Olá!
Só Aurora poderia competir com a Música pelo amor de Frankie.
E é nessas andanças de Frankie pelo mundo que conhecemos a história de um dos maiores cantores e violonistas que o mundo já viu. O segundo filho pródigo de Villarreal que marca seu nome no mundo da música - e, particularmente, do rock and roll, gênero que explodiu nos anos 60. Aquele que, com seis cordas mágicas que, cada vez que uma delas fica azul, uma vida é alterada.
A capa da Arqueiro está muito, mas muito mais bonita que a original. Não localizei erros e fiquei encantada com quanta informação sobre música ele possui. Em algumas você até fica perdido, mas de maneira didática, você acaba compreendendo e prosseguindo a leitura sem mais prejuízos. Mais do que recomendado esse livro delicado e maravilhoso.
P.S.: Mitch Albom ganhou uma fã.
P.S.2: eu falei que Frankie Presto era o segundo filho pródigo de Villarreal. O primeiro é ninguém mais e ninguém menos que Francisco Tárrega (1852-1909). O violonista é tão idolatrado pelo povo de lá que tem até estátua e avenida em sua homenagem! A canção de Tárrega favorita de Frankie é "Lágrima", mas a mais conhecida dele por nós brasileiros é a "Gran Vals". Tenho certeza que, se você já teve algum celular Nokia na vida, ela já foi seu toque de chamada.
Finalmente o blog voltou!! Eu já estava sentindo falta do meu único cantinho possível, mas, enquanto estive ausente, li bastante, assinei Netflix e vi bastante coisa - os melhores farei resenha -, dormi, vivi, enfim... muita coisa boa! Agora, é hora de contar um pouco mais dessa maravilha de livro que caiu em minhas mãos, As Cordas Mágicas, de Mitch Albom, recebido em parceria com a Arqueiro.
As Cordas Mágicas já começa mágico só pela narradora onisciente e, ao mesmo tempo, onipresente: a Música. Sim, a Música vai se materializar - da forma como você achar melhor - e vai dividir conosco a história de Frankie Presto. Ela está no velório de Presto, nos mostrando que várias emissoras de TV estão no local cobrindo o funeral e que estão entrevistando várias personalidades que conheceram o morto.
Alheia a isso, a Música (que, pra mim, é uma negra maravilhosa usando um vestido dourado) começa nos contando que Frankie nasceu Francisco de Asís, escondido em uma capela em Villarreal, na Espanha, durante a ditadura de Francisco Franco. Ainda bebê, foi jogado no rio Mijares, mas foi salvo pelo sr. Rubio, dono de uma fábrica de sardinhas (sardinhas não se fabricam, eu sei, mas está escrito assim no livro). Teve uma boa infância, sempre cercado de música, até que o sr. Rubio o levou a El Maestro, um violonista de boa fama, mas que caíra em desgraça - e no álcool - para que este lhe ensinasse a tocar violão.
Francisco começou a ter aulas com El Maestro, ainda com 5 anos, mas o sr. Rubio disse que ele tinha sete. Aliás, ele não tem uma data de nascimento cravada. Tudo ia bem até que Francisco, depois de conhecer "a menina da árvore", de nome Aurora (que significa alvorecer), viu o sr. Rubio ser levado pelas tropas de Franco, o Generalíssimo.
Daí, já sabendo que, quando Franco manda prender, dificilmente manda soltar, El Maestro fez com que Francisco fosse para os EUA atrás de uma tia, em longa viagem de barco. Antes de embarcar, El Maestro deu ao menino um violão e seis cordas, que ele recebera de sua esposa e que jamais foram usadas. A criança não sabia, mas as cordas eram mágicas. Ele embarcou. E jamais voltou a ver El Maestro.
Em suas andanças rumo à América, conheceu muita gente famosa, impressionando-os com sua capacidade, seu dom agarrado exatamente na hora em que nasceu. Era só uma criança, mas a Música faria questão de levar seu filho pródigo a voos mais altos. Já em solo estadunidense, estava em uma apresentação num restaurante quando viu uma moça ser atacada por seu acompanhante. Frankie usou seu violão para hipnotizar o homem e impedir que ele a estrangulasse. Quando por fim a moça se desvencilhou, Frankie teve a certeza de que ela era a "garota da árvore". E passou a procurar por ela.
E é nessas andanças de Frankie pelo mundo que conhecemos a história de um dos maiores cantores e violonistas que o mundo já viu. O segundo filho pródigo de Villarreal que marca seu nome no mundo da música - e, particularmente, do rock and roll, gênero que explodiu nos anos 60. Aquele que, com seis cordas mágicas que, cada vez que uma delas fica azul, uma vida é alterada.
A resenha está aqui, mas não tenho palavras para descrever essa delicadeza. Cheio de pessoas (e alguns fatos) reais, As Cordas Mágicas é uma aula para o leitor. Ele aprende sobre música, violões e como a vida pode ser maravilhosa. Ou fodida. Cheio de metáforas e frases encantadoras, ele te dá aulas até mesmo de violão. Confesso que essa parte foi um pouco chatinha porque violão não é dos meus instrumentos favoritos - porque, na época do ensino médio, MUITA GENTE da minha escola sabia tocar violão, só na minha sala eram quatro - mas Frankie conseguiu me deixar fascinada.
Cansei de falar aqui que gosto quando a história, para acontecer, precisa de fatos reais. E aqui não tem só fatos, tem pessoas reais que deram depoimentos ficcionais para o autor. Tipo, Paul Stanley, do KISS, mesclou uma de suas histórias com Frankie, para que pudesse estar no livro. Se isso não é demais, não sei mais o que é!
No Spotify, há uma playlist e um álbum dedicados ao livro. O álbum, intitulado "The Magic Springs of Frankie Presto" possui lindas versões, que, creio eu, são exclusivas para este livro. Já a playlist, que possui o mesmo nome, foi feita pelo autor e possui diversas canções da época retratada no livro, de Elvis a Nat King Cole, Ella Fitzgerald (não tenho boas lembranças) e Django Reinhardt (que realmente tocava com apenas três dedos). Clique aqui para ouvir a playlist e aqui para ouvir o álbum.
A capa da Arqueiro está muito, mas muito mais bonita que a original. Não localizei erros e fiquei encantada com quanta informação sobre música ele possui. Em algumas você até fica perdido, mas de maneira didática, você acaba compreendendo e prosseguindo a leitura sem mais prejuízos. Mais do que recomendado esse livro delicado e maravilhoso.
P.S.: Mitch Albom ganhou uma fã.
P.S.2: eu falei que Frankie Presto era o segundo filho pródigo de Villarreal. O primeiro é ninguém mais e ninguém menos que Francisco Tárrega (1852-1909). O violonista é tão idolatrado pelo povo de lá que tem até estátua e avenida em sua homenagem! A canção de Tárrega favorita de Frankie é "Lágrima", mas a mais conhecida dele por nós brasileiros é a "Gran Vals". Tenho certeza que, se você já teve algum celular Nokia na vida, ela já foi seu toque de chamada.