa. Por mim, a editora nem lançava, mas ela é uma empresa e precisa lucrar (e isso será assunto para outro post).

Ali em cima eu falei do cartão que recebi na entrada do evento. Pois bem, ele foi utilizado na seção "Lançamento às cegas". Basicamente, a Dani falava duas premissas e nós, usando o cartão, dizíamos qual livro queríamos saber. As capas apareciam no telão. Exemplo: livro azul fala sobre romance de época e livro amarelo fala sobre amor revolucionário. Quem quisesse saber do azul, levantava o lado azul do cartão. Quem quisesse o amarelo, levantava o lado amarelo. Nesse caso, deu empate e os dois foram lançados: o azul era o Minimalista e o amarelo era o Vida e Morte/Crepúsculo.

Depois de mostrarem os lançamentos, vieram as perguntas: basicamente, todo mundo perguntou sobre continuações de séries já lançadas. Uma pessoa fez a única pergunta realmente interessante: como um autor iniciante pode enviar seus originais para a editora? E a resposta foi de cair o queixo: a Intrínseca não recebe originais de autores "comuns". Eles que convidam fazem um projeto em comum o autor (geralmente alguém famoso ou jornalista importante). Portanto, risquem a Intrínseca de suas editoras para receber originais. Também mostraram suas redes sociais e a programação do Snap da editora, o "ed.intrinseca". (o meu é blogresenha). Todo dia, exceto quinta e fins de semana, tem um programa diferente.



Por fim, o sorteio! Muito bem organizado. Tinham vários livros e brindes para sorteio. O momento mais engraçado foi quando sortearam o livro da Vih Tube. O rapaz ganhou e se escondeu! A muito contragosto recebeu o livro. Claro que não ganhei nada.

Ao final, cada convidado recebeu um brinde: um saco de papel (parecendo aquelas lancheiras de papel dos filmes americanos rs) com bottons, um pin, cartões com os lançamentos, uma caneta e marcadores. Sem falar que finalmente fiz a social e distribuí (e troquei) meus marcadores entre os presentes (mas isso foi antes do evento, enquanto a fila estava organizada, rs). O mais legal é que muita gente adorou... o pote de Nutella! Caso você não tenha reparado, o cabeçalho do blog tem várias imagens, entre elas tem um pote de Nutella. Ah, e caso você me reconheça do blog, pode me abordar, eu não mordo, só sou tímida demais e dificilmente vou te reconhecer (de rosto, eu guardo bem nomes).






É isso, espero que tenham gostado do post e, caso você tenha ido, deixe suas impressões nos comentários!


Olá!

No Vida Literária de Março, a Raíssa escolheu o livro O Oceano no Fim do Caminho, de Neil Gaiman. Pra quem não lembra, todos os meses, eu, a Ani e a Raíssa lemos um livro, comentamos e o resenhamos. Nunca li nada do Neil, então a escolha veio em bom momento. Infelizmente, a leitura não foi nada prazerosa.


O Oceano no Fim do Caminho começa quando um homem (cujo nome não é revelado) aproveitando que tinha que ir a um funeral, resolve visitar uma idosa, cuja neta, há muitos anos, se mudara para a Austrália. Chegando na fazenda dessa idosa, ele pede para ir até o lago, nos fundos da fazenda, ele se senta em um banco e começa a relembrar uma série de fatos que lhe aconteceu quando tinha apenas sete anos.

Quando tinha sete anos, o protagonista morava com seus pais e sua irmã em uma casa grande e bonita, porém, como os pais estavam com muitas dívidas, resolveram alugar o quarto do menino, que ficava no alto da escada. Por lá passaram várias pessoas. A mais marcante foi o minerador de opala. Esse homem, um certo dia, roubou o carro da família e fugiu até uma estrada deserto, onde cometeu suicídio. 

No dia seguinte, o menino e seu pai, junto com a polícia, vão até o local onde o carro foi encontrado. O carro estava numa estrada deserta, cujo final se dá na fazenda das Hempstock. Ainda na estrada, o menino conhece Lettie Hempstock. Ela tem onze anos e o convida para ir até sua fazenda, enquanto seu pai conversava com a policia. Mal sabia ele que, com esse suicídio, forças ocultas que até então estavam adormecidas voltam com toda a força, prontas para atingir o menino e sua família.

A premissa parece interessante, certo? Sim, para quem gosta de livros que tenham magia e fantasia e coisas ocultas, o que não é meu caso. Sempre é bom sair da zona de conforto, mas para isso, acredito, o livro tem que ser interessante e não pode ser cansativo. Tudo o que esse livro não foi.

Com uma fantasia diferente das convencionais, Neil traz um universo novo e uma forma diferente de vermos a vida. Infelizmente, a obra não funcionou 100% comigo, mas foi uma leitura agradável. Gostei das reflexões feitas ao terminar a obra e aconselho para quem gosta do estilo. Ani Lima

Gaiman explora a mente infatil do personagem e cria um universo fantástico, cheio de possibilidades e sem nenhuma certeza de nada. Você fica se perguntado se as coisas que o garoto vê e os personagens que interagem com ele são realmente reais ou se é tudo invenção dele.
Para se aproveitar essa estória ao máximo é necessário que a pessoa tenha a mente aberta e não espere entender tudo logo de cara. Nesse livro não existem verdades concretas, cada um interpreta de um jeito e não adianta ficar buscando muita lógica, afinal de contas é uma criança de sete anos quem está narrando. Raíssa Martins

Neil escreve muito bem, isso eu afirmo. Porém, ele deu detalhes demais - alguns até nojentos. Ele pensou numa história com bastante fantasia. O problema é que tem fantasia demais. Eu fiquei confusa, doida para acabar o livro logo, porque realmente ele enrolou bastante. A trama não me prendeu, cada hora o menino passava por uma situação mais inacreditável que a outra. Digamos que não é todo leitor que vai acreditar no mundo que o garoto contou, achei bem descabido.

Uma coisa que me irritou muito no livro foi a repetição de diversos termos, entre eles, 'não mais'. Tudo bem que o personagem, durante toda a história (menos prólogo e epílogo) está com sete anos. Mas, eu acho que, ninguém com sete anos repete tantas palavras em uma frase. Segundo o Translate, 'não mais', em inglês é any longer ou anymore. E eu não acho que nenhuma criança de sete anos anglófona repita tanto anymore - a menos que esteja cantando All By Myself.

Como eu disse, infelizmente, essa leitura não me prendeu. Porém, se você gosta de magia, fantasia, forças ocultas e afins, essa deve ser a sua próxima leitura. Eu li a edição digital, porém não localizei erros de revisão, o que achei ótimo.

Para o próximo mês, eu escolhi Para Sempre Alice. Todo mundo elogiou o livro e o filme, então, achei um momento super conveniente para confirmar se a história é boa ou não.

Postagem participante do:




Olá!

A resenha de hoje é de um livro que, apesar de seu final, fez meus olhos encherem de lágrimas. Já tinha lido algumas ótimas resenhas sobre ele, mas resolvi tirar minhas próprias conclusões. Desfrutem a resenha de Como Eu Era Antes de Você, da inglesa Jojo Moyes.

Não tenho palavras pra descrever esse livro. Simplesmente não tenho palavras! Maravilhoso, perfeito, delicado seriam ótimos adjetivos, mas não chegam perto da história. Tentarei trazer minhas impressões.


Como Eu Era Antes de Você nos apresenta Louisa Clark, a Lou. Ela tem 27 anos e trabalha em um café nos arredores de Londres. Ou melhor, trabalhava, pois o dono do local o vendeu, deixando-a desempregada. Ela namora Patrick, um maratonista obcecado por academia e esportes radicais.

Mas, antes de falarmos mais sobre Lou, vocês vão conhecer William Traynor, o Will. Um importante executivo. Após sair do prédio onde trabalhava, ao chamar um táxi, foi surpreendido por um motoqueiro. Uma grave lesão na coluna e ele fica tetraplégico.

Depois disso, Will se trancou em seu mundo de sofrimento. Sua família não é a mais unida: o pai, Steven, é ausente. A mãe, Camilla, trabalha muitas horas em sua função de juíza. A irmã, Georgina, mora na Austrália.

A família de Lou, no entanto, é bem diferente – pra melhor: o pai, Bernard, trabalha em uma fábrica de móveis, mas está prestes a ser demitido. A mãe, Josie, é uma dona de casa um tanto neurótica. A irmã, Latrina “Treena” é mais inteligente e vive fazendo o que dá na telha. Ela é mãe do pequeno Thomas.

Os destinos de Will e Lou vão se encontrar quando ela vai procurar emprego no Centro de Trabalho. Entre dançar pole dance e trabalhar numa fábrica carne de frango (como chama mesmo?), ela decide ir fazer uma entrevista para ser cuidadora de um tetraplégico.

Ela já começa a passar vergonha na entrevista. Ela está usando uma saia de sua mãe, que é obvio que não serve nela. A saia só rasga enormemente. Mas ela acaba ficando com a vaga. A família precisa de dinheiro e o contrato era de seis meses. O que poderia dar errado?

A relação de Lou e Will não começa nada bem. Ele é ríspido e ela nunca sabe o que fazer. Mas, o tempo e a ajuda de Nathan, o enfermeiro de Will, os dois vão acabar arrumando as arestas. A rispidez de Will e o jeito único de se vestir de Lou garantem uma leitura um tanto engraçada.

O jeito de se vestir de Lou é um caso a parte. Ela se veste mal. Mal mesmo. Ela usa saia de matelassê. Matelassê ainda existe? Mas, na verdade, ela esconde algo horrível. Uma coisa que aconteceu em seu passado e que ainda a atormenta. O que Lou não sabe é que Will tem um prazo. Quando ela descobrir, só terá seis meses para tentar reverter essa situação.


Me apaixonei por essa história! Um romance que foge totalmente dos clichês. Lou é uma garota sem um rumo na vida, vai vivendo um dia de cada, desperdiçando seu futuro. Do outro lado, Will vivia cada dia como se fosse o último, trabalhava e se divertia como poucos. Esses dois, que nada tem em comum vão se aproximar de tal modo que torcemos para que fiquem juntos. E, lá no fundo, que a autora fizesse um milagre desses de novela...

A história é contada em primeira pessoa, por Louisa, mas há capítulos narrados por Nathan, Camilla, Steven e Treena. A edição está impecável, a capa é uma fofa e a fonte com folhas amarelas proporcionam boa leitura.

Admito que, algumas partes me deixaram emocionadas, mas foi mais pro final. Não vou dar mais detalhes, mas uma coisa preciso dizer: a Dignitas existe mesmo. Ela faz parte do prazo que Will estipulou, mas pararei por aqui, pois sei que falarei demais, como já falei. Preciso desabafar, pois não consigo acreditar que instituições como essa existam.

O que vocês acharam da resenha? Leriam Como Eu Era Antes de Você? Já leram outro livro da Jojo?