Olá!

O resenhado de hoje é um livro que aparenta ser voltado para o público infantil. Mas só aparenta, porque a mensagem que ele transmite é tão linda que vale a pena ser lido por todos. É o Infinito Reflexo, lançamento da Empíreo, parceira do blog.
Infinito Reflexo, que tem como subtítulo "Um palácio para Hamid", conta a história real da viagem da autora Cris de Ávila à Índia, onde conheceu um garoto que ela chama de Hamid (porque ela esqueceu de perguntar o nome do garoto). Hamid não é um menino qualquer. Com seu caderno surrado e cheio de orelhas, ele aborda os turistas na porta do Palácio dos Espelhos. 

Hamid vende canetas artesanais, mas não é por isso que aborda os turistas. Ele quer conhecer cada país de onde veio cada um daqueles turistas. Ele resolve conversar com uma mulher loira. Seu nome é Magda, ela é de Berlim e em seu país o beisebol não é famoso, mas são tetracampeões de futebol. E assim, Hamid vai desenhando a Alemanha em seu caderno surrado e cheio de orelhas. O detalhe é que Magda respondeu todas as perguntas do menino em alemão, o que não seria surpreendente, se o menino falasse alemão, o que não é o caso.

Vou parar por aqui para não soltar mais da história. O livro é forrado de ilustrações. O ilustrador é o Leonardo Guidugli, que tem um traço incrível e conseguiu transmitir bem com seus desenhos o que a Cris queria dizer. O livro tem uma escrita bem gostosa, de fácil compreensão e é impossível não querer contar sua história pro Hamid.


Se a escrita e as ilustrações são lindas, o que dizer do trabalho da Empíreo? Revisão, edição e a capa dura estão impecáveis. O único ponto negativo é até inusitado: o cheiro do livro. Não é cheiro de livro novo, o cheiro do papel usado é ruim, não sei explicar, dá um pouco de dor de cabeça e enjoo (principalmente se você ler no transporte coletivo). Mas tirando isso, o livro deve ser lido sim.

Ah, e a renda obtida com os direitos autorais desse livro vai para o projeto "Save the Childrood Movement" (salve o movimento da infância, em português), da Bachpan Bachao Andolan, cujo objetivo é salvar as pessoas do trabalho escravo e exploração infantil. Até hoje, o movimento salvou mais de 80 mil pessoas da degradação humana. Clique aqui para conhecer a BBA. Portanto leiam, é um livro lindo que toda a família vai adorar!


Olá!

O resenhado de hoje é um livro que encanta crianças e adultos de todo o mundo: As Batalhas do Pequeno Nicolau, da coleção "Histórias inéditas do Pequeno Nicolau - em oito volumes", idealizada pela Editora Rocco. Lembrando que o Pequeno Nicolau é uma criação da dupla francesa Sempé-Goscinny.



(aproveito e ostento meu exemplar em francês, à direita, rs)

Os desenhos são de Jean-Jacques Sempé, nascido em Bordeaux e os textos são de René Goscinny, de Paris. Essas histórias são inéditas e foram publicadas em 2009, em comemoração dos 50 anos, editadas por Anne Goscinny, filha de René. Além das histórias de Goscinny, os traços de Sempé demonstram simplicidade e beleza, tudo que as crianças deveriam ter (porque vamos combinar que a infância brasileira está pela hora da morte...)

Nesse livro, Nicolau conta uma série de situações engraçadas envolvendo sua família e amigos.

Para quem não sabe, Nicolau é um garotinho francês que vive com seus pais e que tem um monte de amigos. Ele conta suas histórias de uma forma linda, super delicada e inocente. Realmente como deveriam ser as crianças, assim como eu fui.



(ilustrações como essas são encontradas em diversas passagens do livro)

Basicamente, cada um dos oito volumes (que podem ser lidos fora da ordem, porque não são histórias interligadas) reúnem histórias que possuem um tema em comum. Nesse volume em questão (o oitavo, diga-se de passagem), a editora reuniu textos que têm como pano de fundo situações em que Nicolau se envolve em problemas (ou acaba envolvendo alguém, rs).

Por exemplo, temos a historinha "O Espelho". Aqui, o pai de Nicolau (Nicolau nunca fala os nomes de seus pais) compra um espelho grande e pesado para a sala, mas não sabe como pendurar. Entram em cena os vizinhos de Nicolau, o senhor e a senhora Blédurt. O senhor Blédurt vai ajudar o pai de Nicolau a instalar e aí... (não vou contar porque é spoiler, mas posso afirmar que é a melhor história do livro!)

Nicolau também conta como são seus amigos: Godofredo (que tem um pai que dá tudo o que ele pede), Alceu (que come demais *me identifiquei*), Clotário (que é muito preguiçoso), Eudes e Rufino (que são os valentões) e outros que aparecem esporadicamente, como Maximiliano e Joaquim.

Como na história "O Barba-Ruiva", em que Nicolau recebe Alceu em sua casa ("depois de Alceu comer pão de forma com geleia, que estava guardado no bolso das calças") para brincar de futebol, porém, a mãe de Nicolau os proíbe de bater bola, pois vai acordar o pai cansado e para não quebrar as vidraças de casa. E é aí que entra o Barba-Ruiva...

Apesar de ser uma leitura simples e infantil, Nicolau faz renascer em nós a criança que já não existe mais. Acredito que Sempé e Goscinny fizeram a infância de muitos franceses feliz, assim como a Mônica, de Mauricio de Sousa - GUARDADAS AS DEVIDAS PROPORÇÕES - porque Nicolau é um menino que nos cativa desde as primeiras frases, dá vontade de apertar as bochechas dele, de tanta simplicidade e fofura. Em alguns casos, dá vontade de ter um filho, registrar de Nicolau só pra encher de amor e apertar as bochechas!

Só pra variar, já consegui o sétimo volume, "As Diversões do Pequeno Nicolau" e quero me deliciar com mais aventuras do garotinho francês mais amado do mundo!

Espero que vocês também gostem e, antes que eu me esqueça, O Pequeno Nicolau também tem filme, que foi lançado em 2009, junto com essas histórias inéditas!!