Olá!

Vocês acharam que eu ia ficar muito tempo longe dos romances policiais? Erraram! Isso porque, graças a Ani, do Entre Chocolates e Músicas, que tem parceria com a Rocco, eu pude ler Terceira Voz, do casal Rolf e Cilla Börjlind - um dia eu aprendo a pronunciar esse sobrenome. A resenha original foi postada no EC&M.
SKOOB - Terceira Voz é o segundo livro da série protagonizada pela aspirante a policial Olivia Rönning, que está numa péssima fase de sua vida, por isso resolveu tirar um ano sabático após concluir seu curso na Academia de Polícia sueca. Quando ela volta do México, Olivia – que decide mudar seu sobrenome para Rivera – cai de paraquedas num certo caso policial – mais do que deveria. Olivia fez o curso, mas optou por não seguir carreira na polícia.

Numa certa noite, a jovem Sandra Salhmann encontra seu pai, Bengt, pendurado pelo pescoço no teto de casa. Tudo indica suicídio, porém a hipótese cai por terra quando se descobre que Bengt estava investigando o roubo de uma grande carga de drogas na Alfândega, onde era funcionário.

Enquanto isso, em Marselha, na França, os pedaços de uma mulher são encontrados em diversos lugares da cidade, investigações prévias descobrem que a vítima se chamava Samira, era cega e fazia filmes pornô para sobreviver.

Abbas el Fassi conhecia Samira de longa data e, revoltado com a notícia da morte da moça, resolveu ir até a cidade francesa, para descobrir o que aconteceu e punir os culpados. E Abbas é um exímio atirador de facas. Ele resolve convidar seu amigo, o ex-policial Tom Stilton, para ir com ele nessa jornada.
Abbas, Tom e Olivia acabarão por saber que, de certa forma, os assassinatos de Bengt Sahlmann e Samira não são só coincidência. E podem estar muito interligados, apesar da distância entre Marselha e Estocolmo. Logo, querendo ou não, os instintos investigativos de Olivia e Tom ressurgirão com toda a força.

Eu vou dizer o que desse romance? Isso mesmo, que não tem como eu não enjoar de scandi-crime, o romance policial escandinavo. Por mais que eu já tenha lido vários – e vários num curto espaço de tempo – cada autor tem sua particularidade. E não é diferente com o casal Börjlind (ainda não aprendi a pronunciar o sobrenome). Os personagens são humanos, mas com aquele ingrediente que não pode faltar em nenhum romance policial – independente da nacionalidade: o protagonista sempre priorizará a justiça, colocando todo o excedente em segundo plano – e isso inclui família e amigos.

Além de Olivia e Tom (que não se falam porque ela tem ressentimentos com ele, por causa de uma certa situação ocorrida no livro anterior, Maré Viva), os outros policiais também são essenciais na história, como Mette Olsäter, a detetive-chefe, com seu faro, conhecido e respeitado em todo o país. Mette e seu marido Mårten (se pronuncia Morten) são amigos de longa data tanto de Olivia quanto de Tom, mas por causa da decisão de Olivia de não se tornar policial acaba balançando um pouco a relação das duas.
E como é de praxe, a sociedade – em suas piores facetas – são exibidas no livro como se fosse um aviso de que nem tudo é perfeito na Suécia. Lá também tem problemas sociais, como a corrupção, violência contra a mulher, desvio de verbas públicas e por aí vai. A crítica social é feroz, mas sutil; a trama aponta as feridas de uma nação que, mesmo muito desenvolvida, ainda tem suas falhas.

Vim conhecer o casal Cilla e Rolf justamente por causa desse lançamento, até então nem sabia que a Rocco publicava romances policiais. Então, pedi – implorei – para a Ana tentar um exemplar para mim, e não me arrependo de ter lido, isso porque as 461 páginas voam (se eu tivesse mais tempo livre, teria lido em uns dois dias). Terceira Voz me foi uma grata surpresa, apesar de, na tradução, a tradutora ter se empolgado e escrito umas palavras que nem minha avó, se estivesse viva, usaria, de tão arcaicas que são. Mas isso não me incomodou, só surpreendeu. O trabalho da Rocco ficou muito bom, agora só me resta juntar a grana e ter o Maré Viva, porque alguns pontos que se resolveram neste livro, foram iniciados no anterior.

Leitura fortemente recomendada. E Ani, obrigada pelo livro.

P.S.: leitor, leia este livro em uma posição bem confortável, porque quando você descobrir porque o título é Terceira Voz, vai cair da cadeira. De surpresa.




Olá!

Confesso que não uso a Netflix como gostaria - gosto muito, mas não a ponto de ser viciada - porém, quando pego numa cegueira, não largo mais. E foi assim com Marcella, série produzida pela Netflix em parceria com o canal britânico ITV e protagonizada pela Anna Friel.
A série vai contar a história da detetive aposentada Marcella (favor ler com pronúncia italiana) Backland (Anna), que, após 12 anos afastada da polícia, volta ao batente porque uma série de crimes está acontecendo em Londres. Onze anos depois da série anterior, em que o assassino ficou um bom tempo preso. E não é só isso: assim que o assassino colocou os pés na rua, a matança recomeçou.

Mas Marcella parece um pouco perturbada. Ela claramente não se sente bem, isso porque seu casamento de longa data acabou e o ex-marido foi embora de casa, e é claro que ela quer que ele volte. Nesse meio tempo que Marcella se aposentou, ela virou dona de casa, teve dois filhos e se afundou na vida doméstica. Até ser chamada de volta por sua chefe, os detetives Laura Porter e Rav Singha.

Com uma equipe de detetives de alto nível, a detetive Backland terá que jogar contra o tempo para prender o assassino, porque, em paralelo aos crimes, várias outras situações estão acontecendo, o que deixa tanto Marcella como o telespectador confusos, porém vidrados, não perdendo nenhum detalhe sequer - porque, se demorar pra notar, já era.
Alex Dier (Charlie Covell), parceira de Marcella. Ela não é linda? Aleatório: a associei ao David Bowie, não sei porquê.
Cresci vendo CSI - Investigação Criminal, NCIS, Lei e Ordem (vi os dois, mas o da Olivia Benson é o meu favorito). Por causa do blog (e do James Patterson), passei a amar os romances policiais e fiquei um pouco decepcionada ao passar o olho na Netflix e ver que ela tem tão poucas opções de séries policiais (Netflix, se você vir esse apelo, coloca na plataforma essas séries citadas, obrigada). Até que vi no blog "São Tantas Coisas" uma resenha dessa série. Reconheci de imediato a atriz por causa do filme Invasão de Privacidade (ela estava sem sotaque).

No post, o blogueiro elogiava a série, mostrando porque Marcella o havia conquistado. Resolvi dar uma chance e... nos primeiros oito minutos, fiquei boiando, sem entender nada. Aí acabei abandonando, até que no último feriado, tinha umas séries pra encerrar e, quando estas acabaram (Santa Clarita Diet é engraçadinha e só; Chewing Gum beira o bizarro, mas dá pra rir também) resolvi ver de novo. Não parei mais. Acabei os oito episódios (45 minutos cada) em dois dias.
Eu na vida. Sim, ela faz essa cara de choro A SÉRIE INTEIRA.
Como falei, você não pode perder nenhum detalhe da trama. Apesar de ser investigativa, ela tem sua dose de drama, principalmente no campo pessoal. Marcella está destroçada com o fim do casamento, que ela investiu tanto tempo e paciência. Seu marido, Jason, se importa mais com seu trabalho do que qualquer outra coisa. Os dois filhos do casal estudam num colégio interno, sendo assim, nossa detetive tem tempo de sobra para investigar.

A fotografia é tão linda <3 Claro que o fato da trama se passar em Londres ajuda muito, não há tanto trabalho para fazer belas imagens. Tirando a Anna, não conhecia nenhum dos atores, agora, o ator Ray Panthaki (o detetive Rav Singha) até curte meus tweets em que pergunto quando vai sair a segunda temporada (porque já está confirmado que vai sair). Particularmente, odeio sotaques, mas confesso que morro de amores pelo sotaque britânico, é tão lindo - e de fácil compreensão...

Se você procura uma série original Netflix bacana e afastada do mainstream (são dessas que eu gosto), Marcella é uma ótima pedida. Tudo nessa série é maravilhoso, a começar pela própria Anna Friel, que atriz. Só quero entender porque uma inglesa tem nome com pronúncia italiana...



Olá!

Depois de uma leitura densa e cheia de sangue, nada como uma leitura leve, rápida, que nos faz rir e ainda por cima dá para ler num dia só. Estou falando de Holy Cow - Uma Fábula Animal, de David Duchovny (trabalhou no Arquivo X).
SKOOB - Holy Cow conta a história da vaca Elsie Bovary (há boatos de que não é parente da Madame), que deve ter algum problema de déficit de atenção, porque ela já começa o livro nos bombardeando com divagações. Mas até aí tudo bem, ela é uma vaca. Elsie mora numa fazenda e tem sua melhor amiga, a Mallory, que está caidinha por um dos touro magya do lugar.

Até que, um certo dia, o filho mais velho do fazendeiro, que consegue ordenhar uma vaca e enviar mensagens no celular, deixa o portão aberto e Elsie e Mallory acabam saindo de seu cercado. Por uma questão do momento, Elsie acaba brechando a janela da casa da família e vê todos quietos diante do Deus Caixa. O Deus Caixa está mostrando uma coisa cruel a respeito de diversos animais, entre eles, as vacas.

Desesperada, Elsie bola um plano para fugir de lá e ir para a Índia, porque, segundo o Deus Caixa, as vacas são sagradas na Índia. Mas, no meio do caminho, ela encontra Shalom, um porco convertido ao judaísmo (isso mesmo) e Tom, um pavão muito magro que tem um celular, que é tudo que Elsie precisava para continuar seu plano.

Assim como Elsie quer ir para a Índia, Shalom quer ir para Israel e Tom, para a Turquia. E eles viverão altas aventuras, cheias de diversão, para chegarem a seus destinos e fugirem de seus destinos óbvios.
Quando vi esse livro pela primeira vez, achei que era um livro engraçado e só. Mas não, não contente em ser engraçado, Holy Cow mostra que, até mesmo uma simples ação pode dar um ponto final em conflitos antigos. Conflitos do tipo Israel-Palestina, quero dizer. Elsie é uma vaca autêntica, divaga mesmo e fala na cara o que pensa, mesmo sua editora não gostando muito disso.

No livro, além dos personagens engraçados, tem umas ilustrações bem bacanas, feitas pela Natalya Balnova. David colocou diversas sacadas ao longo da histórias, mas eu não saquei muitas porque ou não gosto de rock ou simplesmente não nasci na época citada, mas tudo bem, nada que você não possa pesquisar rapidamente. Esse livro foi escrito para crianças, porém, com tanta referência à cultura pop (muitas vezes a pedido da editora de Elsie), não tem como os adultos não gostarem. Enfim, é um livro para todos.



Olá!

Terminar uma série que nós gostamos tem dois lados: o bom, em que nos livramos de um ciclo, e o ruim, em que nos despedimos com dor no coração porque a trama e os personagens são maravilhosos. E foi exatamente isso que aconteceu com a série Amores Improváveis, da canadense Elle Kennedy, que se encerra com o quarto volume, A Conquista, que é nosso resenhado de hoje.
Resenhas Anteriores: O Acordo | O ErroO Jogo

SKOOB - Neste volume, o protagonista é John Tucker, o mais quieto - mas não menos gostoso - dos jogadores de hóquei do time da Universidade Briar. De origem humilde, ele pretende investir a grana que recebeu de herança em um negócio próprio, mas não sabe se quer ficar próximo da universidade ou próximo da mãe, que mora no Texas.

Do outro lado, Sabrina James é totalmente diferente das demais protagonistas. Dean Di Laurentis a considera uma bruxa, os demais a consideram antipática e fria, Tucker está apaixonado por ela. Sabrina tem uma vida tensa: vive com a avó, que não sabemos se gosta dela ou não, e um padrasto nojento. Não conheceu o pai e sua mãe a abandonou ainda criança. Essa barra pesada faz com que Sabrina tenha um foco: entrar em Harvard e sair da vida que leva.

E um detalhe faz a vida de Tucker e Sabrina mudar irremediavelmente. Não vou dizer o que é, mas o que não foi dito na quarta capa deste livro foi dito no último parágrafo do livro anterior, ou seja, sem querer a autora nos dá um spoiler. Só dá para dizer que, além de matarmos as saudades dos casais anteriores (sou #teamGarrett), ainda podemos conhecer um pouco mais de Tuck e sua paciência infinita.
A única coisa que não gostei desse livro foi que a autora precisou voltar no tempo para começar a história de Tucker e Sabrina, então, algumas coisas que aconteceram n'O Jogo ainda não aconteceram nesse, mas tirando isso, amo essa série e irei protegê-la. Ela é carregada de clichês, mas a escrita da Elle é tão gostosa que você devora o livro rapidinho - li em dois dias.

Mesmo os universitários americanos e brasileiros vivendo em mundos totalmente opostos, dá vontade de querer estudar na Briar, seja pelos atletas gatos, seja porque todo mundo vai se dar bem, seja pelo ensino de alto nível. Esse é mais que um motivo para mergulhar na leitura, se imaginar num universo tão diferente - e intocável para muitos - vivendo fortes emoções...

Essa série termina direitinho, sem pontas soltas, porém, uma parte do meu coração desejou secretamente que houvesse mais um livro desse universo, porque, mesmo já tendo falado dos quatro principais jogadores de hóquei (são cinco no rinque), os titulares, ainda apareceu uma galera bacanuda que merecia um livro sim. E qual minha surpresa, ao ler os agradecimentos da autora (só eu me emociono lendo agradecimentos?), Elle anuncia que... vai ter sequência!
Muita gente - eu também - não gosta quando uma série vai sendo esticada e esticada eternamente (não cansou de ganhar dinheiro?), mas tenho que admitir que amei saber que, em algum momento, vai ter mais da Universidade Briar! Só fica o questionamento se ela vai continuar focando no hóquei ou se vai pular pro futebol americano (cadê o soccer?).

Enfim, sou suspeita para falar, mas indico toda a série Amores Improváveis pra quem curte uma leitura gostosa, pra passar o tempo, leve, tranquila e engraçada - e com algumas cenas de sexo, porque ninguém é de ferro!