Olá!

O resenhado de hoje é um livro que foi muito aclamado quando virou filme. Quando Se Eu Ficar foi lançado, virei o nariz para ele, o classifiquei como "modinha" (preconceito é errado, mas fazer o quê), então nem me importei. Só fui conhecer a escrita da Gayle Forman quando li Eu Estive Aqui (resenha aqui) e me apaixonei. Depois de muito tempo - e de ter lido O Que Há de Estranho em Mim (resenha aqui), consegui o empréstimo de Se Eu Ficar - e não vi nada demais na história.
Se Eu Ficar começa com Mia, uma jovem violoncelista, filha de pais roqueiros, tomando café da manhã com sua família em mais um dia de inverno nos EUA (#invejaeterna). O pai de Mia decide que eles vão visitar Henry e Willow, amigos de longa data da família. Porém, o que seria mais um passeio em família, acaba virando um grave acidente. Basicamente, um caminhão se choca com o carro da família, matando instantaneamente os pais de Mia. Teddy, o irmão menor, vai para o hospital. Aparentemente, Mia está bem, porém, ela percebe que algo está errado quando se vê estirada no chão.

Ela vê os bombeiros a resgatando, a levando ao hospital e nada pode fazer. Ela terá 24 horas para tomar uma decisão crucial. Enquanto o prazo não expira, ela está no hospital, vendo sua amiga Kim, seu namorado Adam e vários de seus parentes. Ela começa a rememorar vários momentos da sua vida, que vai intercalando com os momentos de tensão que vive no hospital.

Pois bem, a história é só isso. Nada muito profundo. Aliás, profundo mesmo são só os pensamentos da Mia. Como o livro se passa em 24 horas, não dá pra acontecer muita coisa no presente, mas, Mia relembra de muita coisa no seu curto passado - ela só tem 17 anos - mas é como se tivesse uns 30, porque ela tem muitos momentos para contar.

Enfim, não é o primeiro livro que a Gayle escreveu, mas esse não tem uma mensagem tão forte como os outros que ela escreveu, mas até que tem sua beleza. O jeito como Adam se sacrifica para vê-la no hospital, a bonita amizade de Mia e Kim, seu amor pelo violoncelo, como sua família a trata... A forma como as enfermeiras cuidam do corpo de Mia, acreditando que ela pode melhorar, dando o melhor de si.

A capa até que é bonita, apesar de ser o pôster do filme. O que mata no filme é só a Grace Chloe-Moretz. Gente, a menina é muito fraca, mas foi uma escolha pessoal da autora, fazer o quê. O ator eu não conheço. No fim do livro, tem uma entrevista com os atores, feita pela própria Gayle, mas que só recomendo ler depois de ler a continuação, Para Onde Ela Foi, porque as perguntas têm spoiler - quem avisou foi a autora!

Eu não sei se leria Para Onde Ela Foi, história não me convenceu, mas o melhor ficou para depois, porque o livro acabou num momento que eu li e fiquei boquiaberta: o que aconteceu?! Cadê o final? Pode ser que eu leia, pode ser que não. Mas isso não significa que você não deva ler, pelo contrário, leia e venha conversar comigo, quem sabe você viu algo que eu não vi! 

No mais, continuo fã da Gayle, mas pelos livros que citei lá no início do post, não por este. Mas, se você já leu, vamos conversar, quero saber se você concorda ou não, e se você não leu, leia, pode ser que suas impressões sejam diferentes da minha.


Olá!

O resenhado de hoje é um livro que têm uma forte carga emocional. Então, já aviso: se não gosta de cenas fortes, esse livro não é para você. Espero que gostem de O Que Há de Estranho em Mim, da Gayle Forman.

O livro nos apresenta Brit, uma garota que vive com seu pai, sua madrasta e o meio-irmão em Portland. Ela tem 16 anos e faz parte de uma banda, a Clod. Desde o desaparecimento de sua mãe, ela tem uma vida que a madrasta considera rebelde: chega tarde em casa, tem tatuagens e piercings, pinta o cabelo, enfim, coisas que muitos jovens fazem.

Mas, o pai de Brit resolve interná-la em uma clínica para corrigir sua "rebeldia". A clínica na verdade era um reformatório. Que não reformava ninguém, só piorava. Ao chegar na clínica, ela teve suas roupas e piercings confiscados e foi parar em um quarto que mais parecia uma solitária. O reformatório trabalhava com seis níveis. Quem chegava era Nível Um, quem estava para ir embora era Nível Seis e tinha direito a várias regalias, como breves passeios e telefonemas para os pais. Conforme Brit ia subindo de nível - a contragosto, porque sabia que tinha que dançar conforme a música - ela foi conhecendo quatro meninas, a quem se uniria para dar um fim no sofrimento que estavam passando.
Aproveito e mostro meu outro livro da Gayle, Eu Estive Aqui, também recebido em parceria com a editora
Martha é a gordinha que outrora fora miss, Bebe é filha de uma famosa atriz e estava lá porque transou com um latino, Cassie é gay (e não gosta de ser chamada de lésbica) e V é um mistério. E era por isso que as cinco meninas estavam lá: por não se encaixarem na sociedade que é imposta.

O reformatório era todo cheio de falhas, mas duas figuras merecem destaque: a dra. Clayton (que era a "psicóloga") e Bud Austin, o Xerife, que controlava as TC, Terapias Confrontativas, que, em suma, eram quando as jovens se reuniam para humilhar umas às outras. Além disso, as jovens tinham que passar o dia empilhando blocos de concreto no calor infernal de Utah, onde ficava o local.

Fora do reformatório, Brit só podia contar com seus parceiros de banda, Erik, Denise e Jed (que ela nutria um carinho especial por ele). Sua mãe sumiu e o pai resolveu interná-la, praticamente abandonando-a. E é nesse inferno que Gayle Forman nos presenteia com uma história de superação, amizade com uma pitada de realidade.

Achei essa música muito linda, por isso compartilhei com vocês :)
Que história! Quando eu solicitei este livro junto à Arqueiro, parceira do blog, já imaginava que viria uma história tensa, devido à capa, onde mostra uma jovem sentada em uma cadeira, como se tivesse sido punida. Li os dois primeiros capítulos e já entrei em desespero: sabia que viria violência. Bom, eu adoro livros e filmes onde os personagens lutam, morrem e etc. Mas não suporto cenas de estupro e tortura, essas me embrulham o estômago - mesmo sendo ficção. Dei uma pausa de uns dois dias e depois retomei a leitura até o fim.

Brit e suas amigas são "desviadas" perante a sociedade, mas não há nada demais com elas, são jovens normais, com opções e gostos diferentes da maioria. E por isso foram jogadas pelas próprias famílias nesse lugar horrível. E não é só isso que a autora retrata. Ela também fala da traição, por parte da família, que coloca a pessoa num lugar desse achando que está fazendo o bem. Mas a pessoa sai pior que entrou. E a família abandona em lugares assim à própria sorte. É de chorar.

Quando eu digo que leio para saber qual mensagem o/a autor/a está transmitindo, é porque quero refletir sobre a história. E não foi diferente com esse livro. Me veio à mente que, muitos jovens, por aí, estão sofrendo em reformatórios de verdade, muito piores do que os retratados no livro - aliás, eu esperava mais em determinado momento.
Eu esperava mais porque, do nada, as meninas começaram a fazer coisas que eram praticamente impossíveis (não vou falar porque é spoiler),mas também pode ser porque eu esperava algo muito mais pesado do que foi retratado. Vários problemas são apontados pela autora durante a história, como a Síndrome de Estocolmo, que algumas das internas desenvolveram. Me surpreendi com duas personagens em especial: V (que se chama Virginia) e a mãe de Brit, prestem atenção nelas, é de chorar.

Encontrei apenas dois erros de revisão, crassos, mas que não atrapalharam o andamento da história. Por fim, me sinto na obrigação de recomendar essa história maravilhosa, com personagens que podemos nos identificar com alguma delas e torcer para que elas terminem bem.




Olá!

Hoje trago para vocês a primeira resenha do projeto "Vida Literária", em parceria com os blogs O Outro Lado da Raposa, da Raíssa e Entre Chocolates e Músicas, da Ani. O primeiro resenhado desse projeto é um livro que, todo mundo que leu adorou, mas eu ainda tinha um pé atrás. Eu li e, me surpreendi com o resultado.

O "Vida Literária" consiste em: cada uma escolhe um livro, faz-se um sorteio e o escolhido será lido pelas três durante o mês. No final do mês, nos reunimos para discutir sobre a obra em questão e trocarmos opiniões - elas estarão com aspas durante o texto. E a resenha sai sempre no fim do mês. O escolhido de agosto foi "Eu Estive Aqui", da Gayle Forman, sugestão da Ana.




Eu Estive Aqui começa com um email de Meg Garcia para Cody Reynolds. Em suma, Meg avisava para a amiga que me mataria. Cody e Meg eram melhores amigas, na escola eram "Unha e Carne", a amizade era de conhecimento geral na pequena cidade onde viviam, no leste de Washington. Meg estava em um quarto de hotel, quando tomou um veneno mortal. Antes disso, preparou emails para serem disparados e ainda deixou 50 dólares de gorjeta para a camareira.

Enquanto Meg ganhou uma bolsa de estudos na Universidade de Washington, Cody ficaria na cidade, fazendo faculdade comunitária - que, segundo o livro, é de qualidade duvidosa - e fazendo faxinas para sobreviver. Meg vinha de uma família estruturada, vivia com seus pais Joe (de descendência mexicana) e Sue e o irmão Scottie, de 10 anos, além do cachorro Samsom. Cody vivia com Tricia, sua mãe (não podia chamá-la de mãe, apenas de Tricia), uma mulher relapsa e não chegou a conhecer seu pai.

Após a morte de Meg. Joe e Sue pedem que Cody vá até Tacoma, onde ficava o campus que Meg estudava, para buscar os pertences da jovem na república onde vivia. Chegando na república, Cody conhece Tree, Richard, Alice e Harry, colegas de Cody. A amiga não queria acreditar que Meg vivia com colegas tão... diferentes, digamos.

Cody conhecia Meg muito bem. Ou achava que conhecia. Ela encontra o notebook de Meg e resolve fuçar em sua caixa de email. Encontra emails de Ben McCallister e muitos outros sobre suicídio. Mas algo lhe chama a atenção: a ausência de email em um determinado espaço de tempo e um arquivo que está na lixeira. Um arquivo criptografado.

Enquanto Cody não sabia do que se tratava o tal arquivo, ela resolveu ir atrás do tal Ben McCallister, que, em sua concepção, era o causador do suicídio de Meg. Quando ela o conhece, tudo o que ela sabia sobre o suicídio vai por água abaixo.

Simplesmente não tenho palavras para descrever esse livro. Suicídio é um tema delicado, tratado como tabu. Mas não nesse livro. A sensibilidade com que a Gayle escreveu sobre o tema é algo incrivelmente único.

Hoje eu entendo porque as pessoas admiram tanto a Gayle. Ela teve a habilidade de pegar um tema extremante denso e narrar com uma sensibilidade tão grande que não tem como não se apegar ao livro.Seus personagens foram bem construídos e isso é um grande diferencial. Acho que o fato de muitos jovens lerem as obras da autora, essa temática é ótima para alarmar e conscientizar algumas pessoas. Indico a leitura. - Ani Lima

Quando você pensa que Cody está chegando perto, a trama sofre uma reviravolta. Quando você acha que Cody vai se ferrar, acontece algo que nos deixa boquiabertos. Esse livro é tão maravilhoso que, dá pra ler em um dia só - foi o que fiz, já que demorei pra começar a ler. Desculpe, meninas! Quando você começa, não consegue parar enquanto não descobre o que vai acontecer com cada personagem.

Eu Estive aqui me surpreendeu muito. Quando li a sinopse, não esperava que o livro traria tantas questões importantes e que muitas vezes são deixadas de lado. É um livro muito sensível, que mexe bastante com nossos sentimentos. Raíssa Martins

A edição que recebi da Arqueiro, parceira do blog, está de parabéns! Encontrei poucos erros - falta de atenção - mas nada que dificulte a leitura. A capa condiz com a trama e a fonte Times 14 + folhas amareladas (marca registrada da editora) deixam a leitura confortável. Recomendo que leiam a Nota da Autora, em que ela explica como um simples artigo sobre suicídio tornou-se um sucesso de vendas - pra quem não sabe, Gayle é jornalista. Nessa parte, meus olhos lacrimejaram.

Eu não sei como eu ainda não tinha lido nada da Gayle. A escrita dela flui com uma delicadeza única, ela é uma das poucas que consegue fazer com que um tema tão pesado se torne tão plausível quando se lê. O leitor pode facilmente se identificar com Cody ou Ben, ou até mesmo Sue. Com esses personagens, a autora demonstrou que é possível falar de um assunto delicado sem parecer loucura e, o mais importante, o livro mostra os resultados de um suicídio, pra quem fica, claro. Leitura mais que recomendada.

Termino dizendo que vocês devem ler sim, Eu Estive Aqui não é só um romance, é uma história que nos traz o suicídio não como um crime, mas como um mal que deve ser discutido e combatido. Suicídio não é "coisa da sua cabeça". É tão real como o ar que respiramos. Simplesmente leiam.



E a próxima leitura é... Melancia! Da autora Marian Keyes, o livro conta a história de uma mulher que acabou de ter um bebê e foi abandonada pelo marido, que tinha um caso extraconjugal há mais de seis meses. A escolha foi da Raíssa. Espero gostar desse livro!