Olá!

Aos trancos e barrancos, vamos cumprindo os tópicos do Desafio 12 Meses Literários e, dessa vez, por incrível que pareça, matei dois coelhos com uma paulada só, pobrezinhos. Além de eu ter lido uma autora nascida neste mês, ainda encerrei mais uma trilogia. Vem conferir o último volume da trilogia Rainha da Fofoca.

SKOOB - A Rainha da Fofoca – Fisgada é o último volume da trilogia criada por Meg Cabot e, começando exatamente de onde acaba o anterior, Lizzie finalmente vai se casar! Mas com Luke, o príncipe. Pra quem não lembra, Luke é o homem perfeito para Lizzie (segundo a própria), pois se preocupa e a ama. E até lhe deu um anel de noivado da Cartier.

E não é só isso: por causa de um acidente com seu patrão, Monsieur Henri, ela terá que cuidar do ateliê de restauração de vestido de noiva dele. O que significa que ela terá que cuidar de absolutamente tudo. E sua carreira como restauradora de vestidos de noiva alavancou de modo impressionante: seu nome saiu nas colunas sociais, depois do ocorrido (o clímax do livro anterior), logo, as ricas e famosas vão querer ser clientes dela, até mesmo uma certa Ava Gerk, popular (e infelizmente) conhecida por ser uma “vagabunda viciada em crack”

Mas nem tudo são flores com a maior boca aberta que conhecemos: ela sofre um grande baque em sua vida, enquanto não sabe se realmente ama Luke. Porque ela está dividida entre seu noivo e Chaz, melhor amigo dele. E fica se anulando em detrimento de uma relação que nem ela mesma sabe no que resultará, que dirá nós leitores.

Nascida em primeiro de fevereiro de 1967, portanto atendendo ao segundo tópico do Desafio 12 Meses Literários, Meg Cabot encerrou uma trilogia que me fez rir, mas também ligou um alerta em mim. Tipo, as coisas que Lizzie dizia (para si e para os outros) para manter o relacionamento, quantas mentiras ela disse pra se iludir, porque o que importava para ela é que ia se casar com um príncipe. Você vai lendo e se perguntando: por que ela está tão desesperada para se casar? Quantas histórias (não necessariamente ficcionais) vemos de mulheres que se anulam de detrimento de um embuste?
Aliás, depois de um começo de ano em que li míseros quatro livros, finalmente estou recuperando meu ritmo de leitura. Não lembro mais quando comprei os livros da trilogia, mas demorei um bocado pra finalizar. E não me arrependo, pois foi uma leitura super gostosa e com muitas curiosidades interessantes sobre casamentos. Cada capítulo começa com uma dica de Lizzie para o casamento da leitora e uma epígrafe. Realmente algo bem original.

Inclusive, as dicas vão de como controlar sua cunhada a saber quais músicas devem tocar durante a festa. E sobre isso, saibam que, para que todos dancem na sua festa, tem que tocar desde "Dancing Queen" (ABBA) a "YMCA" (Village People), passando pelo hino máximo e supremo "It's Raining Men" (The Weather Girls). Vocês não podem dormir sem saber disso.

Pra quem está na ressaca literária, recomendo todos os livros da série. É aliás, fiquei chocada porque li as 445 páginas em um dia. UM ÚNICO DIA. Sim, é surpreendente. Talvez só a Ana, do Entre Chocolates e Músicas, que é a maior fã dela, deva conseguir essa proeza. É uma pena que muita gente torça o nariz pros chick kits (abomino quem usa o termo “literatura de mulherzinha”), pra considerar um gênero inferior. Pode ler sim, viu, amiguinho. Poucas coisas são tão boas quanto uma boa leitura. Agora estou com saudades de todos os personagens.

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Olá!

Participando do Desafio 12 Meses Literários de 2018, o escolhido do mês é um livro nacional. E como gosto de romances policiais e devia uma resenha à Oasys Cultural, de quem recebi esse exemplar, 2.990 Graus foi uma boa leitura.
SKOOB - 2.990 graus conta a história do delegado Hermano, conhecido na delegacia pela alcunha de Poeta, obviamente, por gostar de poesia. Ele é jovem e inexperiente, mas se orgulha de jamais ter usado sua arma. Apesar da falta de experiência, ele recebe a incumbência de investigar o assassinato de um deputado. Um crime cometido com requintes de crueldade. 

O deputado foi morto tendo um maçarico enfiado em seu ânus, queimando tudo por dentro. Literalmente, seus órgãos viraram churrasco. Foi morto, mas não sem antes ser torturado. Por ser um político morto, é claro que a população ficaria do lado... De quem o matou. Mas, antes mesmo das investigações começarem, outro morto: também deputado, morto do mesmo modo.

Hermano e sua equipe, formada por Jaqueline (que também é sua amante), Tomás, Fábio, Percival e o delegado chefe Belchior, vão investigando até darem de cara com um certo pastor. Esse pastor tem uma longa ficha criminal, mas encontrou Jesus e agora ministra na igreja da Chama Divina – um nome bem sugestivo, não?
Além das investigações, a vida pessoal do protagonista não é das melhores: Alice, sua namorada, faz aulas de pintura. Com o ex-namorado. Ele até gosta de vê-la fazendo as aulas, mas sente uma pontada de ciúme, claro.

Cada vez mais políticos vão ser assassinados, e com eles, longas fichas criminais. Todos eles desviaram dinheiro de obras públicas para enriquecimento próprio, é claro. Um deles desviou dinheiro da tragédia de Petrópolis, em 2011, para colocar em outra ação pública. Pior do que isso foi que a população começou a apoiar quem matava os políticos, ganhando a alcunha de “Vingadores do Povo”. 

O que mais me surpreendeu – positivamente – na obra foi a proximidade dos fatos com a realidade. Apesar da história se passar no Rio de Janeiro, os políticos ladrões estão em todo o país. Corrupção, crimes, redes sociais fervilhando de ódio... Tudo isso está no livro, o que faz com que a história de Hermano torne-se tão palpável. Não precisamos ir até os Estados Unidos ou a Suécia, temos nossos próprios crimes e nossos próprios policiais. Só depende de nós definir em qual lado está.

Mas admito que não gostei tanto do Hermano. É um excelente policial, apesar de sua falta de experiência. É inteligente, gosta de ler e tem um bom raciocínio, mas não é o tipo de personagem que você torce por ele. Achei ele um tanto hipócrita, por ele ter uma amante e sentir ciúme da namorada porque ela tem aulas com o ex – que a traiu enquanto namoravam. Nesse ponto, não deu pra concordar com ele.

O autor tem longa carreira na TV, principalmente como roteirista. É o primeiro livro dele que leio e gostei bastante, ainda mais por ser tão atual e retratar a situação do nosso país. Espero que ele continue na jornada literária, lançando mais romances policiais, não necessariamente com o Hermano como protagonista.

"– Eu também, delegado. Felizes os que têm muitas vaidades. A maior riqueza é ter do que se envaidecer."

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Cumprindo o último tópico do Desafio 12 Meses Literários, cujos tópicos estão na imagem disponível na sidebar, eu deveria ler uma adaptação literária. Não costumo ler os livros depois de ter visto os filmes, salvo raras exceções. E no fim do ano passado, comprei Spotlight, mas, por ocasião do meu TCC, posterguei a leitura. Até hoje.
SKOOB - Spotlight - Segredos Revelados é mais que um livro, é um documentário que mostra o quão passiva e acobertadora foi a Igreja Católica ao longo dos anos, quando optou por esconder os muitos padres abusadores sexuais de menores. Isso mesmo, a Igreja escondeu por décadas muitos sacerdotes que, com a certeza da impunidade e, usando roupas e hábitos religiosos, violentaram muitas crianças, meninos, em sua imensa maioria.

A história teve sua origem na Arquidiocese de Boston, região em que se concentra o maior número de católicos dos EUA - mais de três milhões, números de 2015, data desta edição, atualizada em virtude do filme, lançado no ano seguinte e vencedor de dois Oscar, nas categorias "Melhor Filme" e "Melhor Roteiro Original". Em suma, cada vez que uma denúncia de um padre abusador surgia, ele apenas era mudado de diocese - saía de uma igreja para outra. Em alguns casos, eram internados em clínicas e, com o aval de médicos, voltavam ao trabalho episcopal, supostamente "curados".

Não vou me ater aos detalhes de quando começou tampouco citar nomes, porque são tantos nomes que o leitor só não se perde porque alguns se destacam mais que outros - estes são verdadeiros predadores sexuais - mas sim contar como o trabalho dos jornalistas e editores do Boston Globe (o periódico responsável por trazer à luz essa atrocidade) em juntar muitos detalhes de um grande quebra-cabeça, contendo muitas entrevistas, documentos e, claro, provas confidenciais.

Inclusive, podemos ver como o papel do Vaticano foi crucial nisso, ao passar pano nos cardeais que passavam pano para os pedófilos. E como a religião, quando misturada aos órgãos estatais, pode resultar num desastre, já que, houve um certo choque de interesses por parte de algumas autoridades policiais na hora de tomar as medidas cabíveis contra os acusados - quem ousaria dar voz de prisão a um sacerdote? Inclusive, o Papa João Paulo II, a quem eu estimava, dada sua importância, me decepcionou quando decidiu cuidar dos seus, em detrimento do sofrimento das vítimas.
O Cardeal Law teve um papel crucial no acobertamento, tendo em vista que ele era um dos cabeças da Igreja Católica nos EUA. De Boston, garantiu uma cadeira direto no Vaticano.
Aliás, o livro nos mostra o que acontece quando a vítima é abusada por alguém que sua família tem em alta conta (aqui, no caso, é um padre, mas pode ser um tio, um amigo, ou até mesmo o próprio pai, por exemplo). Muitos se aproveitavam do fato de que as crianças vinham de famílias disfuncionais e/ou pobres e, após conquistas a confiança dos pais, atacavam. Como os abusos datam dos anos 50, para nós pode parecer estranho, mas naquele tempo era super normal um padre levar as crianças para tomar sorvete ou nadar em piscinas públicas.

Para os jornalistas de hoje, o escândalo da Arquidiocese de Boston (o livro tem esse nome devido à equipe responsável pelas investigações, chamada de Spotlight) é o novo Watergate. Logo, para os estudantes de jornalismo, faz-se essencial a leitura do mesmo (ou pelo menos ver o filme) para que se compreenda o papel do profissional e da imprensa numa sociedade que vive sob um regime democrático. Sem a insistência deles (e a coragem das vítimas em se abrir) nunca saberíamos desse caso e, naturalmente, até hoje os sacerdotes desta e de outras cidades estariam cometendo seus crimes.

Termino dizendo que, infelizmente, ainda falta muito para que todos os religiosos paguem por seus crimes (se é que algum dia vão pagar, já que muitos até morreram) e também falta muito para que o Estado se dissocie por inteiro da Igreja, pelo menos no lado de cá do globo. Porém, o livro ressalta a importância da população leiga (os católicos que frequentam a igreja) em querer que a Igreja mude, principalmente nos pontos delicados, como a ordenação de mulheres e gays e o fim do celibato. Sabemos que é um trabalho difícil, mas se tivermos do lado certo, toda luta é válida.

Pela primeira vez participo de um desafio literário e fiquei feliz com o resultado, pois cumpri onze dos desafios propostos. Que venha o próximo ano com mais desafios!

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Escolhi o best-seller para o penúltimo tópico do Desafio 12 Meses Literários e fui com altas expectativas para a leitura de Caixa de Pássaros, achando que seria um terror bem pesado... que nada. Infelizmente, minhas impressões não são as melhores. Do livro todo só se salvam a dedicatória e os agradecimentos, que são um tanto engraçados.
SKOOB - Caixa de Pássaros começa com uma série de notícias sobre um fato estranho, que vem acontecendo ao redor do mundo e chega nos EUA: basta que as pessoas vejam sabe-se lá o quê, surtam e se matam. Isso mesmo, elas veem, surtam e em seguida cometem suicídio. Logo, as pessoas passam a andar vendadas. Portas e janelas são cobertas com cobertores e colchões. Nada mais pode ser visto. Ninguém quer ser a próxima vítima.

Uma dessas pessoas é Malorie. Quase que ao mesmo tempo, ela perde sua irmã para a tal visão e descobre estar grávida. Quatro anos se passam e seus dois filhos, Menina e Garoto, estão com os ouvidos muito treinados. Eles são capazes de ouvir o mais baixo dos sons. Mas nunca viram nada; seus olhos sempre vendados, foram condicionados para tal.

Malorie e as crianças, devidamente vendados, precisarão chegar até o outro lado do rio, pois é lá que (supostamente) está sua salvação. E sob o ponto de vista de Malorie, vamos percorrer o caminho até o rio e o que levou nossa protagonista a chegar a esse ponto.

Confesso que esperava bem mais da obra. Mas bem mais mesmo. Não vou dizer que foi uma decepção (foi sim, na verdade) total, mas, quando eu esperava que todas as minhas perguntas fossem respondidas... nada feito.

Esse livro me lembrou um pouco Carrie, a Estranha (resenha aqui), porque conseguimos entender o que se passa na mente de Malorie conforme a situação vai piorando – a narração é em terceira pessoa, mas sob a ótica dela – e torcemos para que tudo acabe bem, principalmente pelas crianças, só que, infelizmente, para mim, a obra não cumpre tudo o que promete.
Como me lembrei de Carrie (amo), acredito que muitos fãs de King vão curtir essa leitura, um thriller com bastante ação, principalmente quando a data do parto de Malorie vai chegando. Ainda consegui sacar algumas coisas durante a leitura, mas como já disse, minhas perguntas não foram respondidas.

Sozinha, Malorie vai lutando contra seus próprios demônios, enquanto as pessoas estão morrendo por causa da visão, que atormenta tanto os sobreviventes, quanto àqueles que a veem. O medo é real e palpável durante a leitura, ela não tem muitas armas para se defender, a falta de visão e a audição aguçada dos filhos são tudo o que ela tem.

Os demais personagens da trama são bem construídos, como a irmã de Mal, Shannon, o amigo Tom e Gary, o que me deu mais medo no livro todo, admito. Enquanto os anos vão passando, acompanhamos a deterioração do corpo e da mente da protagonista, ao passo que, mais uma vez, notamos como o ser humano age em situações extremas. A leitura vale a pena para refletir esse ponto: até onde chegamos em nome da sobrevivência?

A edição da Intrínseca está muito bonita, a capa tem uma textura gostosa (para ficar alisando) e o título é bem condizente com a trama, só que não é tão visível assim. A atenção para esse detalhe é redobrada. Como já disse, recomendo a obra para fãs de thriller e de Stephen King, só não vão com muita sede ao pote, a decepção pode ser enorme.

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Para o décimo tópico do Desafio 12 Meses Literários, o escolhido deveria ser "um livro infantil". No início deste ano, a Autêntica (re)lançou mais uma série de livros clássicos: depois de Pollyanna (falei aqui e aqui) e uma coletânea com contos de Grimm, Perrault e Andersen, chegou a vez de contar a história da garotinha mais popular da Suíça. Vem conhecer a história de Heidi, a menina dos Alpes.
SKOOB - Com o subtítulo de "Tempo de Viajar e Aprender", antes de ser a Menina dos Alpes, Heidi, uma garotinha de cinco anos, morava com sua tia no vilarejo de Maienfeld, mas como esta arrumou um emprego bacana em Frankfurt (Alemanha) e não podia levar a menina, resolveu deixá-la com o avô da pequena, que morava isolado nas montanhas. Mas o avô de Heidi não tinha a melhor fama.

O "Tio dos Alpes" era conhecido por ser um velho mal-educado, vivia sozinho, isolado e amargurado, levantando as mais diversas suspeitas na aldeia que ficava próxima às montanhas - os famosos Alpes suíços. Então, quando Dete - a tia - resolveu deixar a menina lá, alguns populares ficaram revoltados, porque, quem garantia que a menina ia ser bem cuidada?

Mas qual a surpresa quando, assim que Dete deixa a pequena lá, o Tio dos Alpes começa a cuidar dela com amor e carinho, mostrando que o velho não era nem um pouco mau, pelo contrário, era um homem amargurado, com uma grande tristeza em seu coração, que até mesmo o afastou de Deus. O tempo passou e Heidi passou a ser parte indissociável daquela montanha, ela amava tudo aquilo, até mesmo seus vizinhos, como o Pedro das Cabras, sua mãe Brigitte e a avó, que é cega mas passa seus dias fiando.

Só que, como tudo o que é bom não dura, tia Dete, com a cara mais deslavada do mundo, volta para buscar a menina. Isso porque Dete conseguiu que uma certa família Sesemann, de Frankfurt, acolhesse uma menina para fazer companhia para a filha do senhor Sesemann, uma garotinha paraplégica. Heidi então é levada de seu lar rumo à Alemanha.

Na casa dos Sesemann, Heidi aprende a ler, cria uma forte amizade com Clarinha, a menina paraplégica, mas também passa uns perrengues com a senhora Rottenmeier, que por ser uma religiosa fervorosa, sequer a chama de Heidi - e sim de Adelaide, um nome cristão. É é nessa passagem por Frankfurt que Heidi vai aprender muitas coisas, não só as letras, mas também o que é a fé e o que é família e amor.

Esse é o tipo de livro que me faz querer ter filhos. Mas depois a vontade passa, não se preocupem. Assim como Pollyanna, a inocência de Heidi nos faz acreditar que é possível um mundo melhor, com gente bacana e sem nenhuma maldade. Infelizmente nunca será assim, mas me consola saber que ainda teremos crianças neste mundo, que nos encherão de esperança.
Os Alpes Suiços hoje. Realmente encantador.
Essa nova edição, da Autêntica, traz a versão integral, sem adaptações e com ilustrações de Jessie Willcox Smith (1863-1935), como essa usada no post. A editora também alerta para possíveis questionamentos que venham a intrigar o leitor de 2017: como foi escrito em 1880, o mundo era bem diferente, as religiões em voga eram outras, os costumes eram outros, tudo era bem diferente... a começar pelo café da manhã de Heidi assim que ela acorda pela primeira vez nos Alpes: leite de cabra com queijo e carne??

Vale ressaltar também que Johanna Spyri era religiosa e, digamos, uma especialista em livros infantis, o que é possível ver em sua escrita, didática e de fácil compreensão, perfeita para o pequeno leitor. Então sim, em tempos em que vemos a infância corrompida, todos devem ler Heidi, cujo filme está disponível na Netflix.

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Cumprindo o sétimo tópico do Desafio 12 Meses Literários, o escolhido para leitura e resenha deveria ser um livro não tão conhecido. E Suflê é tão desconhecido que nem eu conhecia, rs. E quando você joga no Google "livro Suflê", aparecem diversas opções... de livros de receitas. Porém é um livro muito delicado e tocante, escrito pela turca Asli E. Perker.
SKOOB - O livro conta três histórias em uma: da Ferda, que vive em Istambul e está cuidando da mãe doente (ou que se finge de). Marc mora em Paris e não sabe como vai seguir com a vida após a morte da esposa. A filipina Lilia vive em Nova York e só na velhice descobriu que foi sugada até a alma por sua família.

É um pouco complicado falar sobre o livro sem se alongar, pois três histórias em uma só praticamente não tem como esmiuçar. Pois bem, comecemos com Ferda, a turca, que sempre viveu aquilo que esperavam dela: por ser a mais velha, ficou com a (amarga) função de cuidar da família, ainda mais após a morte de seu pai, quando ainda era criança, e com as falsas dores de sua mãe. O povo turco é muito ligado à família, então a pobre Ferda ficou com esse fardo. Casou-se com o homem que amava, teve seus filhos e acreditou que, quando chegasse a velhice, poderia descansar. Que nada. A senhora Nesibe - a mãe - sofreu um acidente e acabou ficando aos cuidados da filha.

Assim como Ferda, Lilia também fez aquilo que esperavam dela: sempre colocou os outros à frente. Casou-se com Arnie, cujo relacionamento foi minando ao longo dos anos até que chegou o ponto em que a convivência ficou insuportável. O casal adotou duas crianças vietnamitas - algo em voga nos EUA à época - mas que se tornaram dois monstros. Cada dia era igual ao anterior, até que Arnie tem um derrame e vai parar no hospital. A monotonia silenciosa dele é interrompida quando Lilia, para ajudar nos custos do tratamento, resolve alugar os quatro quartos de sua casa para alunos estrangeiros de uma escola próxima.

Marc sempre viveu à sombra de sua esposa Clara. Ela fazia absolutamente tudo por ele. E ele se sentia bem assim, em sua zona de conforto. O casal vivia num bairro simpático de Paris, onde Clara era querida por toda a vizinhança. Ela vivia indo a vários mercados, sempre comprando ingredientes para testar novas receitas, que Marc comia com prazer. Mas, silenciosamente, Clara morre, deixando o marido numa dor profunda e intensa. Como a cozinha era o local favorito da esposa, o viúvo resolve fazer uma mudança drástica: remontar o ambiente e tudo que estivesse nele.
Esse é o básico de cada um dos três protagonistas. O ponto alto da história é quando sabemos como a cozinha é importante na vida de todos. Ferda cozinha desde que se conhece por gente, já que a mãe vivia "doente" e o pai morrera cedo, alguém precisava cozinhar. Marc comia absolutamente tudo o que a esposa preparava. Lilia adorava cozinhar e servir às pessoas. Mas o que eles não sabem é que, em certo momento, em três lugares totalmente diferentes, três pessoas comprarão o mesmo livro: Suflê.

A cozinha - e o livro que ensina a fazer a sobremesa mais difícil do mundo - salvarão esses três personagens da loucura. Nela, eles saberão como é se sentir dono e senhor de sua vontade e desejos, e assim, vão viver um pouquinho melhor, já que a realidade está ali, lado a lado.

Como é maravilhoso eu poder frequentar uma biblioteca! Gosto de me surpreender com obras vindas dos mais distantes lugares, então foi uma surpresa para mim poder conhecer essa maravilha made in Turquia. A autora usa o suflê (nunca comi, será que é bom?) como uma espécie de metáfora para a vida. Os protagonistas podem ser qualquer um de nós, vivendo vidas rotineiras e monótonas, caindo na mesmice, mas que em um ou outro momento pode acontecer algum milagre, ou, algum ponto sai da curva.

Infelizmente, o livro não teve o alcance que merecia. Pelo menos nunca vi pra vender em lugar algum. Por sorte, ainda podemos encontrar na Amazon. Além do pouco (pra não dizer nenhum) destaque, a editora falhou em seu trabalho de revisão. Diversos erros foram encontrados durante a leitura. Erros de revisão dos mais bobos, o que mostra como a editora precisa melhorar - e muito - se quiser continuar existindo.

No mais, sei que é difícil, mas espero que mais obras da autora cheguem no Brasil, porque ela tem uma escrita maravilhosa - sem falar que é humilde e responde os leitores nas redes sociais. Leitura mais que recomendada.

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Cumprindo mais um tópico do Desafio 12 Meses Literários, o resenhado de hoje é um livro voltado para as crianças, mas que acabei lendo porque não me veio nenhum outro título à mente - isso, claro, sem falar que contos de fada não são meu forte. Mas vem conferir a resenha de A Bela Arremetida e outros contos de fadas com bichos.
SKOOB - Como o subtítulo já indica, o livro possui oito contos de fada repaginados, em que os protagonistas são os animais. Não dá para falar muito deles, pois são histórias baseadas em textos que já estão em domínio público, mas posso dizer as que mais gostei:

A Bela Arremetida: o primeiro conto, que dá nome ao livro - cuja maturidade me falta para pronunciá-lo - é uma releitura de A Bela Adormecida (ah vá). Só que, aqui, quem protagoniza é uma linda rãzinha que recebe uma terrível maldição, que pode colocar em risco toda sua vida - tudo por culpa de uma fada muito malvada.

Hamstério e Gerbília: releitura de João e Maria, os irmãos Hamstério e Gerbília (um hamster e uma esquilo-da-Mongólia) ficam sozinhos na floresta, por culpa da madrasta Gambá, que quer o papai Castor (sim, o pai é um castor) fique apenas com ela. Eles encontram uma certa casa e... no fim, todo mundo já imagina o que aconteceu.

E-Daí e as Sete Girafas: releitura de Branca de Neve e os Sete Añoes, conta a história do chimpanzé E-Daí, que ganhou esse nome porque só fala "E daí?" e vai parar na casa de sete girafas que trabalhavam num circo e faziam o pequeno E-Daí de empregada doméstica (sem remuneração, claro) porque a madrasta chimpanzé queria ser a mais forte de todo o reino.
Apesar de eu ter gostado de apenas três, admito que todos os contos têm sua particularidade e sua mensagem, que servem para os adultos também, pois as crianças crescem, e os adultos guardam sua infância no fundo do coração. Gregory foi muito feliz em montar as histórias dessa forma, pois ele mostra novos ângulos e soluções da mesma história.

A edição da Companhia das Letrinhas está uma fofura! O livro é super curto, apenas 191 páginas, o suficiente para ler em uma ou duas noites. Você pode ler essa obra para o seu filho/a antes de ele dormir, resgatando um velho hábito, além de unir mais ainda laços tão fortes como o de mãe e filhos. Não encontrei erros de nenhuma ordem e as ilustrações do Chris L. Demarest estão incríveis!

No mais, aproveitem essa dica e, para mim, a melhor parte desse livro foi tentar descobrir qual o conto de fadas que foi repaginado, já que nem todos são fáceis de descobrir apenas lendo o título - sem falar que ando com a memória fraca, tentar puxar na mente títulos de contos de fadas assim, na raça, não está sendo fácil, rs.

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Cumprindo o terceiro tópico do Desafio 12 Meses Literários (meu progresso você acompanha na sidebar), o resenhado de hoje é um livro que eu deveria ter lido há muito tempo, mas só agora pude acompanhar essa maravilha de história. Saibam porque o livro de Maurício Gomyde é tão... Surpreendente!
Skoob
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Surpreendente! nos apresenta o jovem Pedro Diniz, recém-formado em Cinema, mas que tem um grande desafio na vida: com apenas 25 anos, ele detém apenas 50% de sua visão, por causa de uma doença degenerativa, uma espécie de "cabresto invisível" que não lhe permite ter a visão periférica. Seu grande sonho é ganhar o "Cacau de Ouro", que é um grande prêmio do cinema brasileiro. O surpreendente é que, em dado momento de sua vida, a doença parou de degenerar, parando na porcentagem citada. Mais surpreendente ainda é o fato de que ele não tem um roteiro.

Tendo como melhor amigo o Fit, que estuda Cinema, Pedro, às noites, comanda um cine clube que fica no subsolo de uma cafeteria, em que exibe clássicos do cinema, mas que sofre com a falta de público. De dia, ele é gerente em uma locadora de DVDs em um bairro pobre de São Paulo - sim, em um passado não tão remoto, podíamos alugar DVDs a um preço bacana. 

Em uma dessas vezes que ele exibiu um filme no cine clube, além dos frequentadores de sempre - entre eles, um senhor de idade que sempre sai ao fim da sessão, sem dizer nada - ele vê uma moça que fica entrando e saindo da sala durante a exibição. Depois ele viria a descobrir que essa jovem, de nome Cristal, é funcionária do local, por isso o entra-e-sai da sala. E claro que ele fica "parado na dela" - uma moça de cabelos vermelhos e olhos verdes.

Pois bem, um certo dia, a locadora onde Pedro trabalha sofre um assalto. Ele é feito de refém e, devido a uma coronhada, a doença volta com tudo e seu médico é categórico: ele perderá a visão em pouco tempo. Por isso, ele se junta com Fit, Cristal e Mayla - que é sobrinha da dona do cine clube - e resolve partir em uma aventura, que consiste em documentar em um filme toda a viagem de São Paulo até Pirenópolis (GO), para encontrar sua avó, pois ela tem um segredo a contar. Aliás, ele ficou sabendo que sua avó tinha algo a lhe contar quando ele tinha 13 anos e ganhou um olho turco dela - esse mesmo que está na capa.
Quem já leu qualquer coisa do Gomyde, sabe como ele é maravilhoso com as palavras. E aqui não é diferente! Apesar de, no início, o Pedro me parecer um pouco prepotente - por querer, de QUALQUER JEITO, o Cacau de Ouro - talvez, por ele ter sido criado em uma boa família e não ter feito tanto esforço para conseguir suas vitórias (ele estudou na USP, só pra começar...). Mas ele se mostrou um cara incrível, que apesar de ter se abalado por causa da cegueira iminente, busca seus sonhos e faz de tudo para alcançá-los. Inclusive, ao saber que não era possível reverter a doença, o rapaz que sempre tinha uma citação na ponta da língua, passou a ser um rapaz amargurado, e isso é bem visível durante a obra.

Além de um lindo romance - o terceiro desafio é um romance escrito por homem - o livro é forrado de citações de obras cinematográficas clássicas, como Oito e Meio, de Fellini (o filme mais maravilhoso e psicodélico da face da Terra, assistam), grandes nomes do Cinema, como o próprio Fellini, Sérgio Leone (diretor), Nino Rota (compositor), além de grandes atores e atrizes, bandas de rock... Enfim, um livro que teve muita pesquisa pra poder citar tanta coisa bacana.

Sobre a edição da Intrínseca: tão azul e linda! É dividido em quatro partes, cada uma com um quote de uma personalidade do cinema. São capítulos curtos e bem narrados, nos inserindo na trama e na São Paulo que tem tanta coisa boa escondida por aí... Não encontrei erros de nenhuma ordem e esse olho turco da capa é uma graça!
O mais engraçado foi a forma como eu adquiri: estava na bienal (sdds), no lotado estande da Intrínseca, quando vejo um cara rodeado de garotas, todos rindo e conversando. Aí eu reparei bem e pensei: "Aquele não é o Maurício Gomyde? É sim!" Fiquei reparando nas promoções e esse livro estava por 20 golpinhos. Pensei, por quê não? E só tinha um exemplar na bancada. E bem na hora que uma das moças que estava com ele fez o movimento de pegar o livro, eu a atravessei e peguei! Ele viu e deu risada - e eu fiquei sem graça, claro. Mas pedi pra ele não sair de lá! Comprei e claro, o tietei, com direito a foto! Fazendo jus ao momento, a dedicatória não poderia ser outra!

No mais, recomendo a leitura a todos!!! Pena que demorei pra ler, mas é uma trama linda, que envolve o leitor num carrossel de sentimentos, com uma premissa linda e uma mensagem acolhedora e maravilhosa! Não à toa, esse livro foi publicado na Espanha e em Portugal!

E os filmes do Fellini são maravilhosos. #pas

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Pela primeira vez estou participando de um desafio literário! Mais adiante falarei dele, mas, pra quem quiser acompanhar e/ou participar, só clicar na imagem "Eu Participo #2", na sidebar do blog. Conforme vou cumprindo os desafios, vou atualizando. Agora, sobre o livro, é uma leitura que me pegou de surpresa - essa é uma vantagem de ler algo sem expectativas. Confira a resenha de Entre o Agora e o Nunca, de J.A. Redmerski.
Entre o Agora e o Nunca nos apresenta Camryn Bennett (ou apenas Cam), pensando em sua vida: o primeiro namorado morreu, o segundo a traiu, o irmão está preso e a mãe tá com um cara diferente praticamente todo dia. A única coisa boa em sua vida, até aquele momento, era sua melhor amiga Natalie. Mas, depois de uma briga com Nat, Cam faz uma mala com o que julga essencial e vai embora de casa.

Ela (que tem 20 anos, vale ressaltar), está de saco cheio da vida que leva. Além de tudo o que lhe aconteceu, Cam tem um emprego ruim, que ela odeia. Seu sonho mesmo é viajar, sem direção. Por isso que, quando está na rodoviária, ela escolhe como destino o primeiro lugar que lhe veio à mente: Idaho - a terra das batatas.

No ônibus, ela conhece Andrew Parrish, de 25 anos, que está indo para Wyoming (que é um estado, não cidade, morria sem saber) visitar o pai, que está para morrer, devido um tumor no cérebro. E a música alta mais um certo tarado unirão esses dois tão diferentes, mas com tantas coisas em comum.

Primeira obra que leio de Jessica Ann e admito que gostei. Eu consegui esse livro através de uma troca no Facebook. Nem sabia que ele existia, então, foi uma grata surpresa a leitura. Escolhi esse livro em virtude do "Desafio 12 Meses Literários", criado pela Ani, do EC&M e pela Karine, do Books and Carpe Diem, cujo primeiro desafio foi escolher um livro de seu gênero favorito.
E claro que romance é meu gênero favorito por excelência! Andrew é um cara diferente dos mocinhos que temos por aí. Ele é bonito e forte, mas tão humilde que chega a irritar. Ele aparece na vida de Cam justamente quando ela decidiu que não quer mais se apaixonar, depois de duas decepções amorosas - seguidas. Eles saem de pontos diferentes do país, mas vão se encontrar dentro de um ônibus, o que, cá entre nós, é meio difícil de acontecer - ou você mulher sai conversando com um desconhecido quando está num ônibus, principalmente se for interestadual?

Tem partes eróticas, claro, mas são tão bem escritas que você nem percebe. Nada apelativo, apenas detalhista. Se não gostar, só pular, não atrapalha muito a compreensão da obra. Mas é bom ler sim, nem dói e nem ofende, rs.

Já Cam é muito pudica, muito discreta. Não fala palavrão, quase não bebe, arruma seu quarto impecavelmente... enfim, ela faz o que as pessoas esperam dela. Mas não é o que ela quer. Ela não está feliz, pelo contrário, sente que falta algo na sua vida, como se fosse um quebra-cabeça que falta a peça mais importante.

Acho que muitos de nós se identificariam com a Cam. Pelo menos eu me identifiquei. Sempre tive vontade de viajar sozinha, mas o mais perto disso foi um bate-e-volta no Rio com meus avós a tiracolo. Sabe, pegar uma mochila, documentos, pouca roupa e todo o dinheiro do banco e viajar, conhecer novas pessoas, novos lugares... Mas não dá, eu tenho um trabalho a zelar (ainda mais agora, com 12 milhões de desempregados), um diploma para buscar, contas a pagar e com a carteira vazia não dá pra eu ir até Guarulhos, quanto mais Estocolmo hahaha
Juro que não fui eu que risquei!
Falando sério, a história de Cam te dá vontade de sair, viajar, refletir sobre a vida... Claro que ela tem uma vida confortável, o que já ajuda e muito em seu percurso. E Andrew, que tem um destino, mas se preocupa com Cam, fazendo com ele alterasse parte de sua viagem. Mas ele também tem seus segredos - tão graves quanto os de Cam, mas ele guarda para si, pois ele não quer perder nenhum dos momentos que terá com ela.

Aliás, essa viagem foi muito libertadora para Cam. Ela fez coisas que jamais imaginou que faria - desde falar palavrão até subir num palco e cantar uma música. Andrew a mudou - para o bem - que nenhuma outra pessoa jamais tentou. E a mesma coisa com ele também. Ou seja, a viagem mudou ambos. A história é contada em primeira pessoa, sob os olhares - intercalados - de Andrew e Cam.

A capa é muito bonita, condizente com a trama, não achei erros de nenhuma ordem e a trança da foto é linda - como a moça está de perfil e sua trança é quem está em primeiro plano, não me incomodei com o rosto. Prometi a mim mesma que não compraria tantos livros, como fiz em 2016, mas agora me sinto na obrigação de ter a continuação, "Entre o Agora e o Sempre" - espero ainda achar para vender, rs.

Bem, esse foi minha primeira leitura do Desafio 12 Meses Literários e gostei muito tanto do projeto como do livro em si. E já quero o próximo desafio!! Ah, e a leitura é mais que recomendada.

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