Olá!

No Vida Literária de Fevereiro, resolvi tirar a Ana e a Raíssa de suas zonas de conforto fazendo-as ler um romance policial made in Suécia. Não sei se elas já leram algo vindo deste país, mas se não o fizeram, essa será a primeira vez. Eu, como fã de romances policiais, indiquei para leitura A Princesa de Gelo, de Camilla Läckberg.

** Lembrando que o Vida Literária é um projeto em que eu e os blogs O Outro Lado da Raposa e Entre Chocolates e Músicas leiamos um livro, discutamos e depois resenhemos, cada uma contando como foi sua experiência.
A Princesa de Gelo é o primeiro livro da minha xará e conta a história de Erica Falck, uma escritora de relativo sucesso, que resolve voltar para sua cidade natal, Fjällbacka (pronúncia: fielbaca), para poder cuidar dos pertences de seus pais recém-falecidos. Porém, a pequena cidade (de 859 habitantes, segundo o Google) está às voltas por causa da morte de Alexandra Wijkner, que outrora fora sua amiga de infância, mas que não a via há mais de vinte e cinco anos.

Inicialmente, as suspeitas levavam a um possível homicídio. Porém, Erica não acreditava em nada do que diziam. Enquanto pensava nisso, ela precisava começar a escrever seu quinto livro, uma biografia. Só que não conseguia escrever quase nada, ao passo que diversas memórias com Alexandra voltavam à baila.

Nesse meio tempo, o policial Patrik Hedström foi designado por seu chefe - irritante e que sonha com uma promoção em Gotemburgo - para assistir a um depoimento de determinadas pessoas. E é aí que ele reencontra Erica Falck. Aliás, eles eram amigos de longa data (e ele era apaixonado por ela) e as questões do momento os separaram. Até aquele momento.
Em paralelo à investigação, Erica também está preocupada com sua irmã, que é casada com um crápula manipulador, que só pensa em dinheiro e seu grande sonho é vender a casa de Fjällbacka e ir morar em Londres - o cara é dessa cidade.

Bem, me interessei pela leitura quando descobri que essa história NÃO se passa em Estocolmo. Por algum motivo que não sei explicar, gosto de histórias que não se passam em grandes cidades, não à toa, o protagonista do meu livro, Segunda Chance, nasceu em Halmstad... Até então, não fazia ideia de quem era Camilla, e então, graças ao Amigo Secreto entre blogueiras que participei, pude ganhá-lo.

E, sinceramente, foi uma boa leitura. E só. Apesar de ser arrastada em alguns momentos, por causa das muitas descrições, pude notar que foi uma trama bem pensada, acredito que isso se deva ao fato de que, antes de ser escritora, Camilla trabalhava como produtora, então, provavelmente escrevia roteiros e coisas que o valha. Se por um lado, as descrições eram um pouco chatas, por outro, as mesmas descrições eram o que salvavam a história, pois eram esses detalhes que amarravam a trama.
Dividido em seis capítulos longos, o livro, escrito em terceira pessoa, mostra diversos pontos de vista, mas sempre focando em Erica e seus problemas. Na Suécia, a autora vai lançar o décimo livro da série de Erica em abril, mas, vendo as sinopses dos demais volumes que a Planeta publicou (e descontinuou), são não-seriados, ou seja, apesar de alguns detalhes da vida de Falck não terem se encerrado nesse, nos próximos, novos casos virão à tona. O que é ótimo, pois não sei se pretendo comprar os demais.

Enfim, de todos modos, é uma leitura válida, tanto pra conhecer um pouco mais sobre Camilla, Fjällbacka ou até mesmo se aventurar nos romances policiais. A escrita dela é fluida e bem detalhada (bem até demais, rs). Achei alguns erros de digitação, mas a revisão da editora está ok.

P.S.: odeio esse negócio de dizer que fulano é o novo sicrano e etc. Aqui, ousaram afirmar que Camilla é a nova Agatha Christie. Gosto das duas, mas apenas parem de comparar, por favor. Läckberg jamais será a Agatha que vem do frio. Cada uma é cada uma. Frases como essa afastam muitos leitores...

Geralmente livros policiais tem que ser bem dinâmicos e cheios de ação para me prender, então não foi o caso deste livro. Apesar de a autora se mostrar inteligente ao nos oferecer um quebra cabeça elaborado, o livro não funcionou para mim. Além disso, a estória ficou o tempo todo girando em torno da personagem principal e o foco da investigação se perdeu em meios aos problemas pessoais da protagonista. Acho que a emoção de se ler um romance policial se perdeu um pouco por causa desse estilo de narrativa. Raíssa
Comecei a gostar de livros do gênero com a escrita da Aghata Christie que em minha opinião, é mestre em criar enredos bem trabalhados e com um bom desfecho. Não gosto de comparativos, mas não posso negar que minhas expectativas estavam altas para essa obra desde a comparação na capa. Infelizmente a obra não funcionou comigo. Achei o enredo parado e sem muitas emoções... Mas essa é só a minha opinião, há diversas resenhas positivas para a obra. Dê uma chance... Ani
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Olá!

Cumprindo o mês de fevereiro do Desafio 12 Meses Literários, o resenhado de hoje é um livro que me surpreendeu positivamente. Achava que era uma coisa mas conforme a história foi se desenvolvendo, fui me envolvendo mais e mais... Confiram a resenha de Colega de Quarto, romance de estreia de Victor Bonini.
A história começa com o estudante de Direito Eric Schatz - carioca radicado em SP - procurando o detetive e advogado Conrado "Lyra" Bartelli em seu escritório. Até aí tudo bem, se não fosse de madrugada e Eric não estivesse beirando o desespero. Eric conta ao detetive que há um "colega de quarto" em seu apartamento, alguém que entra e mexe em suas coisas. Por causa da arrogância do jovem, Conrado decide não pegar o caso, mas logo se arrepende.

Algumas horas depois, Eric aparece morto. Aparentemente, ele se jogou de seu apartamento - no décimo quinto andar. De início, ninguém entendia porque o jovem se matou, já que ele era de boa família e tinha vida de playboy. Após pesquisar na internet, Lyra descobriu que o sobrenome Schatz era bem importante no meio empresarial.

Porém, após conversas com o dr. Wilson, delegado do DHPP, Lyra pressente que há algo muito errado nessa história. Antes de morrer, Eric ainda entrou em contato novamente com Lyra, por telefone, mas aí já era tarde demais. Muitas pessoas sabiam de segredos de Eric, e fariam questão de esconder de todos, até mesmo da polícia.
Como me arrependo de ter demorado pra ler essa maravilha!!! Cumprindo o segundo item do desafio - ler um autor nacional - escolhi Colega de Quarto porque já havia comprado há algum tempo, num evento que fui. Mas, de cara, achei que o livro enveredasse pelo sobrenatural, segundo a sinopse. Mas, conforme você vai lendo, a trama vai se transformando num romance policial de tirar o fôlego!

Lyra Bartelli é um advogado que faz as vezes de detetive particular, então ele sabe ler muito bem nas entrelinhas. E apesar de não ter aceitado o caso de Eric, ele sabia que havia algo de errado com aquele rapaz que, via-se de longe, era bem de vida, mas sem amor. Junto com o dr. Wilson, ele terá um enorme desafio, em que precisará duvidar até do sobrenatural para dar um ponto final no caso da morte do jovem.

O autor simplesmente arrasou em seu livro de estreia! Uma trama bem escrita, sem pontas soltas, personagens bem desenvolvidos e, o mais legal, a história se passa em São Paulo! Então, pra mim, a trama fluiu com muito mais naturalidade porque conheço todos os pontos citados durante a leitura. Exemplo: o Zeca, amigo do Eric (guardem esse nome) mora no bairro do Tatuapé, que é perto do bairro onde moro (Vila Maria). Já o consultório do psicólogo Armando (guardem também) fica no bairro do Pacaembu, há também outras citações, como o shopping Higienópolis, a avenida 23 de Maio e assim por diante.

Os personagens são bem escritos numa trama intrínseca, em que você elege seu suspeito, mas pode ter certeza: você estará muito errado. E você vai saber disso da maneira mais difícil possível. O autor joga as dicas na sua frente, mas passa despercebido, aí quando chega a verdade, a surpresa é grande. Não à toa, li esse livro em um dia só, tanto que fiquei longe do computador, só pra saber do desfecho - e só fui dormir depois das 23h15, que é até um horário cedo, mas não pra mim, que madrugo e trabalho longe.
Primeiro livro que leio da Faro Editorial e apenas elogios. Materiais de praxe para uma leitura confortável (só achei as folhas um pouco grossas demais, rs). Capítulos com nomes simples, porém condizentes. Até onde pesquisei na internet, o autor ainda não publicou outros livros, mas fica um pedido encarecido: por mais histórias com Lyra Bardelli! Ele mora no meu coração e já pode ter sua própria série, como - GUARDADAS AS DEVIDAS PROPORÇÕES - Lisbeth Salander, Hercule Poirot, Sherlock Holmes e tantos outros investigadores que amamos. Cinco estrelas é pouco pra essa maravilha.

P.S.: esse é o primeiro romance policial escrito por um brasileiro que leio. Aceito sugestões de outros nacionais.

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Olá!

O resenhado de hoje foi um recebido da Arqueiro, parceira do blog, que me surpreendeu. É a primeira vez que leio uma obra do francês Michel Bussi. E não sei se terei palavras para descrever esse livro. Tentarei, eu juro. Confira a resenha de Ninfeias Negras.
Estamos em Giverny, um vilarejo no interior da França. Até aí, nada demais, se Giverny não tivesse sido imortalizada nas telas do único pintor possível, o gênio do Impressionismo, Claude Monet (1840-1926). Estamos em 2010 e o lugar foi palco de um terrível crime: o oftalmologista Jérôme Morval é brutalmente assassinato, à beira de um rio. Para tentar solucionar esse mistério, o detetive Laurenç Sérénac é designado para o caso.

Mas, quem nos contará melhor esse caso é a velha, uma mulher octogenária que anda pelos cantos, sempre vendo tudo, através do quarto andar do moinho de Chennevières, onde esconde sua maior preciosidade: um quadro, intitulado Ninfeias Negras.
A história dessa velha se mistura à história de outras duas mulheres: uma menina de onze anos, Fanette, que sonha se tornar uma grande pintora; e a professora Stéphanie Dupain, da escola local, que vive presa em um casamento sem amor.

Voltando ao crime, Sérénac e seu fiel assistente Sylvio Bénévides buscam provas e suspeitos nos mais diversos lugares, mas cada vez que procuram, mais difícil fica de desvendar o caso. Morval é um colecionador das obras de Monet e, antes de morrer, estava obcecado em conseguir um quadro de Ninfeias. Além disso, era conhecido por trair a esposa.

O livro é narrado sob as óticas de: da velha (primeira pessoa), do detetive Sérénac (em terceira) e de Fanette (primeira pessoa, mas com pensamentos em primeira), então temos vários pontos de vista para a mesma situação. Ah, e vale ressaltar que Giverny acompanhou tudo isso em treze dias. E várias histórias se desencadeiam a partir desse crime: o casamento frio de Stéphanie, o quadro que Fanette está pintando para participar de um concurso, a investigação de Sérénac...

Adorei o marcador!
Gente, eu não tenho palavras para descrever esse livro (sim, já disse isso no início do post, mas preciso repetir)! Nunca tinha lido um romance policial francês, ainda mais se passando numa cidade como Giverny, que respira Impressionismo, Monet e arte, muita arte! Um ponto muito positivo para Bussi é que ele inseriu muitos fatos reais na trama. Os locais, outros pintores, as histórias sobre Monet, alguns crimes de arte citados, tudo isso é real. E eu adoro quando fatos reais são inseridos na trama.

Apesar dos fatos terem acontecido em treze dias - dividido em duas partes -, a história não acontece às pressas, tudo é devidamente bem trabalhado, bem descrito, bem contado, fazendo o leitor entrar na história e assistir a tudo de camarote, junto com a velha.

Sério, eu preciso comentar esse livro com alguém, porque o final me fez levar às mãos na cabeça. Nem me passou pela mente a forma como o autor encerraria o caso. Você acredita em uma coisa durante todo o tempo, aí no fim, o autor vai lá e esfrega na sua cara que você esteve errado o tempo todo!

Bom, não posso falar mais sobre Ninfeias Negras porque qualquer coisa a mais que eu diga será spoiler. Porém, posso afirmar que a Arqueiro arrasou no trabalho. Não encontrei erros de nenhuma ordem e estou apaixonada por essa capa preta com um verniz que simula água. O marcador personalizado dá todo um charme à leitura. Durante a leitura, pensei em dar quatro estrelas no Skoob, por detalhes, mas por causa do final, cinco estrelas é muito pouco para essa obra!
Casa de Monet, em Giverny. Foto: site oficial de Giverny
Portanto, obra mais que recomendada, para mim foi uma experiência interessante ler um romance policial de um autor fora do eixo EUA-Inglaterra-Suécia. Vale muito a pena, ainda mais porque Giverny é muito linda!
Aureliano, de Luis Aragon.

Olá!

Mais um filme para esse fim de semana! O título de hoje é um que descobri ao acaso. Uma amiga me disse que meu ator favorito estava no elenco, então, na primeira oportunidade, fui assistir. Sem saber do que se tratava. E que filme! Invasão de Privacidade é para se pensar na tecnologia e nas pessoas que a usam. Para o bem e para o mal.

A PRIVACIDADE NÃO É UM DIREITO E SIM UM PRIVILÉGIO.
Título Original: I.T.
Ano: 2016
Elenco: Pierce Brosnan, James Frecheville, Anna Friel, Stephanie Scott, entre outros.
Duração: 1h 35m

Invasão de Privacidade começa com Mike Regan (Pierce Brosnan) tendo um problema de informática enquanto apresentava seu novo projeto: um aplicativo para aluguel de jatinhos, uma espécie de Uber aeronáutico. Quem resolve esse problema é o jovem Ed Porter (James Frecheville). Ele se mostra acima da média quando o assunto é Tecnologia da Informação, o que leva o hacker a se aproximar de Mike e sua família.

Por ser um empresário envolvido com tecnologia, toda sua casa é tem tecnologia de última geração: sensor na torneira da pia, cafeteira que funciona com um botão... tudo muito prático, mas que tem seu preço. Ed não é dos mais sociáveis e, após Porter consertar o Wi-Fi ruim da casa, ele coloca as vidas de Mike, da esposa Rose (Anna Friel) e da filha Kathryn (Stefanie Scott) em perigo, isso porque Mike deu confiança demais para Ed. Enquanto isso, a casa automática dos Regan vai virar brinquedo nas mãos de Ed. E depois de muito procurar, Mike vai precisar de Henrik (Michael Nyqvist) para dar um rumo positivo nessa jornada high-tech.

Um excelente filme, que nos faz refletir o quanto estamos expostos demais na internet. Como o fato de que, cada vez que postamos uma foto no Instagram ou um check-in no Facebook, de certa forma, estamos nos abrindo, deixando de lado nossa privacidade em troca de quatro ou cinco likes. Já não existe mais privacidade, todos estamos conectados demais. Não sei se isso é "tão Black Mirror", como dizem por aí, mas que você fica apreensivo, ah, você fica. Principalmente aqueles que mandam nudes.
Que imagem, meus amigos. Insira a legenda para esta foto nos comentários, rs.
Basicamente, eu assisti esse filme porque uma amiga, que assistiu antes de mim, disse que Michael Nyqvist aparecia. Talvez eu seja um pouco fã dele, só talvez. Aliás, o sueco pode fazer o papel que for, para mim, sempre será Mikael Blomkvist. Então resolvi assistir mais por ele do que pela história em si. E qual foi minha surpresa ao ver que se tratava de um baita filme? Ele é bem recente, então não dá pra não se identificar seja com Mike ou com Ed (abraço pra galera da T.I.) ou até mesmo com Kathryn, que, por ser a mais conectada da família, é a que mais sofrerá com ataques na internet.

Pierce Brosnan, que homem! Mesmo tendo idade para ser meu avô, continua bonito. É meio esquisito vê-lo em um filme high-tech que não seja 007 hahaha, mas, falar que fez um excelente trabalho como Mike Regan é uma obviedade. (Alguma vez ele fez um filme ruim?) Anna Friel também foi excelente, não me lembro dela em outros filmes, mas neste foi sensacional.
Os jovens James Frecheville e Stefanie Scott como Ed e Kathryn foram razoáveis. Mas Ed deixou a desejar (fiquei com medo), apesar de logo de cara anunciar que seria o vilão, o excesso de caras e bocas ficou artificial. E Michael Nyqvist, sou suspeita pra falar dele, mas sua aparição de 10 minutos foi suficiente para mostrar porque ele é um dos atores mais bem-sucedidos fora da Suécia, sem falar que ele é lindo demais, o que já melhora e muito o filme.

No mais, apesar da torrente de clichês - já pararam para pensar que, mesmo sendo high-tech, Mike passa vergonha logo quando não consegue dominar a internet de sua casa? - vale a pena assistir sim, tem pouco mais de uma hora e meia, mas como tem bastante ação, o tempo voa. Sem contar que é reflexivo.