Olá!

O resenhado de hoje é o terceiro volume de uma série que aprendi a amar. Recebido em uma parceria pontual com a Companhia das Letras, O Jogo é um livro que te faz pensar sobre a vida e sobre aqueles que te cercam, mesmo sendo um livro escrito para jovens e com conteúdo adulto. Faltou dizer que quem o escreveu foi a best-seller (e super humilde nas redes sociais) Elle Kennedy.
Resenhas Anteriores: O Acordo | O Erro
O Jogo vai contar a história do playboy Dean Di Laurentis, cujo sobrenome abre todos as portas (e pernas) possíveis da Universidade Briar. Mas ele tem lá seus segredos, mas gosta de sua boa vida, regada a muito sexo, bebidas, festas, e claro, hóquei. Está com dois pés e meio em Harvard para estudar direito, como o resto de sua família.

Por outro lado, temos Allie Hayes, aluna de artes cênicas, mas que ainda não sabe se quer teatro ou TV, só sabe que quer ficar perto de seu pai, que tem esclerose múltipla. Ela acabou de terminar um longo relacionamento com Sean, que não era um cara tão legal assim. Ele a fez escolher entre sua carreira e ele. E Allie fez a única escolha possível nesses casos.

Dean e Allie vão se conhecer (e transar) quando ela pede para Hannah (lá do primeiro livro) ficar na república onde os rapazes do hóquei moram, por um fim de semana, temendo que seu ex fosse procurá-la - lembrando que isso não é spoiler porque está escrito na capa de trás.
Esse foi o kit super bacana que a Companhia mandou. Tinha um Nutella também, mas meus irmãos comeram antes de eu terminar de ler. É um balão em forma de coração.
Mas, surpreendendo Dean, Allie só quer sexo casual. E ele está louco para repetir a maravilhosa noite. E o mais interessante aqui é que Dean sempre deixa avisado que não quer se comprometer, só pensa em sexo e nada de namoros, nem transar com a mesma garota mais de uma vez. Mas ele quer repetir a dose com Allie. E ela não. Parece que o jogo virou, não é mesmo? E nesse jogo de gato e rato saberemos mais sobre Dean, que não parece o playboy que aparenta, além de conhecermos a colega de quarto de Hannah, além de relembrarmos fatos que ocorreram nos livros anteriores.

Elle Kennedy, que mulher! Sou fã de carteirinha dessa série, e mesmo ainda preferindo Garrett e Hannah, não tem como não amar Dean e Allie! Eles são tão legais, apesar de transarem mais vezes que os demais casais descritos até agora. Claro que todo mundo vai transar nessa bendita série, mas, olha, esse terceiro casal tá de parabéns! Definitivamente, nada de ler esse volume no ônibus (queria dizer que fiz isso e ficava meio constrangida porque as pessoas liam junto comigo e era sempre uma cena de sexo)...

Mas nem só de sexo pão vive o homem. Neste volume, alguns assuntos são abordados como depressão, o papel da mulher na sociedade... a maioria deles sempre com uma mensagem nas entrelinhas - do jeito que eu gosto - mas que, se você prestar atenção, ela está bem estampada na sua cara. 

Por incrível que pareça, Dean é mais humano que aparenta. Em certo momento, ele vai treinar um time infantil de hóquei e é aí que seu lado sentimental vai aflorar mais ainda, mostrando quem ele é de verdade, além de mostrar como ele se sente incomodado em ser podre de rico. Isso mesmo, o cara, apesar de tudo, não curte tanto a ideia de ser podre de rico, isso porque ele vê como a vida de Allie é bem diferente: perdeu a mãe ainda menina, tem somente o pai, que também está doente, não é lá tão bem de vida assim... Enfim, Dean vai tomar um choque de realidade.
Como eu disse lá no começo, a Companhia fechou uma parceria pontual com o blog para leitura dessa obra - ler e não necessariamente resenhar. A editora tá de brincadeira comigo, só pode! Até parece que eu não ia resenhar essa beleza, ainda mais sabendo que eu li e resenhei (e amei) os anteriores. Vi na internet a capa do último livro "A Conquista", mas só isso mesmo, sem data de lançamento nem nada. Se alguém souber, me avise!

Tenho que admitir que essa capa não é das mais bonitas. Até quando vão precisar colocar rostos nas capas? Gente, não é nada bonito! A parte gráfica é bacana, mas os rostos não! Tirando esse porém, a parte de revisão e diagramação está impecável, com o padrão para os livros da Elle - inclusive com as aspas substituindo os travessões, mas já estou calejada, então nem ligo mais. Cada capítulo tem os pontos de vista de Dean e Allie, sempre narrados em primeira pessoa.

Aliás, preciso ressaltar que recebi esse livro numa sexta e o terminei de ler no dia seguinte, de tanta expectativa que eu estava - e que foram cumpridas, amém! Portanto, recomendo sim a leitura tanto desse como de toda a série, mas tem que ler na ordem, senão vem a enxurrada de spoilers! Falando em spoiler, os últimos parágrafos desse livro dão O spoiler do próximo.



Olá!

O resenhado de hoje é um livro que eu só conhecia de nome e de resenhas, mas, após ler sem muitas expectativas, acabei me apaixonando pela história. Confira a resenha de Os Bons Segredos, de Sarah Dessen.
Os Bons Segredos começa com a jovem Sydney Standford junto com seus pais no tribunal, esperando para ouvir a sentença que seu irmão, Peyton, cumpriria, por dirigir bêbado e atropelar um garoto, deixando-o paraplégico.

Porém, a vida de Sydney não é lá essas coisas. Ela vive à sombra do irmão, sempre em segundo plano – ele é o mais velho – e sempre ignorada por seus pais. Syd está tão cansada disso que resolve mudar de escola. Logo no primeiro dia, ela nota a pizzaria que fica perto do colégio e resolve comer. Lá, ela conhece Layla, filha do dono e logo de cara empreendem uma conversa bastante interessante.

Logo depois, Sydney conhece Mac e Rosie, irmãos de Layla, e seus amigos, Irv e Eric, além dos pais de Layla, senhor e senhora Chatham. Uma família um tanto diferente. Em sua casa, Sydney se sentia um peixe fora d’água, totalmente ignorada por sua mãe, que tenta a toda custa proteger o filho e não consegue admitir que ele cometeu um crime (depois de uma série de infrações); já seu pai é um completo bundão: se falou cinco frases no livro todo foi muito, já que ele é conhecido por ser um homem calado. O amigo da família, Ames, é um cara sinistro, sério.
E é na família Chathan que Sydney descobrirá o que é uma família de verdade, mesmo eles vivendo em um mundo próprio, onde há amizade, carinho, confiança, sem falar que o coração de nossa protagonista vai bater mais forte por um certo rapaz...

Sempre vi muitas resenhas positivas a respeito dessa obra - e da escrita da autora - então, quando o vi na biblioteca, não pensei duas vezes. E não me arrependo. As 403 páginas foram devoradas em algumas horas de um sábado nublado. Isso porque a escrita da Sarah é gostosa, fluída e nos faz virar a página descontroladamente.
Sydney é uma garota legal, obediente, certinha, sem vícios. Mas ainda assim recebe toda a carga do que a família está passando. Está sofrendo uma culpa que não é dela, mas não é isso que os pais veem. Aliás, queria muito entrar no livro e socar a mãe dela, por todas as decisões absurdas que tomou contra a menina. O fardo é demais para a pobre Syd, mas até que me identifiquei com ela nessa história de ser invisível.
Sydney é a mais nova, eu sou a mais velha, mas isso é só um detalhe. Também já passei por invisível (na verdade, ainda passo, dependendo de onde estou), mas não porque tenho um irmão preso (não tenho, não se preocupem), mas porque meus dois irmãos menores sempre precisaram de mais atenção do que eu. Minha irmã do meio é autista (não preciso dizer mais nada) e o mais novo tem problemas respiratórios, o que exige atenção redobrada dos meus pais. A mim, só resta ficar no canto e não causar problemas. Hoje é mais tranquilo, mas quando eles eram bebês, era mais complicado, eu nunca incomodava...

Layla é super cheia de vida! Alegre, autêntica e tem um ritual esquisito na hora de comprar e comer batata frita. Ela vive pegando no pé do Eric. Eric, Mac, Ford e Irv tinham uma banda. A família Chathan era dona da pizzaria Seaside, que, não era como a pizzaria que Syd frequentava na escola anterior, que vivia cheia, mas tinha uma excelente pizza. Então, um dos bons segredos da protagonista era a família Chathan.
Bom, a capa feita pela Seguinte, selo da Companhia das Letras, é muito linda, só que o nome da autora está muito grande, o que tira um pouco do brilho, já que, antes de você olhar para o carrossel (ou realmente reparar na imagem), o nome da autora aparece e recebe todo o foco. Mas, olhando a imagem com detalhes, o carrossel é lindo - e condizente com a trama.

A edição está muito bem feita, sem erros, e fonte confortável mais folhas amarelas garantem uma boa leitura, minha miopia (que aumentou mais um pouco) agradece. Sarah e suas personagens humanas ganharam meu coração, agora estou aceitando mais sugestões de obras dela - deixem nos comentários se conhecerem alguma!


Olá!

Mais uma resenha de livro que me deixou no chão. Uma das apostas da Arqueiro para este fim de ano é Depois Daquela Montanha, de Charles Martin. Solicitei à editora esta obra, que vai para o cinema no ano que vem e é um daqueles livros que te fazem rir, chorar, te dá aperto no coração, mas no fim, sua vontade é dar um abraço de urso no autor, porque escreveu uma história digníssima.

Depois Daquela Montanha nos apresenta Ben Payne, um ortopedista que está preso no aeroporto, tentando voltar para casa. Porém, uma forte nevasca impediu os aviões de decolarem. Enquanto ele espera uma decisão por parte do aeroporto, ele conhece Ashley Knox, uma jornalista que está às voltas com seu casamento, que será daqui há 48 horas.

O voo de Ashley, Ben e todos os outros foi cancelado, deixando todos irritados. Porém, Ben procura uma alternativa. Um voo particular. E é aí que Grover entra na história. Grover é um piloto muito experiente, que aceita levar Ben até seu destino, a cidade de Jacksonville, Flórida. Mas, antes de ir, Ben resolve convidar Ashley para ir junto, ela ia para Atlanta. Ou seja, três pessoas mais Tanque, o cachorro de Grover. Em um avião pequeno. Para atravessar uma nevasca. A chance de dar errado é enorme.

A história vai começar mesmo quando o Grover sofre uma parada cardíaca em pleno voo, derrubando o avião. No meio do nada. Onde tudo é branco até doer. E aí, a dupla vai ficar presa em um território desconhecido, onde cada dia pode ser o último. Ashley leva a pior, mas já está acostumada: por ser praticante de tae kwon do, passou boa parte da vida frequentando a sala de cirurgia. E Ben é quem precisará segurar as pontas.

Que história, meus amigos! Ela começou meio morna, mas, conforme Ben ia abrindo seu coração para seu gravador portátil, que ele carregava para todos os lugares, eu ia querendo mais e mais entrar na história e ajudar Ben não só a superar as adversidades do acidente, mas também a de seu coração.

Ele estava para completar 15 anos de casado, mas uma briga fez com que ele quisesse se afastar de Rachel, seu grande amor. Conforme ele e Ashley conviviam, ela cada vez mais queria para sim um homem apaixonado, como Ben. Segundo ela, Vince, o noivo, era um homem bom. Mas não era como Ben. E ele, sempre que falava de Rachel - seja para o gravador, seja para ela - era sempre falando coisas boas. Mas ele feriu a esposa. Com palavras. Que atingem mais que um soco ou uma facada.
Para variar, quando um autor ou autora fala de amor de forma terna e delicada, só um nome me vem à mente: ele mesmo, Nicholas Sparks. Quando leio romances em que os homens são apaixonados e delicados e fiéis e o autor não é o tio Nick, começo a desconfiar. Não existem homens assim como os que o filho ilustre da Carolina do Norte cria. Mas Charles Martin demonstrou que não é bem assim. A forma como escreve, faz o leitor mergulhar num mundo onde tudo é lindo, menos os pumas, esses atacam sem medo (leiam e entenderão).

Calma, não estou comparando. Estou dizendo que Nick Sparks não é o único homem que consegue criar um personagem apaixonado. Aliás, as semelhanças entre ambos param por aí. Logo, se você não curte Sparks, além de eu te julgar, pode ler esse livro em paz. Martin nos brinda com uma história de superação, de amor, de tristeza (porque nem tudo são flores) e ainda por cima você torce para que tudo dê certo. E quando você descobre o que Ben fez que deixou Rachel chateada, apenas preparem os lenços.

Esse livro maravilhoso, com uma capa em tons de branco e cinza, tendo em destaque apenas um cachecol (bonito, inclusive) e uma árvore sem folhas no meio da neve, vai virar filme em 2017, tendo como protagonistas Idris Elba e Kate Winslet (que pode fazer o filme que for, pra mim sempre será a "moça do Titanic" hahaha) e espero que seja bem fiel à história. A edição da Arqueiro está impecável e que a editora se anime e traga mais livros do autor para o Brasil!


Olá!

O resenhado de hoje é um romance biográfico. É romance porque o autor assim descreveu. E é biográfico porque está contando uma história real. Adianto logo que, infelizmente, o personagem não existiu, porém muitos relatos são reais. Estou falando do livro "Memórias de Uma Gueixa", do Mestre em História Japonesa pela Universidade de Columbia, Arthur Golden. Esse é o tipo de livro que devemos ler com a mente aberta, sem nenhum preconceito. Logo, tem muitas coisas no universo das gueixas que 1- você talvez não saiba e 2- você tem uma ideia distorcida sobre. Por isso, a leitura tem que ser livre de pré-conceitos, pois é uma história que surpreende.

O livro começa contando a história da pequena Chiyo, de apenas nove anos. Ela, seu pai, um humilde pescador, sua mãe, que está muito doente, e sua irmã mais velha Satsu vivem na aldeia de Yoroido, no Japão - uma aldeia distante das grandes metrópoles. Como eu disse, a mãe de Chiyo está muito doente e, em uma dessas questões do momento, ela conhece o sr. Tanaka Ichiru, dono da Companhia Japonesa de Frutos do Mar.



Então, o sr. Sakamoto, pai de Chiyo, simplesmente resolve vender as meninas como escravas - lembrando que essa história se inicia na década de 1920 - pois o velho não conseguiria suportar a perda da segunda esposa e tampouco criar duas filhas pequenas sozinho. O sr. Tanaka, por quem Chiyo tinha grande consideração, foi o intermediário dessa venda. As duas saíram de sua "casa bêbada" - como a pequena chamava sua casa - e foram parar em Kioto. Lá, elas foram separadas. Chiyo foi para o distrito de Gion e Satsu... bem, por ora não sabemos para onde foi a mais velha.

Nos áureos tempos antes da Segunda Guerra Mundial, Gion era um dos distritos de gueixas mais famosos do Japão. E foi para uma okiya (casa onde vivem as gueixas) que Chiyo foi morar. Uma característica marcante da menina eram os olhos. De um cinza-azulado incomum. Quem a visse, dizia que ela tinha água em sua personalidade. Isso significa que ela não era de ficar parada ("águas passadas não movem moinhos"), ela sempre está em constante transformação. Mas, por enquanto, ela sofreria nas mãos de Hatsumomo, uma das gueixas mais famosas de sua época. Extremamente bonita. E malvada.

Chiyo tinha tudo para se tornar uma criada e dar prejuízos à okiya onde morava, mas, ela decidiu ser uma gueixa de sucesso por causa de um homem. Um homem que fez algo simples por ela, mas que lhe marcou por toda a vida. Ela tentou fugir com sua irmã, levou várias surras (não merecia nenhuma) e foi relegada a servir Hatsumomo (que ódio dela!), mas, ela queria mais. Queria se sobressair. E assim, deixou de ser Sakamoto Chiyo para ser Nitta Sayuri, uma das mais famosas gueixas não só do distrito de Gion, mas de todo o Japão.

Poderia ficar aqui falando toda a história da menina, porém, agora vou me ater às várias coisas que aprendi lendo esse livro: como vestir um quimono, como uma gueixa se porta durante uma festa, como ela tem que se arrumar... e o mais importante: gueixas não são prostitutas. Sim, eu tinha essa noção que me foi corrigida com um simples parágrafo. O quimono é uma peça muito complicada de se vestir. É um traje para se vestir a quatro mãos. Mas aqui vou me ater ao obi, que é uma peça fundamental, pois é a faixa que segura o quimono no lugar. E é justamente o obi que diferencia a gueixa da prostituta: o obi da gueixa tem que ficar atrás. O da prostituta fica na frente, pelo simples motivo de que, em serviço, a prostituta não tem tempo nem habilidade para desmontar o obi à perfeição e, deixando à frente do corpo, facilita na hora de tirar. Achei incrível. 

Ainda sobre diferenças entre gueixa e prostituta é que a gueixa pode (e deve) ter um danna (amante), que pagará seus custos junto à okiya - sim, enquanto a gueixa estiver na okiya, ela é propriedade do local e sempre está em débitos - e seus luxos, como quimonos e acessórios. Falando em acessórios, vocês sabiam que as gueixas não lavam os cabelos diariamente? Sim, isso é nojento, mas tem uma explicação: os cabelos das gueixas têm que estar impecáveis, por isso vão aos salões para arrumar o cabelo de acordo com a ocasião. Por ser um procedimento caro, elas não vão sempre e fazem de tudo para manter o cabelo perfeito. Elas também não emprestam os enfeites de cabelo e pentes. Equiparando, é como se nós, brasileiras, tivéssemos o hábito de emprestar calcinhas (espero que ninguém empreste calcinhas às amigas hahahaha). Se a gueixa causar muitos problemas à okiya, ela pode ser expulsa e acabar se tornando prostituta, já que, se ela causou problemas em uma okiya, pode muito bem prejudicar outra, então, ela passa a ser mal vista.

Voltando à história, Chiyo, com muito esforço, conseguiu se tornar uma aprendiz de gueixa. Ela se tornou Sayuri, irmã mais nova de Mameha. Entre as gueixas há a política de adoção. Na casa onde Chiyo vivia, além dela tinha também a Abóbora, outra aprendiz de gueixa. No livro, a menina é citada apenas como Abóbora porque "ela vivia com a língua de fora enquanto fazia suas tarefas e sua cabeça lembrava a de uma abóbora". Pois bem, a gueixa mais rentável adotava uma das meninas para ser sua aprendiz: deveria ensinar a menina todos os segredos e tudo o que a gueixa deve saber. Na okiya Nitta, era Hatsumomo (a recalcada) que escolheria a sua irmã mais nova. Obviamente escolheu Abóbora, que era meio tonta, diga-se de passagem. Aí entra Mameha(!!!). Mameha era uma gueixa mais bem-sucedida que Hatsumomo, pois morava em um apartamento sozinha e ainda tinha uma criada para lhe servir. E isso era algo difícil de se conseguir no Japão daquela época.

E foi com a ajuda de Mameha que Chiyo se sobressaiu. Ela fez muito sucesso em Gion, passou a ganhar mais que Hatsumomo até. Mameha adotou Chiyo, lhe instruiu, ensinou vários segredos, apresentou vários homens importantes e deu um nome de gueixa: Sayuri. Vendo que a agora gueixa Sayuri dava mais lucro e ainda por cima conseguiu pagar seus débitos, a dona da okiya resolveu adotar a jovem. Lembrando que a okiya é a casa onde moravam as gueixas. Ela era gerenciada por Vovó (que morre quando Chiyo ainda era criada), Mamãe (que só pensa em dinheiro) e Titia. Os nomes das três não são revelados. Então, Sayuri passa a ser Nitta Sayuri. Nitta era o nome do local e Sayuri era seu nome de gueixa.

A única coisa que não gostei da história foi do mizuage. Isso significa, dado momento da vida da jovem gueixa, ela precisa se preparar para o mizuage, que nada mais é que o leilão da virgindade. Lembrando que, a gueixa pode ter um amante para lhe entreter, mas jamais deve transar com uns e outros, muito menos ter namorado/marido/rolo. Se tiver, automaticamente deixa de ser gueixa. Sei lá, a vida da Sayuri sempre foi comandada por terceiros, será que custava ela ter o direito de tomar essa decisão? Mas a vida de uma gueixa é cruel, por trás dos lindos quimonos de seda e das maquiagens impecáveis, havia jovens cujos destinos era comandados por terceiros, visando o lucro e algum prazer. Tudo muda quando vem a Segunda Guerra. Sayuri é obrigada a fugir e Gion muda completamente. Com a ajuda de seu danna (amante), ela consegue ir para Nova York abrir uma casa de chá. Já contei para vocês que as gueixas trabalham em casas de chá, cantando, dançando e entretendo os homens? Pois é, as casas de chá têm de tudo, menos chá. E foi esse danna que, mudou completamente a vida da gueixa.

Eu recebi o exemplar da Arqueiro, parceira do blog (que eu deveria ter postado mês passado, mas não deu) e está impecável, folhas amareladas, fonte confortável, não tem erros de digitação e revisão e todas as palavras em japonês tem seu significado (aprendi algumas hehehe). O autor escreveu esse livro com uma delicadeza única. Sayuri está conversando com o leitor, foi assim que me senti, conversando com uma gueixa, torcendo para ela sair das garras da Hatsumomo e absorvendo cada detalhe da vida dela. Sério, esse livro é tão incrível que me deu vontade de usar um quimono! Mas um quimono de verdade, não esses das lojas de varejo, que mais parecem um trapo surrado.

Sim, me alonguei e a resenha está enorme. Mas essa resenha não tem um décimo da mensagem que o livro transmite. E, vocês perceberam que, todos os citados nessa resenha tiveram o sobrenome escrito antes do nome? Lá no Japão é assim que escrevem o nome das pessoas: sobrenome + nome. Não à toa é Nitta Sayuri em vez de Sayuri Nitta. E pra terminar, Memórias de Uma Gueixa virou filme - de sucesso, aliás, ganhou 29 prêmios, incluindo três Oscars e um Globo de Ouro.




Olá!

O resenhado de hoje é um livro que ganhei de presente, mas, até então, nunca tinha ouvido falar dele: Olho por Olho.


(tentei editar, mas dessa vez, o programa não me ajudou =/)


Com o subtítulo de "Garotas crescidas não choram... Elas acertam as contas", Olho por Olho conta a história de três jovens, Lillia (a de traços asiáticos), Kat e Mary (a loira). Elas moram na Ilha Jar (que é fictícia, mas consideremos que é parte dos EUA, devido a nacionalidade das autoras), que é dividida em quatro cidades: Thomastown (T-Town), Middlebury, White Haven (a parte rica) e Cannobie Bluffs. Elas não se encontram, mas, determinadas situações constrangedoras as unem e, mesmo sem se conhecer, se unirão por algo em comum: vingança.

Pois bem, como você pôde perceber, o livro (que possui uma continuação que em breve será resenhada) conta que, três jovens querem se vingar de quem lhes fez mal: Reeve, Rennie e Alex, amigos de Lillia. Eles, em um passado meio distante, também eram amigos de Kat. 

Essa história começa um pouco maçante: com as jovens explicando o que é a Ilha Jar, o que há de interessante em cada uma das cidades e um monte de informações relevantes para o leitor se situar na história. Os capítulos são intercalados pelas três. Mas o encontro delas demora um pouco pra acontecer, mas, quando acontece, aí a história começa a ficar boa. Aí, você se pergunta: o que fizeram de tão grave com essas meninas para elas quererem vingança?

Bem, Kat era vítima de bullying; Lillia não quer que sua irmã mais nova, Nadia, passe por que ela passou; e Mary passou por uma situação vexatória. Das três, Mary foi a mais humilhada (na minha opinião). E as situações que elas armam são um tanto engraçadas - e vexatórias para quem sofreu.

Como já dito, a história começa maçante, arrastada, mas, conforme a história vai se desenvolvendo, a trama vai melhorando. E o livro termina em um ponto crucial, que te faz correr pra comprar o volume seguinte "Dente por Dente" (que eu já tenho, claro, rs). Naturalmente, apesar do início chato, a história é recomendada, pois, apesar de se passar numa ilha fictícia, a trama é atual e o leitor se identifica facilmente com as garotas. 

Nessa trama, eu seria Kat, pela irreverência e sinceridade destiladas, rs. E Lillia é a mais chata, pra mim. Tenho vontade de dar uns socos nela, tamanha insegurança sem necessidade. E Mary é a mais sedenta por vingança, às vezes dá medo, tamanha a iniciativa que ela mostra ao montar seus planos.

E aí, gostaram da resenha? Não esqueçam que o Resenha tá participando de um sorteio, em parceria com O Outro Lado da Raposa! Saiba mais