Olá!

Com muita dor no coração, trago a resenha do último filme Millennium. A Rainha do Castelo de Ar é o último ato de Lisbeth Salander tentando provar que é inocente. Com um visual bem conceitual, ela vai tentar se livrar de uma barra bem pesada, contando, claro, com a ajuda de Micke Blomkvist.

P.S.: pode haver spoilers do filme anterior.

P.S. 2: na sexta passada (07) foi o vigésimo terceiro aniversário desta que vos escreve, quem souber onde encontro os DVDs da trilogia, vai me dar um baita presente :)

Resenhas Anteriores: Os Homens que Não Amavam as Mulheres - Livro | Filme
A Menina que Brincava com Fogo - Livro | Filme

Título Original: Luftslottet som sprängdes
Elenco: Noomi Rapace, Michael Nyqvist, Lena Endre, Anders Ahlbom, Annika Hallin
Ano: 2012
Duração: 2h 26m

Começando exatamente de onde parou o segundo, nossa hacker favorita Lisbeth Salander está no hospital. E sob custódia da polícia, acusada de tentar matar Zala. Lembrando que, ela já estava sendo acusada de matar o casal Dag e Mia, colaboradores da Millennium, além de Nils Bjurman, seu tutor.

Só que tem gente que quer tanto Zala como Lisbeth mortos. Justamente o grupo que cobriu todas as ações de Zala em território sueco desde os anos 60. Ou seja, um bando de velhos que quer encobrir todo tipo de podridão. Aliás, foi isso que desencadeou toda a vida de Lisbeth a partir de seus 12 anos.

Por outro lado, Mikael Blomkvist, obstinado como sempre, sabe que Lisbeth é inocente e, a todo custo, juntará provas para consegui-lo. Para ajudá-lo, ele chama sua irmã, Annika Giannini, que é advogada, para defender Lisbeth no tribunal. Mas, agora as coisas estão mais difíceis. Erika Berger, diretora da Millennium, está sofrendo ameaças.

No hospital, Lisbeth ganha um aliado improvável: seu médico. O dr. Johansson, diferente de todos que a prejudicaram, só quer ajudá-la - até pizza consegue, rs - deixando Salander desconfortável, já que não está acostumada com pessoas a ajudando.

Para livrar a cara de Lisbeth, Mikael, Annika e a equipe da Millennium precisarão de muito mais que informações. Terão que lidar com todo tipo de gente que quer prejudicar a jovem, além da Defensoria Pública, que quer impedir a publicação da revista para capitanear sua própria investigação.
Mentira!
Assim como tem gente que ama Harry Potter ou Jogos Vorazes, eu amo Millennium! Tudo relacionado a esse mundo me fascina e com esse filme não foi diferente! Eu não li esse volume, mas acredito que tem informação faltando, assim como no segundo. Só que, esse filme dura mais de duas horas e meia, então não vejo tanto problema, ainda mais porque a história correu de maneira linear e sem furos - apenas notei que, de um filme pro outro, a irmã do Blomkvist engravidou - não me lembro dela grávida no segundo, mas ok.

Cinco estrelas é pouco para esse filme. Elogiar as atuações de Michael e Noomi como Blomkvist e Salander é redundante, foram bem demais. Finalmente a Annika Hallinn ganhou mais destaque, antes, apareceu por alguns minutos e só. Neste, como advogada, ela foi muito bem, defendendo Lisbeth mesmo sem ser advogada criminalista. A fotografia também está de parabéns, as paisagens da Suécia ajudam bastante no resultado final, rs.

Como eu suspeitava, A Rainha do Castelo de Ar encerra a história de Lisbeth e Zala. Se Stieg não tivesse morrido, provavelmente o próximo volume viria com um novo caso. Tá, tem o Millennium 4 - A Garota na Teia de Aranha, mas li na internet que a Noomi não vai mais querer encarnar Lisbeth (pena que eu perdi o link com a matéria), então o jeito é apreciarmos os três filmes, com a certeza de que dificilmente alguém escreverá uma trama parecida com essa.
Por mais que eu tenha resenhado os três filmes e, creio eu que ainda esse ano leia e resenhe os livros 3 e 4, ainda não achei palavras para descrever o que sinto por essa história. Não vou saber quantos livros li na minha vida toda (não gosto de ficar contando), mas nenhum, em nenhuma fase da minha vida, me tocou tanto quanto essa trilogia. Em grande parte, devo ao primeiro filme, pois foi ele que me deixou apaixonada por esse mundo - além da história, se Michael Nyqvist não tivesse me prendido em seu papel de jornalista, nunca que eu teria prestado atenção.

Millennium é, definitivamente, o tipo de história cuja mensagem você quer mostrar a todo mundo, em todos os lugares, se possível tatuar na pele e marcar na testa! Aliás, falando em marcar, não custa nada usar este humilde post para pedir - implorar - que a Cia. das Letras, que detém os direitos da obra de Larsson no país, trouxesse também os quadrinhos da trilogia - sim, não contente em lançar os filmes, uma romancista escocesa transformou a história em HQ, e pelo que vi na internet, ficou do ca*****!

Nem sei como terminar este post, só peço para que assistam os filmes (de preferência depois dos livros, rs), porque ele tem uma mensagem incrível, mais bem feito que o americano e ainda tem Michael Nyqvist - para embelezar mais ainda, claro. E Lisbeth, mais do que nunca, passou a ser meu ideal de mulher.



Olá!

Mais uma vez trago um romance policial. Oficialmente, enjoei momentaneamente deles, porque li tantos nesse início de ano que não aguento mais ver um policial/investigador/escritor ou coisa que o valha - vou retomar o gênero com Millennium, no fim do ano, rs. Mas, antes de qualquer enjoo, é hora de conferir como foi minha experiência ao ler O Silêncio do Túmulo, do islandês Arnaldur Indridason (não me perguntem como se pronuncia).
A trama começa numa festa de aniversário que está rolando num bairro rico de Reykjavík, capital da Islândia (que me faz lembrar da Björk, rs). Até aí tudo bem, mas algumas das crianças encontram uns ossos, que depois descobriu-se que fazia parte de uma ossada humana. Esses ossos foram encontrados no "Bairro do Milênio", um canteiro de obras de uma região da cidade que está se expandindo rapidamente, graças à especulação imobiliária.

As investigações preliminares revelaram que a ossada estava lá há pouco mais (ou menos) de 70 anos, ou seja, desde o tempo da Segunda Guerra. E é aí que entra nosso protagonista, o detetive Erlendur (pra quem não gosta de nomes nórdicos, tá liberado reclamar). O policial está às voltas com um grave problema pessoal: sua filha, Eva Lind, viciada e grávida, está em coma, por causa de uma overdose. Ele e a filha não se dão bem, por causa da maldita alienação parental.

Erlendur briga com a filha, não fala com o filho e volta e meia toma uns gritos de Hálldora, sua ex-mulher. Paralelo a vida desse pobre policial, temos uma mulher. Ela vive no tempo da Segunda Guerra. É mãe solteira, com uma filha que sobreviveu a meningite infantil e ficou com uns traumas. Essa mulher - cujo nome não é revelado em grande parte da história - conheceu um cara e acabou casando com ele, assim, do nada. E passou a bater nela, dia sim e dia também. A mulher, que já era mãe da Mikelina, teve mais dois filhos desse homem, cujo nome também não é citado, mas ganhou o apelido de Grímur de um de seus filhos. 

Com a ajuda de seus colegas inspetores Sigurdur Óli (que tem uma namorada que beira a ninfomania e ele não quer casar com ela) e Elínborg (que é formada em Geologia e ama romances, além de ser uma das poucas policiais na Islândia, à época que o livro foi escrito). Além de toda a merda envolvendo a filha e o caso policial, uma situação do passado está atormentando nosso Erlendur. E agora, ele precisa desvendar o que aconteceu há 70 anos, com grande probabilidade de não resultar em nada porque muitos já morreram, vai saber.
Bem, apesar de ter enjoado momentaneamente de romances policiais, eles sempre terão um cantinho no meu coração. Eu o encontrei na biblioteca que frequento, perdido na seção de... romances policiais (ah vá). Preciso dizer que comecei a ler o gênero com James Patterson e sua maravilhosa série do Alex Cross e passei a gostar de vez por causa do mito/gênio/deus/fora de série/homão da porra Stieg Larsson. Então, não tenho como não dizer que me surpreendi com a escrita do Arnaldur.

Intrinsecado e bem escrito, ao longo da trama, vários personagens entrarão ao longo da mesma, e eles nos surpreendem, pois não sabemos se têm a ver ou não com o crime. A escrita dele te prende mesmo, a ponto de você não querer parar pra nada. E ainda dá tempo de conhecer mais sobre a Islândia, que é um país minúsculo na Escandinávia, onde, no verão, não existe noite e sua população total é de cerca 300 mil pessoas - e o presidente gostaria de poder proibir por lei o abacaxi na pizza

Com uma premissa original e autêntica, Indridason colocou a Islândia no topo, pois, com este livro, ele ganhou diversos prêmios, merecidos, graças a sua habilidade em fazer com que um investigador tenha que driblar sentimentos pessoais, ao mesmo tempo que tem uma dívida pendente com sua família e saber de quem diabos é a bendita ossada, além de sofrer com a mulher vítima da violência doméstica - uma triste realidade. É narrado em terceira pessoa, sob os pontos de vista de Erlendur e da mulher.
No começo do livro, tem um mapa que mostra a Islândia e outro que mostra a parte da cidade em que a ossada foi encontrada. E eu esqueci de tirar foto, mas garanto a vocês que o mapa do país cabe em uma folha. Sério. Pior que os nomes dos personagens são os nomes dos locais. Perceberam que só escrevi Reykjavík e Bairro do Milênio? Pois é, mesmo com o esforço hercúleo da editora em acentuar as palavras e facilitar a pronúncia, não dá, tentar pronunciar todos esses nomes dá um nó no cérebro.

Uma excelente edição da Companhia, sem erros de nenhuma ordem e o único ponto negativo é que não há travessões nas falas, e sim aspas, no modo americano (ou francês?). Não o façam, por favor, é chato de acompanhar a leitura. Mas isso não é motivo pra desistir da obra, até porque o final te deixa com uma cara de "como assim, Brasil?". Aliás, pesquisando aqui, descobri que O Silêncio do Túmulo é o quarto livro da série do detetive Erlendur (o primeiro é o A Cidade dos Vidros, publicado pela Record), que já fazia sucesso fora da Escandinávia no fim dos anos 90 (muito antes de Millennium).

O que é surpreendente vindo de Arnaldur é que a Islândia é um país com baixíssima taxa de homicídios, então, haja criatividade pra inventar crimes! Aproveitem que esse simpático autor passou a morar no meu coração e confere essa entrevista aqui que ele deu pro site d'O Globo, em 2011, mas que é bem legal. Só tomem cuidado com os spoilers, rs.

Vida longa à Escandinávia, celeiro de grandes romancistas policiais :)


Olá!

Talvez, só talvez, eu esteja te incomodando com o fato de que disse várias vezes que sou fã da Trilogia Millennium - mas se eu sou obrigada a aturar fãs de sagas teen, então me aturem, por favor! Lá no início do ano, eu resenhei o segundo livro. Agora, não desiste de mim e leia a resenha do segundo filme, A Menina que Brincava com Fogo.

Título OriginalFlickan som lekte med elden
Elenco: Noomi Rapace, Michael Nyqvist, Lena Endre, Peter Andersson e elenco.
Ano: 2010
Duração: 2h 9m
Resenhas Anteriores: Os Homens que Não Amavam as Mulheres - Livro | Filme

A Menina que Brincava com Fogo - Livro

Há algum tempo, eu resenhei o segundo livro da trilogia, agora é a vez de falar do filme. Pra não ficar repetitivo, vou resumir assim: o jornalista Dag Svensson e sua namorada, Mia Bergman, doutoranda em criminologia, são assassinados. O jornalista está colaborando para a Millennium para uma matéria sobre o comércio do sexo. Nesse meio tempo, Lisbeth Salander está viajando pelo mundo, gastando boa parte de sua grana. Quando ela reaparece, está sendo procurada por todo o país. E a seu favor, só Mikael Blomkvist.

Diferente do livro, onde Larsson esmiuçou tudo, o filme pulou algumas partes, que eu senti falta, mas que não alteraram a fidelidade da história, por incrível que pareça. Alguns personagens tiveram sua importância no livro, mas deram uma rápida passada no filme, como o Dragan Armanski, ex-empregador de Lisbeth, e Annika Giannini, que é irmã de Mikael, casada com um italiano, além de Holgen Palmgren, ex-tutor de Lisbeth.

Sou suspeita para falar qualquer coisa a respeito dessa trilogia que tanto amo/sou. Então não esperem imparcialidade nesta resenha. Primeiramente, atuações impecáveis. O que dizer de Noomi Rapace e Michael Nyqvist, que, literalmente, encarnaram os espíritos de Lisbeth Salander e Mikael Blomkvist? Não consigo dizer nada, apenas suspirar e aplaudir. Novos personagens aparecem, mas um em especial, é a chave da trama: Zala. Como eu disse, o filme é bem fiel ao livro, mas, na tela, me pareceu muito mais fácil achar Zala (talvez pela agilidade que o cinema exija), sendo que, o cara é praticamente uma lenda.
Mas, mesmo amando essa história, algo me incomodou - e não só em esse filme, mas em vários por aí: as benditas cenas de sexo. Quem já leu/assistiu, sabe que Lisbeth não se define, sexualmente falando: não sabemos se é hétero, homo ou bi (e, sinceramente, isso não me importa). Mas, aqui, tem uma cena de sexo entre ela e sua amiga Miriam Wu. E parece ser de verdade. Então, a menos que alguém vai flagrar os personagens transando e vá rolar um barraco logo em seguida, não precisa colocar cena de sexo (seja hétero ou gay). Aí, depois o Blomkvist tá na casa da amante, denotando que passou a noite lá e não mostram nada (mentira, mostra o casal nu em plano geral). Vai entender...

A propósito, uma coisa que me surpreendeu foi a facilidade com que as atrizes mostraram seus seios. Gente, juro que queria entender de onde vem tanta naturalidade da mulherada, eu não teria a mesma coragem hahaha (e confesso que esperava que ia rolar um nu do Michael Nyqvist...) Estou comentando isso - que é totalmente aleatório - porque não que tenha algo contra isso, tô suave, nada contra peitos, mas é que acho esquisito porque, por eu ter alguma vergonha do meu corpo, acho que todas as mulheres do mundo tenham alguma dificuldade em se mostrar, mesmo que seja em nome da sétima arte... sim, é coisa da minha cabeça e quis comentar com vocês.
Voltando à história, Zala (que é homem) é um cara que está diretamente ligado à vida de Lisbeth. E aqui, sabemos bem mais sobre o passado (pesado) de Lisbeth e como ela foi acabou sendo declarada incapaz pelo governo. No livro, isso é bem mais explicado, mas o filme tem imagens. Fortes. Ela era só uma menina. Mesmo sabendo que é uma obra de ficção, Salander sofre uma barra muito pesada e, se fosse outra, provavelmente teria se matado. E muita coisa que ela passou é passível de acontecer com qualquer uma de nós.

Mas ela é muito inteligente (amém!) e mesmo à distância, vai trabalhar para provar sua inocência. Blomkvist também, mesmo eles não se encontrando em 99% da história (no livro eles se encontram um pouquinho mais). E, assim como no livro, o filme acaba naquela cena que você diz: como assim acabou? E agora? Qual o sentido da vida?

Como eu não tenho psicológico, vou dar uma pausa na trilogia e acompanhar outros filmes. Eu tenho pra mim que, o próximo volume vai encerrar esse caso. O que é bom, mas aí eu lembro que Larsson morreu há 12 anos e só deixou manuscrito parte do quarto livro. E ele ia escrever 10 volumes. Dá uma tristeza... Mesmo tendo aquele quarto volume do Lagercrantz, não é a mesma coisa. Uma pena que os fãs fiquem privados desses manuscritos, mesmo incompletos, por causa do mercenarismo (pra mim não é outra coisa) da família Larsson e da viúva - como eu não sei quem tem razão, todos levam a culpa.


Olá!

No Vida Literária de Fevereiro, resolvi tirar a Ana e a Raíssa de suas zonas de conforto fazendo-as ler um romance policial made in Suécia. Não sei se elas já leram algo vindo deste país, mas se não o fizeram, essa será a primeira vez. Eu, como fã de romances policiais, indiquei para leitura A Princesa de Gelo, de Camilla Läckberg.

** Lembrando que o Vida Literária é um projeto em que eu e os blogs O Outro Lado da Raposa e Entre Chocolates e Músicas leiamos um livro, discutamos e depois resenhemos, cada uma contando como foi sua experiência.
A Princesa de Gelo é o primeiro livro da minha xará e conta a história de Erica Falck, uma escritora de relativo sucesso, que resolve voltar para sua cidade natal, Fjällbacka (pronúncia: fielbaca), para poder cuidar dos pertences de seus pais recém-falecidos. Porém, a pequena cidade (de 859 habitantes, segundo o Google) está às voltas por causa da morte de Alexandra Wijkner, que outrora fora sua amiga de infância, mas que não a via há mais de vinte e cinco anos.

Inicialmente, as suspeitas levavam a um possível homicídio. Porém, Erica não acreditava em nada do que diziam. Enquanto pensava nisso, ela precisava começar a escrever seu quinto livro, uma biografia. Só que não conseguia escrever quase nada, ao passo que diversas memórias com Alexandra voltavam à baila.

Nesse meio tempo, o policial Patrik Hedström foi designado por seu chefe - irritante e que sonha com uma promoção em Gotemburgo - para assistir a um depoimento de determinadas pessoas. E é aí que ele reencontra Erica Falck. Aliás, eles eram amigos de longa data (e ele era apaixonado por ela) e as questões do momento os separaram. Até aquele momento.
Em paralelo à investigação, Erica também está preocupada com sua irmã, que é casada com um crápula manipulador, que só pensa em dinheiro e seu grande sonho é vender a casa de Fjällbacka e ir morar em Londres - o cara é dessa cidade.

Bem, me interessei pela leitura quando descobri que essa história NÃO se passa em Estocolmo. Por algum motivo que não sei explicar, gosto de histórias que não se passam em grandes cidades, não à toa, o protagonista do meu livro, Segunda Chance, nasceu em Halmstad... Até então, não fazia ideia de quem era Camilla, e então, graças ao Amigo Secreto entre blogueiras que participei, pude ganhá-lo.

E, sinceramente, foi uma boa leitura. E só. Apesar de ser arrastada em alguns momentos, por causa das muitas descrições, pude notar que foi uma trama bem pensada, acredito que isso se deva ao fato de que, antes de ser escritora, Camilla trabalhava como produtora, então, provavelmente escrevia roteiros e coisas que o valha. Se por um lado, as descrições eram um pouco chatas, por outro, as mesmas descrições eram o que salvavam a história, pois eram esses detalhes que amarravam a trama.
Dividido em seis capítulos longos, o livro, escrito em terceira pessoa, mostra diversos pontos de vista, mas sempre focando em Erica e seus problemas. Na Suécia, a autora vai lançar o décimo livro da série de Erica em abril, mas, vendo as sinopses dos demais volumes que a Planeta publicou (e descontinuou), são não-seriados, ou seja, apesar de alguns detalhes da vida de Falck não terem se encerrado nesse, nos próximos, novos casos virão à tona. O que é ótimo, pois não sei se pretendo comprar os demais.

Enfim, de todos modos, é uma leitura válida, tanto pra conhecer um pouco mais sobre Camilla, Fjällbacka ou até mesmo se aventurar nos romances policiais. A escrita dela é fluida e bem detalhada (bem até demais, rs). Achei alguns erros de digitação, mas a revisão da editora está ok.

P.S.: odeio esse negócio de dizer que fulano é o novo sicrano e etc. Aqui, ousaram afirmar que Camilla é a nova Agatha Christie. Gosto das duas, mas apenas parem de comparar, por favor. Läckberg jamais será a Agatha que vem do frio. Cada uma é cada uma. Frases como essa afastam muitos leitores...

Geralmente livros policiais tem que ser bem dinâmicos e cheios de ação para me prender, então não foi o caso deste livro. Apesar de a autora se mostrar inteligente ao nos oferecer um quebra cabeça elaborado, o livro não funcionou para mim. Além disso, a estória ficou o tempo todo girando em torno da personagem principal e o foco da investigação se perdeu em meios aos problemas pessoais da protagonista. Acho que a emoção de se ler um romance policial se perdeu um pouco por causa desse estilo de narrativa. Raíssa
Comecei a gostar de livros do gênero com a escrita da Aghata Christie que em minha opinião, é mestre em criar enredos bem trabalhados e com um bom desfecho. Não gosto de comparativos, mas não posso negar que minhas expectativas estavam altas para essa obra desde a comparação na capa. Infelizmente a obra não funcionou comigo. Achei o enredo parado e sem muitas emoções... Mas essa é só a minha opinião, há diversas resenhas positivas para a obra. Dê uma chance... Ani
Postagem participante do:











Olá!

Antes de qualquer coisa, peço que leiam com atenção e carinho este post. Originalmente, era outro texto que estava aqui, mas devido a uma bruxaria do blogger, que foge à minha compreensão, perdi tudo. O tema era esse mesmo, mas estava bem mais escrito, já que eu tinha feito a resenha assim que terminei de ler. Nada do texto original foi recuperado e o post pode não ficar tão bom quanto estava. Mas não desista de mim e confira a resenha do segundo livro da série Millennium, A Menina que Brincava com Fogo.
Amo tanto essa trilogia, que ela é protegida pelos meus Minions guardas!
Skoob | Submarino | Americanas | Série Millennium

Resenhas Anteriores: Os Homens que Não Amavam as Mulheres - Livro | Filme

Dando sequência à doutrinação segundo "a palavra de Larsson", neste segundo volume, a Millennium está às voltas com sua nova edição e, para isso, ele contará com dois colaboradores: o jornalista Dag Svensson e sua namorada, Mia Bergman, doutoranda em criminologia. O tema da revista será o "comércio do sexo", que é um nome mais bonito para tráfico e exploração sexual de mulheres. Muitos nomes fortes da Suécia estão envolvidos, ou seja, uma edição que pode abalar as estruturas de poder no reino - lembrando que a Suécia é uma monarquia.

Por outro lado, Lisbeth Salander está gastando sua grana em uma viagem pelo mundo. Conheceu pessoas boas e ruins, estudou matemática (socorro) e sumiu da vista de todos. Colocou silicone nos seios e tirou algumas tatuagens e piercings (incluindo um íntimo, segundo o autor). Quando voltou, seu rosto estava estampado em todos os jornais da Suécia. 

Isso porque Dag e Mia foram assassinados. Além deles, Nils Bjurman também morreu e Lisbeth é a principal suspeita. Seu histórico também não ajuda: foi declarada perturbada mentalmente, fazendo com que ela se tornasse a inimiga número 1 do país. A favor dela, só mesmo Mikael Blomkvist, que sabe que ela é inocente, mas sabe também que seu conceito de ética é diferente do considerado "correto".

Além disso, Lisbeth recebe a notícia de que seu ex-tutor, Holgen Palmgren, está vivo mas debilitado em uma casa de saúde. Mas, o inimigo é maior. Zala. Ele é a chave da história. Seu passado está diretamente ligado à história de Lisbeth. Muito sobre Lisbeth é revelado - muito mesmo - e o ponto de partida é quando ela tinha 12 anos e o que ela chama de Todo O Mal aconteceu.

Posso ter perdido a resenha original, mas ainda me lembro de algumas coisas, como, por exemplo, o fato de que, neste livro, Mikael e Lisbeth só vão se encontrar uma vez, quando ela será salva do "gigante loiro", um cara alto e de dar medo. Outra coisa - essa eu não esqueço, rs - é que essa história é apaixonante! Do começo ao fim, o livro possui várias críticas à sociedade sueca, mas que, se trocarmos uma ou duas palavras, serve direitinho à nossa sociedade.

Por exemplo, em uma passagem do livro, Erika Berger pensa em seu relacionamento com Mikael. É um spoiler, mas lá vai: ela é casada com um artista plástico, mas possui uma sólida relação com Micke há uns vinte anos. E fica chateada quando "amigos" e "colegas" falam dela - pelas costas - sendo que o próprio marido sabe do relacionamento e ok, ele aprova. 
Fiel ao amante? Um belo paradoxo por parte de Stieg Larsson, rs.
Para quem não sabe, Stieg Larsson era anti-machista, antirrascista e um crítico fervoroso da extrema direita - aqui no Brasil, hoje, ele seria chamado de "mortadela", o que é triste. Aliás, é triste você ser taxado de qualquer coisa relacionado à política. Então, ele usa o livro para criticar o fato de que, como Micke é homem, ele pode "passar o rodo", mas Erika é mulher, então ela tem que ser fiel, porque se tem mais um homem é "vadia". Tem outro spoiler, mais legal ainda, mas não vou dar não, rs.

À distância, através do computador de Blomkvist, Lisbeth vai juntando documentos para provar sua inocência. Ela, sempre lançando mão de sua inteligência, precisará de muito mais frieza para não sair por aí matando todos os homens que fizeram mal para ela, inclusive um certo Peter Teleborian, que faz muita questão de mantê-la num hospício pelo resto da vida.

Se o assunto é Millennium, não esperem imparcialidade de minha parte. Eu amo esta trilogia e irei protegê-la. Mas, as 611 páginas do volume não assustam, pelo contrário, apesar da repetição de nomes que o autor coloca ao longo do texto, você devora cada página com o coração na mão. O que aconteceu a Lisbeth? Ela é perturbada mesmo? E Mikael, o que fará para ajudá-la? E aí, quando vê, o livro acaba numa parte crucial, em que você perde até o sentido da vida. Por quê??
Essa foto foi o que me fez perder o post original. Por favor, apreciem-na, sou péssima fotógrafa, mas essa ficou demais!
Uma equipe policial está atrás de Lisbeth, mas eles mesmos não se convencem da culpa dela. Muitas coisas não se encaixam. E, mais uma vez, uma crítica de Larsson está nas entrelinhas. O Estado. O Estado sueco falhou com Salander. Ela pediu ajuda a um monte de gente quando Zala a prejudicou. De nada adiantou. Para encobrir um cidadão, acabaram com a vida de uma menina. O Estado sueco falha. O Estado brasileiro falha. O que aconteceu com ela, infelizmente, pode acontecer com qualquer uma de nós.

Eu já vi os três filmes - sem palavras, mas vai ter resenha - e vou demorar a ler os volumes restantes, mas não posso deixar de recomendar uma trama tão apaixonante. Falando em tramas, a Suécia é terreno fértil para quem escreve romances policiais/thrillers/suspenses. Podemos classificar em três grupos: o primeiro, com os precursores do gênero naquele país, com autores como Maj Sjöwall e Per Wahlöö, nos anos 70. Depois vieram os best-sellers internacionais, como Lars Kepler (dois de seus livros foram publicados pela Intrínseca), Camilla Läckberg (publicada pela Planeta de Livros), Henning Mankell (morto em 2015) e Liza Marklund (o Brasil precisa conhecer essa mulher). Por fim, acima de todos esses, Stieg Larsson. E não porque sou fã, mas porque o que ele escreveu, dificilmente outro/a fará parecido. Tão cedo será superado.

Como eu disse, logo menos terá resenha dos filmes 2 e 3, mas por ora, por favor, vamos conferir essa trama elétrica, sem falar que tem muitas referências da cultura pop tanto sueca. Uma aula de história, de informática, de jornalismo, de ética... Arrisco dizer que esses livros são uma verdadeira faculdade!

P.S.: saiu no G1 que o David Lagercrantz vai escrever mais dois volumes, sendo um a ser lançado este ano. Parte ruim: não é o Larsson. Parte boa: vai ter mais Salander e Blomkvist sim, o que será maravilhoso! O link está aqui.


Olá!

O resenhado de hoje é um livro que, se pudesse, penduraria no pescoço e sairia por aí, levando a "palavra de Larsson" para o mundo! Não posso fazer isso, mas posso falar pra vocês minhas impressões sobre o clássico Os Homens que Não Amavam as Mulheres, do jornalista sueco Stieg Larsson. Há algum tempo, eu fiz a resenha do filme, de mesmo nome. Lá eu contei a história do filme, a história de Larsson e pincelei sobre o imbróglio que se deu após sua (tosca e prematura) morte.
Então, farei um breve resumo da história pra depois eu explicar como me senti após ler o livro. Mikael Blomkvist é um jornalista que, após denunciar um empresário, sua vida vira de cabeça pra baixo, tudo porque o tal empresário provou sua inocência e Blomkvist acabou julgado e culpado por difamação.

Então aparece o milionário Henrik Vanger na vida do nosso Mikael. Ele quer que o jornalista investigue um crime que aconteceu há quase quarenta anos: o assassinato de sua sobrinha Harriet. Como o jornalista não tinha o que fazer - estava desempregado - resolveu assumir o caso.

Enquanto isso, Lisbeth Salander tinha seus próprios problemas: sob a tutela do Estado, tinha que se submeter a um tutor que a incomodava bastante. Tirando isso, tinha uma vida até interessante: trabalhava na Milton Security, investigando pessoas - uma hacker. E foi assim que ela conheceu Mikael. Mas, o que Mikael e Lisbeth não sabiam que o crime envolvendo Harriet Vanger era só a ponta do iceberg...

O filme - o sueco, claro - foi fiel ao livro. Em vários momentos durante a leitura, me vinha na mente vários flashes do filme. Mas ao mesmo tempo, é como se o filme tivesse deixado de lado a essência da trama. A verdadeira mensagem que Larsson queria transmitir. Alguns detalhes ou foram negligenciados pelo diretor ou eu não reparei no filme, mas isso é o de menos.

A leitura não é nenhuma onda, mas me bateu forte (perdão pelo trocadilho). Quando acabei, se eu pudesse, me jogaria do ônibus - sim, eu leio no transporte coletivo, não é muito recomendado por causa do balanço, mas se você sentar na janela, a luz é boa. A escrita do autor mexe com nossa mente de tal modo que você se pergunta: como isso aconteceu? Por quê? Qual o sentido da vida?

Stieg finalmente explicou porque Lisbeth vive sob tutela do Estado, é um pouco confuso, mas é como se o governo dissesse que ela é incapaz de tomar decisões, como ter uma conta no banco, por isso é necessário que alguém faça isso por ela. Isso me intrigou no filme e o livro me tirou essa dúvida. Apesar de ter 522 páginas divididas em seis capítulos - todos com data - a leitura fluiu tranquilamente, ele escrevia de um jeito que te envolve e te ensina. Aprendi várias coisas sobre a Suécia, até.

Lisbeth é a pessoa mais antissocial que já vi na literatura mundial. Mas sabe que eu gostaria de ser amiga dela. Com ela é 8 ou 80. Ao mesmo tempo que não é compreendida pela sociedade, é um gênio da informática, mas gosta de viver à margem. Ainda não sei a motivação disso, mas com certeza tem a ver com a infância. Pela força que tem, Lisbeth Salander virou meu ideal de coragem e inteligência - eu gostaria de ser como ela, mas sem os traumas.

E o que dizer do Mikael: morro de amores! Eu não acho que o autor quisesse arrancar suspiros das leitoras ao criar o personagem - cujo apelido no livro é Micke e no filme é Kalle, vai entender... - mas mesmo assim, queria um desse pra mim. E já que não posso, pelo menos posso me espelhar profissionalmente. Ele é um bom profissional, apesar de ter cometido uma falha gravíssima - do ponto de vista investigativo, mas ainda assim é um exemplo de profissional.

Outra coisa que me chamou a atenção foi o alto número de casos de violência doméstica na Suécia: segundo o autor, em 2005, mais de 80% das mulheres sofreram algum tipo de agressão. Isso me assustou, partindo da premissa de que a Suécia é um dos países que praticamente beira a perfeição, no IDH tá ali, próximo do 1 (lembrando que o Índice de Desenvolviment Humano vai de 0 a 1). Um país de primeiro mundo não deveria ter um índice tão alto, mas, infelizmente, se nem as suecas estão livres da violência doméstica, imagine nós aqui na América ou as que vivem em regiões muito mais pobres...
Que lombadas lindas <3
Essa capa é mais bonita que a da nova edição - a nova provavelmente foi traduzida direto do sueco e tem a nova reforma ortográfica - ao passo que essa edição que tenho, que foi publicada em 2008, foi traduzida da edição francesa. Foi feito um ótimo trabalho de tradução, mas eu gosto mesmo é quando é traduzido do idioma original. Não localizei erros de ortografia, só que, se eu ler pensando na ortografia antiga, a revisão está impecável. Mas como eu li em 2016, então não posso exigir nada, mais fácil eu comprar o livro de novo, rs.

Não sei o que esperar dos demais volumes, mas, depois de ler fiquei pensando: e se a viúva de Larsson desse sequência na série? Sabe-se que o quarto volume, escrito pelo jornalista David Lagercrantz, foi escrito contra a vontade da viúva de Larsson, Eva Gabrielsson, que possui os originais de uma continuação - que foi concebida para ter 10 volumes. Não entendi muito bem os detalhes, mas de um lado da briga está a viúva, que detém os textos de Stieg e do outro estão o pai e o irmão do autor, herdeiros legais. Lembrando que Larsson não era casado legalmente, mesmo convivendo por quase três décadas com Eva, por isso a briga pela herança.

Como não saberemos se um dia a sequência deixada por Stieg Larsson verá a luz, fiquemos com o que tem: uma história de tirar o fôlego, com personagens muito inteligentes cujo objetivo é fazer tremer quem está no poder. Por ora vou dar uma pausa na série, pois tenho outras séries para encerrar hahaha

P.S.: Lá no início eu disse que a morte de Larsson foi tosca e prematura. Foi mesmo. Ele fumava cerca de três maços de cigarro por dia e adorava um McDonalds. Pois bem, no dia de sua morte, o elevador do prédio onde ficava seu escritório - no sétimo andar - não estava funcionando. Subiu os sete lances, teve um ataque cardíaco e morreu aos 50 anos, deixando uma série maravilhosa, mas um baita pepino para viúva e familiares.

Então, como nunca te pedi nada, por favor, leia essa resenha e corra pra ler os livros e ver os filmes. Foi o jeito que encontrei para disseminar a "palavra de Larsson" pelo mundo!!!


Olá!

O filme de hoje é baseado em uma trilogia relativamente recente, mas, que já é um clássico por vários motivos. Espero que gostem e assistam Os Homens que Não Amavam as Mulheres, filme baseado no livro de mesmo nome, o primeiro da trilogia Millenium, do jornalista sueco Stieg Larsson. E tem na Netflix!

Título Original: Män Som Hatar Kvinnor
Elenco: Michael Nyqvist (Mikael Blomkvist), Noomi Rapace (Lisbeth Salander), Ewa Fröling (Harriet Vanger), Sven-Bertil Taube (Henrik Vanger) e grande elenco - de nomes esquisitos de escrever e quase impossíveis de se pronunciar.
Ano: 2009
Duração: 2h30m

“Os Homens que não Amavam as Mulheres” começa com o jornalista Mikael “Kalle” Blomkvist sendo julgado pelo crime de difamação contra o empresário Hans-Erik Wennerström. Mikael denunciou uma série de crimes como lavagem de dinheiro, porém, o empresário consegue provar sua inocência. Agora, Mikael tem poucos meses para recorrer da sentença.

Nesse meio tempo, o milionário Henrik Vanger solicita a uma empresa de segurança para investigar o jornalista. Quem faz a investigação é Lisbeth Salander, uma hacker profissonal. Lisbeth também tem sua história: ela vem de uma família problemática e, apesar de ser maior de idade, vive sob a custódia do governo*. Seu tutor acaba sofrendo um infarto e ela logo será assistida por outro homem, que quer controlar sua vida.

* Não entendi muito bem essa parte, mas acredito que jovens com histórico de agressividade/violência na adolescência ainda ficam sob os cuidados do governo sueco mesmo depois de adultos. Achei interessante.

Enquanto Henrik Vanger procura Kalle Blomkvist, Lisbeth sofre nas mãos do novo tutor: o cara é um verdadeiro sádico que, para que a jovem possa ter acesso aos seus ganhos – o tutor controla boa parte – e não volte à clínica psiquiátrica, ele abusa sexualmente dela.

Henrik quer saber quem matou sua sobrinha, Harriet Vanger. A jovem desapareceu em 1969, logo depois de uma ponte que liga a cidade de Hedestad à ilha de Hebedy ter sido interditada. Toda a família Vanger é suspeita: dois irmãos e dois sobrinhos de Henrik.

Até então, Lisbeth e Mikael não se conhecem, mas, a investigação do jornalista e os conhecimentos de internet de Lisbeth unirão esses dois em busca de uma verdade que, apesar do tempo, não ficou esquecida.

Que filme! Eu não tive (ainda) o prazer de ler a série - são três livros escritos por Stieg e mais um escrito por outro autor, mas depois falarei com detalhes. Esse filme é sueco, então, a chance de ser bem fiel ao livro é alta. Basicamente, adoro livros e filmes com jornalistas em papel de destaque, então, não poderia não me simpatizar com Mikael "Kalle" Blomkvist (sem falar que o ator é um gato). Mas, aqui não temos apenas um jornalista que foi prejudicado pelo seu trabalho, temos Lisbeth, uma jovem que aparenta ser forte, mas na verdade, sofre muito, por causa de seu passado e de seu presente.

Os livros/filmes não são só para assistir, são para refletir também. Além de Lisbeth, Harriet e outras moças ao longo deste volume sofreram abusos. Sério, depois de assistir, fui correndo pesquisar sobre ele e ver o preço dos livros - aceito de presente - porque a obra me impactou bastante.

Lá no começo do post eu disse que a trilogia Millenium é considerado um clássico, mesmo sendo um livro relativamente recente. Segundo eu pesquisei, o autor dos livros, o jornalista Stieg Larsson, entregou os manuscritos antes de morrer, em 2004. Os livros retratam vários assuntos, que fizeram o povo sueco refletir. Ou seja, a obra impactou. Mas o coitado do autor morreu sem ver seus livros cruzando as fronteiras da Escandinávia.

Stieg Larsson morreu de ataque cardíaco em 2004, depois de ter entregue os originais dos livros. Como se não bastasse, depois de sua morte, ainda houve briga envolvendo seus parentes. Tudo porque um quarto volume da obra foi escrito sem a permissão da viúva de Larsson. E sabem por que o livro foi escrito mesmo assim? Como Larsson não era legalmente casado, David Lagercrantz ignorou os manuscritos que ele deixou com a viúva e tomou as rédeas da série. Ou seja, a viúva Larsson não poderia não dar sequência à série porque era amasiada... Juro que não entendo a Justiça Sueca. Esse volume, A Garota na Teia de Aranha, foi lançado em agosto de 2015.

O autor teve a ideia de escrever a trilogia porque, aos 15 anos, testemunhou uma jovem - de nome Lisbeth - ser vítima de um estupro coletivo. Ele carregou a amargura de ter se omitido diante de um crime tão grave por toda a sua vida, por isso escreveu os livros. E dedicou a ela.

Por um lado, a história é linda, mas eu fiquei pensando: por que será que ele deixou a menina ser violentada? Será que ele poderia ter feito algo pra ajudar? Enfim, ele transformou essa situação bárbara em uma série onde a heroína é uma jovem que tem uma vida relativamente turbulenta, mas é muito inteligente e consegue se livrar - e livrar outras pessoas - de enrascadas graves.

Seja o livro ou o filme - o sueco, não o americano, por favor - vale a pena conhecer a trilogia Millenium. Stieg Larsson deixou mais que uma história, deixou uma mensagem, um recado. Cabe a cada leitor interpretá-la. Então, apenas assistam e se deixem levar por esses personagens tão marcantes - e pela paisagem também, a Suécia é linda demais!

PS: os livros de Stieg Larsson são tão clássicos que, um a cada quatro suecos leu pelo menos um exemplar da série. E isso é muito, partindo da premissa de que a população sueca é de pouco mais de 9,5 milhões de pessoas, para se ter ideia da grandiosidade e até onde chegou a história de Lisbeth e Mikael, é como se quase toda a cidade de São Paulo (11 milhões) tivesse lido. A Suécia inteira cabe em SP! <3

E como não podia deixar de ser, encerro com o trailer oficial do filme. A parte ruim é que está dublado, mas na Netflix tem legendado, então não percam tempo! E é bom que dá pra aprender sueco, rs.




Olá!

SER OU NÃO SER
EM ESTOCOLMO
EIS A QUESTÃO

Hoje trago uma resenha do autor de suspense que tanto gosto - e é muito aclamado e bem pago também, rs. James Patterson se uniu à escritora sueca Liza Marklund para escrever um suspense com toques de cultura sueca - como passei a amar esse país, preciso incluir algumas cidades no meu futuro roteiro de viagem. Espero que gostem da resenha de Os Assassinos do Cartão-Postal.

Os Assassinos do Cartão-postal conta a história de Jacob Kanon, um policial norte-americano, que está em Berlim à procura de um casal que está na Europa roubando e matando casais jovens e recém-casados. Se fosse só isso, provavelmente ele não se importaria, mas sua filha Kimmy foi vítima desse casal. Então, ele está obcecado em pegar essa dupla a qualquer custo.

Em Estocolmo (capital da Suécia), a jornalista Dessie Larsson recebe um cartão-postal, com uma paisagem da cidade e uma breve mensagem (ela está no início desse post). Dizia tudo: o casal estava na cidade, pronto para atacar. Kanon, já sabendo do cartão-postal que Dessie recebeu, voa de Berlim a Estocolmo para conseguir mais informações com a jornalista. Ela, por sua vez, inicialmente não está muito disposta a ajudar, mas acaba cedendo e se tornando parte importante da investigação.

O casal, Mac e Sylvia Rudolph, parece ser mais um desses casais que fazem ménage, mas, quando escolhem suas vítimas, as roubam, matam e fazem coisas grotescas com seus corpos. Eles têm um roteiro pronto: passeiam por museus, comem em restaurantes chiques, compram presentes caros, vão pro hotel, fumam maconha, os envenenam e matam.

Sabendo disso, Jacob Kanon e Dessie Larsson têm que se unir à polícia sueca (que não é tão astuta como a norte-americana – pelo menos nesse livro) para deter esse casal que está prestes a aumentar seu número de vítimas, dessa vez, na Escandinávia.

Que livro é esse, gente!!! Eu li em três (TRÊS) horas! Devorei cada uma das 320 páginas com aflição, querendo saber como Jacob pararia o casal Rudolph. Além do suspense, tem uma pitada de inveja (entre Dessie e o jornalista sensacionalista Alexander Andersson), tem romance e tem até revelações bombásticas (isso eu não conto, é spoiler). James e Liza montaram uma história intrincada, sem pontas soltas, com bastante suspense e cultura também (no decorrer da história, os personagens falam várias coisas interessantes sobre a Suécia, essa linda). Sabiam que, nesse país, não existe fiança? Foi preso por qualquer crime, fica lá até o julgamento.

Falando em romance, vai pintar um clima entre Jacob e Dessie, mas, como nem tudo são flores, ela também têm seus segredos. Ela é uma jornalista nada glamurosa, suas matérias são sobre bandidos comuns, que só invadem casas (inclusive, aprendi como proceder ao invadir uma casa). Ela está escrevendo sua tese de doutorado sobre o tema. Há dois anos. Ainda não terminou.

Jacob trabalha no Harlem, no Brooklyn, mas há seis meses vaga pela Europa atrás do casal que matou sua filha Kimmy, quando ela estava de viagem com o namorado. Eles foram uma das primeiras vítimas do casal Rudolph. Desde então, o policial acompanhou de perto a dupla. Sabia de todos os modus operandi, de como o casal agia.
Eu recebi esse livro em parceria com a Arqueiro e não me arrependo de ter feito o pedido. Fiz às cegas, sem ler a sinopse. Pedi confiando na escrita de Patterson, que me conquistou há meses. E me surpreendi com uma história tão maravilhosa. Os capítulos são curtos mesmo (não passam de duas folhas), e como a história flui, você lê de uma vez só. Pena que a edição falhou em alguns momentos, mas a capa ficou linda (ela tem uma textura bem gostosa, rs).

A história é contada em terceira pessoa, sob os pontos de vista de Jacob, Dessie e Sylvia Rudolph. O final ficou bem legal, eu esperava que acabasse do jeito que acabou, apesar de ter sido bem rápido. Claro que recomendo a leitura, ela é rápida, fluente, tem cultura e suspense, que é a marca registrada do James Patterson. A parceria que ele fez com a Liza Marklund deu super certo! E agora, já quero ler também os livros dela, que tem como protagonista a jornalista Annika Bengtzon.




Olá!

O resenhado de hoje é um suspense de, tirar o fôlego - literalmente! Estou falando do livro O Hipnotista.



Esse livro começa com uma família sendo assassinada. Bem, quase toda. Anders Ek, o pai, foi morto em uma quadra de futebol. Katja, a mãe e Lisa, a filha mais nova foram mortas em casa. Todos mortos com requintes de crueldade. O único sobrevivente é Josef, o filho do meio.

O responsável pela investigação sobre as mortes é o policial Jonna Linna, um detetive conhecido pela sua obstinação em resolver crimes que a maioria dos detetives não conseguiria.

Josef foi gravemente ferido, mas sobreviveu. A médica responsável por Josef é a Daniella Richards. Jonna quer que o menino deponha, porém ele não tem condições de falar. A dra. Daniella sugere chamar o psiquiatra Erik Maria Bark, um especialista em tratamento de pacientes que sofreram fortes traumas, como tortura ou estupro. Bark costumava usar a hipnose para fazer com que seus pacientes se lembrassem de seus episódios violentos.

Jonna Linna pede para que Bark hipnotize o menino para que ele revele quem havia atacado a familia. O psiquiatra reluta, mas aceita hipnotizar Josef. O menino, sob hipnose, fala demais. E é aí que a vida até então tranquila de Bark tem uma reviravolta. O hipnotista tinha prometido a si mesmo que não faria mais hipnoses. Mas, ao quebrar sua promessa, ele desencadeou uma série de situações, que acabaria por envolver até mesmo seu filho, Benjamin Bark.

Enquanto isso, Jonna Linna precisa encontrar Evelyn Ek, a filha mais velha e a única que não foi vítima do assassino brutal. Mas, a resposta para esses crimes vêm de onde menos se espera... A história se passa em Estocolmo, capital da Suécia - o que ajuda a explicar os nomes esquisitos dos personagens. Esquisitos pra nós, claro.

Esse livro é o mais eletrizante que li desde... Sempre! Ele te prender do começo ao fim. Cada vez que Bark e Jonna Linna descobrem algo, uma nova história surge. É como se fosse vários quebra cabeças diferentes que, quando montados, acabam se unindo, formando um quebra cabeças único e onipresente.

As lembranças de um passado recente de Erik Maria Bark o machucam; fazem ele sentir dores de cabeca insuportáveis, ele toma remédios pesados para manter a saúde razoável. Sua esposa, Simone, é dona de uma galeria de arte. Ela também está envolvida nessas lembranças sombrias do hipnotista.

Eu poderia ficar aqui falando e falando da história, mas não dá. É preciso que o leitor leia e se envolva na trama. É verdade que o livro é um tanto grosso - 477 páginas - mas, como os capítulos são curtos - entre duas e três folhas - você nem percebe que já leu vinte ou trinta capítulos - de um total de 110 - em uma única tarde, rs.

A edição da Editora Intrínseca - traduzida da edição britânica, até porque não é muito comum encontrar pessoas que falem sueco... fora da Suécia, ainda mais aqui no Brasil. A fonte e confortável, páginas amareladas e revisão impecável. A capa também é muito bonita, mas você precisa ler até o final pra entender a tesoura.

Na verdade, temos várias historias em uma só, todas elas interligadas pela hipnose. E sempre que suspeitamos de alguém, aparece um novo detalhe que muda totalmente o rumo da trama. Então, posso afirmar que esse livro é um thriller imprevisível. Sadicamente imprevisível! Sádico no bom sentido, claro.

Pra quem gosta de ver os filmes derivados de livros, saiba que O Hipnotista foi parar nos cinemas. Eu ia ver o filme, mas por questões do momento, não consegui. O filme é em sueco mesmo e até onde pude ver - vi pouca coisa, só até onde Anders Ek foi assassinado - parecia ser bom.



E a curiosidade fica por conta do autor: Lars Kepler não existe!

É o pseudônimo do casal Alexandra Coelho Ahndoril e Alexander Ahndoril. Ambos são suecos, mas Alexandra tem mãe portuguesa. O casal também escreveu O Pesadelo, outro thriller protagonizado por Jonna Linna e publicado no Brasil pela Intrínseca. Eles também escrevem livros separados, usando seus nomes de batismo.