Olá!
Mais um Vida Literária aqui no blog! A escolha de Junho foi da Raíssa. Lembrando sempre que o projeto consiste em que eu, a Raíssa (O Outro Lado da Raposa) e a Ana (EC&M) leiamos um mesmo livro, o comentemos e tragamos a resenha. Esse mês, devido ao TCC, o debate não rolou como gostaríamos e o post atrasou. Porém, antes tarde do que nunca. Desfrutem de Mar da Tranquilidade, de Katja Millay.
Mar da Tranquilidade começa com a jovem Nastya Kashnikov chegando em sua nova escola. Ela perdeu a coisa que mais amava na vida. Perdeu não, lhe foi tirado. Ela vai morar com sua tia Margot, longe de seus pais, que moram em Brighton, Inglaterra. O fatídico dia de Nastya foi há dois anos e meio, mas, desde então, ela mudou completamente. Não fala e gosta de estar isolada.
Josh Bennett também é aluno dessa escola. Ele também não é de falar, gosta mesmo é de ficar na oficina de carpintaria. Josh também têm suas tragédias: só tem o avô no mundo. Sua mãe e irmã foram mortas quando ele tinha oito anos. Seu pai morreu do coração alguns anos depois. Desde então, só tem o avô e a carpintaria. Como seu nome é sinônimo de morte, e vive isolado do resto da escola.
Josh e Nastya vão se cruzar pela primeira vez na aula de carpintaria. Eles são bem diferentes: ele anda como um jovem de sua idade, ao passo que ela mais parece uma prostituta, com roupas curtíssimas e muita maquiagem, além de um salto muito alto. Mas, ainda assim, uma relação vai começar. Graças às corridas dela e as construções de madeira dele, um lindo sentimento vai nascer.
Porém, Nastya ainda tem na mente tudo o que lhe aconteceu aquele dia. Por isso, vive em algo que eu chamaria de "autodestruição", pois quer ficar longe de tudo e todos e não cogita sequer uma amizade. Além disso, ela precisa lidar com alguns colegas de classe, como Drew, amigo de Josh e o "pegador", Kevin, o idiota e Ethan, que a assedia, além de Sarah e Tierney, as patricinhas. Será que Nastya superará seu trauma, seja ela qual for? E Josh, será que vai se abrir para Nastya?
Quando a Raíssa escolheu esse livro para o Vida Literária desse mês, eu não tinha nenhuma expectativa nesse livro. Cheguei a ler algumas resenhas há algum tempo, mas não me lembrava da sinopse. Sem querer ofender, mas foi uma leitura dispensável. Não me senti atraída à história tampouco aos personagens.
Nastya sofreu um puta trauma quando tinha apenas 15 anos. Perdeu boa parte da juventude. Até aí, realmente algo muito triste. Mas ela não faz por onde superar o ocorrido, pelo contrário, fica remoendo por dentro, se autodestruindo, piorando sua situação. Não consegui criar empatia por ela. Em dado momento, nem me interessava mais saber se ela ia ficar com Josh, só queria mesmo saber o que fizeram com ela.
Já Josh faz parte daquela raça que odeio com toda a força do meu ser: gente sonsa. Ele também tem sua história - que não é segredo pra ninguém - e é triste. Mas ele se faz de coitado, mesmo ele tocando a vida. Fiquei mais preocupada com o avô dele que estava doente do que eu deveria ficar caso ele descobrisse o que aconteceu com Nastya. Um completo chato, mas que pelo menos sabe fazer umas mesas legais.
Dá pra ver que Josh e Nastya, cada um a seu modo, são antissociais. Mas eles são muitos chatos! Ficam de frescura, principalmente ela, que quer se manter longe de todos - e até consegue, tendo em vista que ela não fala, mas, ao passo que ela se faz de forte, ela quer mostrar justamente o contrário: que ela está desesperada. Josh também não está tão bem: paga de independente, mas se pudesse, se misturaria com todos, mas prefere ficar em sua garagem mexendo com madeira.
Dois jovens de apenas 17 anos (mesmo Josh já sendo emancipado), com histórias cruéis, mas que não convencem. Mesmo logo no prólogo a Nastya já solta a primeira bomba - o que realmente aconteceu ela só revela nos acréscimos - a história em si até tentou sair do clichê, mas no fim acabou saindo uma história maçante, cujo único objetivo real (pra mim) foi desvendar o que aconteceu com Nastya.
Como eu li a edição digital, não tenho muito o que comentar sobre edição e revisão. Só me declino pra dizer que a capa é bem bonita, ela tem muito a ver com a história, muito mesmo. Precisei ler pra entender, porque, assim de cara, a ilusão de ótica não revela. Segundo os agradecimentos, esse é o primeiro romance da Katja. Por ser um livro de estreia, é muito bem escrito, mas, pra mim, não funcionou. Esse casal não me arrancou suspiros.
Claro que essa é minha opinião, mas ainda assim recomendo pra você que quer fugir do mais do mesmo. A premissa é diferente, então vale a pena sim conhecer a obra da Katja, afinal, é sempre bom conhecermos novas escritas - sem falar que nossos pontos de vista serão bem diferentes...
A autora soube colocar em perspectiva a vida de dois jovens que sofreram além de suas cotas e encontraram jeitos diferentes de lidar com a dor. Mas que, ao longo da narrativa encontram um no outro refúgio e esperança. O livro, de modo geral, me lembrou bastante algo que a Colleen Hoover escreveria, quando lemos a sinopse não imaginamos a carga emocional que contém na estória e o quanto ela irá mexer conosco. Quem gosta de um bom romance com drama intenso vai gostar muito de Mar da Tranquilidade. É uma estória que representa que o mal existe no mundo, mas também há esperança e beleza, basta nos darmos a chance de enxergar. Raíssa, O Outro Lado da Raposa
Mar de Tranquilidade foi uma leitura diferente para mim. Não esperava esse tipo de enredo e não estava no clima certo para a história, o que infelizmente influiu a minha leitura. Porém, é nítido que a autora escreve muito bem e soube tratar sem muito mimimi sobre temas densos e principalmente sem cansar o leitor. Foi uma leitura agradável. Ana, Entre Chocolates e Músicas
A próxima escolha é minha e eu escolhi O Segredo dos Seus Olhos, do Eduardo Sacheri, por motivos de: hora de tirar as meninas da zona de conforto. Sim, eu vi o filme com o Ricardo (lindo) Darín - inclusive falei dele aqui no blog (resenha aqui) - e se eu amei o filme, creio que o livro seja ainda melhor, porque penso assim...
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