Olá!

Como Heidi é maravilhosa, vou encerrar a semana com a resenha do segundo livro da duologia. Com o subtítulo de "Tempo de Usar o que Aprendeu", Johanna Spyri nos traz uma história atemporal, que nos permite acreditar em dias melhores.
Resenha Anterior - Heidi - A Menina dos Alpes #1

SKOOB - Continuando de onde parou (portanto pode haver spoilers do livro anterior), Heidi está esperando a visita de sua amiga Clarinha, a senhora Sesemann (avó de Clarinha) e a temida senhora Rottenmeier. Porém, para a surpresa da pequena, quem vem é o doutor. O doutor (cujo nome não nos é informado) é um grande amigo dos Sesemann e vem no lugar dos esperados porque tem uma grande tristeza em seu coração e espera que passar algum tempo na montanha seja uma boa experiência.

E não é que foi mesmo? Os Alpes encantaram o doutor de tal modo que ele simplesmente não queria voltar. Enquanto isso, Heidi mantinha sua amizade firme e forte com o Pedro das Cabras e sua avó, para quem ela lia alguns versinhos religiosos todas as noites. Ela estava com oito anos e cada vez mais inteligente. Ela era muito agradecida ao doutor, pois, ela acreditava que era ele quem tinha feito com que ela tivesse voltado para sua terra.

Isso mesmo, Heidi deixou o luxo de Frankfurt para voltar para os Alpes e seu avô. Quando o doutor volta para sua casa, a pequena volta a acompanhar Pedro em seus passeios com as cabras, Pedro, aliás, está muito simpático, mas ainda não vai para a escola com a frequência adequada. O tempo vai passando, Heidi continua inteligente e, quem diria, num certo verão, não é que Clarinha vai aparecer?!
Ilustração de Jessie Willcox Smith, esse e outros desenhos estão nos dois livros.
Sim, Clarinha e a senhora Sesemann resolvem passar quatro semanas nos Alpes. E enquanto a senhora Sesemann está na aldeia, Clarinha vai ficar com Heidi, sob os cuidados do Tio dos Alpes, que é um senhor muito bom e inclusive, na guerra, enquanto estava no batalhão, cuidou de um amigo ferido, até que este, infelizmente, falecera.

Mas como os Alpes são milagrosos, Heidi e Clarinha viverão aventuras incríveis. E são livros assim que me fazem acreditar na humanidade. Amo um livro infantil, mesmo que eu não leia com tanta frequência assim. Apesar das diferenças no tempo em que a história foi escrita para hoje (137 anos) e a forma como é escrita (didática, com mensagens religiosas), Heidi é o tipo de livro que toda criança deveria ler, porque é bonito, simples e maravilhoso.

Lembrando que a versão cinematográfica de Heidi está disponível na Netflix.



Olá!

Para o décimo tópico do Desafio 12 Meses Literários, o escolhido deveria ser "um livro infantil". No início deste ano, a Autêntica (re)lançou mais uma série de livros clássicos: depois de Pollyanna (falei aqui e aqui) e uma coletânea com contos de Grimm, Perrault e Andersen, chegou a vez de contar a história da garotinha mais popular da Suíça. Vem conhecer a história de Heidi, a menina dos Alpes.
SKOOB - Com o subtítulo de "Tempo de Viajar e Aprender", antes de ser a Menina dos Alpes, Heidi, uma garotinha de cinco anos, morava com sua tia no vilarejo de Maienfeld, mas como esta arrumou um emprego bacana em Frankfurt (Alemanha) e não podia levar a menina, resolveu deixá-la com o avô da pequena, que morava isolado nas montanhas. Mas o avô de Heidi não tinha a melhor fama.

O "Tio dos Alpes" era conhecido por ser um velho mal-educado, vivia sozinho, isolado e amargurado, levantando as mais diversas suspeitas na aldeia que ficava próxima às montanhas - os famosos Alpes suíços. Então, quando Dete - a tia - resolveu deixar a menina lá, alguns populares ficaram revoltados, porque, quem garantia que a menina ia ser bem cuidada?

Mas qual a surpresa quando, assim que Dete deixa a pequena lá, o Tio dos Alpes começa a cuidar dela com amor e carinho, mostrando que o velho não era nem um pouco mau, pelo contrário, era um homem amargurado, com uma grande tristeza em seu coração, que até mesmo o afastou de Deus. O tempo passou e Heidi passou a ser parte indissociável daquela montanha, ela amava tudo aquilo, até mesmo seus vizinhos, como o Pedro das Cabras, sua mãe Brigitte e a avó, que é cega mas passa seus dias fiando.

Só que, como tudo o que é bom não dura, tia Dete, com a cara mais deslavada do mundo, volta para buscar a menina. Isso porque Dete conseguiu que uma certa família Sesemann, de Frankfurt, acolhesse uma menina para fazer companhia para a filha do senhor Sesemann, uma garotinha paraplégica. Heidi então é levada de seu lar rumo à Alemanha.

Na casa dos Sesemann, Heidi aprende a ler, cria uma forte amizade com Clarinha, a menina paraplégica, mas também passa uns perrengues com a senhora Rottenmeier, que por ser uma religiosa fervorosa, sequer a chama de Heidi - e sim de Adelaide, um nome cristão. É é nessa passagem por Frankfurt que Heidi vai aprender muitas coisas, não só as letras, mas também o que é a fé e o que é família e amor.

Esse é o tipo de livro que me faz querer ter filhos. Mas depois a vontade passa, não se preocupem. Assim como Pollyanna, a inocência de Heidi nos faz acreditar que é possível um mundo melhor, com gente bacana e sem nenhuma maldade. Infelizmente nunca será assim, mas me consola saber que ainda teremos crianças neste mundo, que nos encherão de esperança.
Os Alpes Suiços hoje. Realmente encantador.
Essa nova edição, da Autêntica, traz a versão integral, sem adaptações e com ilustrações de Jessie Willcox Smith (1863-1935), como essa usada no post. A editora também alerta para possíveis questionamentos que venham a intrigar o leitor de 2017: como foi escrito em 1880, o mundo era bem diferente, as religiões em voga eram outras, os costumes eram outros, tudo era bem diferente... a começar pelo café da manhã de Heidi assim que ela acorda pela primeira vez nos Alpes: leite de cabra com queijo e carne??

Vale ressaltar também que Johanna Spyri era religiosa e, digamos, uma especialista em livros infantis, o que é possível ver em sua escrita, didática e de fácil compreensão, perfeita para o pequeno leitor. Então sim, em tempos em que vemos a infância corrompida, todos devem ler Heidi, cujo filme está disponível na Netflix.

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