Olá!

Hora de conferir mais uma resenha dessa autora que amo tanto. O Amante Japonês é um livro que eu vinha monitorando desde seu lançamento, lá nos idos do ano passado e, quando vi que viria para o Brasil, apenas surtei e fiquei esperando o dia da compra. Comprei e demorei para ler. Por que demorei? Não sei. Mas finalmente eu li e divido com vocês as minhas opiniões desse livro tão especial para mim!
O Amante Japonês é uma daquelas histórias que nos mostram o verdadeiro sentido do amor, aquele que nem a maior das tragédias consegue apagar. Apesar de não ter palavras para descrever, começo contando que Irina Bazili, jovem nascida na Moldávia, havia começado a trabalhar na Lark House, na periferia de Berkeley, São Francisco, uma residência para idosos - não é exatamente um asilo, pois a maioria ainda consegue ter uma vida independente.

Irina trabalharia como cuidadora de alguns dos internos - os dos segundo e terceiro níveis, aqueles que ainda têm uma vida independente. Os idosos de primeiro nível são os mais saudáveis possível e os de último nível são aqueles que estão no aguardo da morte.

Até que Alma Belasco chegaria na Lark House. A Lark House (casa de cotovias, em português), aliás, era uma das melhores casas para idosos da baía de São Francisco, tinha até fila de espera. Porém, Alma e seu dinheiro burlaram a fila e se instalaram no segundo nível. Imediatamente, Irina passou a ser sua moça de confiança.

Enquanto isso, Seth, neto de Alma, quer escrever um livro sobre a família Belasco e gostaria de ouvir as histórias. Logo, Seth se apaixonaria por Irina, que é totalmente alheia ao amor, por um forte motivo. Após muito investigar, Seth e Irina descobriram a história de Ichimei Fukuda e sua família, que há muitos anos trabalharam para o avó de Alma.

Aí temos a junção de duas histórias até então bifurcadas: Alma Belasco antes era Alma Mendel, uma menina polonesa e judia que, para ser salva do nazismo, foi enviada de Varsóvia para a casa dos tios Isaac e Lillian Belasco, em São Francisco. Ao chegar em SeaCliff, a residência dos Belasco, Alma conheceu o primo Nathaniel e Ichimei, filho do jardineiro Fukuda, que trabalhava para a família. A partir daí, as vidas de Ichimei e Alma estariam para sempre unidas.

Claro que, depois dos ataques a Pearl Harbor, seria a primeira vez que Alma e Ichimei se separariam, eram apenas duas crianças. Desde episódio até a chegada de Alma a Lark House, se passariam quase 70 anos e várias situações que poriam à prova o amor e os sentimentos de Alma, que dado o contexto histórico, eram passíveis de acontecer com qualquer mulher que viveu nesse período.
Ataque a Pearl Harbor
Acho que todos já sabem que amo/sou/idolatro Isabel Allende, mas dessa vez ela me levou às lágrimas! Mas não de tristeza, são lágrimas que demonstram como eu não tenho coração de pedra ela é mestre em escrever histórias carregadas de delicadeza, com pitadas de fatos reais e, claro, sua amada São Francisco como plano de fundo. 

Alma Belasco é aquela que viu a vida sob várias óticas, a de refugiada, a de moça que teve de tudo mas que se sentia só, a mulher apaixonada porém indecisa... enfim, um retrato de uma mulher única... É o tipo de livro que, depois que li, percebi como minha vida é insignificante e só me restou vestir meu capuz e ficar bem quietinha, remoendo minha vida e escondendo as lágrimas - até porque o ônibus estava lotado demais pra eu ficar mostrando meu choro assim, gratuitamente. 
Eu após a leitura, rs.
Já cansei de falar como o trabalho de tradução/edição/revisão da Bertrand Brasil em relação aos livros da Isabel deixa um pouco a desejar, mas dessa vez, eles fizeram um ótimo trabalho, não encontrei erros graves e a capa é tão linda - igual a da versão em espanhol.

Então, só me resta reconhecer o quão talentosa e maravilhosa e perfeita é Isabel Allende e recomendar esse livro que é tão lindo, sem falar que tem vários fatos reais inseridos na história!