Olá!

A Ani, do Entre Chocolates e Músicas, conseguiu para mim um exemplar de A Mulher na Cabine 10, um thriller bem intrinsecado escrito pela britânica Ruth Ware. Mais uma parceria de sucesso entre mim, a Ani e a Rocco. Resenha originalmente postada no EC&M.
SKOOB - A Mulher na Cabine 10 nos apresentará a jornalista Laura “Lo” Blacklock de uma maneira bem tensa: com seu apartamento sendo invadido por um assaltante. Ele leva a bolsa e o celular dela, mas não sem antes quebrar tudo e deixá-la muito traumatizada. 

Porém Lo tem uma missão muito importante: viajar no famoso cruzeiro de luxo Aurora Borealis. O navio, de propriedade de um certo lorde Richard Bullmer, fará sua primeira viagem e, para isso, a nata da nata da sociedade mundial foi convidada. O objetivo principal do navio é fazer com que os presentes se sintam em casa – e possam ver a Aurora Boreal. E Lo estaria lá representando a revista de turismo para a qual trabalhava, substituindo sua chefe, que entraria muito em breve em licença-maternidade.

Só havia 10 suítes no navio e Lo ficaria na de número nove. Cada suíte tinha um nome de um escritor sueco – Bullmer tinha um pé na Escandinávia. E uma esposa norueguesa. A jornalista sofre de depressão e o assalto em sua casa, poucos dias antes, potencializara todos os seus medos, que só piorariam quando ela vê um corpo sendo jogado ao mar.

Mas, antes disso, Lo acabara de desembarcar no suprassumo do luxo. Tudo ali era perfeito, ostentoso e caro. Cada suíte tinha um funcionário a seu dispor 24 horas. Quem estaria a cargo de Lo era Karla, que aparentava ser norueguesa, mas falava um inglês impecável. Tudo era para as pessoas mais ricas do mundo e Lo não sabia onde enfiar a cara, já que era ali uma mera jornalista.

Agora, voltando para sua suíte, ela está se arrumando para um jantar luxuoso, quando nota que deixou o rímel em casa. Então ela vai até a suíte ao lado ver se alguém, caso tivesse alguém lá, emprestava. Depois de muito bater, uma jovem usando camisa do Pink Floyd a atende e, com alguma má vontade, lhe entrega a maquiagem. Minutos depois, Lo vê um corpo sendo jogado ao mar e bastante sangue na varanda.

Porém, quando ela vai chamar Nilsson, que é uma espécie de chefe dos empregados, e lhe conta toda a história, ela descobre que ninguém jamais esteve na cabine 10, que a mesma foi alugada e o empresário cancelou o pedido de última hora. O fato de ter bebido não ajudou Lo, Nilsson achava que ela poderia ter misturado o álcool com seus fortes remédios. Para variar, quem também estava no navio era Ben, seu ex-namorado. O relacionamento não foi dos melhores, que acabou de maneira conturbada, mas, por incrível que apreça, a presença de Ben ali a aliviou um pouco. Era como se ela tivesse em quem confiar.

Mas ela sabia o que tinha visto era real. E ela não estava enganada. E alguém não queria que Lo investigasse o que ela tinha visto. Além do lorde Bullman, estavam no navio sua esposa, Anne, que estava em tratamento de câncer, o fotógrafo Archer, jornalistas e alguns empresários, como Cole, Alexander, só para citar alguns – não vou dar mais nomes porque são muitos e admito que não me lembraria de todos eles. E quanto mais Lo procurava, mais complicado ficava para ela. Só que ela não ia desistir de saber o que foi feito da mulher da cabine 10.

Com um faro investigativo tão bom quanto de Agatha Christie (não disse que é melhor, mas que é igualmente bom), Ruth Ware nos deleita com uma obra que te fará sentir como se estivesse no navio, tendo as mesmas sensações que Lo, mesmo que você nunca tenha tido uma crise de pânico na sua vida.
Com uma narrativa que me lembrou Assassinato no Expresso do Oriente, em que Lo Blacklock (gostei do sobrenome) encarna uma investigadora que precisa saber o que aconteceu com uma certa mulher, que sumiu no meio de tantas pessoas importantes e influentes. Ela se sente fracassada, por causa de sua depressão, ansiedade e crises de pânico, que pioraram após o assalto em seu apartamento e o término de namoro com Judah – um jornalista de guerra.

No navio, Lo terá que superar seus medos da pior forma, enfrentando um potencial assassino à solta, que se esconde atrás de sessões de massagens e taças de champanhe. Eu descobri o final assim que o plot foi revelado – é meio óbvio, mas só dá para saber quando o plot é revelado. E por incrível que pareça, isso me deu mais vontade de saber o que ia acontecer com a protagonista.

Aliás, uma coisa muito interessante sobre ela: caiu na armadilha do comodismo. Lo, assim como eu e muita gente que estudou jornalismo, ela fez o curso para querer salvar o mundo e fazer diferente e tudo o mais, mas acabou num emprego numa revista de viagens, em que ela sonhava chegar ao cargo de sua chefe. Não gostava de lá, mas também nunca se esforçou para sair e colocar a cara no mundo, como, por exemplo, Ben, o ex-namorado, que se arriscava sem medo em busca de melhores oportunidades. Confesso que me identifiquei com ela nesse ponto.

Com um final de se surpreender, A Mulher na Cabine 10 é um livro que te deixa aflita em praticamente todos os momentos, pois entramos na mente de Lo e sabemos que ela não está reagindo da melhor forma, mesmo fazendo um excelente trabalho – de investigação, não para a revista. A escrita fluente e sincera de Ruth, apesar de alguns rodeios que ela faz pra contar o luxo e glamour do navio, faz com que você embarque no Aurora Borealis junto com Lo para descobrir como a história vai acabar.

A edição da Rocco está muito boa, apesar de ter encontrado uns errinhos de digitação. Adorei a capa, mesmo eu tendo levado algum tempo para entender que a foto é uma janela de cabine de navio. Gostei bastante da história e espero que a editora traga mais obras de Ruth para o Brasil.

Compre aqui seu exemplar de A Mulher na Cabine 10.

Olá!

Escolhi o best-seller para o penúltimo tópico do Desafio 12 Meses Literários e fui com altas expectativas para a leitura de Caixa de Pássaros, achando que seria um terror bem pesado... que nada. Infelizmente, minhas impressões não são as melhores. Do livro todo só se salvam a dedicatória e os agradecimentos, que são um tanto engraçados.
SKOOB - Caixa de Pássaros começa com uma série de notícias sobre um fato estranho, que vem acontecendo ao redor do mundo e chega nos EUA: basta que as pessoas vejam sabe-se lá o quê, surtam e se matam. Isso mesmo, elas veem, surtam e em seguida cometem suicídio. Logo, as pessoas passam a andar vendadas. Portas e janelas são cobertas com cobertores e colchões. Nada mais pode ser visto. Ninguém quer ser a próxima vítima.

Uma dessas pessoas é Malorie. Quase que ao mesmo tempo, ela perde sua irmã para a tal visão e descobre estar grávida. Quatro anos se passam e seus dois filhos, Menina e Garoto, estão com os ouvidos muito treinados. Eles são capazes de ouvir o mais baixo dos sons. Mas nunca viram nada; seus olhos sempre vendados, foram condicionados para tal.

Malorie e as crianças, devidamente vendados, precisarão chegar até o outro lado do rio, pois é lá que (supostamente) está sua salvação. E sob o ponto de vista de Malorie, vamos percorrer o caminho até o rio e o que levou nossa protagonista a chegar a esse ponto.

Confesso que esperava bem mais da obra. Mas bem mais mesmo. Não vou dizer que foi uma decepção (foi sim, na verdade) total, mas, quando eu esperava que todas as minhas perguntas fossem respondidas... nada feito.

Esse livro me lembrou um pouco Carrie, a Estranha (resenha aqui), porque conseguimos entender o que se passa na mente de Malorie conforme a situação vai piorando – a narração é em terceira pessoa, mas sob a ótica dela – e torcemos para que tudo acabe bem, principalmente pelas crianças, só que, infelizmente, para mim, a obra não cumpre tudo o que promete.
Como me lembrei de Carrie (amo), acredito que muitos fãs de King vão curtir essa leitura, um thriller com bastante ação, principalmente quando a data do parto de Malorie vai chegando. Ainda consegui sacar algumas coisas durante a leitura, mas como já disse, minhas perguntas não foram respondidas.

Sozinha, Malorie vai lutando contra seus próprios demônios, enquanto as pessoas estão morrendo por causa da visão, que atormenta tanto os sobreviventes, quanto àqueles que a veem. O medo é real e palpável durante a leitura, ela não tem muitas armas para se defender, a falta de visão e a audição aguçada dos filhos são tudo o que ela tem.

Os demais personagens da trama são bem construídos, como a irmã de Mal, Shannon, o amigo Tom e Gary, o que me deu mais medo no livro todo, admito. Enquanto os anos vão passando, acompanhamos a deterioração do corpo e da mente da protagonista, ao passo que, mais uma vez, notamos como o ser humano age em situações extremas. A leitura vale a pena para refletir esse ponto: até onde chegamos em nome da sobrevivência?

A edição da Intrínseca está muito bonita, a capa tem uma textura gostosa (para ficar alisando) e o título é bem condizente com a trama, só que não é tão visível assim. A atenção para esse detalhe é redobrada. Como já disse, recomendo a obra para fãs de thriller e de Stephen King, só não vão com muita sede ao pote, a decepção pode ser enorme.

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Olá!

Finalmente pude ler algo do Jo Nesbø! O norueguês (maravilhoso para alguns, superestimado para outros) me passou uma boa impressão de sua obra, mas espero mais dele. Confira o que achei de Sangue na Neve.
SKOOB - Sangue na Neve é o relato de Olav, um matador de aluguel que se vê as voltas com uma ordem meio difícil de ser resolvida. Mas ele não é um daqueles matadores maus. Bom, ele tem lá sua dose de maldade, mas foge do comum a partir do momento que pensa com detalhes os mais diversos assuntos. Mas não se engane, ele tem lá suas dificuldades: é disléxico, odeia matemática, não sabe dirigir devagar, se apaixona fácil e perde a cabeça quando se irrita.

Por causa desses defeitos, ele disse que não serviu nem pra cafetão nem pra traficante, restando-lhe apenas o ofício de matador. Hoffmann é seu principal cliente e o livro propriamente dito começa quando esse Hoffmann manda ele matar sua esposa, porque ela o trai com um homem que, depois de muita observação, sabemos que a agride.

Mas, por motivos que nosso protagonista não sabe explicar, ele não quer matar a sra. Hoffmann. Além desse "problema", Olav cuida de uma certa Maria, que assumiu a dívida do namorado drogado e, por algum tempo, viveu na prostituição. Ela é surda-muda e, sem saber, é seguida por Olav onde quer que vá. Uma trama bem escrita que se desenvolve em poucas páginas. Olav é um assassino e tanto!
Este foi meu segundo contato com um autor norueguês (antes de Jo, li O Mundo de Sofia, um porre), mas tenho certeza que este é o primeiro livro de Nesbø (Alt + 155 = ø) e posso dizer que gostei bastante! Sangue na Neve tem só 152 páginas, mas é tão bem escrito que não precisava acrescentar mais nada. Uma trama um tanto diferente, um protagonista focado em seu objetivo, mas que acaba ganhando a simpatia do leitor por sua sinceridade e bom humor - sem falar que odeia matemática e ama ler.

Estou na expectativa pelo filme Boneco de Neve, a ser lançado no fim deste ano, salvo engano. Mas como os livros dele são um tanto caros (principalmente os do detetive), resolvi começar com este, curtinho, deu pra ler em um dia, tem todos os ingredientes de um bom thriller/suspense, mesmo tendo um assassino como narrador (em primeira pessoa). Nesbø mostra como é versátil em sua escrita, sem deixar de fazer a boa e velha crítica social, tão em voga nesse gênero.

A edição da Record está muito bonita, com um vermelho vivo (como o manto de um rei) e um pouco de verniz, dando um efeito de pegadas em alto-relevo (espero ter explicado bem, vocês precisam passar a mão nessa capa, rs). Um livro pra ser lido nesses dias frios, porque super combina. Não há erros de nenhuma ordem e aproveitamos para poder conhecer um pouco de Oslo. Pra quem quer conhecer a escrita de Jo Nesbø, mas não quer começar pelos do policial Harry Hole, Sangue na Neve é uma ótima pedida.



Olá!

Quem gosta de histórias com bebês? E quando o bebê é o narrador da história, sendo que ele nem nasceu? Isso mesmo, o bebê não nasceu, mas ele vai narrar Enclausurado, do Ian McEwan. Demorei por causa da saúde, mas trouxe a resenha, confiram.
SKOOB - Enclausurado é uma história que foge muito do convencional logo de cara, quando sabemos que o narrador da história é o bebê, que ainda não nasceu. Isso mesmo, o feto é quem vai narrar a história, que começa com Trudy, sua mãe, tentando se livrar de John Cairncross, poeta e pai do bebê. Trudy está separada de John, porém é ela quem está morando na casa que era dele, uma mansão caindo aos pedaços. Que vale sete milhões de libras - nem preciso mais ressaltar que essa história se passa em Londres.

Trudy quer a casa e, para isso, vai contar com a ajuda de Claude, irmão de John - e seu amante - para bolar um plano e tirar o poeta do caminho do casal. O feto, na verdade, está chegando aos nove meses de gerado e, por ser um bebê, ele é muito inteligente. Ouve e sente tudo, apesar de que alguns conceitos ainda são abstratos para eles, como o "azul" e o "dourado".

O bebê - cujo sexo será revelado ao longo da história, de maneira muito sutil - é bem inteligente, e se preocupa com o mundo em que viverá. Ele está feliz por nascer na Inglaterra, mesmo tendo querido nascer na França - e ficar muito mais feliz por não nascer no Afeganistão. Nosso narrador está a todo momento pensando no que vai aproveitar, pelo simples fato de ter nascido no século XXI. 

Em diversas passagens, vemos através do bebê os caráteres dos personagens. O mais engraçado é ver a aflição do bebê toda vez que Claude transa com Trudy, pois ele teme que o esperma de seu tio o contamine e, assim, ele se torne tão idiota quanto Claude. Isso acontece também quando Trudy nunca fala com carinho sobre o bebê; ele teme que será descartado ou coisa assim.
O narrador é muito esclarecido: através de programas e podcasts que a mãe ouve, o bebê vai se atualizando sobre o mundo e sua sociedade - e como ele é sortudo por nascer em 2017, sempre lembrando que diversos conceitos ainda são abstratos para o bebê, porém outros são muito claros para ele.

As 199 páginas voam, mas eu fiquei doente nesse meio tempo, então demorei uma semana para ler. Para um livro bem fininho, tem muita carga emocional, muita reflexão, e alguns momentos engraçados. Ian narra com maestria sob o ponto de vista do bebê, o que sabemos que é bem difícil, já que, todo mundo nasceu e ninguém se lembra de como era no útero... 

A edição da Companhia está bem bacana, esse preto com o bebê no útero como destaque está show de bola, simples porém sucinto. Espero que seja o primeiro livro de muitos que eu venha a ler do Ian. Leitura muito recomendada.



Olá!

Cumprindo o mês de fevereiro do Desafio 12 Meses Literários, o resenhado de hoje é um livro que me surpreendeu positivamente. Achava que era uma coisa mas conforme a história foi se desenvolvendo, fui me envolvendo mais e mais... Confiram a resenha de Colega de Quarto, romance de estreia de Victor Bonini.
A história começa com o estudante de Direito Eric Schatz - carioca radicado em SP - procurando o detetive e advogado Conrado "Lyra" Bartelli em seu escritório. Até aí tudo bem, se não fosse de madrugada e Eric não estivesse beirando o desespero. Eric conta ao detetive que há um "colega de quarto" em seu apartamento, alguém que entra e mexe em suas coisas. Por causa da arrogância do jovem, Conrado decide não pegar o caso, mas logo se arrepende.

Algumas horas depois, Eric aparece morto. Aparentemente, ele se jogou de seu apartamento - no décimo quinto andar. De início, ninguém entendia porque o jovem se matou, já que ele era de boa família e tinha vida de playboy. Após pesquisar na internet, Lyra descobriu que o sobrenome Schatz era bem importante no meio empresarial.

Porém, após conversas com o dr. Wilson, delegado do DHPP, Lyra pressente que há algo muito errado nessa história. Antes de morrer, Eric ainda entrou em contato novamente com Lyra, por telefone, mas aí já era tarde demais. Muitas pessoas sabiam de segredos de Eric, e fariam questão de esconder de todos, até mesmo da polícia.
Como me arrependo de ter demorado pra ler essa maravilha!!! Cumprindo o segundo item do desafio - ler um autor nacional - escolhi Colega de Quarto porque já havia comprado há algum tempo, num evento que fui. Mas, de cara, achei que o livro enveredasse pelo sobrenatural, segundo a sinopse. Mas, conforme você vai lendo, a trama vai se transformando num romance policial de tirar o fôlego!

Lyra Bartelli é um advogado que faz as vezes de detetive particular, então ele sabe ler muito bem nas entrelinhas. E apesar de não ter aceitado o caso de Eric, ele sabia que havia algo de errado com aquele rapaz que, via-se de longe, era bem de vida, mas sem amor. Junto com o dr. Wilson, ele terá um enorme desafio, em que precisará duvidar até do sobrenatural para dar um ponto final no caso da morte do jovem.

O autor simplesmente arrasou em seu livro de estreia! Uma trama bem escrita, sem pontas soltas, personagens bem desenvolvidos e, o mais legal, a história se passa em São Paulo! Então, pra mim, a trama fluiu com muito mais naturalidade porque conheço todos os pontos citados durante a leitura. Exemplo: o Zeca, amigo do Eric (guardem esse nome) mora no bairro do Tatuapé, que é perto do bairro onde moro (Vila Maria). Já o consultório do psicólogo Armando (guardem também) fica no bairro do Pacaembu, há também outras citações, como o shopping Higienópolis, a avenida 23 de Maio e assim por diante.

Os personagens são bem escritos numa trama intrínseca, em que você elege seu suspeito, mas pode ter certeza: você estará muito errado. E você vai saber disso da maneira mais difícil possível. O autor joga as dicas na sua frente, mas passa despercebido, aí quando chega a verdade, a surpresa é grande. Não à toa, li esse livro em um dia só, tanto que fiquei longe do computador, só pra saber do desfecho - e só fui dormir depois das 23h15, que é até um horário cedo, mas não pra mim, que madrugo e trabalho longe.
Primeiro livro que leio da Faro Editorial e apenas elogios. Materiais de praxe para uma leitura confortável (só achei as folhas um pouco grossas demais, rs). Capítulos com nomes simples, porém condizentes. Até onde pesquisei na internet, o autor ainda não publicou outros livros, mas fica um pedido encarecido: por mais histórias com Lyra Bardelli! Ele mora no meu coração e já pode ter sua própria série, como - GUARDADAS AS DEVIDAS PROPORÇÕES - Lisbeth Salander, Hercule Poirot, Sherlock Holmes e tantos outros investigadores que amamos. Cinco estrelas é pouco pra essa maravilha.

P.S.: esse é o primeiro romance policial escrito por um brasileiro que leio. Aceito sugestões de outros nacionais.

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Olá!

Apesar de toda a correria, nada como uma boa leitura e uma boa resenha para relaxar. Quando eu era pequena, assisti Carrie a Estranha no SBT e tinha adorado, mas só recentemente descobri que o filme (eu assisti o de 2002) era baseado em um livro. De Stephen King. Aqui na blogosfera, perdi a conta de quantas resenhas de livros do King eu li, mas prometi pra mim mesma que, antes de ler qualquer coisa, eu leria Carrie a Estranha. Finalmente li. E King ganhou mais uma leitora e fã.

Como já sabemos, Carietta White, a Carrie, é uma menina que a sociedade julga esquisita. Filha de uma fanática religiosa, Carrie mais parece uma carola: é proibida de fazer praticamente tudo o que uma adolescente faz. O que muitos não sabem, é que ela tem poderes telecinéticos.

A história começa quando, após uma aula de Educação Física, durante o banho, Carrie acaba tendo sua primeira menarca. E sofre bullying por isso. Até porque a mãe jamais falou com ela sobre seu corpo, então a menina achou que estivesse morrendo. Uma das professoras vê a cena e ao invés de punir as garotas, pune Carrie (deu na cara dela, que absurdo!). Mas ao ver o estado da menina, beirando o desespero, a professora acaba se solidarizando.

Então, até chegar ao famoso baile de formatura, o autor vai falando sobre a vida de Carrie, mesclando com alguns textos acadêmicos da "Comissão White", grupo de pessoas que resolveram pesquisar sobre nossa protagonista, além de livros sobre o tema. E não, não é um livro de terror, tá mais para um thriller de suspense sobrenatural e epistolar. Ninguém vai ter pesadelos se ler.

Bem, como tem três versões cinematográficas de Carrie a Estranha, então meio que todo mundo já sabe como a história vai acabar. Ou não, a versão de 2002 é diferente do livro, eu não vi as versões de 1979 (com John Travolta) e a mais recente, com Grace Chloe Moretz e Julianne Moore. O livro é dividido em três partes, é bem curtinho e você lê em dois dias.
Há tempos que não vejo um sumário...
A edição da Suma de Letras até que está bonita, apesar dos vários erros de português que achei durante a leitura. Como já sabem (e se não sabem, vão saber agora), não gosto de rostos na capa muito menos de pôsteres de filmes como capa, muito menos acho a Grace boa atriz, mas tenho que admitir que essa capa está muito bonita. Simples e transmite a mensagem do livro.

Como eu disse, já virei fã do cara, com sua escrita simples, objetiva, detalhista sem ser modorrento e com uma história maravilhosa - que segundo o autor, foi baseado numa história real (não de telecinesia, mas de bullying contra uma menina, filha de uma fanática religiosa). Aliás, leiam a introdução, por favor, é muito engraçada!

Ah, faltou dizer que telecinesia é, segundo nosso amigo Google "é o movimento de objetos a distância, sem intervenção direta ou contato físico de alguém e supostamente devido a poder paranormal."

Então. se você ainda não leu Carrie a Estranha, vale muito a pena, depois pode ver os filmes, são bons, cada um tem sua particularidade, mas todos seguem bem à história. E sim, dá mais medo a mãe da Carrie do que da própria. Aliás, Carrie a Estranha foi o primeiro livro publicado por King, mas não o primeiro. Antes de Carrie, o autor tinha escrito outros quatro livros.


Olá!

Semana de três dias úteis chegando e nada como uma boa resenha para revigorar a segunda! Para variar, é a vez do maravilhoso James Patterson aparecer novamente por aqui. Já me declaro fã de carteirinha dele e é por isso que trago mais uma aventura de um dos detetives mais famosos da literatura mundial aqui ao blog: Eu, Alex Cross.

A história começa com Alex Cross comemorando mais um aniversário com sua família: a namorada (e também policial) Brianna "Bree", sua avó Nana e seus filhos Jannie, Damon e Ali e seu colega e grande amigo, John Sampson, com sua família. Até que o telefone toca. E quando o telefone de Alex Cross toca, só pode significar uma coisa: acabou a paz. E foi exatamente o que aconteceu: do outro lado da linha, Ramon Davies, da Polícia Metropolitana, lhe daria a pior notícia de sua vida. Caroline Cross, sobrinha de Alex, foi encontrada morta. Com requintes de crueldade.

Longe dali, Johnny Tucci era procurado por um determinado grupo. Ele sabia demais e por isso pagaria com sua vida. Enquanto isso, Tony Nicholson estava preparando seu clube privativo para mais uma festa (vulgo orgia). Ele tinha uma mania sórdida: costumava assistir (e gravar) seus clientes nos momentos mais íntimos, para depois chantageá-los. O que seria comum, tendo em vista que seus clientes são nomes fortes da politica norte-americana (vulgo senadores e magnatas). Mas Nicholson temia uma pessoa: Zeus. E esse Zeus é quem realmente manda.

Caroline, Alex não sabia, trabalhava nesse clube. Sim, a sobrinha do detetive era uma prostituta. Como se não bastasse, por envolver nomes fortes da política, o FBI tinha entrado em jogo, para que a presidente dos EUA não fosse afetada (sim, no livro, os EUA são comandados por uma mulher, Margaret Vance).

Agora, se Cross quiser saber quem matou sua sobrinha e quem está por trás dessa rede de sadismo, ele terá que enfrentar tudo e todos, inclusive o FBI. Para isso, ele contará com a ajuda de Bree, Sampson e sua intuição, porque esse caso está mais difícil do que nunca, só pelo fato do alto escalão da Casa Branca estar envolvido.
Já disse que amo James Patterson? Já disse que amo Alex Cross? Pois bem, amo os dois! Quando leio algo do James, é como se não houvesse amanhã, a Arqueiro tem razão quando diz que "as páginas viram sozinhas". O cara te prende do começo ao fim com uma escrita eletrizante e, nesse caso, duas histórias que, em determinado momento, passa a ser uma só.

Nada é fácil para Alex Cross. Não seria diferente nesse livro, onde ele terá que bater de frente "só" com o FBI e a Casa Branca. Já li milhares de livros em que algum presidente fictício dos EUA é citado. Mas só Patterson coloca uma mulher no poder (e não é a primeira vez!). Além disso, como Cross é conhecido por seu trabalho e sua persistência, claro que ele encontraria vários percalços pelo caminho.

Esse eu li através de empréstimo e, mesmo sabendo que ele costumar ter duas histórias que em dado momento se unem em uma, dessa vez ele conseguiu fazer isso em 198 páginas! E sem deixar pontas soltas! Já devolvi o livro, mas ainda estou impressionada com isso.

O legal das histórias do Alex Cross é que dá pra você ler todas fora da ordem. Já li cinco obras do autor, sendo Feliz Natal, Alex Cross (o primeiro da série, que possui seis livros); Corra, Alex Cross; Zoo; e Os Assassinos do Cartão Postal (clique nos títulos e você será redirecionado às respectivas resenhas), estou com mais um dele para ser lido e ainda assim ele me surpreende, mesmo sabendo o que esperar de sua escrita...

Como o livro é de empréstimo, então seu estado de conservação era: cheiro de sebo, rs. Mas a diagramação e revisão seguem o alto padrão da Arqueiro. Apesar das letras ficarem meio que espremidas, a leitura é agradável.

Acho que, depois de tanto elogiar, é óbvio recomendar o livro para vocês. Como é curtinho, dá pra ler em um dia até. Eu terminei de ler na fila de espera de um exame que eu ia fazer! HAHAHA


Olá!

O resenhado de hoje é um suspense de, tirar o fôlego - literalmente! Estou falando do livro O Hipnotista.



Esse livro começa com uma família sendo assassinada. Bem, quase toda. Anders Ek, o pai, foi morto em uma quadra de futebol. Katja, a mãe e Lisa, a filha mais nova foram mortas em casa. Todos mortos com requintes de crueldade. O único sobrevivente é Josef, o filho do meio.

O responsável pela investigação sobre as mortes é o policial Jonna Linna, um detetive conhecido pela sua obstinação em resolver crimes que a maioria dos detetives não conseguiria.

Josef foi gravemente ferido, mas sobreviveu. A médica responsável por Josef é a Daniella Richards. Jonna quer que o menino deponha, porém ele não tem condições de falar. A dra. Daniella sugere chamar o psiquiatra Erik Maria Bark, um especialista em tratamento de pacientes que sofreram fortes traumas, como tortura ou estupro. Bark costumava usar a hipnose para fazer com que seus pacientes se lembrassem de seus episódios violentos.

Jonna Linna pede para que Bark hipnotize o menino para que ele revele quem havia atacado a familia. O psiquiatra reluta, mas aceita hipnotizar Josef. O menino, sob hipnose, fala demais. E é aí que a vida até então tranquila de Bark tem uma reviravolta. O hipnotista tinha prometido a si mesmo que não faria mais hipnoses. Mas, ao quebrar sua promessa, ele desencadeou uma série de situações, que acabaria por envolver até mesmo seu filho, Benjamin Bark.

Enquanto isso, Jonna Linna precisa encontrar Evelyn Ek, a filha mais velha e a única que não foi vítima do assassino brutal. Mas, a resposta para esses crimes vêm de onde menos se espera... A história se passa em Estocolmo, capital da Suécia - o que ajuda a explicar os nomes esquisitos dos personagens. Esquisitos pra nós, claro.

Esse livro é o mais eletrizante que li desde... Sempre! Ele te prender do começo ao fim. Cada vez que Bark e Jonna Linna descobrem algo, uma nova história surge. É como se fosse vários quebra cabeças diferentes que, quando montados, acabam se unindo, formando um quebra cabeças único e onipresente.

As lembranças de um passado recente de Erik Maria Bark o machucam; fazem ele sentir dores de cabeca insuportáveis, ele toma remédios pesados para manter a saúde razoável. Sua esposa, Simone, é dona de uma galeria de arte. Ela também está envolvida nessas lembranças sombrias do hipnotista.

Eu poderia ficar aqui falando e falando da história, mas não dá. É preciso que o leitor leia e se envolva na trama. É verdade que o livro é um tanto grosso - 477 páginas - mas, como os capítulos são curtos - entre duas e três folhas - você nem percebe que já leu vinte ou trinta capítulos - de um total de 110 - em uma única tarde, rs.

A edição da Editora Intrínseca - traduzida da edição britânica, até porque não é muito comum encontrar pessoas que falem sueco... fora da Suécia, ainda mais aqui no Brasil. A fonte e confortável, páginas amareladas e revisão impecável. A capa também é muito bonita, mas você precisa ler até o final pra entender a tesoura.

Na verdade, temos várias historias em uma só, todas elas interligadas pela hipnose. E sempre que suspeitamos de alguém, aparece um novo detalhe que muda totalmente o rumo da trama. Então, posso afirmar que esse livro é um thriller imprevisível. Sadicamente imprevisível! Sádico no bom sentido, claro.

Pra quem gosta de ver os filmes derivados de livros, saiba que O Hipnotista foi parar nos cinemas. Eu ia ver o filme, mas por questões do momento, não consegui. O filme é em sueco mesmo e até onde pude ver - vi pouca coisa, só até onde Anders Ek foi assassinado - parecia ser bom.



E a curiosidade fica por conta do autor: Lars Kepler não existe!

É o pseudônimo do casal Alexandra Coelho Ahndoril e Alexander Ahndoril. Ambos são suecos, mas Alexandra tem mãe portuguesa. O casal também escreveu O Pesadelo, outro thriller protagonizado por Jonna Linna e publicado no Brasil pela Intrínseca. Eles também escrevem livros separados, usando seus nomes de batismo.