Olá!

Dia de romance policial no blog e finalmente pude conhecer Henning Mankell. Tudo bem que li o último que foi publicado aqui no Brasil, pela Cia. das Letras, mas a ordem dos fatores não altera o produto (acho) então confira a resenha de Um Passo Atrás.
SKOOB - Um Passo Atrás começa com três jovens desaparecidos após saírem para uma certa comemoração durante o solstício de verão. A mãe de uma das vítimas sabe que algo está errado e pede a ajuda da polícia. Porém, ao receber um suposto cartão postal de sua filha, a polícia diz que nada pode fazer, que os jovens estão curtindo uma viagem pela Europa.

Enquanto isso, na delegacia da cidadezinha de Ystad, Kurt Wallander e sua equipe estão preocupados com o fato de que o detetive Karl Evert Svedberg não apareceu para trabalhar. Ele nunca faltava sem avisar. Kurt também falou com a mãe da jovem desaparecida, mas não estava convicto de que algo estava errado. Até descobrir que Svedberg fora encontrado morto em casa.

Algum tempo depois, os corpos dos jovens foram encontrados. Eles estavam em uma reserva natural, fantasiados com trajes do século XVIII e com tiros certeiros na cabeça. Desde então, Kurt sabia que algo estava errado e que a mãe de uma das vítimas – eram um rapaz e duas moças – tinha razão.

Para melhorar a situação, Kurt não gozava de plena saúde. Tinha péssimos hábitos alimentares e uma vida desregrada, o que, por consequência, o fez desenvolver diabetes. Além disso, ele sentia cansaço extremo é uma forte suspeita de que algo estava errado com sua saúde mental. Encontrar o assassino dos jovens e de seu colega o deixará extenuado, mas não vai se resignar e querer descobrir o que aconteceu, mesmo pressentindo que estava um passo atrás.
Queria dizer que as folhas têm a lateral verde.
Eu já assisti toda a série Wallander – disponível na Netflix, falei dela aqui – então comecei a leitura sabendo de algumas coisas sobre a obra (lembrando que cada episódio da série é referente a um dos livros) enquanto outras me surpreenderam. Adoro romance policial – principalmente se for escandinavo – mas tenho que dizer que, dessa vez, não me surpreendi com o desfecho – claro, eu já sabia como terminaria – mas ainda assim foi uma ótima leitura, pois pude conhecer a escrita de Mankell.

Por causa da série, tive uma ideia de como é Ystad. Porém, não tenho certeza se as gravações foram feitas na Suécia – a fotografia é muito bonita, diga-se de passagem – já no livro, as descrições foram tão precisas que pude ver com clareza como é o lugar. Wallander é incansável na busca por respostas, mas mesmo com sua equipe competente – Martinsson, Ann-Britt Höglund, Hansson, Lisa Holgersson e Nyberg – o assassino arquitetou tudo com perfeição, o que o ocasionou grandes problemas na solução do caso.

O caso, aliás, chocou todo o país, já que, depois dos quatro homicídios – será que havia ligação entre eles? – os policiais não sabiam como agir, sequer sabiam se ele iria matar novamente. É um livro eletrizante, pois o autor coloca pequenas pistas durante a leitura que nos faz sentir como se estivéssemos com o próprio assassino, já que a equipe policial não sabe de nada.

Para os fãs de romance policial que ainda não conhecem as produções suecas, faz-se necessária a leitura da série de Henning Mankell, pois ele popularizou o gênero fora do país, abrindo caminho para muitos autores e também fazendo a própria população pensar enquanto sociedade. Lembrando que os romances policiais fazem sucesso lá porque as instituições de Polícia/Justiça funcionam. É interessante ler para entender melhor um dos países que mais são bem vistos pelo mundo, além de, claro, conhecer um dos maiores autores que a Suécia já teve.

Compre aqui o seu exemplar de Um Passo Atrás.

Olá!

Depois de muito relutar, finalmente terminei a trilogia da Sophie Jackson e não podia esperar outra coisa de Amor sem Medidas. Um livrão desses, bicho.

Resenhas Anteriores: Desejo Proibido | Eternamente Você (conto) | Paixão Libertadora

SKOOB - Amor sem Medidas é o último livro da trilogia de Sophie Jackson e vai contar a história de Riley Moore, que trabalha na oficina mecânica onde é sócio de Max (do livro anterior) e trabalha duro para se manter na honestidade, após passar uns meses na cadeia. Ele mora em Nova York e suas horas vagas são preenchidas com bebidas e sexo. Muito sexo.

Sua vida está nos trilhos, até que recebeu uma ligação de sua mãe, dizendo que o pai tinha sofrido um infarto. Apesar de sua relação com o pai não ser das melhores, ele pega o avião (emprestado por Carter, do primeiro livro) e volta para Traverse City, no estado americano do Michigan. A cidade lhe traz muitas lembranças, todas relacionadas a Lexie Pierce.

Lexie foi sua primeira amiga e seu primeiro amor. Eles se conheciam desde os oito anos, mas por causa de diversas brigas e muita imaturidade, acabaram por se separar. Mas parte de Riley queria muito revê-la, pois ainda não a havia esquecido. Quando os dois se encontraram pela primeira vez, eles meio que pisaram em ovos, pois as mágoas e os bons momentos do passado estavam colidindo em sua mente. Mas, ao ver um certo garotinho, seu mundo vira de ponta cabeça. Ele tinha um filho. Lexie escondeu isso dele e o deixou maluco.

Muitas coisas ainda eram confusas para Riley, como sua relação com seu pai, mas essa novidade tomaria todos os seus pensamentos. O garoto se chamava Noah e era um poço de fofura, com seus quatro anos e sua inteligência afiada. Além disso, Riley estava confuso em relação a Lexie: deveria confiar nela?

Eu já estava com saudades desse universo maravilhoso criado pela Sophie. Enquanto fiquei muito feliz quando a Arqueiro divulgou o lançamento. Esperei a Black Friday e... Devorei esse livro no dia de Natal. Sério, não tem como não amar Riley Moore. Ele é uma pessoa do bem, apesar de ter passado uma temporada na cadeia. Pensa sempre no bem de todos e se dá super bem com sua mãe e seus três irmãos (todos homens).
A escrita dela é super gostosa e, por ter conteúdo erótico, algumas pessoas podem se incomodar com isso – eu não, pelo contrário, queria ter um Riley pra mim. É muito interessante ver como o amor de Riley por Lexie vem desde a infância, me faz acreditar que, às vezes, duas pessoas nascem destinadas uma a outra e nada pode destruir isso. O tempo vai passando, os amigos viram namorados e... a imaturidade destrói tudo.

Uma série de fatores fez com que Lexie escondesse a gravidez. Mas o estopim de tudo foi a morte do pai dela, que a fez mergulhar numa forte depressão. A depressão, aliás, foi abordada meio que por cima, não é o foco do livro, mas podemos notar o que essa doença silenciosa faz com uma pessoa. Logo, a autora mostra que a depressão afeta não só a pessoa que a tem, mas todas as pessoas a seu redor.

A relação de Lex com sua família (mãe, irmã e filho) é maravilhosa, eles a reergueram da depressão e fizeram com que ela se esforçasse em melhorar e até abrir uma loja, a joalheria "Com Amor, Você", que tem um sistema de descontos bem interessante: se a cliente (sempre mulher, pelo que entendi) estava em dúvida entre dois produtos (um anel e uma pulseira, por exemplo), Lex encaminhava a pessoa até um espelho e lhe entregava um papel em branco, onde a mulher escreveria uma dedicatória a si mesma. No canto do papel, apenas uma assinatura: “com amor, você”. Se a cliente fosse sincera na mensagem escrita, ganhava 20% de desconto em um dos produtos. Uma boa forma de se autovalorizar e ainda por cima ganhar um desconto.

Então, se você procura uma trilogia já publicada contendo uma linda história, personagens incríveis, crushes literários (tem para todos os gostos, Carter segue sendo meu favorito) e boas doses de humor e sexo, a trilogia Desejo Proibido é para você. Vou sentir falta de todos os personagens, confesso.

Garanta aqui seu exemplar de Amor Sem Medidas.

Olá!

Primeiro, feliz 2018! Agora, retomando o blog e continuando minha saga de ler em espanhol, claro que sempre que eu puder, lerei Isabel Allende. Mi País Inventado é sua segunda obra que leio na língua nativa e nunca imaginei que riria tanto durante uma leitura. O título em português é "Meu País Inventado", foi publicado aqui pela Bertrand Brasil, e infelizmente está fora de catálogo.
SKOOB - Meu País Inventado é o livro da Isabel que vai falar do Chile enquanto nação e dela enquanto chilena. Lembrando que, depois do golpe militar de 1972, ela se exilou na Venezuela, depois Líbano e assim por diante, até se estabelecer em São Francisco, onde mora até hoje. O fato de que seu padrasto era diplomata ajudou é muito nessas mudanças. O pai era um embuste (além de ser primo do Salvador; eu achava que era irmão) que um belo dia saiu pra compra cigarro e até hoje... DESCUBRA.

Isabel já era feminista muito antes do termo existir e desde sempre quis ser independente, e o fato dos Allende serem machistas a alavancou em seus desejos. Assim como sua família, a autora conta que as famílias chilenas são grandes, uns cuidando dos outros e ninguém de fora cuidando deles.

Com muito bom humor, ela vai relembrar sua juventude, com boas histórias (algumas aumentadas), e vários segredos sendo revelados também, como por exemplo, o que a levou a escrever seu primeiro livro e porque ela sempre começa a escrever seus livros em oito de janeiro - hoje!
Minha pequena coleção dedicada à Isabel Allende.
Essa edição é argentina e faz parte de meu projeto de ler mais em espanhol, para aprimorar meu vocabulário neste idioma. E sinto que estou melhorando, pois consigo entender o contexto sem a necessidade de entender palavra a palavra – só falta melhorar a pronúncia de alguns termos.

O livro foi escrito em 2003 e, muita coisa mudou de lá pra cá, muita coisa que eu nem sequer sabia, como o fato de que Michelle Bachelet, antes de ser presidente duas vezes, foi ministra da Justiça ou que a lei do divórcio só foi promulgada em 2004. Acho que seria bacana se ela pudesse revisitar esse livro e atualizá-lo, para opinar sobre Bachelet, a Lei do Divórcio, seu novo namorado, entre outros temas que abordam o Chile, que é um país um tanto pessimista, segundo a autora.

Inclusive, se um chileno te aborda perguntando se está tudo bem, diga que está “mais ou menos”. Dizer que está tudo bem é uma afronta a autoestima de quem pergunta, confesso que ri. O livro também serve como guia de como proceder quando se está em território chileno. E o conservadorismo do país é tão engraçado... Tipo, ela está contando uma coisa super seria e, do nada, ela joga uma informação engraçada.

Meu país inventado é mais um de seus livros de memórias (junto com Paula e A Soma dos Dias), cheio de verdades e cheio de coisas engraçadas também, como quando conheceu Wiilie, seu segundo marido. A sinceridade dela é um ponto forte na história, porque ela não tem papas na língua na hora de contar sua história. Então, espero que neste oito de janeiro ela se inspire e volte a folhear essa história. Vai que ela deseja atualizar...

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Olá!

Adoro personagens originais e, quando a Ani, do EC&M, me disse que eu poderia pedir um livro referente à parceria dela com a Rocco, me encantei de cara com a sinopse. Por que será que Eleanor Oliphant insiste em dizer que está tudo bem? Resenha originalmente postada no Entre Chocolates e Músicas.

Ah, o blog encerra seus trabalhos de 2017 hoje, voltando apenas em oito de janeiro. Desde já, desejo uma excelente passagem de ano.
SKOOB - Eleanor Oliphant é diferente de tudo que alguém já tenha visto na literatura. Ela tem 30 anos, mora em Glasgow (Escócia), trabalha em um escritório e sempre diz que está tudo bem. Não sente falta de amigos, pois não dá pra sentir falta do que nunca teve. Com respostas para tudo na ponta da língua, ela vai se surpreender quando encontrar o amor de sua vida. Na verdade, ela bate o olho em um certo cantor e decide que ele é sua cara metade.

Porém, ela não contava que, junto com Raymond Gibbons, o novo funcionário da TI, socorreria um idoso que enfartou no meio da rua. Para Eleanor, esse contato é demais, ela está acostumada a estar sozinha. Sua única conversa é com sua mãe, que está presa, sempre às quartas. Conversas essas que nunca acabavam bem. Em seu local de trabalho, era motivo de chacota, seja por suas roupas, seja por suas ações.

Eleanor, então, decide criar todo um projeto cujo objetivo era se aproximar do cantor. Passou a segui-lo nas redes sociais e até encontrou o endereço de sua casa. Mas também se dividia entre seu trabalho e visitar Sammy, o idoso enfartado. Sua vida sempre foi um livro aberto: desde que ganhou a cicatriz no rosto, ela viveu em lares adotivos e orfanatos. Aos 17, foi para a universidade, e aos 21 entrou na empresa na qual trabalha até hoje. Não há lugar para necessidades emocionais.

Quando ela se vê envolvida com Sammy e a sra. Gibbons, mãe de Raymond, Eleanor nota que há algo mais que suas obrigações enquanto funcionária. Havia vida, havia algo que era inalcançável para ela, uma coisa que ela merecia ter, mas se recusava a tentar, pois não se sentia merecedora de nada.

Sua infância foi triste, cheia de dor, medo e tristeza. Ela era só uma criança, mas ficou tão traumatizada que procurava respostas em todos os lugares, mesmo apregoando que estava bem. Mas é claro que nada estava bem. Ter perto de si pessoas como Sammy e Raymond era algo novo, pessoas que se importavam com ela e a agradeciam apenas por estar ali. Era como se ela simplesmente não aceitasse que isso de ter amigos era uma coisa bacana.
Conhecer Gail Honeyman e sua Eleanor Oliphant me foi uma grata surpresa. O livro aborda um tema que, infelizmente, ainda hoje é um tabu pra muita gente: a depressão. É uma doença silenciosa e que nos destrói pouco a pouco. No caso de nossa protagonista então, foi uma experiência cruel: depois de uma infância traumática, quis procurar no cantor aquilo que ninguém nunca lhe deu, depois do agravante de ter se envolvido com um namorado que lhe agredia sistematicamente. E essa busca incessante só fez mal a ela.

Com uma escrita envolvente e um tanto engraçada, Gail mostra como é importante estarmos cerca de quem nos quer bem e também eliminar o que nos é nocivo. E que não há nada de errado em pedir ajuda. Mesmo com algumas ações que achei um pouco idiotas por parte de Eleanor (como assim você não quer levar a bandeja depois de comer no McDonalds?), é uma pessoa maravilhosa, que te faz rir e, quando você descobre o que aconteceu com ela, sua vontade é de entrar no livro e lhe dar um grande abraço – mesmo que ela não saiba como reagir numa situação dessas.

A principio, os fósforos queimados na capa do livro não querem dizer muita coisa, mas quanto mais entramos no passado de Eleanor, mais entendemos a mensagem que a capa nos transmite. Ela é sistemática até para tomar vodca, mas isso também é um indicativo de que algo está errado. Rotina de mais faz mal e álcool não é válvula de escape para nada.

Agradeço, como sempre, à Ana, que conseguiu pra mim um exemplar desse livro lindo, que com muito bom humor e sinceridade, nos mostra como é importante ter alguém para chamar de amigo e que depressão é doença sim – e que não há nada de errado em procurar ajuda médica. A história se passa em Glasgow e gosto quando os livros saem da rota EUA-Londres-Paris. Eleanor Oliphant Está Muito Bem é o livro que todo mundo precisa ler, pois todo mundo terá algo para se identificar com ela.

p.s.: a mãe da Eleanor é uma escrota.

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