Olá!

Diferente do Sob a Luz dos Seus Olhos, Sob um Milhão de Estrelas me encantou e me fez querer ser amiga da Alma, linda, maravilhosa e gente como a gente! É o segundo livro da Chris Melo que leio e estou cada vez mais encantada com sua escrita.
Resenha anterior: Sob a Luz dos Seus Olhos

SKOOB - Com alguns detalhes do livro anterior (são pequenos spoilers, mas caso você não consiga ler o anterior, não terá problemas em ler este), vamos conhecer Alma Abreu, uma jovem médica que, ao receber uma herança de uma avó até então desconhecida, ela deixa São Paulo rumo à cidade interiorana de Serra de Santa Cecília (que é fictícia). Ela vai precisar passar três dias na cidade para resolver burocracias acerca da casa, o bem que lhe foi deixado de herança.

Quem está cuidando da tal casa é Cadu, que apareceu no livro anterior e, até antes de eu ter lido este livro, não o julgava merecedor de ter uma história só para si, pelos motivos ditos na resenha anterior, cujo link está abaixo da foto, rs. Porém, o tempo fez bem a ele. Depois de sofrer uma decepção amorosa, ele deixa tudo em São Paulo e resolve aceitar um emprego como professor na universidade local, além de ter comprado um bar com o dinheiro da venda de seu apartamento.

De um jeito meio inesperado, Alma e Cadu se conhecerão e, ao mesmo tempo que o sentimento nasce, as dúvidas surgem. Cadu ainda não esqueceu seu amor de antes, o noivado de Alma foi por água abaixo depois que uma certa jovem veio a falecer. Ah, faltou dizer que, por causa dessa morte, Al - como é carinhosamente chamada por ele - postergou seu plano de começar sua especialização em cirurgia.

Na pequena cidade, Al vai descobrir uma certa irmandade feminina. As integrantes se conhecem desde sempre, pois suas mães, avós e assim por diante eram amigas, então, essas mulheres já nascem com suas amizades definidas. O grupo é pequeno, porém muito legal, sendo Claudinha (que fala demais e não sabe cozinhar), Patricia (boca suja e prima de Alma), Raquel (muito discreta) e Lucia (ou Luciana? não sei, cada hora ela era chamada de um nome). Pra mim, a mais legal, disparada, é a Paty.

Com muitos gostos em comum, incluindo a paixão e uma certa homenagem a Mario Quintana, Alma e Cadu vão descobrir que o amor não é só algo físico, mas é um sentimento que transcende qualquer plano e foge à compreensão de nós, reles seres. Sob Um Milhão de Estrelas foi a obra mais sensível que li até o momento.

Diferente de Elisa, de Sob a Luz dos Seus Olhos, que achei meio fria, Alma é totalmente o oposto! Ela é, segundo Cadu, o exemplo de mulher comum, gente como a gente, mas que sabe seduzir e é aquilo que mostra, mesmo se escondendo numa grossa camada de dor e sofrimento. Me identifiquei imediatamente com ela! É médica, então procura uma resposta exata para cada problema na sua vida, mesmo aqueles que lhe são impossíveis.
"Querida Kamila, desejo que se ilumine sob a luz das minhas humildes palavras. Beijos,"
E o Cadu, que homem! Calou minha boca. Apesar de ter sido um imbecil no livro anterior, aqui ele mostra seu verdadeiro eu: um homem sensível, delicado, gosta de ler (!!!) e usa seu vasto vocabulário com bom humor. Gostei. Como disse lá em cima, ele tenta esquecer seu antigo amor, mas, assim que vê Alma, parece que sua vida toma um novo rumo, como se aquela mulher que ele via desfilar de regata e calcinha na janela azul da casa da frente fosse "a porta que salvou a Rose do Titanic".

Agora sim posso dizer que a história da Chris me convenceu. Devorei as 319 páginas em dois dias, o que é ótimo, porque a leitura fluiu muito bem. Visitar o passado de Alma junto com ela, enquanto tenta entender o que aconteceu entre seus pais e o que levou sua mãe a criá-la sozinha, sua relação com sua avó, seus sentimentos por Cadu, o ex-noivo que prefere ver o capeta a vê-la, a jovem falecida... enfim, foi como se eu estivesse ao lado de Al nessa jornada, torcendo para que ela não se machucasse nem se iludisse.

Cada capítulo começa com uma frase de Mario Quintana, que, pelo visto, a autora é muito fã, já que pesquisar cada frase de seu vasto repertório para selecionar a que mais combinava com cada capítulo deve ser realmente um trabalho e tanto. Aliás, Quintana está muito presente na vida de ambos, cada um com sua particularidade. 

A edição da Fábrica 231 está impecável, a capa condizente com a trama (mesmo eu tendo demorado pra entender a lógica da capa) e devorei esse livro em dois dias, como já disse, mas é porque o livro é muito bom e você só vai descansar quando terminar de ler! Mais recomendado que isso, impossível.