Olá!

Cumprindo o mês de fevereiro do Desafio 12 Meses Literários, o resenhado de hoje é um livro que me surpreendeu positivamente. Achava que era uma coisa mas conforme a história foi se desenvolvendo, fui me envolvendo mais e mais... Confiram a resenha de Colega de Quarto, romance de estreia de Victor Bonini.
A história começa com o estudante de Direito Eric Schatz - carioca radicado em SP - procurando o detetive e advogado Conrado "Lyra" Bartelli em seu escritório. Até aí tudo bem, se não fosse de madrugada e Eric não estivesse beirando o desespero. Eric conta ao detetive que há um "colega de quarto" em seu apartamento, alguém que entra e mexe em suas coisas. Por causa da arrogância do jovem, Conrado decide não pegar o caso, mas logo se arrepende.

Algumas horas depois, Eric aparece morto. Aparentemente, ele se jogou de seu apartamento - no décimo quinto andar. De início, ninguém entendia porque o jovem se matou, já que ele era de boa família e tinha vida de playboy. Após pesquisar na internet, Lyra descobriu que o sobrenome Schatz era bem importante no meio empresarial.

Porém, após conversas com o dr. Wilson, delegado do DHPP, Lyra pressente que há algo muito errado nessa história. Antes de morrer, Eric ainda entrou em contato novamente com Lyra, por telefone, mas aí já era tarde demais. Muitas pessoas sabiam de segredos de Eric, e fariam questão de esconder de todos, até mesmo da polícia.
Como me arrependo de ter demorado pra ler essa maravilha!!! Cumprindo o segundo item do desafio - ler um autor nacional - escolhi Colega de Quarto porque já havia comprado há algum tempo, num evento que fui. Mas, de cara, achei que o livro enveredasse pelo sobrenatural, segundo a sinopse. Mas, conforme você vai lendo, a trama vai se transformando num romance policial de tirar o fôlego!

Lyra Bartelli é um advogado que faz as vezes de detetive particular, então ele sabe ler muito bem nas entrelinhas. E apesar de não ter aceitado o caso de Eric, ele sabia que havia algo de errado com aquele rapaz que, via-se de longe, era bem de vida, mas sem amor. Junto com o dr. Wilson, ele terá um enorme desafio, em que precisará duvidar até do sobrenatural para dar um ponto final no caso da morte do jovem.

O autor simplesmente arrasou em seu livro de estreia! Uma trama bem escrita, sem pontas soltas, personagens bem desenvolvidos e, o mais legal, a história se passa em São Paulo! Então, pra mim, a trama fluiu com muito mais naturalidade porque conheço todos os pontos citados durante a leitura. Exemplo: o Zeca, amigo do Eric (guardem esse nome) mora no bairro do Tatuapé, que é perto do bairro onde moro (Vila Maria). Já o consultório do psicólogo Armando (guardem também) fica no bairro do Pacaembu, há também outras citações, como o shopping Higienópolis, a avenida 23 de Maio e assim por diante.

Os personagens são bem escritos numa trama intrínseca, em que você elege seu suspeito, mas pode ter certeza: você estará muito errado. E você vai saber disso da maneira mais difícil possível. O autor joga as dicas na sua frente, mas passa despercebido, aí quando chega a verdade, a surpresa é grande. Não à toa, li esse livro em um dia só, tanto que fiquei longe do computador, só pra saber do desfecho - e só fui dormir depois das 23h15, que é até um horário cedo, mas não pra mim, que madrugo e trabalho longe.
Primeiro livro que leio da Faro Editorial e apenas elogios. Materiais de praxe para uma leitura confortável (só achei as folhas um pouco grossas demais, rs). Capítulos com nomes simples, porém condizentes. Até onde pesquisei na internet, o autor ainda não publicou outros livros, mas fica um pedido encarecido: por mais histórias com Lyra Bardelli! Ele mora no meu coração e já pode ter sua própria série, como - GUARDADAS AS DEVIDAS PROPORÇÕES - Lisbeth Salander, Hercule Poirot, Sherlock Holmes e tantos outros investigadores que amamos. Cinco estrelas é pouco pra essa maravilha.

P.S.: esse é o primeiro romance policial escrito por um brasileiro que leio. Aceito sugestões de outros nacionais.

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Olá!

O resenhado de hoje foi um recebido da Arqueiro, parceira do blog, que me surpreendeu. É a primeira vez que leio uma obra do francês Michel Bussi. E não sei se terei palavras para descrever esse livro. Tentarei, eu juro. Confira a resenha de Ninfeias Negras.
Estamos em Giverny, um vilarejo no interior da França. Até aí, nada demais, se Giverny não tivesse sido imortalizada nas telas do único pintor possível, o gênio do Impressionismo, Claude Monet (1840-1926). Estamos em 2010 e o lugar foi palco de um terrível crime: o oftalmologista Jérôme Morval é brutalmente assassinato, à beira de um rio. Para tentar solucionar esse mistério, o detetive Laurenç Sérénac é designado para o caso.

Mas, quem nos contará melhor esse caso é a velha, uma mulher octogenária que anda pelos cantos, sempre vendo tudo, através do quarto andar do moinho de Chennevières, onde esconde sua maior preciosidade: um quadro, intitulado Ninfeias Negras.
A história dessa velha se mistura à história de outras duas mulheres: uma menina de onze anos, Fanette, que sonha se tornar uma grande pintora; e a professora Stéphanie Dupain, da escola local, que vive presa em um casamento sem amor.

Voltando ao crime, Sérénac e seu fiel assistente Sylvio Bénévides buscam provas e suspeitos nos mais diversos lugares, mas cada vez que procuram, mais difícil fica de desvendar o caso. Morval é um colecionador das obras de Monet e, antes de morrer, estava obcecado em conseguir um quadro de Ninfeias. Além disso, era conhecido por trair a esposa.

O livro é narrado sob as óticas de: da velha (primeira pessoa), do detetive Sérénac (em terceira) e de Fanette (primeira pessoa, mas com pensamentos em primeira), então temos vários pontos de vista para a mesma situação. Ah, e vale ressaltar que Giverny acompanhou tudo isso em treze dias. E várias histórias se desencadeiam a partir desse crime: o casamento frio de Stéphanie, o quadro que Fanette está pintando para participar de um concurso, a investigação de Sérénac...

Adorei o marcador!
Gente, eu não tenho palavras para descrever esse livro (sim, já disse isso no início do post, mas preciso repetir)! Nunca tinha lido um romance policial francês, ainda mais se passando numa cidade como Giverny, que respira Impressionismo, Monet e arte, muita arte! Um ponto muito positivo para Bussi é que ele inseriu muitos fatos reais na trama. Os locais, outros pintores, as histórias sobre Monet, alguns crimes de arte citados, tudo isso é real. E eu adoro quando fatos reais são inseridos na trama.

Apesar dos fatos terem acontecido em treze dias - dividido em duas partes -, a história não acontece às pressas, tudo é devidamente bem trabalhado, bem descrito, bem contado, fazendo o leitor entrar na história e assistir a tudo de camarote, junto com a velha.

Sério, eu preciso comentar esse livro com alguém, porque o final me fez levar às mãos na cabeça. Nem me passou pela mente a forma como o autor encerraria o caso. Você acredita em uma coisa durante todo o tempo, aí no fim, o autor vai lá e esfrega na sua cara que você esteve errado o tempo todo!

Bom, não posso falar mais sobre Ninfeias Negras porque qualquer coisa a mais que eu diga será spoiler. Porém, posso afirmar que a Arqueiro arrasou no trabalho. Não encontrei erros de nenhuma ordem e estou apaixonada por essa capa preta com um verniz que simula água. O marcador personalizado dá todo um charme à leitura. Durante a leitura, pensei em dar quatro estrelas no Skoob, por detalhes, mas por causa do final, cinco estrelas é muito pouco para essa obra!
Casa de Monet, em Giverny. Foto: site oficial de Giverny
Portanto, obra mais que recomendada, para mim foi uma experiência interessante ler um romance policial de um autor fora do eixo EUA-Inglaterra-Suécia. Vale muito a pena, ainda mais porque Giverny é muito linda!
Aureliano, de Luis Aragon.

Olá!

Mais um filme para esse fim de semana! O título de hoje é um que descobri ao acaso. Uma amiga me disse que meu ator favorito estava no elenco, então, na primeira oportunidade, fui assistir. Sem saber do que se tratava. E que filme! Invasão de Privacidade é para se pensar na tecnologia e nas pessoas que a usam. Para o bem e para o mal.

A PRIVACIDADE NÃO É UM DIREITO E SIM UM PRIVILÉGIO.
Título Original: I.T.
Ano: 2016
Elenco: Pierce Brosnan, James Frecheville, Anna Friel, Stephanie Scott, entre outros.
Duração: 1h 35m

Invasão de Privacidade começa com Mike Regan (Pierce Brosnan) tendo um problema de informática enquanto apresentava seu novo projeto: um aplicativo para aluguel de jatinhos, uma espécie de Uber aeronáutico. Quem resolve esse problema é o jovem Ed Porter (James Frecheville). Ele se mostra acima da média quando o assunto é Tecnologia da Informação, o que leva o hacker a se aproximar de Mike e sua família.

Por ser um empresário envolvido com tecnologia, toda sua casa é tem tecnologia de última geração: sensor na torneira da pia, cafeteira que funciona com um botão... tudo muito prático, mas que tem seu preço. Ed não é dos mais sociáveis e, após Porter consertar o Wi-Fi ruim da casa, ele coloca as vidas de Mike, da esposa Rose (Anna Friel) e da filha Kathryn (Stefanie Scott) em perigo, isso porque Mike deu confiança demais para Ed. Enquanto isso, a casa automática dos Regan vai virar brinquedo nas mãos de Ed. E depois de muito procurar, Mike vai precisar de Henrik (Michael Nyqvist) para dar um rumo positivo nessa jornada high-tech.

Um excelente filme, que nos faz refletir o quanto estamos expostos demais na internet. Como o fato de que, cada vez que postamos uma foto no Instagram ou um check-in no Facebook, de certa forma, estamos nos abrindo, deixando de lado nossa privacidade em troca de quatro ou cinco likes. Já não existe mais privacidade, todos estamos conectados demais. Não sei se isso é "tão Black Mirror", como dizem por aí, mas que você fica apreensivo, ah, você fica. Principalmente aqueles que mandam nudes.
Que imagem, meus amigos. Insira a legenda para esta foto nos comentários, rs.
Basicamente, eu assisti esse filme porque uma amiga, que assistiu antes de mim, disse que Michael Nyqvist aparecia. Talvez eu seja um pouco fã dele, só talvez. Aliás, o sueco pode fazer o papel que for, para mim, sempre será Mikael Blomkvist. Então resolvi assistir mais por ele do que pela história em si. E qual foi minha surpresa ao ver que se tratava de um baita filme? Ele é bem recente, então não dá pra não se identificar seja com Mike ou com Ed (abraço pra galera da T.I.) ou até mesmo com Kathryn, que, por ser a mais conectada da família, é a que mais sofrerá com ataques na internet.

Pierce Brosnan, que homem! Mesmo tendo idade para ser meu avô, continua bonito. É meio esquisito vê-lo em um filme high-tech que não seja 007 hahaha, mas, falar que fez um excelente trabalho como Mike Regan é uma obviedade. (Alguma vez ele fez um filme ruim?) Anna Friel também foi excelente, não me lembro dela em outros filmes, mas neste foi sensacional.
Os jovens James Frecheville e Stefanie Scott como Ed e Kathryn foram razoáveis. Mas Ed deixou a desejar (fiquei com medo), apesar de logo de cara anunciar que seria o vilão, o excesso de caras e bocas ficou artificial. E Michael Nyqvist, sou suspeita pra falar dele, mas sua aparição de 10 minutos foi suficiente para mostrar porque ele é um dos atores mais bem-sucedidos fora da Suécia, sem falar que ele é lindo demais, o que já melhora e muito o filme.

No mais, apesar da torrente de clichês - já pararam para pensar que, mesmo sendo high-tech, Mike passa vergonha logo quando não consegue dominar a internet de sua casa? - vale a pena assistir sim, tem pouco mais de uma hora e meia, mas como tem bastante ação, o tempo voa. Sem contar que é reflexivo.


Olá!

Há algum (muito) tempo (fevereiro de 2016, segundo o Word), escrevi este texto lá no Entre Chocolates e Músicas, em um projeto que a Ani criou para ceder um espaço de seu blog para que outros blogueiros escrevessem textos opinativos (ou coisa que o valha). Achei esse texto perdido nos arquivos do meu computador e acho um desperdício não publicar aqui, já que minha opinião não mudou. Reativando a categoria de textos opinativos do Resenha, confira o que penso sobre como as fanfics sofrem com os erros de português. 
*Alterei um ou outro detalhe, para fins de atualização.*
"Porque a história não acabou até que a gente diga que acabou."
Acredito que muitos saibam, mas para quem desconhece, fanfic é um gênero literário que consiste em escrever uma história tendo como protagonista alguém famoso ou algum livro consagrado. Exemplo: existem fanfics sobre Justin Bieber (tentei ler uma e não passei de duas páginas) e sobre a saga Crepúsculo. E doa a quem doer, fanfic é gênero literário sim, assim como o romance, a distopia e a ficção científica.

Uma coisa que me irrita muito é erro de português – acredito que irrite a muita gente, aliás. Eles estão em todo lugar, mas tem em dúzias nas fanfics. Uma vez, me mandaram uma que tinha como tema os personagens Cirilo e Maria Joaquina, da novela Carrossel, do SBT. Até aí, nem sabia o que era fanfic. Sério, quase vomitei. A história era ruim (em suma, os dois eram adultos, tinham transado e o Cirilo ficou rememorando os momentos. E só). E tinha erros de português. Muitos erros.

No fim de 2015, tirei um texto do meu acervo de redações escolares, fiz algumas alterações e me inscrevi no projeto Brasil em Prosa, da Amazon. Ele ficou lá por um bom tempo. Só o tirei de lá em janeiro do ano seguinte, quando migrei para o Wattpad. No meu blog, fiz um post para os meus leitores anunciando que estava escrevendo um romance.

**Correção: o texto em questão é o conto Uma História de Amor e Árvores, ainda disponível no Wattpad. Já o Segunda Chance está na Amazon. Os dois links estão na sidebar.**

Porém, muito antes de divulgar meu texto, resolvei passear pelo site. Socorro. Logo de cara, postei meu conto e o site me sugeriu algumas fanfics. Mas, gente, o que tinha de texto escrito errado, só Aurélio na causa (#Pasqualechora). Tinha uma, sobre One Direction (percebi que histórias como ele são lidas como se fossem a Bíblia), que NA PRIMEIRA PÁGINA, praticamente tudo o que estava escrito tinha erros.
Então, o mimimi que escrevo está mais para apelo do que para mimimi. Gente, escrevam. Escrever é maravilhoso e libertador (pelo menos para mim). Mas, caso vocês não saibam como escreve determinada palavra ou como montar uma frase, PESQUISEM. Usem o dicionário e a internet, se informem. Para escrever esse texto, eu fui no site Nyah Fanfiction, acredito que um dos mais conhecidos do Brasil, para ver o nível de popularidade. Não abri uma conta (pediam informações demais e não tem a opção de usar o facebook para acessar), mas na página inicial, vi que o site fez um post explicando a diferença de consertar e concertar. E ainda convida o público para acessar uma página em que explicavam diversas questões do idioma.

E não é só isso. Muitos escrevem até bem, mas não tem conteúdo. Eu sei que não sou ninguém para julgar (nem quero), e mesmo sabendo que praticamente todas as fórmulas para um livro de sucesso foram usadas à exaustão, gostaria muito de ver uma fanfic que não tivesse tanto apelo sexual. Não sei se é regra, mas nunca vi uma fanfic que não tivesse apenas sexo (se vocês conhecerem alguma, me avisem). Quem me acompanha aqui, sabe que, quando estou lendo, prezo pela mensagem que a história me transmite. Seja lá qual for a mensagem, quero aprender algo. 

Por mais que as pessoas encontrem nas fanfics uma forma de estar mais perto de seu ídolo (uma das personagens do meu romance se chama Céline Dion- #mejulguem), gostaria de vê-los escrever algo que faça o seu leitor refletir. Não estou dizendo para não ter cenas de sexo – tem que ter, estamos no século XXI – mas gostaria de saber que existem fanfics que transmitam alguma coisa além de sexo. Sem falar que, se a história for boa, quem não garante que uma editora não se interesse (posso passar a vida citando nomes).

Sintetizo todo esse texto em: escrevam, mas com consciência, com conteúdo e com o português correto. Assim, tenha certeza de que os leitores se interessarão muito mais. 

Isso é tudo. Espero que gostem. Qualquer coisa, me chame para conversar (ou para me apresentar alguma boa fanfic), será um prazer! E Ana, volta com essa coluna, cujo nome esqueci, mas que gostava de acompanhar!