Olá!

Finalmente pude ler algo do Jo Nesbø! O norueguês (maravilhoso para alguns, superestimado para outros) me passou uma boa impressão de sua obra, mas espero mais dele. Confira o que achei de Sangue na Neve.
SKOOB - Sangue na Neve é o relato de Olav, um matador de aluguel que se vê as voltas com uma ordem meio difícil de ser resolvida. Mas ele não é um daqueles matadores maus. Bom, ele tem lá sua dose de maldade, mas foge do comum a partir do momento que pensa com detalhes os mais diversos assuntos. Mas não se engane, ele tem lá suas dificuldades: é disléxico, odeia matemática, não sabe dirigir devagar, se apaixona fácil e perde a cabeça quando se irrita.

Por causa desses defeitos, ele disse que não serviu nem pra cafetão nem pra traficante, restando-lhe apenas o ofício de matador. Hoffmann é seu principal cliente e o livro propriamente dito começa quando esse Hoffmann manda ele matar sua esposa, porque ela o trai com um homem que, depois de muita observação, sabemos que a agride.

Mas, por motivos que nosso protagonista não sabe explicar, ele não quer matar a sra. Hoffmann. Além desse "problema", Olav cuida de uma certa Maria, que assumiu a dívida do namorado drogado e, por algum tempo, viveu na prostituição. Ela é surda-muda e, sem saber, é seguida por Olav onde quer que vá. Uma trama bem escrita que se desenvolve em poucas páginas. Olav é um assassino e tanto!
Este foi meu segundo contato com um autor norueguês (antes de Jo, li O Mundo de Sofia, um porre), mas tenho certeza que este é o primeiro livro de Nesbø (Alt + 155 = ø) e posso dizer que gostei bastante! Sangue na Neve tem só 152 páginas, mas é tão bem escrito que não precisava acrescentar mais nada. Uma trama um tanto diferente, um protagonista focado em seu objetivo, mas que acaba ganhando a simpatia do leitor por sua sinceridade e bom humor - sem falar que odeia matemática e ama ler.

Estou na expectativa pelo filme Boneco de Neve, a ser lançado no fim deste ano, salvo engano. Mas como os livros dele são um tanto caros (principalmente os do detetive), resolvi começar com este, curtinho, deu pra ler em um dia, tem todos os ingredientes de um bom thriller/suspense, mesmo tendo um assassino como narrador (em primeira pessoa). Nesbø mostra como é versátil em sua escrita, sem deixar de fazer a boa e velha crítica social, tão em voga nesse gênero.

A edição da Record está muito bonita, com um vermelho vivo (como o manto de um rei) e um pouco de verniz, dando um efeito de pegadas em alto-relevo (espero ter explicado bem, vocês precisam passar a mão nessa capa, rs). Um livro pra ser lido nesses dias frios, porque super combina. Não há erros de nenhuma ordem e aproveitamos para poder conhecer um pouco de Oslo. Pra quem quer conhecer a escrita de Jo Nesbø, mas não quer começar pelos do policial Harry Hole, Sangue na Neve é uma ótima pedida.