Olá!

No Vida Literária de Abril, a Raíssa escolheu À Procura de Audrey, da Sophie Kinsella, para que eu e a Ani o lêssemos. Primeira vez que leio algo da Sophie fora do âmbito da Becky Bloom e tenho que admitir que me surpreendi. Positivamente, claro. Confiram a resenha.


SKOOB - O livro nos apresenta Audrey Turner, uma jovem que, depois de passar por uma situação de bullying na escola - na verdade, ela não conta os detalhes do que aconteceu, mas deixa isso subentendido - acaba entrando em uma Síndrome de Ansiedade. Sim, depressão. Ela passa na terapeuta e toma remédios, mas seu progresso é lento. A trama vai começar quando a mãe de Audrey joga o laptop de Frank, o irmão, pela janela de casa, porque ele é viciado demais em um certo jogo de computador.

Daí em diante, conheceremos mais a vida da família Turner, como a mãe, Anne, que é viciada no Daily Mail; o periódico é como uma bíblia para ela: "se saiu no Daily Mail, é verdade", eu diria a ela. O irmão Frank tem 15 anos e já sabemos que é viciado em jogos, o caçula é o Felix, um fofo de quatro anos e o pai é Chris, que é um banana, mas muito gente boa.

Entre um jogo e outro, Linus vai começar a frequentar a casa. Ele é amigo de Frank e também joga no computador. Como Audrey não consegue se comunicar com pessoas de fora, ela se sentirá assustada com a presença do jovem, porém, uma bonita amizade nascerá entre eles. Linus, aliás, despertará sentimentos que Audrey julgava esquecidos... Além disso, a dra. Sarah, terapeuta de Audrey, pedirá para que ela faça um documentário, entrevistando a família e mostrando o dia-a-dia dela.

Que lindeza de livro! Depressão, por incrível que pareça, ainda é um tabu em nossa sociedade. Por mais que o assunto seja discutido à exaustão, ainda tem gente que diz que "é frescura" e coisas assim. Apesar de ser uma leitura leve e até mesmo engraçada em alguns momentos (gargalhei em algumas partes, sempre com a mãe de Audrey envolvida), o livro mostra (pelo menos aparenta mostrar) como funciona a mente de alguém com depressão ou algum distúrbio do gênero.

Por causa da ansiedade, ela parou de interagir com a sociedade, de ir para a escola, enfim, deixou de viver. Vivia trancada em casa, em seu cantinho escuro, só com uma TV ligada. Seus óculos escuros são seus melhores amigos; não olha ninguém nos olhos, porque sabe o poder que eles têm, mas que é subestimado porque os olhos são minúsculos perto de outras partes do corpo.
Deveria ter aprendido a fazer roteiros na faculdade, mas aprendi a fazer com este livro. Obrigada, Sophie.
A maioria das pessoas subestima os olhos. Para começo de conversa, são poderosos. Têm grande alcance. Você os foca em alguém a 30 metros de distância, em meio a um mar de gente, e a pessoa sabe que está sendo observada. Que outra parte da anatomia humana é capaz de fazer isso? É praticamente o mesmo que ser um médium, é isso.
Sophie é mundialmente conhecida pela série da Becky Bloom (que só vi o filme, mas gosto), mas eu pude notar uma espécie de amadurecimento por parte da autora. Por mais que eu tenha visto só o filme da Becky, acredito que os livros até sejam tão fiéis, mas é como se uma Sophie contasse a história da consumista mais amada da literatura e outra Sophie, mais responsável, tivesse escrito a história de Audrey. Neste livro, a autora mostra muito mais que uma pessoa doente, ela mostra (ou pelo menos tenta) o que se passa na cabeça dessa pessoa, como o simples ato de cumprimentar uma visita em sua própria casa é algo perturbador.

O mais legal nesse livro é que podemos ver o roteiro do documentário de Audrey, intitulado "Minha serena e amorosa família", onde ela flagra a família em diversas situações, até mesmo quando julgava filmar apenas banalidades. E justamente por entender o Audrey sente (já que é contado em primeira pessoa) é que conseguimos acompanhar o que ela precisa fazer para superar sua doença e voltar a ser a garota brilhante que era. E, mais uma vez, o assunto do bullying é abordado, sempre com delicadeza, mas sem deixar de ser uma crítica.

Linus foi o único detalhe negativo, me deixou irritada no início, pois senti que ele forçava a Audrey a melhorar. Tipo, ele só faltou usar o imperativo para falar com ela, querendo que ela melhorasse da noite pro dia, como se apenas a força de vontade fosse suficiente. Sabemos que não é, mas, com o tempo, ele foi mostrando seu verdadeiro lado, e como sua fé e sua persistência (quando ele parou de mandar) foram importantes para a melhora de nossa protagonista.

Como li a edição digital, não tenho muito a dizer, foi uma leitura sem problemas, em que li em questão de horas - só parei para dormir mesmo. A capa é super condizente com a obra - aliás, para mim, é uma das mais bonitas da Literatura recente - em que retrata uma jovem de óculos escuros e mãos inquietas, aparentemente quieta, mas que, por dentro, precisa lutar contra seu cérebro reptiliano, como ela chama a parte de seu cérebro responsável por processar a ansiedade.

No mais, foi uma excelente leitura, a Raíssa foi feliz na escolha e também foi ótimo ver como a Sophie abordou o problema, de maneira cômica, mas sem ser irritante nem forçada e, ainda por cima, mostrar como o bullying pode desencadear problemas graves - não só na vítima, mas em toda sua família. Só faltou o ponto de vista médico - aquele em que se faz necessária uma pesquisa prévia para explanar o problema - mas ainda assim todos devem ler esse livro.

Bom, esse foi meu primeiro contato com a autora Sophie Kinsella e podemos dizer que foi proveitoso. A obra é bonitinha e até mesmo fofinha. Fazia tempo que não lia algo escrito em primeira pessoa e é uma maneira muito mais fácil de se aproximar dos personagens. Mas nem tudo são flores, por mais que eu nunca tenha sofrido depressão, sofro com crises de ansiedade, que estavam controladas desde os meus 18 anos mas agora em 2017 resolveu dar as caras novamente. Não é um assunto fácil, e a forma como a autora abordou foi bem rasa. Temos as crises de Audrey, vemos como ela se sente – cara, eu te entendo – mas o que causou tudo isso? Não sabemos. Tudo porque a personagem não pretende nos contar. Eu até entendo que por ser narrado em primeira pessoa, ficou como se fosse uma proteção à Audrey, mas como leitora, eu senti falta disso. Achei bacana a forma como ela foi dando pequenos passos para sair do “abismo” e acredito que sim, as amizades, familiares e qualquer pessoa disposta a ajudar, são melhores e mais eficazes do que remédios. O tema é bacana, mas para mim, faltou profundidade. Agora quando o assunto é escrita: ela é ótima! Leve e envolvente. Aconselho por isso. Ana, Entre Chocolates e Músicas



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Olá!

Hoje é dia de mais uma TAG! Dessa vez é a Mitos da Depressão, que eu vi no blog Por Uma Boa Leitura. As respostas desse blog estão aqui e as minhas logo abaixo. Com os links encaminhando para as respectivas resenhas, claro.


As três formas de amor podem se manifestar em três níveis e estes se completam. Philos nos mostra um amor fraternal, Eros nos mostra o amor carnal e Ágape se refere ao amor sacrificial, que você não pede nada em troca.



Philos: Aquele livro que te ajudou, foi para você como um irmão sempre com os melhores conselhos.
Extraordinário - Como não amar Auggie?? Esse menino simplesmente lacra e dá um show de humildade com suas lições de vida!

Um livro que te proporcionou prazer e a vontade de viver tudo que era descrito.
Perdendo-me - Já pensou que louco seria passar pelo que a Bliss passou?

Ágape: Aquele personagem que você deseja cuidar. 
Um gato de rua chamado Bob - Amo gatos e adoraria cuidar do Bob. E do James também, rs.


As Três Fúrias eram espíritos femininos de justiça e vingança; Alecto é implacável, espalha pestes e maldições. Megera personifica o rancor, inveja e ciúme. Tisífone enlouquece os culpados, vinga as vítimas de assassinato. 



Alecto: Um livro que te deixou morrendo de raiva.
Eleanor e Park - Esperava mais do livro, quando você pensa que vai dar tudo certo... Enfim, pelo menos é uma história que pode acontecer com qualquer um de nós.

Megera: Aquele livro perfeito que você morre de ciúmes. 
O Jogo de Ripper - Perfeito, lindo, maravilhoso, espetacular e ainda por cima é da rainha Isabel Allende.

Tisífone: Aquele livro enlouquecedor. 
O Milagre - Que livro é esse, Brasil?? De tirar o fôlego do começo ao fim, mesmo sendo o arroz com feijão que consagrou Nicholas Sparks.

Deixo a TAG aberta para vocês, fiquem à vontade, vou adorar saber vossas respostas!