Olá!




Vamos de filme clássico? Vamos, até porque ainda não consegui ler o livro - e o farei, inclusive na língua materna, rs. Apesar de ter saído da Netflix há um tempinho, acho que vale a pena falar dele, ainda mais por se tratar da versão cinematográfica da masterpiece de Isabel Allende, A Casa dos Espíritos.

Título Original: The House of the Spirits
Elenco: Meryl Streep, Glenn Close, Winona Ryder, Jeremy Irons, Antonio Banderas
Duração: 2h 26m
Ano: 1993

A Casa dos Espíritos começa com o jovem Esteban Trueba (Jeremy Irons) pedindo a também jovem Rosa em casamento. Rosa era filha de uma família de políticos e, Esteban, um jovem humilde. Para casar-se, ele precisaria trabalhar bastante nas minas de ouro, o que fez com afinco. Ele só não contava que Rosa morreria envenenada. Então ele voltou a trabalhar com mais afinco ainda, tornando-se um homem muito rico ao passar dos anos.

O tempo passou e Esteban acabou se casando com Clara (Meryl Streep), a irmã menor de Rosa. Quando Esteban estava noivo de Rosa, Clara era apenas uma menina, mas já sabia que se casaria com ele. Esteban tinha uma irmã, Férula (Glenn Close), que passou a vida toda cuidando da mãe e viu na família do irmão a sua própria família, aquela que não pôde ter.

Mais uns anos passaram e nasceu Blanca, a filha do casal. E Esteban se tornara um homem intransigente, explorando seus trabalhadores, que já começaram a se rebelar. Blanca tinha um amiguinho, Pedro, iam a escola juntos e brincavam nus no riacho, para desespero do pai, que ao ver a cena, mandou a menina para um colégio interno, pois achava inadmissível sua filha brincar com um “índio”.

Aí passou mais algum tempo e Blanca (Winona Ryder) voltou da escola como uma bela jovem. Ela se relacionava às escondidas com Pedro (Antonio Banderas), que cresceu e virou líder revolucionário, num país que fervilhava mudanças. Todos esses personagens enveredaram-se numa incrível história, em que (apesar de o filme ser americano) o plano de fundo é um país que, achando que seria fácil se livrar dos revolucionários, acabou por cair nas garras da ditadura - estamos falando do Chile.
Quantos likes essas duas merecem?
Infelizmente o filme já saiu do catálogo da Netflix, inclusive eu sequer sabia que ele estava disponível, foi por causa de um post na internet que dizia quais produções sairiam da plataforma que corri para assistir. Todo mundo sabe que Isabel Allende é minha autora favorita, mas ainda não tive a oportunidade de ler A Casa dos Espíritos, que é considerada sua obra prima, pois foi este título que a alçou ao sucesso.

Sendo parente de quem é (Salvador Allende era primo de seu pai), Isabel soube explicar com muita propriedade o que acontece numa ditadura, e o filme, apesar de ser americano, como já disse, mostrou bem como os militares no poder nunca serão a solução, assim como nem a esquerda nem a direita pensam no coletivo mas em si próprio – nada que não esteja acontecendo hoje, não é mesmo?

Com um elenco estrelado e parte das cenas gravadas em Portugal, A Casa dos Espíritos retrata bem o Chile de outrora, com uma Clara que realmente vê espíritos, um Esteban que vai se moldando conforme vai ficando rico – lembrando que ele não é o vilão, mas faz diversas ações, algumas abomináveis, que têm como justificativa o meio em que vive – , o amor praticamente impossível de Blanca e Pedro e um certo conde Saligny, uma pessoa bem suspeita.

A respeito das atuações, nada que não me surpreendesse, pois conta com um elenco de peso: Meryl Streep e Glenn Close – que até hoje às confundo, pois acho as duas muito parecidas – e nem preciso dizer como foram incríveis em suas atuações; Jeremy Irons encarnou Esteban com tanta fidelidade que eu queria entrar no filme e socá-lo; Antônio Banderas e Winona Ryder estavam bem novinhos e ainda não causavam tanta polêmica. Enfim, atuações brilhantes, que me pregaram no filme do começo ao fim, apesar de que, em alguns momentos, quase desistindo de ver, pois a história ficou meio modorrenta.

No mais, é uma linda história, que ascendeu Isabel Allende ao panteão dos grandes autores, ainda mais porque sua versão cinematográfica contou com um elenco de peso, que ajudou a contar não só a história dos Trueba, mas a do Chile e a da própria autora. Agora é uma questão de honra ler o livro – em espanhol, de preferência.

Olá!

Primeiro, feliz 2018! Agora, retomando o blog e continuando minha saga de ler em espanhol, claro que sempre que eu puder, lerei Isabel Allende. Mi País Inventado é sua segunda obra que leio na língua nativa e nunca imaginei que riria tanto durante uma leitura. O título em português é "Meu País Inventado", foi publicado aqui pela Bertrand Brasil, e infelizmente está fora de catálogo.
SKOOB - Meu País Inventado é o livro da Isabel que vai falar do Chile enquanto nação e dela enquanto chilena. Lembrando que, depois do golpe militar de 1972, ela se exilou na Venezuela, depois Líbano e assim por diante, até se estabelecer em São Francisco, onde mora até hoje. O fato de que seu padrasto era diplomata ajudou é muito nessas mudanças. O pai era um embuste (além de ser primo do Salvador; eu achava que era irmão) que um belo dia saiu pra compra cigarro e até hoje... DESCUBRA.

Isabel já era feminista muito antes do termo existir e desde sempre quis ser independente, e o fato dos Allende serem machistas a alavancou em seus desejos. Assim como sua família, a autora conta que as famílias chilenas são grandes, uns cuidando dos outros e ninguém de fora cuidando deles.

Com muito bom humor, ela vai relembrar sua juventude, com boas histórias (algumas aumentadas), e vários segredos sendo revelados também, como por exemplo, o que a levou a escrever seu primeiro livro e porque ela sempre começa a escrever seus livros em oito de janeiro - hoje!
Minha pequena coleção dedicada à Isabel Allende.
Essa edição é argentina e faz parte de meu projeto de ler mais em espanhol, para aprimorar meu vocabulário neste idioma. E sinto que estou melhorando, pois consigo entender o contexto sem a necessidade de entender palavra a palavra – só falta melhorar a pronúncia de alguns termos.

O livro foi escrito em 2003 e, muita coisa mudou de lá pra cá, muita coisa que eu nem sequer sabia, como o fato de que Michelle Bachelet, antes de ser presidente duas vezes, foi ministra da Justiça ou que a lei do divórcio só foi promulgada em 2004. Acho que seria bacana se ela pudesse revisitar esse livro e atualizá-lo, para opinar sobre Bachelet, a Lei do Divórcio, seu novo namorado, entre outros temas que abordam o Chile, que é um país um tanto pessimista, segundo a autora.

Inclusive, se um chileno te aborda perguntando se está tudo bem, diga que está “mais ou menos”. Dizer que está tudo bem é uma afronta a autoestima de quem pergunta, confesso que ri. O livro também serve como guia de como proceder quando se está em território chileno. E o conservadorismo do país é tão engraçado... Tipo, ela está contando uma coisa super seria e, do nada, ela joga uma informação engraçada.

Meu país inventado é mais um de seus livros de memórias (junto com Paula e A Soma dos Dias), cheio de verdades e cheio de coisas engraçadas também, como quando conheceu Wiilie, seu segundo marido. A sinceridade dela é um ponto forte na história, porque ela não tem papas na língua na hora de contar sua história. Então, espero que neste oito de janeiro ela se inspire e volte a folhear essa história. Vai que ela deseja atualizar...

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Olá!

Nada como ter a chance de ler o último livro de Isabel Allende, a quem vou amar e proteger enquanto viver. Recém-lançado pela Bertrand Brasil e comprado pela metade do preço nesta Brack Friday (amém, Amazon), Muito Além do Inverno é uma história que, mesmo se passando no frio do Brooklyn, é capaz de aquecer nossos corações.
SKOOB - Mais Além do Inverno conta três histórias que se entrelaçarão em uma. E a primeira história é a de Lucía Maraz, chilena, que está em Nova York, como professora convidada na Universidade local. Ela tem seus 50 anos e mora no porão do professor Richard Bowmaster, a quem gostaria de conhecer melhor, apesar de sua fama de sovino e certinho. Tinha como bicho de estimação o chihuahua Marcelo.

Fã da rotina, a segunda história é a de Richard, que é professor na mesma universidade e, aos 62 anos, quer distância de qualquer coisa que atrapalhe sua rotina perfeita. Sem emoções, sem problemas. Ele tinha quatro gatos, que chamavam-se Um, Dois, Três e Quatro, assim mesmo, em português, porque tinha passado uma boa temporada no Brasil e falava português fluentemente, além de ter estudado sobre a política do nosso país.

Um certo dia, Três é envenenado (tomou um anticongelante perdido nas coisas de Richard) e o professor o leva ao veterinário. O Brooklyn está sob a neve e, andar assim é perigoso. Na volta do consultório (Três morreu mas passa bem), ele bate na traseira de nossa terceira personagem: Evelyn Ortega, imigrante vinda da Guatemala e entra em pânico ao ver o carro batido. Seu medo é tanto que sai em disparada, antes mesmo de ouvir que o seguro de Richard cobriria o prejuízo.

Porém, algumas horas depois (no mesmo dia), Evelyn bate à porta de Richard em busca de socorro. Mas a moça é gaga e mal fala inglês e a solução encontrada pelo professor foi chamar sua vizinha. Lucía escuta-a com atenção e os dois vão se surpreender quando Evelyn abrir o porta-malas de seu carro e mostrar um cadáver. Ela tinha medo de represálias porque pegou o carro de seu patrão (um cara que ficou rico de maneira suspeita) para ir à farmácia comprar fraldas para o garoto especial de quem cuidava.
Richard logo quis chamar a polícia, mas isso logo ficou fora de cogitação por motivos óbvios: Evelyn era ilegal. Naturalmente, Lucía e o professor já eram cúmplices do crime (de ocultação de cadáver) pelo simples fato de saberem do crime. Os três então se uniram para, além de sumir com o corpo, tentar ajudar Evelyn de algum modo, já que estava sozinha no país. E ilegal. Com um plot um tanto original, vamos percorrer às histórias de cada um, ao mesmo tempo que queremos entender o que aconteceu com o cadáver.

Percorrendo o golpe militar chileno, a militância de esquerda, imigração ilegal, política brasileira, milícias de povoados minúsculos, as perdas cruéis de cada um, Isabel nos deleita com uma história rica em detalhes, detalhes de quem viveu muitas coisas retratadas na trama, desde o amor na terceira idade até ao exílio em outro país. 

Sou suspeita para comentar qualquer coisa escrita por Isabel Allende, porque vou amá-la e protegê-la enquanto eu viver. O jeito que ela mescla fatos reais em suas histórias é algo que vejo poucos fazerem - quando que nós veríamos Maria Thereza Goulart no casamento de Richard Bowmaster? Claro que, para inserir personalidades que fizeram parte da política do país (no caso de Isabel, do país dos outros, já que a última vez que esteve no Brasil foi em 1992) em um romance, faz-se necessário muita pesquisa, e ainda não colocar opiniões que digam se você é esquerda ou direita - aliás, nunca vou saber qual o lado de Isabel, já que, para ela, Salvador era só mais um tio.

O único ponto negativo fica por conta da capa brasileira. O que diabos a Bertrand Brasil fez? A capa original é muito linda e essa nova edição, (em que a editora planeja padronizar alguns títulos já publicados da autora, através de um projeto gráfico cujo conceito ainda não entendi) não indica absolutamente nada do que a história conta. Bem que poderia ter usado a capa original, como já foi feito em outros livros da autora - será que proibiram direitos de imagem?
Foto da capa original para apreciação. Imagem: divulgação
É um livro relativamente curto, em comparação à outras bíblias que ela escreveu (dá pra ler em um dia), e uma coisa que gostei muito é que Lucía e Richard foram inspirados nela mesma e no namorado. Isabel, recentemente, assumiu namoro com um simpático advogado, depois de 27 anos de casada e mais alguns curtindo a solteirice. Lembrando que ela está na flor de seus 75 anos! Já a Evelyn é um exemplo recorrente do que sofrem os ilegais nos EUA.

Até dava pra esticar um pouco a história, mas por ela não ter se prolongado, a história acabou no momento certo. Mesmo tendo quase 300 páginas, é um livro em que a escrita ajuda a história a fluir, mesmo com partes tristes (e partes muito tristes), a leitura é gostosa e rende até uns risos. Ela insere diversos fatos reais sobre o Chile (como sempre), o Brasil, a Guatemala... Aliás, ver o Brasil bem retratado num livro estrangeiro sempre me deixa abismada. Por não ter nenhum estereótipo, achei até suspeito, rs.

Muito Além do Inverno entrou para os meus favoritos (só não desbancou O Amante Japonês por motivos óbvios - resenha aqui), Isabel como sempre no meu coração, nunca me decepcionando e não tem como não torcer pro Richard e pra Lucía, é impossível não shippar esse casal, são dois fofos! Além, claro, de abordar temas importantes, como imigração e intolerância, que vai ganhar destaque na parte final do livro, mas que está nas entrelinhas da trama.

Como ainda falta muito para 8 de janeiro, o dia em que ela começará sua nova história, vou louvar esse livro para sempre, de tão lindo que ele é. E como eu já esperava, ela não me decepcionou com Muito Além do Inverno, que recomendo a todos, até mesmo pra quem não leu nada dela e procura algo leve e tranquilo de ler. Ela é a única autora viva que não me decepciona!

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Olá!

Pela primeira vez no Resenha, vou resenhar um livro que não li em português! Já é sabido (inclusive tá no cabeçalho do blog, rs) que Isabel Allende é meu ídolo máximo da literatura, mas nunca tinha lido em espanhol - que é minha segunda língua. Aproveitando que estou usando o máximo de conhecimento deste idioma em meu trabalho, resolvi me arriscar numa leitura. Confiram a resenha de De Amor y de Sombra. No fim do post vou deixar o link de compra dessa versão, porque a brasileira infelizmente está esgotada - pelo menos na Amazon.
SKOOB - De Amor y de Sombra começa com três histórias, mas que em dado momento se afunilam. Primeiramente, conhecemos Irene Beltrán, uma jornalista que vive com sua mãe, Beatriz Alcántara, dona de um asilo. Irene e Beatriz vivem num mundo paralelo. De vida confortável, apesar de terem sido abandonadas pelo chefe da família, elas vivem tranquilamente, enquanto o país vive o terror da ditadura.

Em nenhum momento da obra, a autora diz qual a cidade que Irene mora, referindo-se apenas como "capital", mas dado o tratamento que o chefe de estado recebe (General) e o fato de que Isabel é sobrinha de quem é, imaginemos que a trama se passe em Santiago do Chile. Irene trabalha numa revista feminina, mas tem ímpetos maiores que seu escritório. Usa umas roupas espalhafatosas, cabelos ao vento e vários anéis.

Ainda em Santiago, a família Leal está reunida para o almoço. Hilda, seu marido, conhecido pela alcunha de Professor, e seus três filhos, Javier (o desiludido), José (o padre que trabalha contra os militares) e Francisco (o psicólogo/fotógrafo) discutindo sobre os rumos do país e o que fazer para passar despercebidos diante dos militares - eles tinham uma máquina de impressão, que o Professor fazia panfletos anti-Pinochet, talvez isso não os ajudasse. O casal Leal viera da Espanha durante a ditadura de Franco, mas acabaram caindo na de Pinochet.

Agora vamos ao interior para conhecer Digna Ranquileo. Ela não confiava em hospitais, temia que eles a atendessem mal e coisas que valha. E a única vez que ela iria a um hospital foi para ter mais um de seus filhos. Uma menina. E acabou que seu medo se realizou e sua filha foi trocada na maternidade por outra. Apesar dos apelos, acabou por ficar com a criança, que recebeu o nome de Evangelina. O marido trabalhava num circo e só ficava em casa certo período do ano.

Irene vai conhecer Francisco quando este vai pedir emprego na revista dela. E eles conhecerão Digna quando vão até a casa dela para ver um suposto milagre da menina Evangelina, que mais pareciam ataques de convulsão (ou epilepsia?). Porém, o exército também ficou sabendo dos "milagres" de Evangelina e mandou uma tropa verificar isso pessoalmente. E qual foi a surpresa quando Evangelina operou um "milagre" bem na cara do Tenente - e de todos os presentes?

Percorrendo o sentimento que floresce em Francisco - proibido, porque Irene tem namorado - os sucessivos acontecidos na família Ranquileo, as descobertas de Irene, o mundo paralelo de Beatriz e dos idosos que lá viviam, Isabel mostra um lado maravilhoso do ser humano, que nasce até mesmo durante as cinzas da ditadura militar. E mostra como era o Chile no tempo da ditadura, não nos esqueçamos do fundo político.
Por que eu amo dona Isabel? O jeito que ela escreve, a forma como narra a história, os personagens comuns, com os quais podemos nos identificar... De Amor y de Sombra foi seu segundo romance, não dá pra dizer que é a sua masterpiece, já que antes dele veio "só" A Casa dos Espíritos, mas mostra como a sociedade chilena vivia durante a ditadura do general Augusto Pinochet, entre 1974 e 1980.

Talvez o fato de ter sido diretamente afetada pelo golpe militar em seu país fez com que Isabel tivesse um ponto de vista muito interessante acerca da condução da trama, com riqueza de detalhes, descrevendo passo a passo como eram as coisas lá (pelo que notei, tanto neste como em outros dela, lá foi muito pior que aqui). Percebi que, em dado momento, ela contava sua própria história. Claro que notei isso porque, como a acompanho na mídia, então meio que sei pelo menos um pouco sobre ela.

A personagem mais engraçada (no sentido de absurdo) foi a mãe de Irene. Beatriz era tão alienada que foi bater panela pra comemorar a ascensão de Pinochet e, quando o povo percebeu que ditadura não presta foi bater panela também, e ela comemorou, achando que estavam agradecendo. Essa passagem mostrou, claramente, que, quando há interesse, todo mundo faz vista grossa. (Desculpa gente, não podia não dividir esse momento do livro com vocês, super identifiquei meu/seu/nosso país nele)

Apesar de parecer tragédia, o livro é lindo e, quando terminei de ler, senti meu coração aquecido, a esperança renovada... só não aplaudi o livro porque estava no ônibus lotado, sequer conseguia me segurar, rs

Amo Isabel e irei protegê-la e ficar contente porque, neste dia dois de agosto, ela está chegando ao seu aniversário de número 75, com livro recém-lançado e eu rezando pra que ela viva o máximo possível, para brindar seus fãs ao redor do mundo com suas histórias tocantes.

Ah, e minha primeira leitura em espanhol depois de mais de seis anos após a conclusão do curso que fiz foi muito bem, compreendi a história, claro, algumas palavras me eram desconhecidas e, sem um dicionário ou o tradutor por perto, tive que entender pelo contexto. Mas estou feliz por desvendar essa história. Desenferrujei muito do idioma e agora quero mais. A nota ruim é a capa horrorosa da Bertrand Brasil, que me parece ter desleixo em relação às obras de Isabel, porém tem exclusividade com a autora.

P.S.: em 1994, o livro virou filme, com Antonio Banderas no papel principal. Infelizmente não achei trailer legendado, mas vale a pena ver, dei uma olhada e as imagens parecem fieis ao livro.




Olá!

Já estava sentindo falta de resenhar algo do meu ídolo máximo Isabel Allende. Há tempos que eu queria ler A Ilha Sob o Mar, a capa é linda e a premissa é um tanto original. Quando me cansei de procurar, finalmente o encontrei. E é uma pena que eu não pude ter lido antes, por causa do TCC... Mas, agora sim, posso dividir com vocês minhas opiniões sobre essa linda história.
SKOOB - A Ilha Sob o Mar se passa no século XVIII e começa com o francês Toulouse Valmorain chegando na ilha de Saint Domingue (atual Haiti) para cuidar das propriedades de seu pai, que estava muito doente. Toulouse ficaria por pouco tempo, porém, com a morte do pai, ele acaba ficando em definitivo, justamente para cuidar das plantações de cana de açúcar do pai. Nesse meio tempo, ele conheceu a jovem espanhola Eugenia Garcia del Solar, com quem viria a se casar. E também a cortesã Violette Boisier, uma mulher considerada "de luxo", mas que acabaria criando uma amizade com o jovem.

Violette cuidaria dos preparativos da mudança de Eugenia para a casa do Valmorain, enquanto ele ia buscar sua prometida em Cuba, onde morava os Garcia del Solar. Para ajudar nas tarefas domésticas, a cortesã compra a escrava Zarité "Teté", de apenas 10 anos, que também cuidaria de Eugenia, que, com o tempo, teria suas doenças mentais agravadas (ela era doente, mas não sabia) pelos revoltosos haitianos. Lembrando que a escravidão no Haiti, diferente do que aconteceu no Brasil, teve muitas rebeliões (quase diárias, arrisco dizer) entre escravos e brancos. A escravidão no país durou 100 anos.

Só que, antes de Eugenia enlouquecer de vez, ela dá a luz ao pequeno Maurice. Enquanto isso, Valmorain faz de Teté sua escrava sexual. A escrava engravida e o senhor some com a criança. O tempo passou, Teté cresceu e teve outro filho de Toulouse, mas dessa vez, a escrava ficou com a criança - uma menina, que recebeu o nome de Rosette, em homenagem a Tante (tia, em francês) Rose, escrava e curandeira da região, conhecida por curar de brancos a negros com seus remédios poderosos.

Em paralelo à história de Valmorain e Teté, conta-se também a história do próprio território de Saint Domingue - era propriedade da França, Espanha ou Inglaterra? Nesse meio tempo, Valmorain e a família, por causa das perseguições, vão para Nova Orleans, nos Estados Unidos, onde Teté, depois de muito pelejar, finalmente consegue sua liberdade.
Tentei reproduzir aqui a imagem do acervo de Isabel, que aparece no cabeçalho deste blog. Um dia eu consigo.
Por que Isabel Allende é meu ídolo? Porque ela consegue mostrar várias histórias e, ainda assim, contar uma história só. Cada personagem que aparece na história, terá sua importância na trama geral. Paralelamente, ela vai contar a real história do Haiti, com personagens como Napoleão e Toussaint Louverture e também como Nova Orleans passa das mãos francesas para as americanas. Além de, claro, contar como os escravos não tinham vida fácil nem como escravos muito menos como libertos.

Allende também explica, através de sua narrativa sucinta e de seus personagens que, mesmo fictícios, representam histórias reais, como a colônia de Saint Domingue passou de mais rica do mundo (por causa da cana de açúcar) a terra devastada, num intervalo de 100 anos - e está assim até hoje. Spoiler: as rebeliões foram um fator crucial para a ascensão e queda da colônia.

As 470 páginas não assustam, pelo contrário, a história flui tão bem que você se sente como um espectador (eu ficava com o coração na mão toda vez que a Teté sofria alguma coisa), você consegue ver claramente tudo o que acontece na trama. O livro fala também das religiões africanas (e como é possível acreditar nos deuses e no Deus católico também) e como Isabel deve ter estudado bastante para tal. O livro em si é uma grande aula de História - você pode rever alguma informação e/ou descobrir novos fatos históricos.

Sentia falta de ler algo dela e A Ilha Sob o Mar foi uma leitura muito gratificante. Ah, e a respeito do título, a autora desvenda a tal ilha logo de cara - e a revelação é muito linda.



Olá!

Hora de conferir mais uma resenha dessa autora que amo tanto. O Amante Japonês é um livro que eu vinha monitorando desde seu lançamento, lá nos idos do ano passado e, quando vi que viria para o Brasil, apenas surtei e fiquei esperando o dia da compra. Comprei e demorei para ler. Por que demorei? Não sei. Mas finalmente eu li e divido com vocês as minhas opiniões desse livro tão especial para mim!
O Amante Japonês é uma daquelas histórias que nos mostram o verdadeiro sentido do amor, aquele que nem a maior das tragédias consegue apagar. Apesar de não ter palavras para descrever, começo contando que Irina Bazili, jovem nascida na Moldávia, havia começado a trabalhar na Lark House, na periferia de Berkeley, São Francisco, uma residência para idosos - não é exatamente um asilo, pois a maioria ainda consegue ter uma vida independente.

Irina trabalharia como cuidadora de alguns dos internos - os dos segundo e terceiro níveis, aqueles que ainda têm uma vida independente. Os idosos de primeiro nível são os mais saudáveis possível e os de último nível são aqueles que estão no aguardo da morte.

Até que Alma Belasco chegaria na Lark House. A Lark House (casa de cotovias, em português), aliás, era uma das melhores casas para idosos da baía de São Francisco, tinha até fila de espera. Porém, Alma e seu dinheiro burlaram a fila e se instalaram no segundo nível. Imediatamente, Irina passou a ser sua moça de confiança.

Enquanto isso, Seth, neto de Alma, quer escrever um livro sobre a família Belasco e gostaria de ouvir as histórias. Logo, Seth se apaixonaria por Irina, que é totalmente alheia ao amor, por um forte motivo. Após muito investigar, Seth e Irina descobriram a história de Ichimei Fukuda e sua família, que há muitos anos trabalharam para o avó de Alma.

Aí temos a junção de duas histórias até então bifurcadas: Alma Belasco antes era Alma Mendel, uma menina polonesa e judia que, para ser salva do nazismo, foi enviada de Varsóvia para a casa dos tios Isaac e Lillian Belasco, em São Francisco. Ao chegar em SeaCliff, a residência dos Belasco, Alma conheceu o primo Nathaniel e Ichimei, filho do jardineiro Fukuda, que trabalhava para a família. A partir daí, as vidas de Ichimei e Alma estariam para sempre unidas.

Claro que, depois dos ataques a Pearl Harbor, seria a primeira vez que Alma e Ichimei se separariam, eram apenas duas crianças. Desde episódio até a chegada de Alma a Lark House, se passariam quase 70 anos e várias situações que poriam à prova o amor e os sentimentos de Alma, que dado o contexto histórico, eram passíveis de acontecer com qualquer mulher que viveu nesse período.
Ataque a Pearl Harbor
Acho que todos já sabem que amo/sou/idolatro Isabel Allende, mas dessa vez ela me levou às lágrimas! Mas não de tristeza, são lágrimas que demonstram como eu não tenho coração de pedra ela é mestre em escrever histórias carregadas de delicadeza, com pitadas de fatos reais e, claro, sua amada São Francisco como plano de fundo. 

Alma Belasco é aquela que viu a vida sob várias óticas, a de refugiada, a de moça que teve de tudo mas que se sentia só, a mulher apaixonada porém indecisa... enfim, um retrato de uma mulher única... É o tipo de livro que, depois que li, percebi como minha vida é insignificante e só me restou vestir meu capuz e ficar bem quietinha, remoendo minha vida e escondendo as lágrimas - até porque o ônibus estava lotado demais pra eu ficar mostrando meu choro assim, gratuitamente. 
Eu após a leitura, rs.
Já cansei de falar como o trabalho de tradução/edição/revisão da Bertrand Brasil em relação aos livros da Isabel deixa um pouco a desejar, mas dessa vez, eles fizeram um ótimo trabalho, não encontrei erros graves e a capa é tão linda - igual a da versão em espanhol.

Então, só me resta reconhecer o quão talentosa e maravilhosa e perfeita é Isabel Allende e recomendar esse livro que é tão lindo, sem falar que tem vários fatos reais inseridos na história!


Olá!

Post fora do cronograma porque, pela primeira vez estou participando de um 6x6! Eu fui convidada pela Ani, do Entre Chocolates e Músicas e fiquei muito feliz por ter sido lembrada, obrigada!! Mas, para quem não conhece, eu explico: todo dia seis. seis blogueiras postam seis fotos sobre um tema pré-determinado - democraticamente, diga-se de passagem - e em março, o tema é a Mulher! Como no dia 8 é o dia de todas nós, vale a pena refletir - será que nós mulheres temos mesmo o que comemorar?
Então, sem mais, vamos às fotos!
Na primeira foto, eu escolhi três protagonistas que, a seu modo, se mostraram fortes, mas sem perder o jeito feminino e delicado que muitas têm. A primeira é Rachel Wiltshire, (Uma Curva no Tempo, resenha aqui) uma moça que, após sofrer um acidente, tem sua vida virada do avesso. Depois, Bliss Edwards (Perdendo-me, resenha aqui) está preocupada em perder sua virgindade, porque tem 22 anos e é a única do grupo de amigos que ainda não transou. Por fim, Jeane Smith (Os Adoráveis, resenha aqui) carrega a bandeira da dorkidade, estilo único de ser. E, por coincidência, os três livros foram escritos por mulheres!
 Aqui, escolhi três personalidades que, de algum modo (na minha opinião), modificaram suas próprias histórias em prol do amor e do poder... Enfim, elas tiveram suas vidas irremediavelmente alteradas por amor, por terror, por poder, por diversos motivos que não cabe a mim julgar. Aliás, recomendo as três biografias: Diana, Rosane Malta (ex-Collor) e Grace (Kelly, com prefácio de Nicole Kidman).
Vocês acharam que eu esqueceria delas??? Negativo! No dia da Mulher, elas não poderiam de jeito nenhum ficar de fora. Todos sabem que morro de amores por essas três mulheres. Cada uma delas tem uma história de superação para contar. Elas são bem de vida hoje, mas no passado não eram assim: Isabel Allende (resenha de O Jogo de Ripper aqui) nasceu no Peru, mas é chilena porque o pai era diplomata, mas nem por isso teve vida fácil, viveu boa parte da vida exilada no Líbano durante a ditadura de Augusto Pinochet. Laura Pausini, que acompanho há dez anos, nasceu numa cidade com cerca de 4500 habitantes (hoje, segundo o Wikipédia) e ainda assim se tornou uma das vozes mais consagradas fora da Itália, e sem precisar cantar em inglês, sim, ela tentou e não deu certo, graças à Deus. Céline Dion também nasceu numa cidade pequena, com cerca de 5800 habitantes (em 2011, segundo o mesmo Wiki) e ainda assim, com sua voz poderosa e seu anjo da guarda em forma de empresário e marido elevou o nome dela a voos jamais imaginados. Como não idolatrar essas mulheres?! PS: escolhi esses itens delas por motivos de: são os melhores!
Obviamente que elas não poderia ficar de fora. Qual mulher que não tem amigas? Claro que, quando estou com elas, nossa idade mental não passa dos oito anos (desculpem, meninas), mas posso afirmar que elas foram as primeiras amigas que tive na vida que... também gostam de ler! Claro que temos gostos (muito) diferentes, mas nem por isso deixamos de conversar sobre literatura. Na primeira foto, Ani, do EC&M, Raíssa, do O Outro Lado da Raposa, e eu estamos em uma aula - provavelmente usando o Illustrator, sdds aliás - e disseram que eu estou parecendo um meme, rs. Na segunda foto, estamos no 2016 Literário (falei dele aqui) e no fundo está a Larissa Siriani, melhor pessoa, rs. E não reparem porque não sei sorrir e estou passando a impressão de que estou banguela. As fotos são antigas, mas quem disse que amizade tem data de início?
Pra terminar meu primeiro 6x6, meu momento diva! Esse foi um daqueles momentos em que a "Borboleta Azul" apareceu (quem não entendeu a referência, favor ler Álbum de Casamento, da Nora Roberts). Não sou muito de tirar selfies, mas sei lá, o ventilador e os cabelos curtos ajudaram. Essa é a foto que foi salva e que dá pra usar em várias redes sociais HAHAHAHA será que esse é um exemplo do famoso Empoderamento Feminino?

Bem, espero que vocês tenham gostado do 6x6 de março. Espero que seja o primeiro de muitos!



Olá!

O ano está acabando e, pra descontrair, trago uma TAG bem legal. (há tempos que não respondo TAGs, rs) A TAG de hoje é a "Se Eu Fosse um Livro" e eu peguei lá no blog Livro Sem Frescura, da Jucimara. As respostas dela você confere clicando aqui e as minhas estão logo abaixo.



1) Qual seria o título do seu livro? Totalmente Sozinha. Sim, o título é triste, mas eu quero transmitir uma mensagem bonita. Quem adivinhar a referência do título, está de parabéns. Só posso dizer que tem a ver com uma cantora que gosto muito...

2) Que autor escreveria sua história? Como eu quero uma história com partes felizes, momentos de tensão e uma mensagem para ser lembrada ao longo da vida, ninguém melhor que Nicholas Sparks!

Ele já está pronto para escrever meu livro, rs


3) Que capa você escolheria? Como não manjo nada de design, eu faria uma bem simples, com paisagens - nada de rostos na capa!

4) Seu livro seria com a capa mole ou capa dura? Capa mole. E na orelha de trás, viria um marcador pra destacar.

5) Quantas páginas teria? Entre 170 e 300. Não vou colocar um número fixo, pois, nesse livro, tudo pode acontecer...

6) Qual gênero seria e por quê? Romance, claro! Tem gênero mais lindo, maravilhoso e que, de brinde, traz um protagonista masculino quase irreal? O par romântico tem que ser irreal porque é o tio Nick que está escrevendo, certo?

7) O comentário de quem você gostaria de ver na contracapa? Isabel Allende, claro! Não só na contra-capa, mas no prefácio, nas orelhas...

Isabel Allende é mais que um ídolo literário, pra mim, é um ídolo da vida!
Bom, essas são minhas respostas. Não vou indicar ninguém porque sou péssima nisso, mas se você optar em responder, me avise, vou adorar ver suas respostas!


Olá!

O Resenha foi indicado pelo blog Madrugada de Leitura para responder a TAG "No País das Maravilhas". As respostas dela estão aqui e as minhas logo abaixo. Todos os livros citados que tenham resenhas, os links estarão nos nomes.



  • Alice: um livro que te fez cair em um mundo completamente diferente.
O Hipnotista, Lars Kepler. nunca tinha parado pra ler um thriller de tirar o fôlego! Nunca tinha lido nada sobre psicopatas, nem entrado na mente de um.


  • Chapeleiro Maluco: um livro com um protagonista louco.
Silver, protagonista de Antes de Partir desta para Uma Melhor, Jonathan Tropper. Esse cara, depois de quase morrer e de receber notícias bombásticas, resolve que não quer se salvar. 


  • Coelho Branco: um livro que atrasou suas leituras.
Felizes para Sempre, Nora Roberts. tão lindo que, por culpa dele, atrasei minha próxima leitura, que era coletiva, rs.


  • Gato risonho: um livro que te fez rir muito.
Tia Julia e o Escrevinhador, Mario Vargas Llosa. A graça fica por conta do Escrevinhador, um escritor de novelas que, por causa da fama, começa a misturar todos os seus roteiros.


  • Lagarta azul: um livro que fez você refletir.
Extraordinário, RJ Palácio. Sempre que penso em Auggie Pullman, penso em minha irmã, que tem uma doença incurável e sofre com os preconceitos e imposições da sociedade.


  • Tweedledee e Tweedledum: dois livros que são parecidos.
Três Semanas com Meu Irmão e O Resgate, ambos do Nicholas Sparks. Não são parecidos só porque são do mesmo autor e se passam na Carolina do Norte. Ambos transmitem a mesma mensagem.

  • Rainha de Copas: um livro cujo autor adora matar personagens.
O Jogo de Ripper, Isabel Allende. Morreu tanta gente nesse livro, que até perdi as contas.


Vou deixar a TAG em aberto, sintam-se livres para responder!


Olá!

Como está indo a sexta de vocês? A minha está um beleza! Ontem, dia 09, foi feriado aqui em São Paulo, em comemoração à Revolução Constitucionalista de 1932 e, naturalmente, meus patrões foram sensatos e emendaram a sexta! Estou dividindo meu tempo em: ler, ler muito, ler mais um pouco, comer, ler, assistir a novela da Bandeirantes e ler. Nesse meio tempo ainda consigo responder aos comentários... bem que o dia poderia ter umas 30 horas, rs.

A resenha de hoje é a primeira que faço desde que entrei para o Clube das Divas (clique aqui para saber do que se trata). Esse clube de leitura escolhe, todo mês, um tema para que as blogueiras leiam. O tema do mês foi "romance de época". Admito que não é o meu gênero favorito - mesmo eu não tendo um gênero favorito - porém, fui voto vencido, rs.

Quando se pensa em romance de época, logo vêm à (minha) mente: Jane Austen, Júlia Quinn, Nora Roberts... Só pra citar as mais famosas. Como eu não gosto de nenhuma dessas, tentei fugir da mesmice, mas sem sair do tema. E não é que a rainha/soberana/dona do meu coração Isabel Allende também escreveu um romance de época? E é justamente ele que trago pra vocês: Retrato em Sépia.



Retrato em Sépia conta a história da fotógrafa Aurora del Valle. Na verdade, Aurora está procurando saber sobre sua infância, cheia de lacunas. E é ela que narra a história.

A narrativa começa com Aurora contando sobre seu bisavô, Agustin del Valle, um rico empresario chileno, que decide que seu filho Severo deve ir à Guerra do Pacífico. Severo, em uma manobra ousada e desesperada, acaba indo parar na casa de Paulina del Valle, sua tia, que vive na Califórnia. Enquanto isso, em Chinatown, vive a pasteleira Eliza Sommers, uma chilena que foi parar nos EUA porque estava procurando pelo pai de seu filho, que não chegou a nascer, mas acabou por conhecer o zhong-yi Tao Chi'en, que viria a ser o único homem de sua vida.

Pra quem não sabe, zhong-yi é uma espécie de curandeiro, um profundo conhecedor da medicina oriental. Mas Tao ia além: era também um estudioso da medicina ocidental. Tanto que conseguiu respeito entre brancos e chineses e ainda conseguiu cidadania americana, o que era quase impossível para um cidadão chinês da década de 1880.

As história de Severo, tia Paulina, Tao e Elisa são só a ponta do iceberg. Por ser uma história narrada entre 1880 e 1920, vocês já imaginam como a mulher era tratada...

Aurora foi concebida por acidente. Matias, filho de Paulina, resolveu fazer uma aposta com alguns amigos: ganharia quem desvirginasse Lynn, a filha de Eliza e Tao. Uma bela jovem que não tinha traços asiáticos. Por questões do momento, a aposta foi cancelada, mas Matias acabou deflorando Lynn. Deflorando... que brega!

A história propriamente dita começa quando, aos cinco anos, Aurora - Lai-Ming era seu nome chinês - chega na casa de Paulina, trazida por Elisa.

O livro tem 420 páginas, dividido em três partes. A história de Aurora se mistura à Guerra do Pacífico - conflito envolvendo o Chile contra Bolívia e Peru. Inclusive são citados nomes de generais que realmente morreram no confronto. Isso que eu gosto na Isabel: ela mistura ficção com fatos reais. Ela conseguiu colocar Severo na guerra, como se ele fosse um personagem real.

"Nada é mais perigoso que poder com impunidade."

Pra chegar a fase adulta de Aurora foram duas partes do livro, tamanha história ela tinha pra desvendar - e o leitor também ajuda. Não posso negar que teve uma enrolação, mas li rápido pra chegar na parte que eu queria.

Já tinha lido Retrato em Sépia antes, mas fazia muito tempo e quase não me lembrava da história. Aproveitando que a leitura desse mês do Clube das Divas era um romance de época, resolvi reler. E gente, como é decepcionante a revisão que a Bertrand Brasil faz dos livros dela. Se fosse só revisão beleza, mas não, o povo traduz errado. Quer dizer, nem traduz. Peguei várias palavras em espanhol. Pra mim foi de boa porque eu falo espanhol. Mas e quem não sabe? Tem que usar o contexto.

O livro merecia uma nova edição, pois a que eu li - publicada em 2000 - já está velha, sem falar que precisa ser adequada à não tão nova reforma ortográfica. No mais, a fonte(bem horrorosa, por sinal) e as folhas deixam a leitura confortável.

Essa obra é mais que recomendada por mostrar uma época real, com personagens tirados da mente de dona Isabel, mas com uma ou outra participação especial de alguma pessoa que realmente existiu; é uma obra que foge do convencional - donzela rica e virgem que tem casamento arranjado mas por algum motivo, acaba não casando - e que, pra quem gosta de História, é prato cheio, pois retrata a Guerra do Pacífico - eu pesquisei e sim, aconteceu mesmo, rs. Sem falar que, eu fico embasbacada como a Isabel consegue fazer uma conexão São Francisco/Califórnia com o Chile. Em todos os livros dela, os personagens estão em ambos os lugares e ainda assim se encontram, desenhando tramas distintas, apesar dos locais já terem virado lugares-comum.

Naturalmente, pra quem gosta de romance de época, esta é uma ótima sugestão, ainda mais por ser um romance um pouco diferente dos que já ouvi falar. E recomendo também porque é uma obra de Isabel Allende, claro.

E você, gosta de romances de época? O que achou da resenha?


Resenha participante do:














Olá!

Hoje é dia de mais uma TAG! Dessa vez é a Mitos da Depressão, que eu vi no blog Por Uma Boa Leitura. As respostas desse blog estão aqui e as minhas logo abaixo. Com os links encaminhando para as respectivas resenhas, claro.


As três formas de amor podem se manifestar em três níveis e estes se completam. Philos nos mostra um amor fraternal, Eros nos mostra o amor carnal e Ágape se refere ao amor sacrificial, que você não pede nada em troca.



Philos: Aquele livro que te ajudou, foi para você como um irmão sempre com os melhores conselhos.
Extraordinário - Como não amar Auggie?? Esse menino simplesmente lacra e dá um show de humildade com suas lições de vida!

Um livro que te proporcionou prazer e a vontade de viver tudo que era descrito.
Perdendo-me - Já pensou que louco seria passar pelo que a Bliss passou?

Ágape: Aquele personagem que você deseja cuidar. 
Um gato de rua chamado Bob - Amo gatos e adoraria cuidar do Bob. E do James também, rs.


As Três Fúrias eram espíritos femininos de justiça e vingança; Alecto é implacável, espalha pestes e maldições. Megera personifica o rancor, inveja e ciúme. Tisífone enlouquece os culpados, vinga as vítimas de assassinato. 



Alecto: Um livro que te deixou morrendo de raiva.
Eleanor e Park - Esperava mais do livro, quando você pensa que vai dar tudo certo... Enfim, pelo menos é uma história que pode acontecer com qualquer um de nós.

Megera: Aquele livro perfeito que você morre de ciúmes. 
O Jogo de Ripper - Perfeito, lindo, maravilhoso, espetacular e ainda por cima é da rainha Isabel Allende.

Tisífone: Aquele livro enlouquecedor. 
O Milagre - Que livro é esse, Brasil?? De tirar o fôlego do começo ao fim, mesmo sendo o arroz com feijão que consagrou Nicholas Sparks.

Deixo a TAG aberta para vocês, fiquem à vontade, vou adorar saber vossas respostas!



Olá!

Eu trouxe uma TAG que vi blog "Uma Leitura a Mais", da Renata. As respostas dela você confere clicando aqui.


1. Qual é o gênero de literatura que você se mantém longe?

Na minha prateleira tem de tudo (é, meu quarto é pequeno demais pra ter estante, então me viro com uma prateleira, rs) mas se tem um gênero que eu não leio é auto-ajuda. Os que estão na prateleira (inclusive tem um do Augusto Cury, meu pai me deu) foram presentes.

2. Qual é o livro que você tem na estante e tem vergonha de não ter lido?

Crime e Castigo. Comprei em novembro do ano passado e ainda não cheguei na página 20. E olha que o livro é bom, capa dura e tudo o mais!


3. Qual é o seu pior hábito enquanto leitora?

Com certeza é desviar a atenção da leitura pra olhar o mundo ao redor, rs.

4. Você costuma ler a sinopse antes de ler o livro?

Leio sim, principalmente se são livros de meus autores favoritos!

5. Qual é o livro mais caro da sua estante?

O mais caro é, sem sombra de dúvida “O Jogo de Ripper”. Paguei exatos R$50. Mas só paguei porque quem escreveu foi meu ídolo maior, a Isabel Allende. Sendo dela, pago qualquer preço. Do contrário, pago no máximo R$39,90.

6. Você compra livros usados/em sebo?

Não. Livros usados e/ou em estado duvidoso de conservação eu pego gratuitamente na biblioteca do bairro onde moro. Tem um acervo maravilhoso, muitos livros famosos e os meus autores favoritos (Isabel Allende, Mario Vargas Llosa, entre outros) foi a biblioteca que me apresentou.

7. Qual é a sua livraria física preferida?

A Saraiva do Shopping Center Norte!!! Claro que a FNAC, da Avenida Paulista e a Cultura, que fica em frente ao prédio do Ibope, também são maravilhosas, mas a do CN está no meu <3, até porque o shopping me é superacessível!

8. Qual é a sua livraria online preferida?

Nenhuma. Todas têm bons preços, mas cobram frete e nem sempre minha mãe fica em casa pra receber as encomendas.

9. Você tem um orçamento (mensal) para comprar livros?

Não. Eu compro de acordo com a necessidade. E os gastos são altos, aliás.

10. Quem você “tagueia”?

Vem todo mundo, liberei a TAG pra geral responder, HAHAHAHAHA