Olá!
Mais um nacional aqui no blog!! O resenhado de hoje é um livro com poemas super delicados. Eu recebi em parceria com a Oasys Cultural. "Um Dia o Amor Vai Encontrar Você" é uma coletânea de poemas escritos por Luiza Mussnich, tão jovem como eu, mas que tem muito mais coisas a dizer. Ela é dona do blog Palavras em Voo Livre, onde o leitor encontra mais pensamentos dessa jornalista poetisa (ou poetisa jornalista?).
Basicamente, é um livro com poemas curtos feitos pela própria Luiza, onde ela fala sobre seus amores, suas paixões, suas dores, suas perdas. É um compilado de seus melhores textos, sempre acompanhados com imagens que completam os textos, formando uma harmoniosa mensagem.
Eu recebi em parceria com a Oasys Cultural, e qual a alegria ao ver tanto amor transbordando em um livro tão pequeno? O tamanho dele é até diferente em relação aos demais da minha estante: curto, porém esticado. Sem problemas, tamanho não é documento, hahahaha!
O trabalho da ID Cultural está incrível, capa dura e fotos muito bonitas. O único porém é que costuraram tão bem o livro que mal dá pra abrir com cuidado. Se coloca alguma força pra abrir, amassa o livro, mas tirando isso, o trabalho da editora está muito bom!
Termino essa curta resenha - porque o livro é curto, tem só 109 páginas, com um texto maravilhoso, "Era Natal", cuja foto acima ilustra este post. Espero que gostem e leiam, porque é muito lindo e tocante esse livro, com certeza você se identificará com algum texto!
Era Natal
Eu contava os dias para ele chegar. Brilhante, o Natal sempre teve cheiro de canela e clima de final de Copa. E pra mim, ele era arrumar a árvore lambendo colher de brigadeiro enquanto via o “Natal do Zé Colmeia”. Não jogar mais futebol na sala porque o “gol” – a vidraça da varanda – tinha sido tampada. Escrever cartas melosas para o Papai Noel, em que os maiores desejos eram um campo de futebol de botão e fitas de Nintendo 64. Natal de sol, praia e férias de verão. Ele era as tábuas corridas que levavam aos embrulhos debaixo do pinheiro enfeitado. Natal era abrir os presentes na véspera da véspera com a mamãe, em segredo. Era a rabanada da Leila e a tarde de comer os biscoitos de limão que minha irmã gostava de fazer. Natal com beijo de boa noite nos meus pais, indo dormir com o cachorro de pelúcia novo. Natal era se encantar com o pisca pisca da árvore gigante que flutuava na porta de casa. Até que Natal virou “Natal com a mãe” e “Natal com o pai”. Não gostar mais de ganhar carrinho. Passar a ceia trocando mensagens de texto, depois BBMs, depois WhatsApps. Ir dormir contrariado porque não me deixaram ir à boate com identidade falsa. Natal virou não estar mais de férias. Ter que migrar de casa em casa e não encontrar táxi. Mise en scene familiar. Se estressar com os shoppings lotados e os presentes dos amigos ocultos. Não ganhar mais presente da avó. Ter uma porção de agregados na ceia – e nem ter mais comida de ceia. O Natal desvirou Natal.