Olá!

Hoje trago para vocês a primeira resenha do projeto "Vida Literária", em parceria com os blogs O Outro Lado da Raposa, da Raíssa e Entre Chocolates e Músicas, da Ani. O primeiro resenhado desse projeto é um livro que, todo mundo que leu adorou, mas eu ainda tinha um pé atrás. Eu li e, me surpreendi com o resultado.

O "Vida Literária" consiste em: cada uma escolhe um livro, faz-se um sorteio e o escolhido será lido pelas três durante o mês. No final do mês, nos reunimos para discutir sobre a obra em questão e trocarmos opiniões - elas estarão com aspas durante o texto. E a resenha sai sempre no fim do mês. O escolhido de agosto foi "Eu Estive Aqui", da Gayle Forman, sugestão da Ana.




Eu Estive Aqui começa com um email de Meg Garcia para Cody Reynolds. Em suma, Meg avisava para a amiga que me mataria. Cody e Meg eram melhores amigas, na escola eram "Unha e Carne", a amizade era de conhecimento geral na pequena cidade onde viviam, no leste de Washington. Meg estava em um quarto de hotel, quando tomou um veneno mortal. Antes disso, preparou emails para serem disparados e ainda deixou 50 dólares de gorjeta para a camareira.

Enquanto Meg ganhou uma bolsa de estudos na Universidade de Washington, Cody ficaria na cidade, fazendo faculdade comunitária - que, segundo o livro, é de qualidade duvidosa - e fazendo faxinas para sobreviver. Meg vinha de uma família estruturada, vivia com seus pais Joe (de descendência mexicana) e Sue e o irmão Scottie, de 10 anos, além do cachorro Samsom. Cody vivia com Tricia, sua mãe (não podia chamá-la de mãe, apenas de Tricia), uma mulher relapsa e não chegou a conhecer seu pai.

Após a morte de Meg. Joe e Sue pedem que Cody vá até Tacoma, onde ficava o campus que Meg estudava, para buscar os pertences da jovem na república onde vivia. Chegando na república, Cody conhece Tree, Richard, Alice e Harry, colegas de Cody. A amiga não queria acreditar que Meg vivia com colegas tão... diferentes, digamos.

Cody conhecia Meg muito bem. Ou achava que conhecia. Ela encontra o notebook de Meg e resolve fuçar em sua caixa de email. Encontra emails de Ben McCallister e muitos outros sobre suicídio. Mas algo lhe chama a atenção: a ausência de email em um determinado espaço de tempo e um arquivo que está na lixeira. Um arquivo criptografado.

Enquanto Cody não sabia do que se tratava o tal arquivo, ela resolveu ir atrás do tal Ben McCallister, que, em sua concepção, era o causador do suicídio de Meg. Quando ela o conhece, tudo o que ela sabia sobre o suicídio vai por água abaixo.

Simplesmente não tenho palavras para descrever esse livro. Suicídio é um tema delicado, tratado como tabu. Mas não nesse livro. A sensibilidade com que a Gayle escreveu sobre o tema é algo incrivelmente único.

Hoje eu entendo porque as pessoas admiram tanto a Gayle. Ela teve a habilidade de pegar um tema extremante denso e narrar com uma sensibilidade tão grande que não tem como não se apegar ao livro.Seus personagens foram bem construídos e isso é um grande diferencial. Acho que o fato de muitos jovens lerem as obras da autora, essa temática é ótima para alarmar e conscientizar algumas pessoas. Indico a leitura. - Ani Lima

Quando você pensa que Cody está chegando perto, a trama sofre uma reviravolta. Quando você acha que Cody vai se ferrar, acontece algo que nos deixa boquiabertos. Esse livro é tão maravilhoso que, dá pra ler em um dia só - foi o que fiz, já que demorei pra começar a ler. Desculpe, meninas! Quando você começa, não consegue parar enquanto não descobre o que vai acontecer com cada personagem.

Eu Estive aqui me surpreendeu muito. Quando li a sinopse, não esperava que o livro traria tantas questões importantes e que muitas vezes são deixadas de lado. É um livro muito sensível, que mexe bastante com nossos sentimentos. Raíssa Martins

A edição que recebi da Arqueiro, parceira do blog, está de parabéns! Encontrei poucos erros - falta de atenção - mas nada que dificulte a leitura. A capa condiz com a trama e a fonte Times 14 + folhas amareladas (marca registrada da editora) deixam a leitura confortável. Recomendo que leiam a Nota da Autora, em que ela explica como um simples artigo sobre suicídio tornou-se um sucesso de vendas - pra quem não sabe, Gayle é jornalista. Nessa parte, meus olhos lacrimejaram.

Eu não sei como eu ainda não tinha lido nada da Gayle. A escrita dela flui com uma delicadeza única, ela é uma das poucas que consegue fazer com que um tema tão pesado se torne tão plausível quando se lê. O leitor pode facilmente se identificar com Cody ou Ben, ou até mesmo Sue. Com esses personagens, a autora demonstrou que é possível falar de um assunto delicado sem parecer loucura e, o mais importante, o livro mostra os resultados de um suicídio, pra quem fica, claro. Leitura mais que recomendada.

Termino dizendo que vocês devem ler sim, Eu Estive Aqui não é só um romance, é uma história que nos traz o suicídio não como um crime, mas como um mal que deve ser discutido e combatido. Suicídio não é "coisa da sua cabeça". É tão real como o ar que respiramos. Simplesmente leiam.



E a próxima leitura é... Melancia! Da autora Marian Keyes, o livro conta a história de uma mulher que acabou de ter um bebê e foi abandonada pelo marido, que tinha um caso extraconjugal há mais de seis meses. A escolha foi da Raíssa. Espero gostar desse livro!