Olá!

Há mais de um ano o blog é parceiro da Editora Arqueiro e essa é a oportunidade que tenho para ler os lançamentos da editora. E sempre têm ótimos lançamentos, sempre que peço não me arrependo, pois os livros são bons mesmo. Mas tudo tem um porém. E o solicitado e resenhado de hoje é um deles. Essa Luz Tão Brilhante veio para fazer barulho. Mas não é essa coca-cola toda.
Essa Luz Tão Brilhante conta a história de Lucille, que vive em uma família sem estrutura. Ou melhor, vivia. Vivia porque seu pai surtou e foi parar numa hospício clínica de reabilitação. E a mãe simplesmente foi embora de casa, deixando Lucille e sua irmã Wren sozinhas. Detalhe: Lucille tem 17 anos.

Triste, não? Sim, muito triste. Mas Lucille precisará dar a volta por cima, ou as assistentes sociais vão tomar Wren, que tem apenas 10 anos. A melhor amiga de Lu é Eden, que se conhecem desde sempre. Pra ajudar mais um pouco, ela está apaixonada por Digby, irmão gêmeo de Eden, que tem namorada. Para manter sua dignidade e a de sua irmã, Lucille vai precisar de um emprego e não deixar ninguém na vizinhança perceber que elas estão sozinhas.
Então, uma história que tinha tudo para ser de superação, acabou deixando a desejar. Esperava mais desse livro - e olha que li sem expectativa alguma. Lucille, apesar de tudo, não me convenceu. Ela é muito apaixonada por Digby, mas ela só tem 17, como diabos vai morrer de amor por alguém? Com 17 anos eu queria matar toda a minha classe da escola - e ainda tinha que escolher uma faculdade.

Ela está desesperada para rever sua mãe (o pai nem tanto, e isso eu entendo), que a abandonou, assim do nada. Se eu estivesse nessa situação, ia querer que minha mãe morresse lenta e dolorosamente. Que raio de mãe abandona os filhos? Aliás, o motivo do abandono da mãe fica subentendido na leitura - e acho que alguns de vocês vão descobrir aqui também...

Eden e sua família são o exemplo de família perfeita: unida. Mas não é só Eden e Digby que também estenderão a mão para Lucille. Há um anjo misterioso, que enche os armários de comida e apara a grama, e esse é o único mistério realmente interessante - porém previsível também.
É uma pena que uma história tão simples tenha uma capa tão linda. O marcador da Arqueiro, que veio junto com o livro também é lindo, personalizado até demais. Não encontrei erros de revisão. Como a história se desenvolveu praticamente toda e ainda assim haverá continuação, o segundo volume se chama But Then I Came Back (Mas Depois Voltei, segundo o Translate), que espero que seja melhor que este.

No mais, se você gosta de uma história de superação, recomendo sim a leitura, a menos que você seja como eu e não tenha paciência com muitas coisas, rs. Tomara que a Arqueiro não demore em lançar o segundo.


Olá!

O resenhado de hoje é um livro que deve ser saboreado, lido com calma e paciência, pelo simples motivo de ser muito lindo. Quando o Amor Bater à Sua Porta é o primeiro livro de Samanta Holtz publicado pela Arqueiro. Seu jeito de escrever me lembrou (GUARDADAS AS DEVIDAS PROPORÇÕES) Nicholas Sparks, mas com São José dos Pinhais (PR) no lugar das roças da Carolina do Norte. Sua escrita delicada (mas sem ser sonsa) é praticamente um reflexo dela, uma pessoa iluminada - tive o prazer de conhecê-la no evento de parceiros da Arqueiro, realizado durante a Bienal (inclusive foi lá que ganhei o livro).

Quando o Amor Bater à Sua Porta começa com a escritora Malu Rocha dando uma entrevista. Até aí, tudo razoavelmente bem, pois ela estava com vontade de socar a jornalista. Porém, quando a repórter fez uma determinada pergunta a Malu, ela simplesmente travou. Não tinha resposta.

O que é o amor para Malu Rocha?

Pois é, essa pergunta ficou martelando na cabeça de Malu, até que um dia, um completo estranho bateu à sua porta. E era estranho mesmo, porque o cara não sabia do próprio nome. Tudo o que a pobre alma sabia era que seu nome era Luiz Otávio Veronezzi e tinha ido até São José dos Pinhais para uma reunião com Malu.

Mas cadê Malu saber da tal reunião. Automaticamente, colocou a culpa em Rebeca, sua assessora estabanada, mas maravilhosa. O que aconteceu foi que Luiz Otávio sofreu um acidente de carro e perdeu a memória (por incrível que pareça, isso é possível). O que mais surpreendeu Malu foi que Luiz Otávio tem o mesmo nome do mocinho do livro que estava escrevendo.

Malu estava preocupada em escrever o final de seu livro, em que a mocinha Ana Clara precisa se decidir por Luiz Otávio ou o ex-namorado. E a presença do Luiz Otávio sem memória iria despertar os mais diversos sentimentos em Malu, cuja única família era seu avô, de 98 anos e que vivia num asilo. O pai é falecido e a mãe mora fora do pais e nem liga pra ela.
Sabem o chão? Pois é, ainda estou nele. Essa história é linda demais. Minha vontade era de sentar com a Malu para uma conversa séria, daquelas em que você só escuta o outro contar sua história e você nem abre a boca, apenas o abraça, o conforta. Nossa protagonista se esconde em um personagem para evitar mais sofrimentos. Ela já sofreu demais e faz papel de dura, papel esse que Luiz Otávio vai tirando pouco a pouco.

Já Luiz Otávio (será que esse é mesmo o nome dele?) tem seu próprio dilema: quem é ele? O que ele tinha a dizer para Malu? Será que algum dia suas lembranças vão voltar? Por algum motivo, que só nos será revelado no final, ele consegue ver a verdadeira Malu, aquela que está escondida sob a rocha que está em seu coração.

Sério mesmo, tento, tento e tento falar escrever, mas na verdade não tenho palavras para descrever essa obra. A forma como Samanta conduz a trama é maravilhosa, por mais que queiramos adivinhar o final (e torcer para que aconteça), ela nos prende à história de tal modo que, quando acaba, a vontade é de sentar e chorar. Mas chorar de alegria, porque a mensagem transmitida é maravilhosa.

Sobre o trabalho da Arqueiro: maravilhoso é pouco. Apesar do erro grave de português que encontrei (foi um só), a editora foi certeira ao escolher a capa, totalmente condizente com a premissa. No mais, mais um excelente trabalho de revisão/edição. Gostei também da arte que fizeram para cada início de capítulo.
No início do livro, a autora montou uma playlist com 31 músicas - uma para cada capítulo + epílogo. É boa pra ouvir enquanto lê. Como não tem quase nada que gosto cadê Laura? Cadê Céline?, então nem ouvi (eu leio no ônibus, onde tenho minhas próprias playlists), mas como sou diferentona recomendo que ouçam sim, com certeza vocês vão curtir algumas músicas. A Arqueiro disponibilizou no Spotify, então vou deixá-la no fim do post.

Sinceramente, Samanta não pode sair da Arqueiro, sua escrita combina com o estilo da editora (que publica o Sparks, olha aí), desde já aguardo seu próximo livro - e enquanto isso vou pesquisar seus títulos anteriores (todos publicados pela Novo Século). 

PS: Samanta ganhou uma nova fã. Repassem até chegar a ela e à editora.



Olá!

Continuando nossa maratona de posts da Bienal (o primeiro post você confere aqui), antes de irmos para a terça feira, preciso dizer que o evento de blogs parceiros da Arqueiro foi maravilhoso!!! Ele aconteceu no domingo, 28 e contou com a presença da equipe de marketing da editora: Natália Alexandre (sempre um prazer vê-la), Fernando Mercadante (muito simpático) e Mariana de Souza Lima (melhor pessoa e que ainda por cima tem uma irmã gêmea).


No evento nos foi apresentado vários lançamentos (e os relançamentos do Nicholas Sparks) do segundo semestre. Obviamente ganhamos brindes, além de Coca-Cola e água (não tinha comida e a culpa é do hotel que não deixou). Dentro da sacola que ganhamos, muitos marcadores, bottons, uma semente relacionada a um livro da Lucinda Riley (a semente dei pra minha vó, que manja de plantas. Quando nascer, vou lá na casa dela e tiro foto) e dois lançamentos: O Feiticeiro de Terramar, da Ursula K. Le Guin, e Quando o Amor Bater na Sua Porta, da Samanta Holtz, que estava lá, falou do livro, autografou e tirou foto com todos. Preciso destacar que ela é UM AMOR DE PESSOA!!!!!!! Sim, em letras maiúsculas, porque ela é muito linda, maravilhosa e humilde.

O evento durou cerca de duas horas e foi muito bacana porque interagi com muita gente!! Algumas eu já conhecia através dos blogs, mas muitos conheci lá mesmo. Inclusive troquei tantos marcadores que não cabia mais na mão!

Pronto, já quero mais eventos! Agora é terça feira e não fui trabalhar, pois tinha entrevistas para fazer pro meu TCC (não vou citar as pautas, vai que dá problema depois, mas já adianto que foi muito legal). Quem me acompanhou nesse dia foi a Ani, do EC&M, que está fazendo o TCC comigo, é claro. Como ela ganhou credencial, estava mais por dentro do que eu, já tinha noção do que ia rolar. Ela queria ver uma palestra com a Jout Jout e as meninas do portal Capitolina. Claro que fomos, mas antes, fiz minha primeira entrevista. Foi na Empíreo, com o publisher da editora, o Filipe Larêdo. Depois da entrevista, comprei um exemplar de O Corvo - Edição Colaborativa.

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Andamos bastante, comemos, consegui arrumar a câmera da faculdade (foi engraçado, a máquina fotográfica não funcionava, aí comecei a mexer nos botões, Deus me livre de mexer nas configurações, até que apertei um botão e tomei um susto quando a foto saiu, com um flash cegante, inclusive) e fomos ver a palestra da Jout Jout.

A palestra, na Arena BNDES, com capacidade para 500 (ou 550?) pessoas, teria sido boa, se a Júlia pudesse ter falado. Quem mediou foi uma das moças da Capitolina, que falou tanta merda que nem sei como não fui embora. A mesa era composta pela Jout Jout e por três moças do portal. A que menos falou foi a de óculos (perdão, mas não me habilitei a decorar seus nomes). O tema era sobre o feminismo na internet (ou coisa que o valha). A Julia só falou três frases, mas foram as melhores.

Depois da palestra, que durou exatamente uma hora (as palestras que fui foram pontuais como sempre) a Jout Jout ia autografar seu livro, mas só pra quem tinha senha. Aí deu confusão, porque a Bienal deu as senhas, mas a Julia (ou a editora, não vou lembrar) derrubou as senhas. Só que só deixaram entrar quem tinha as benditas. A Ani comprou o livro, mas queria trocar. Não pôde. Por fim, todo mundo entrou. Eu não tinha livro, mas ganhei um livreto em branco, feito para ser autografado. Ela foi muito simpática, mas não deu pra conversar (não que eu fosse falar muito, rs).

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Depois da palestra, andamos mais um pouco.Ah, faltou dizer que logo que chegamos finalmente tirei foto no MENAS. O menas era um tipo de totem, feito para explicar o preconceito linguístico. Atrás desse totem tinha um painel mostrando (esfregando na nossa cara) os erros que cometemos todo dia. Pronto, voltando a depois da palestra, demoramos mas encontramos o estande da Lendari, para entrevistar o diretor-executivo da editora, Mario Bentes. Estava na Travessa Literária, naquela parte onde os estandes são miúdos, comumente usados por autores independentes. Após a entrevista, comprei o Minhas Entrevistas com o Diabo - Parte Um, de autoria do Mario.

Passamos em vários estandes, mas gostamos mesmo do da Universo dos Livros, que tinha muitas opções, mesclando bem os autores brasileiros e gringos, mas com preços salgados. Ainda deu tempo de eu comprar o 1+1, do Augusto Alvarenga e do Vinicius Grossos. Tudo isso só na terça.

Já na quarta, fiquei cerca de duas horas, pois, não sou uma Kardashian, preciso trabalhar, então fui depois do expediente. Fui no intuito de encontrar a Ani e a Angela, minha outra colega de TCC, para combinarmos mais uma entrevista. A Ani estava com a Raíssa, outra amiga nossa e a Angela atrasou. Então, nesse meio tempo, finalmente tirei foto na cadeira de Game of Thrones (estava no estande da Leya), encontrei a Babi A. Sette no corredor (maravilhosa como sempre) e o Pororo (pra quem desconhece, Pororo é um desenho animado made in Korea cujo protagonista é um pinguim. Tive que assistir aquilo em coreano, português e espanhol).

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Só fomos encontrar nossa futura entrevistada em questão na palestra da Carina Rissi (e só a encontramos porque eu, a Ani e a Angela ficamos um tempão no estande da Gutemberg esperando e uma boa alma em forma de atendente nos informou que ela estaria lá). Tudo bem que eu a vi autografando livros assim que cheguei, mas como eu não tinha marcado a entrevista, então temi que ela não quisesse falar comigo depois, vai saber, preferi esperar.

Falei e falei e esqueci de dizer que nossa entrevistada é a Babi Dewet, linda, maravilhosa e autora de diversos livros, entre eles o Um Ano Inesquecível, com a Paula Pimenta, Thalita Rebouças e Bruna Vieira. Nesse dia não comprei nada.

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Falei bastante nesse post, mas ainda falta falar do sábado seguinte, tão bom quanto os demais. Desde já agradeço à Arqueiro e à Lendari, pois cada uma me deu um ingresso, fazendo com que eu pudesse ir à Bienal na terça e na quarta. Clique aqui e você será redirecionado ao álbum que montei na página do Resenha com todas as fotos do evento - provavelmente algumas fotos que estão nesse post estão lá no álbum, rs. Spoiler: pode ter uma ou outra foto ruinzinha, peço desculpas desde já, até porque, se não tenho olho bom pra enxergar, imagine então para fotografar, mesmo que com o celular?


Olá!

Pela primeira vez no blog, uma resenha de livro com personagens LGBT. Apenas um Garoto é o primeiro livro de Bill Konigsberg publicado no Brasil. Eu recebi em parceria com a Arqueiro e simplesmente adorei. Vem conferir a resenha.

Apenas um Garoto começa com Rafe chegando à escola nova, longe de sua casa. Mas não é uma escola qualquer e sim um colégio interno para meninos. Até aí tudo bem, se ele fosse hétero. Pois é, nosso personagem é gay e decidiu frequentar essa escola para fugir dos rótulos. Ele estava cansado de ser "Rafe, o gay", queria ser apenas "Rafe".

Na escola nova, ele conhece Albie e Toby, que viriam a ser seus colegas de quarto. Ele sente lago novo quando um outro garoto o chama para jogar futebol americano. Tudo bem que o chamaram por ele ser parecido com um ex-aluno, mas ainda assim, para Rafe foi novo, não ser rotulado naquele primeiro dia foi bom.

Rafe, na verdade é Seamus Rafael (se lê xeimus), e tem pais muito doidos. Quando ele se assumiu gay, a família fez uma festa. Literalmente. O pai adorava filmar tudo o que ele fazia e a mãe vivia dando opinião (isso me irritou, mas mãe é mãe). Sua melhor amiga ficou em Boulder, cidade onde morava. Claire Olivia é uma garota legal, cheia de vida e sempre apoia Rafe em suas decisões.

Como ele passou a andar com os atletas, ficou cada vez mais difícil guardar o fato de que era gay. Ele era bom em futebol, por isso foi aceito. Mas, um determinado garoto chamou sua atenção. Ben. Na escola, somente o Sr. Scarborough, professor de literatura, sabia de seu segredo - e só sabia porque a mãe contou. O professor instigou Rafe a se abrir através de seus textos. Rafe escrevia muito bem, mas ainda se escondia nas palavras.

Enquanto ele escrevia, seus sentimentos por Ben cresciam. E ele não podia fazer nada, porque Ben era hétero. E ele, aparentemente, também. Mas, um bromance (romance entre brothers, brother no sentido de amigo) vai surgir e cada vez mais Rafe terá que pensar em suas decisões.
Pausa pra suspirar por esse marcador maravilhoso!
Bom, primeira vez que leio um romance LGBT e, ufa, que trama! A menos que você seja entusiasta da família tradicional brasileira, você vai amar essa história. A Arqueiro, que me cedeu um exemplar em parceria, acertou muito em trazer para o público brasileiro um gênero que vem crescendo, mas por diversos motivos, ainda não é consumido em sua plenitude.

Eu não sou gay, mas tentei me colocar no lugar de Rafe. Viver sob rótulos (não que eu não os tenha, mas digamos que no caso dele é bem mais difícil) é algo sufocante, ainda mais se você não é aquilo que dizem. Ele não sofria preconceitos na escola local, mas de tanto ser conhecido como "Rafe o gay", acabou se cansando e mudando de escola - e de estado. Principalmente porque a mãe dele era presidente da PPAGL (Pais, Parentes e Amigos de Gays e Lésbicas) de Boulder e não entendia porque ele queria mudar, sendo que estava bem adaptado e nem sofria homofobia na escola.

Infelizmente, segundo o site do autor, não há um segundo volume previsto para esta história, mas vai que ele está preparando algo, rs. Aliás, a capa da Arqueiro é tão linda, não só a capa, mas todo o kit que recebi. Como sempre, trabalho de revisão e edição impecáveis. O livro é em primeira pessoa, mesclado com textos escritos por Rafe e corrigidos pelo senhor Scarborough.
Agora quero ler tudo que Bill escreveu e vier a escrever. Sua escrita gostosa com toques de humor fez eu devorar o livro em dois dias. Por fim, esse é o tipo de livro que eu penduraria no pescoço e imploraria para todo mundo ler, porque é lindo! Inclusive, shippo o autor com seu marido, Chuck.

A propósito, eu li esse livro e continuo gostando de homem. Então se você é daqueles que tem preconceito quando vê beijo gay (na TV ou não), apenas pare. Homossexualismo não se transmite por osmose. Ela é e pronto. Você não "vira" gay porque leu um livro ou viu um beijo. Toda forma de amar é válida!



Olá!

Depois de mais uma semana longe do blog, que é meu único lugar que ao mesmo tempo é público (por estar na internet) e particular (pois só eu tenho acesso), por causa do TCC, estou de volta com uma resenha de um livro que começou morno, me deixando nervosa e ao mesmo tempo querendo ir até Londres bater na autora e terminando de um jeito que eu não esperava. A História de Nós Dois, de Dani Atkins, é um carrossel de emoções. E é dele que falarei hoje.

A História de Nós Dois começa com a despedida de solteira de Emma Marshall. Ela tem 27 anos e voltou de Londres para ajudar o pai a cuidar da mãe. Ela vai se casar com Richard, que conhece há mais de 25 anos, daqui a três dias. Voltando da despedida de solteira junto com suas amigas Caroline e Amy pela estrada, o carro capota, em um grave acidente.

Elas são salvas por Jack Monroe, um escritor americano que está de passagem pela Inglaterra - e viu quando o carro capotou. Como Amy morre horas mais tarde, o casamento de Emma é adiado. Emma e Caroline ficam em estado de choque, principalmente Emma, que passa a ter a "Síndrome do Sobrevivente" (que existe mesmo; é quando a pessoa, após um acontecimento traumático, passa a se sentir culpada pelo que aconteceu).

Mas, o que seria só um adiamento para a ser visto como algo definitivo. Isso porque, como Jack é uma pessoa muito atenciosa, está sempre perto de Emma, ajudando-o no que é necessário, ao contrário de Richard, que também é atencioso, mas está muito distante. E isso levanta uma suspeita, que logo será confirmada. E é nesse triângulo amoroso que está Emma. Será que ela se casa com Richard ou dá uma chance para Jack?

Que livro! Ele começa modorrento, tanto que me fez abandonar a leitura por alguns dias (a biografia do ABBA passou a ser bem mais interessante...). Quando retomei a leitura, continuou modorrento, mas quando levantei uma suspeita, aí começou a ficar bom. Tive que ficar até de madrugada lendo, porque eu precisava saber o que Emma faria.

Emma, nossa protagonista, é uma boa alma, sempre disposta a ajudar as pessoas, largou seu emprego em Londres para voltar para sua cidade natal para ajudar o pai a cuidar da mãe, que tem Alzheimer (tenho uma tendência a criar afeição por personagens literários com Alzheimer). Ela gosta de Richard, mas depois do que aconteceu, ela ficou muito balançada. Só posso dizer que é algo muito grave. Mas, por incrível que pareça, todos ficaram contra Emma quando ela tomou a decisão, principalmente Caroline, a amiga ridícula, que dava uns conselhos que, só Jesus na causa dela, porque, olha, que ódio dessa fulana, vontade de socá-la!

Richard é o, até o momento, noivo que está aguardando remarcar a data do casamento. Como já dito, ele cometeu um erro muito grave. Ele se arrependeu e tals, mas, ficou pressionando Emma para remarcar a data, usando inclusive os pais dela, Bill e Frances, que o adoravam. Golpe baixíssimo. Outro que eu gostaria de socar.
Jack (pausa pra suspirar), o americano que salvou Emma e as amigas do acidente, está na Inglaterra para colher informações sobre seu novo livro. Ele escreve thrillers e é muito aclamado por isso. É visível seu interesse em Emma, mas ele voltará para Nova York em três semanas, além de não querer se relacionar com ninguém após seu casamento ter fracassado. Tem seus segredos, mas sua bondade e seus sentimentos por Emma o tornam um doce de pessoa - diferente do idiota do Richard.

Como eu disse, começou modorrento, mas depois, a Dani nos prende na história de um jeito que você não vai largar a história. Quando eu descobri o babado forte que aconteceu, fiquei torcendo para um determinado final. A história começou a pender para o lado errado, aí quis entrar no livro e socar todo mundo e depois ir para Londres socar a Dani, mas desisti porque, além de ser uma senhora, ela deu um final que eu não esperava, tanto que eu fiquei "ah não, por que fez isso?". Dani tem dessas.

Recebi esse exemplar em parceria com a Arqueiro. Sobre capa, edição e revisão, tudo seguindo o padrão Arqueiro de qualidade. A capa é igual a da edição americana, que lembra muito a capa de Uma Curva no Tempo (resenha aqui), será que a editora terá um "padrão Dani Atkins de capas"? Não encontrei erros de português, mas a capa de Uma Curva no Tempo ainda é mais bonita do que essa.

Recomendo sim a leitura de A História de Nós Dois, ainda mais porque quando o livro chega na metade, a trama melhora e muito! E ainda é possível imaginar o final. Aliás, depois que terminei a leitura, porque o fim acabou com meu pobre coração! Não chorei, mas, como eu disse, fiquei querendo saber porque Dani Atkins acaba com a gente com esses finais!


Olá!

Dia de resenha de parceiro aqui no blog! E o resenhado de hoje é o livro de estreia da australiana Kelly Rimmer. Eu Sem Você tinha tudo para ser mais um clichê, mas a forma como a autora construiu os personagens e a trama fez com que se tornasse um dos meus favoritos. Não do ano, mas da vida.
O livro começa com Callum Roberts se apaixonando a segunda vista, porque a primeira vista dele foi direto nos pés da moça que estava descalça no meio da balsa que levaria as pessoas até Manly Wharf, que pelo que entendi, é uma região costeira da Austrália. A moça era Lilah Owens e estava descalça - e de roupa social - pura e simplesmente porque seus sapatos a estavam matando.

O que seria uma discussão divertida ficou sério. Cal levou Lilah para jantar e depois para seu apartamento. Sim, rolou sexo no primeiro encontro. E não há nada de errado nisso. Os dias foram passando e Cal já estava apaixonado por Lilah, Mas, se Cal se achava workaholic, Lilah era pior, não ficava um minuto sequer parada.

Lilah Owens na verdade era Saoirse Delilah MacDonald. Lilah é apelido e ela se apresentou com o sobrenome Owens - de solteira da mãe - porque não queria se envolver com Callum. Ela é uma advogada ambientalista, que luta por várias causas, é vegetariana e leva uma vida tranquila, apesar do trabalho no escritório. Além do trabalho, ela adora andar na praia e fazer passeios mais voltados pra natureza. A propósito, o nome Saoirse é gaélico - o pai dela é irlandês - e eu não tenho a mínima ideia de como se pronuncia.

Callum Roberts trabalhava numa agência de publicidade de Sydney e é o que podemos chamar de completo tapado: não era capaz de tomar uma mísera decisão. Só tinha um amigo, Karl, que era seu colega de trabalho. E só vivia para o trabalho e achava que se divertia, quando na verdade, vivia muito solitário.

Como eu já disse, os dias foram passando e as vidas do casal mudaram drasticamente: apesar de terem se conhecido há tão pouco tempo, Cal e Lilah já eram um casal, só que ela não quis oficializar isso. Ela tinha um segredo e, em vez de dividir com ele, simplesmente o guardou para si, optando por (tentar) dar um ponto final na relação.
Fiquei de ressaca literária ao terminar essa história. Recebi esse lançamento em parceria com a Arqueiro e optei por ele porque, segundo o Goodreads, "fãs de Nicholas Sparks, David Nicholls e Jojo Moyes iriam amar o livro". Então, segui o conselho do portal - que está na capa do livro - e o pedi, mas sem muita expectativa. Estou no chão, porque a história é de uma delicadeza que te faz pensar o que você está fazendo com sua vida. A escrita da Kelly chegou mais perto da Jojo Moyes.

O livro tem 26 capítulos mais epílogo. Os capítulos são intercalados sob os pontos de vista de Cal e Lilah, mas só os capítulos dela têm data - e isso tem um motivo importante. No fim, a autora deixa uma carta aos leitores - mas que não posso replicar aqui porque tem spoiler. No início, achei a Lilah meio fresca, mimizenta, ao passo que Cal mais parecia uma moça sofrendo por amor - não, não sou capaz de enxergar um homem sofrendo por amor, sinto muito, Brasil.

Mas, a conta-gotas, Lilah vai se revelando. E eu fui mudando meu conceito sobre ela. E também mudei meu conceito sobre Cal, que se mostrou muito mais forte do que aparentava, enquanto ela ia se mostrando mais viva. Eu fiquei desconfiada com o segredo de Lilah, mas pensava "não, não pode ser", mas quando minha desconfiança se mostrou verdadeira, eu queria que o final fosse diferente. Quando acabou, claro que chorei - devo estar doente, ando chorando muito por causa de finais de livros, há algo errado... - e fiquei pensando o que raios estou fazendo da minha vida. Sim, como já disse, o livro te faz pensar.

Um ponto que gostei no livro é que se passa na Austrália. Diariamente, lemos uma enxurrada de livros cujas histórias se passam nos EUA ou em cidades europeias muito famosas, como Londres, Paris ou Dublin. Mas, ao escrever essa resenha, não me veio à mente nenhum outro livro que li que se passava na Austrália. Uma ótima forma de sair da zona de conforto geográfica - e aproveitar e fazer uma bela viagem por Sydney - que, pasmem, NÃO é a capital da Austrália. É Canberra.

A editora me mandou junto com o livro um belo kit, que incluía uma toalha estampada com a capa do livro. De início não entendi, mas ao ler, a toalha até que tinha a ver com a trama. E claro que a mesma está guardada, nunca que vou usar uma toalha tão bonita, rs. A capa condiz com a trama e é muito mais bonita que a capa original. Mas isso tem uma explicação.
Nos EUA, Europa e Austrália, os livros são publicados com capas simples e papel delicado - quem já foi na Livraria Cultura da av. Paulista, já viu a seção de livros em inglês, então tem ideia do que falo. E quase todas as edições são de bolso. Isso porque por lá, os leitores não são como nós, não têm o costume de montar estantes. Eles são cruéis ao ponto de rasgar as páginas que já leram (provavelmente não conhecem marcador). Um dos meus professores da faculdade passou uma temporada na Austrália e me disse que lá é comum as pessoas abandonarem os livros nos bancos após lê-los, o que explica porque as impressões são tão baratas.

Como é de praxe, a Arqueiro fez um ótimo trabalho de revisão/edição, não encontrei erros. A editora arriscou em trazer o primeiro livro da Kelly para nós. E foi uma boa aposta, ela tem tudo pra se consolidar na literatura mundial, caso mantenha sua forma de escrever, sem falar que ela é uma linda nas redes sociais e engraçada nos agradecimentos. 

Por favor, termine de ler essa resenha, deixe seu comentário e corra pra ler esse livro tão maravilhoso! E que mais obras da Kelly venham para o Brasil!!!!!!!


Olá!

Mais um Vida Literária aqui no blog! A escolha de Junho foi da Raíssa. Lembrando sempre que o projeto consiste em que eu, a Raíssa (O Outro Lado da Raposa) e a Ana (EC&M) leiamos um mesmo livro, o comentemos e tragamos a resenha. Esse mês, devido ao TCC, o debate não rolou como gostaríamos e o post atrasou. Porém, antes tarde do que nunca. Desfrutem de Mar da Tranquilidade, de Katja Millay.


Mar da Tranquilidade começa com a jovem Nastya Kashnikov chegando em sua nova escola. Ela perdeu a coisa que mais amava na vida. Perdeu não, lhe foi tirado. Ela vai morar com sua tia Margot, longe de seus pais, que moram em Brighton, Inglaterra. O fatídico dia de Nastya foi há dois anos e meio, mas, desde então, ela mudou completamente. Não fala e gosta de estar isolada.

Josh Bennett também é aluno dessa escola. Ele também não é de falar, gosta mesmo é de ficar na oficina de carpintaria. Josh também têm suas tragédias: só tem o avô no mundo. Sua mãe e irmã foram mortas quando ele tinha oito anos. Seu pai morreu do coração alguns anos depois. Desde então, só tem o avô e a carpintaria. Como seu nome é sinônimo de morte, e vive isolado do resto da escola.

Josh e Nastya vão se cruzar pela primeira vez na aula de carpintaria. Eles são bem diferentes: ele anda como um jovem de sua idade, ao passo que ela mais parece uma prostituta, com roupas curtíssimas e muita maquiagem, além de um salto muito alto. Mas, ainda assim, uma relação vai começar. Graças às corridas dela e as construções de madeira dele, um lindo sentimento vai nascer.

Porém, Nastya ainda tem na mente tudo o que lhe aconteceu aquele dia. Por isso, vive em algo que eu chamaria de "autodestruição", pois quer ficar longe de tudo e todos e não cogita sequer uma amizade. Além disso, ela precisa lidar com alguns colegas de classe, como Drew, amigo de Josh e o "pegador", Kevin, o idiota e Ethan, que a assedia, além de Sarah e Tierney, as patricinhas. Será que Nastya superará seu trauma, seja ela qual for? E Josh, será que vai se abrir para Nastya?

Quando a Raíssa escolheu esse livro para o Vida Literária desse mês, eu não tinha nenhuma expectativa nesse livro. Cheguei a ler algumas resenhas há algum tempo, mas não me lembrava da sinopse. Sem querer ofender, mas foi uma leitura dispensável. Não me senti atraída à história tampouco aos personagens.

Nastya sofreu um puta trauma quando tinha apenas 15 anos. Perdeu boa parte da juventude. Até aí, realmente algo muito triste. Mas ela não faz por onde superar o ocorrido, pelo contrário, fica remoendo por dentro, se autodestruindo, piorando sua situação. Não consegui criar empatia por ela. Em dado momento, nem me interessava mais saber se ela ia ficar com Josh, só queria mesmo saber o que fizeram com ela.
Já Josh faz parte daquela raça que odeio com toda a força do meu ser: gente sonsa. Ele também tem sua história - que não é segredo pra ninguém - e é triste. Mas ele se faz de coitado, mesmo ele tocando a vida. Fiquei mais preocupada com o avô dele que estava doente do que eu deveria ficar caso ele descobrisse o que aconteceu com Nastya. Um completo chato, mas que pelo menos sabe fazer umas mesas legais.

Dá pra ver que Josh e Nastya, cada um a seu modo, são antissociais. Mas eles são muitos chatos! Ficam de frescura, principalmente ela, que quer se manter longe de todos - e até consegue, tendo em vista que ela não fala, mas, ao passo que ela se faz de forte, ela quer mostrar justamente o contrário: que ela está desesperada. Josh também não está tão bem: paga de independente, mas se pudesse, se misturaria com todos, mas prefere ficar em sua garagem mexendo com madeira.

Dois jovens de apenas 17 anos (mesmo Josh já sendo emancipado), com histórias cruéis, mas que não convencem. Mesmo logo no prólogo a Nastya já solta a primeira bomba - o que realmente aconteceu ela só revela nos acréscimos - a história em si até tentou sair do clichê, mas no fim acabou saindo uma história maçante, cujo único objetivo real (pra mim) foi desvendar o que aconteceu com Nastya. 

Como eu li a edição digital, não tenho muito o que comentar sobre edição e revisão. Só me declino pra dizer que a capa é bem bonita, ela tem muito a ver com a história, muito mesmo. Precisei ler pra entender, porque, assim de cara, a ilusão de ótica não revela. Segundo os agradecimentos, esse é o primeiro romance da Katja. Por ser um livro de estreia, é muito bem escrito, mas, pra mim, não funcionou. Esse casal não me arrancou suspiros.

Claro que essa é minha opinião, mas ainda assim recomendo pra você que quer fugir do mais do mesmo. A premissa é diferente, então vale a pena sim conhecer a obra da Katja, afinal, é sempre bom conhecermos novas escritas - sem falar que nossos pontos de vista serão bem diferentes...

A autora soube colocar em perspectiva a vida de dois jovens que sofreram além de suas cotas e encontraram jeitos diferentes de lidar com a dor. Mas que, ao longo da narrativa encontram um no outro refúgio e esperança. O livro, de modo geral, me lembrou bastante algo que a Colleen Hoover escreveria, quando lemos a sinopse não imaginamos a carga emocional que contém na estória e o quanto ela irá mexer conosco. Quem gosta de um bom romance com drama intenso vai gostar muito de Mar da Tranquilidade. É uma estória que representa que o mal existe no mundo, mas também há esperança e beleza, basta nos darmos a chance de enxergar. Raíssa, O Outro Lado da Raposa

Mar de Tranquilidade foi uma leitura diferente para mim. Não esperava esse tipo de enredo e não estava no clima certo para a história, o que infelizmente influiu a minha leitura. Porém, é nítido que a autora escreve muito bem e soube tratar sem muito mimimi sobre temas densos e principalmente sem cansar o leitor. Foi uma leitura agradável. Ana, Entre Chocolates e Músicas

A próxima escolha é minha e eu escolhi O Segredo dos Seus Olhos, do Eduardo Sacheri, por motivos de: hora de tirar as meninas da zona de conforto. Sim, eu vi o filme com o Ricardo (lindo) Darín - inclusive falei dele aqui no blog (resenha aqui) - e se eu amei o filme, creio que o livro seja ainda melhor, porque penso assim...

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Olá!

Peço desculpas pelo meu sumiço, fiquei uma semana longe daqui por causa da minha pré-banca do TCC. Mas posso adiantar que, apesar das várias leituras que fiz, habemus TCC! hahaha na verdade, ainda não sei como será feito, mas pelo menos sei que será feito - mais pra frente conto mais detalhes.

O resenhado de hoje é um recebido em parceria que li sem expectativas e acabei mergulhando numa história única. Suspense, mistério e várias polêmicas estão em Não Fale Com Estranhos, de Harlan Coben, publicado pela Arqueiro.
Não Fale Com Estranhos nos apresenta Adam Price. Um cara que tem a vida dos sonhos. Tem um emprego bacana como advogado, é casado e tem dois filhos. A história começa quando Adam está em uma reunião com outros pais, em que o técnico do time de lacrosse da escola vai chamar os jogadores. Ryan, um dos filhos de Adam, tem chances de estar no time A. Até aí tudo bem, até que um homem estranho abordou Adam, dizendo que sua esposa, Corinne, mentiu para ele.

Daí em diante, a derrocada de Adam começa. Ele tenta conversar com Corinne, mas foi desnecessário. Adam já comprovou que ela mentira para ele. Mas o que era pra ser apenas uma mentira, torna-se um jogo cruel, com mais mentiras e assassinatos. Corinne pede um tempo no casamento e some. Isso mesmo. Some, deixando apenas duas mensagens para Adam.
Enquanto isso, o homem estranho já estava atrás de outra pessoa para contar outra verdade. A pobre vítima era Heidi, uma mulher cujo segredo revelado tinha relação com uma de suas filhas. Depois veio Dan, um cara que morria de orgulho de seu filho, que estava tentando entrar na universidade através do futebol americano - mas o filho de Dan também tinha um segredo. Ainda deu tempo de mais duas mulheres terem seus segredos revelados. Porém, Dan foi chantageado. Heidi e Adam não. E as intrigas envolvendo essa complexa história começam aí.
Uma partida de lacrosse, cujo objetivo é fazer o gol, usando esse taco com uma redinha na ponta.
Como começar essa história que mais parece um emaranhado de histórias que, aparentemente, não tem sentido algum? Por que a pessoa tem que ser muito tola para acreditar em algo dito por um estranho. Mas não é que nosso personagem acreditou? Meio intrigante pensar que alguém acreditaria em um fato qualquer dito por um estranho. Mas, sabe quando aquela verdade inconveniente é revelada? Aquela que todo mundo viu, menos você? Então, esse é o ponto de partida desse livro.

Até boa parte do livro, eu achava que o estranho estava ali para contar a determinadas pessoas algum segredo podre. Mas, além desse estranho, havia um outro grupo, que tinha como objetivo destruir uma pessoa que sabia demais. Daí pra frente, nem respirei mais. Cada página era uma nova descoberta, até que, quando finalmente descubro o paradeiro de Corinne, fiquei de queixo caído. Mesmo. 

Eu solicitei esse livro junto à Arqueiro, parceira do blog e, em relação ao livro que solicitei anteriormente, o Cilada (resenha aqui), Não Fale Com Estranhos é muito, mas muito melhor. Para se ter uma ideia, li apenas em dois dias (teria sido em um dia só, se eu não tivesse que trabalhar). Enquanto que Cilada tinha um início arrastado, melhorando mais pro meio da história, este te prende do início ao fim, com várias partes que, de início, parecem soltas, mas elas se encaixam perfeitamente, contando uma história que chega a ser inacreditável, mas com uma mensagem que te faz pensar.

Em relação à parte gráfica, a editora está de parabéns. Não encontrei erros, a capa está condizente com a obra - apesar de que, pra mim, parece que o cara vai ser assaltado, rs - e as folhas amareladas permitem uma leitura confortável, mesmo quando você está em um ônibus que balança muito. Enfim, não há muito o que dizer dessa obra, a não ser, que leiam e desfrutem dessa história eletrizante! E pra saber o que aconteceu com a Corinne, né?!


Olá!

O resenhado de hoje é um recebido que eu deveria ter feito o post no mês passado, mas por causa do meu TCC, acabou ficando pendente - aliás, meu TCC me deixou longe de muita coisa, até mesmo do blog, mas a semana virou e cá estou de volta para contar que tive que incluir essa maravilha de livro nos meus favoritos. É o #2 da trilogia Desejo Proibido, o Paixão Libertadora, de Sophie Jackson.
Paixão Libertadora conta a história de Max O'Hare, um cara que está se recuperando de seu vício em cocaína. Depois de várias situações envolvendo drogas e tentativa de suicídio, ele está em uma clínica de reabilitação, vivendo um dia de cada vez, porque é assim que se vence o vício, dia após dia, sempre ocupando a mente com coisas interessantes, no caso de Max, a pintura e as consultas com dr. Elliot.

Max tem uma oficina mecânica e quem está cuidando dela é Riley, ao passo que Carter, protagonista do volume anterior, cuida da permanência de Max na clínica. O'Hare, aos poucos vai ganhando sua liberdade, até o dia em que está livre. Ele não queria voltar para Nova York, então resolve ficar na casa de veraneio de Carter e Kat - ah, as obras são independentes, mas não recomendo ler fora da ordem, com certeza você receberá um spoiler. Ele até aceita, mas se arrepende, ao ver a alegria. Max resolve ir até o condado de Preston, ficar na casa de Vince, um tio, que possui uma empresa de construção civil, ou seja, constrói casas.

Grace Brooks acaba de comprar uma casa caindo aos pedaços no condado de Preston. Ela está muito empolgada, mas Kai, seu irmão, tem receios de deixá-la sozinha: eles viveram juntos por um ano em Washington, depois do que aconteceu a Grace. Por fim, a empresa de Vince é contratada para consertar (reconstruir, diga-se de passagem) a casa. Apesar da casa estar em um estado deplorável, Grace estava orgulhosa, pois havia conseguido aquele lugar com seu próprio esforço, aquele seria o seu lar.

Max resolve trabalhar como ajudante de pedreiro na casa de Grace. E é lá que se conhecem. Em comum, apenas o fato de que estão hospedados na mesma pousada e que gostam de correr. E entre uma e outra corrida matinal, Grace propõe que eles façam sexo, para que ela volte a se sentir atraente. Sim, Grace tinha um grave problema de autoestima, mas não era frescura, ela foi vítima de violência doméstica e seu ex-marido estava em liberdade condicional do outro lado do país. Enquanto que Max sofria por ter sido abandonado por sua ex-noiva, Lizzie. Logo, temos duas pessoas que estão encontrando redenção. Será que duas pessoas com problemáticas tão pesadas conseguirão ser felizes?

Simplesmente não estou sabendo lidar com essa história! Se me apaixonei por Carter e Kat no primeiro volume, o que dizer de Max e Grace? Apesar de serem duas pessoas com passados tristes, eles fazem de tudo para buscar a felicidade - mesmo às vezes eu querendo socar o Max por ser idiota. Li muitos NAs em que os personagens buscavam a cura no sexo e em alguns deles, achei que havia sexo demais (sexo ainda vende, fazer o quê...). Mas não aqui. Neste livro, Grace foi física e mentalmente abusada por seu ex-marido, que praticamente a reduziu a lixo, inclusive na questão do sexo. Ela não se sente atraente e o sexo passa a ser tabu: jamais deixaria ser tocada por um homem, tampouco se apaixonaria. Só de pensar nisso, ela tinha crise de pânico.

Max é o clássico garanhão: pegava todas, bebia, curtia festas, enfim, o famoso bad boy. Mas ele se apaixonou por Lizzie, mas essa paixão durou até que o casal sofresse uma grave perda. Lizzie não aguentou e foi embora. Ele, então caiu na cocaína, esperando ela voltar, ou seja, caiu em declínio. Para Max, sexo passou a ser uma casualidade. Logo, a proposta de Grace o deixou encabulado, mas ele não cometeria o erro de se apaixonar, trataria Grace com carinho, mas continuaria sendo uma relação casual.
Deixando o casal de lado um pouco, preciso falar sobre algo que me deixou surpresa após a leitura. Quando você vê a capa (maravilhosa) de Paixão Libertadora, você vê um cara negro e uma moça que, aparentemente, passou por uma sessão de bronzeamento artificial. E qual foi minha surpresa ao constatar que Grace é negra! Há uma passagem no livro em que (sim, vou dar um spoiler, mas faz-se necessário para esta reflexão) Grace quer tirar algumas fotos das mãos de Max - ela é fotógrafa amadora - e a autora descreve o contraste entre "a pele dela deliciosamente escura, um caramelo quente, contra o branco levemente bronzeado dele" (pg. 146).

Você já parou para pensar quantos livros com mulheres negras existem por aí? Mas digo mulheres negras no século XXI, não as dos livros que tem escravidão como tema principal ou plano de fundo. Eu olhei na minha prateleira, que tem cerca de 100 livros, mas tirando as biografias, os Guias Politicamente Incorretos e os clássicos, são cerca de 85 livros de ficção. E nenhum, mas nenhum mesmo, a protagonista é negra. Eu tentei lembrar de algum outro que tenha lido via empréstimo, mas não me vem nenhum a mente. Sabe por que eu levantei esse ponto? Pelo simples motivo de que é raro termos negros protagonizando livros.

Independente da nacionalidade de quem escreveu, acredito que há um racismo velado até mesmo na literatura. Será que temos uma massa gigantesca de livros com personagens principais brancos pelo simples motivo de que vende mais? E a ausência de negros em papeis de destaque passa tão batido que, lendo três resenhas deste livro de blogs aleatórios que peguei na internet, nenhum dos textos citou esse detalhe. Resolvi bater nessa tecla porque estamos em um tempo em que tudo se discute e se reflete, principalmente na internet. Acho que vale a reflexão...

Como eu disse no início do post, recebi esse livro em parceria, logicamente com a Arqueiro. O trabalho de capa, revisão e edição, como sempre, impecáveis. Gostaria de ter postado essa resenha dentro do prazo, mas, como eu disse lá no início, não foi possível. Pelo que li, o próximo livro terá Riley como protagonista. Só resta qual será o próximo conto. Quem disse que vai ter conto 2.5 foi o Goodreads.

Enfim, falei bastante mas o mais importante fica pro final: leiam, vocês vão se apaixonar por Grace e Max, agora já não sei quem é meu casal favorito, se são eles ou Carter e Kat, o jeito é esperar o livro derradeiro, rs. Ah, e por favor, deixem nos comentários suas opiniões sobre a representatividade negra na literatura atual, quero muito saber o que pensam!


Olá!

Hoje eu trago a resenha de um conto que li há algum tempo, mas por motivos que não me lembro, não trouxe a resenha. Mas como logo menos trarei a resenha do segundo volume da trilogia Desejo Proibido, resolvi trazer pra vocês minhas impressões do Eternamente Você, conto #1.5 da trilogia escrita por Sophie Jackson.
Neste conto, temos a intimidade de Kat e Carter, logo que ela é pedida em casamento. O Natal está chegando e o casal não encontrou melhor data para anunciar o casamento. Porém, como nem tudo são flores, eles esperam que Eva, mãe de Kat, ao menos respeite a decisão do casal.

Depois do encontro natalino com a famlía, era hora de celebrar o Ano Novo. E como são ricos, eles foram a um desses encontros beneficentes. Mas a cabeça estava em outro lugar, eles estavam mais preocupados em passar essa noite juntos.

Além das festividades, vários outros assuntos foram resolvidos como a regularização da oficina de Max, protagonista do próximo livro, a nova empresa que Austin, inimigo de Kat, abriu. Sem falar na empresa bilionária que Carter dirige. A historinha serviu também para puxar o gancho para Paixão Libertadora, o próximo volume. É óbvio que você tem que ele na ordem, porque aqui tem bastante spoiler.

Como vocês viram, a resenha saiu curtinha porque o conto é curto mesmo. São só sete capítulos (cerca de 800 posições no Kindle ou 68 páginas). A Arqueiro o disponibiliza gratuitamente lá na Amazon, vale muito a pena ler pra matar a saudade desse casal super fofo e conferir se a monotonia vai diminuir o amor que esses dois sentem. A capa está bem bacana e agora é esperar a continuação da série!


Olá!

Vamos de nacional! E de um nacional recebido em parceria com a Arqueiro! Quando li que a Thalita Rebouças tinha ido para a Arqueiro, pensei que ela escreveria para um público mais maduro, não sei porquê pensei isso, mas foi com esse pensamento que solicitei o livro à editora, para resenha. Que pena. Vamos falar de Confissões de uma Garota Excluída, Mal-Amada e (um pouco) Dramática.
A história começa com Tetê indo ao psiquiatra porque sua mãe recomendou, alegando que a menina estava de cara amarrada, de mal com a vida, não ria... (pelo amor, isso é raio de motivo pra alguém levar filho no psiquiatra?) Enfim, Tetê - cujo nome é Teanira, mistura de Tércio com Djanira, seus avós - começa contando sua saga na escola, o bullying que sofria, a falta de amigos, seu amor pela cozinha...

Porém, depois que o pai perde o emprego, Tetê e a família vão morar na casa dos avós, no bairro de Copacabana, logo, a menina precisará mudar de escola. Na nova escola, ela logo faz um amigo, Davi, o nerd. Depois ela conhece Erick, o lindo; e Zeca, o amigo gay que todo mundo deveria ter. Claro que, como estamos numa escola particular, tem que ter a patricinha (Valentina) e sua BFF (Laís); e a sonsa (Samantha).

Basicamente, o que vi nesse livro foi: uma menina que mais parecia Betty a feia que sofre bullying e depois dá a volta por cima. Nada que se diga "nossa, que maravilhoso, perfeito, delicado". Claro que tem mensagens a serem transmitidas (clichês sobre bullying e amor à família, por exemplo) e passagens engraçadas. Mas, no mais, é um festival de futilidades. Pelo que li, não é só um livro para adolescentes, é um livro para adolescentes de classe média/média alta, que leem Capricho e têm tudo na mão. Eu só me identifiquei com a Tetê na parte da sobrancelha (dói demais pra tirar, ok?). Eu estudei em escola pública a vida toda, então meio que aprendi a não ter paciência com garotas fúteis e mimizentas (na minha escola, a palavra mimizenta ainda não existia, rs).
volta Betty!
Voltando ao livro, percebi que (posso estar enganada) Tetê é um pouco da autora, como se fosse um relato autobiográfico, mas com toques de 2016. Tetê vai nos contando como estão sendo seus dias na escola nova, seus novos amigos, seu primeiro amor, sua primeira festa, sobre como é sua família, unida mas um pouco problemática (eu achei um bando de chatos). Em alguns momentos me vi no papel de Tetê, cheguei a me identificar com ela, mas diferente dela, eu não tenho um Zeca para me salvar.

Falando no Zeca, ele é praticamente o anjo da guarda da Tetê, mas é muito forçado em alguns momentos. Aliás, em vários momentos, percebi o quanto os dialógos da Thalita são forçados. Não sei, não é possível que alguém fale como a Tetê todo santo dia. Eu sei que não sou o público-alvo da autora, mas será mesmo que os adolescentes falem coisas como "ultramegablaster alguma coisa"? Pra mim, Thalita esqueceu de amadurecer. Não vou entrar no mérito de saber se é bom ou não.

Agora, falando da parte gráfica: como sempre, a Arqueiro fez um ótimo trabalho. Só não gostei do tamanho do livro: é menor em relação aos demais livros da editora. Mas a capa está bem bonita e adorei o presskit que a editora enviou. O legal desse livro (sim, eu achei um ponto positivo) é que tem várias receitas - e que são fáceis de fazer!

Então se você é adolescente ou até mesmo curte uma leitura mais leve, recomendo sim, apesar de tudo, você ri. A leitura flui, li bem rápido até, partindo da premissa que estava em semana de provas quando o li. Não é porque eu não gostei que você não vai gostar também, ué.