Olá!

Vamos de nacional! E de um nacional recebido em parceria com a Arqueiro! Quando li que a Thalita Rebouças tinha ido para a Arqueiro, pensei que ela escreveria para um público mais maduro, não sei porquê pensei isso, mas foi com esse pensamento que solicitei o livro à editora, para resenha. Que pena. Vamos falar de Confissões de uma Garota Excluída, Mal-Amada e (um pouco) Dramática.
A história começa com Tetê indo ao psiquiatra porque sua mãe recomendou, alegando que a menina estava de cara amarrada, de mal com a vida, não ria... (pelo amor, isso é raio de motivo pra alguém levar filho no psiquiatra?) Enfim, Tetê - cujo nome é Teanira, mistura de Tércio com Djanira, seus avós - começa contando sua saga na escola, o bullying que sofria, a falta de amigos, seu amor pela cozinha...

Porém, depois que o pai perde o emprego, Tetê e a família vão morar na casa dos avós, no bairro de Copacabana, logo, a menina precisará mudar de escola. Na nova escola, ela logo faz um amigo, Davi, o nerd. Depois ela conhece Erick, o lindo; e Zeca, o amigo gay que todo mundo deveria ter. Claro que, como estamos numa escola particular, tem que ter a patricinha (Valentina) e sua BFF (Laís); e a sonsa (Samantha).

Basicamente, o que vi nesse livro foi: uma menina que mais parecia Betty a feia que sofre bullying e depois dá a volta por cima. Nada que se diga "nossa, que maravilhoso, perfeito, delicado". Claro que tem mensagens a serem transmitidas (clichês sobre bullying e amor à família, por exemplo) e passagens engraçadas. Mas, no mais, é um festival de futilidades. Pelo que li, não é só um livro para adolescentes, é um livro para adolescentes de classe média/média alta, que leem Capricho e têm tudo na mão. Eu só me identifiquei com a Tetê na parte da sobrancelha (dói demais pra tirar, ok?). Eu estudei em escola pública a vida toda, então meio que aprendi a não ter paciência com garotas fúteis e mimizentas (na minha escola, a palavra mimizenta ainda não existia, rs).
volta Betty!
Voltando ao livro, percebi que (posso estar enganada) Tetê é um pouco da autora, como se fosse um relato autobiográfico, mas com toques de 2016. Tetê vai nos contando como estão sendo seus dias na escola nova, seus novos amigos, seu primeiro amor, sua primeira festa, sobre como é sua família, unida mas um pouco problemática (eu achei um bando de chatos). Em alguns momentos me vi no papel de Tetê, cheguei a me identificar com ela, mas diferente dela, eu não tenho um Zeca para me salvar.

Falando no Zeca, ele é praticamente o anjo da guarda da Tetê, mas é muito forçado em alguns momentos. Aliás, em vários momentos, percebi o quanto os dialógos da Thalita são forçados. Não sei, não é possível que alguém fale como a Tetê todo santo dia. Eu sei que não sou o público-alvo da autora, mas será mesmo que os adolescentes falem coisas como "ultramegablaster alguma coisa"? Pra mim, Thalita esqueceu de amadurecer. Não vou entrar no mérito de saber se é bom ou não.

Agora, falando da parte gráfica: como sempre, a Arqueiro fez um ótimo trabalho. Só não gostei do tamanho do livro: é menor em relação aos demais livros da editora. Mas a capa está bem bonita e adorei o presskit que a editora enviou. O legal desse livro (sim, eu achei um ponto positivo) é que tem várias receitas - e que são fáceis de fazer!

Então se você é adolescente ou até mesmo curte uma leitura mais leve, recomendo sim, apesar de tudo, você ri. A leitura flui, li bem rápido até, partindo da premissa que estava em semana de provas quando o li. Não é porque eu não gostei que você não vai gostar também, ué.