Olá!

O resenhado de hoje é uma reedição de um livro que me arrancou lágrimas e me deixou indignada com o final. Todo mundo que leu Nicholas Sparks sabe como ele idealiza seus personagens - e como ele escreve. Mas, esse livro é diferente de tudo o que eu li dele. É por isso que fiquei indignada. Vem chorar comigo com a resenha de Noites de Tormenta - que eu li em 2010 (ou 2011, não lembro) pela Novo Conceito, com o Richard Gere e a Diane Lane na capa. Agora, ele foi reeditado pela Arqueiro, com uma capa linda e com pessoas que não são famosas.
Rocky Monty, 2002: Noites de Tormenta nos apresenta Adrienne Willis, uma mulher que está para completar 60 anos e que tem uma vida bem monótona: separada (porque o marido a trocou por uma que tinha 10 anos a menos), ela trabalha meio período em uma biblioteca e cuida de seus três filhos Amanda, Matt e Dan. Todos têm suas próprias vidas, mas mães sempre serão mães, rs. Ela está preocupada com Amanda, que enviuvou há oito meses e, enclausurada em seu mundo, acabou largando de mão seus dois filhos pequenos. Então, Adrienne decide contar a Amanda uma história que aconteceu catorze anos atrás, quando ela foi para Rodanthe, na Carolina do Norte.

Rodanthe, 1988: Voltemos catorze anos no livro. A história propriamente dita começa quando o dr. Paul Flanner, depois de se separar de sua esposa, Martha, decide vender sua clínica e sua casa para ir ao encontro de Robert Torrelson, cuja esposa morreu após cirurgia realizada por Flanner. Vale lembrar que Flanner nasceu em família humilde e sempre colocou trabalho e estudos em primeiro lugar. Robert Torrelson mora em Rodanthe. Para chegar lá, o cirurgião alugou um quarto na pousada de Jean.

Porém, como Jean tinha um casamento para ir em outra cidade, pediu para que Adrienne cuidasse da pousada. Jean e Adrienne são amigas de longa data. Como Adrienne estava recém separada (só há três anos) e os filhos estavam na casa do pai, que mora em outra cidade, resolveu ajudar a amiga. Seria só cinco dias, não haveria problema. Quando ambos se conhecem, já na pousada, a atração é imediata (como em TODOS os livros do Sparks). Rodanthe está em época de tempestade, mas nada disso assusta o casal.

Adrienne e Paul se apaixonam, mas os cinco dias estão se esgotando. Ele vai para o Equador encontrar seu filho e ela precisa voltar para sua cidade (Rocky Monty) para cuidar de sua família. Eles juram amor eterno, trocam cartas e telefonemas. Ele prometeu a ela que se veriam de novo em um ano. Mas, dessa vez, o destino, na forma de Nicholas Sparks, pregou uma peça no casal.

Não tenho palavras para descrever esse livro. Lindo, maravilhoso, espetacular, delicado são bons adjetivos. Mas não servem. Essa história pode até parecer mais do mesmo (e é) mas tem algo na história que me deixou impressionada, pode ser a própria história, pode ser Paul Flanner, que, apesar de workaholic e pai ausente, é um cara de grande coração, (e é o Richard Gere no filme!) que se apaixonou por uma mulher recém-separada, que se sentia sozinha e solitária (sozinha e solitária têm sentidos diferentes, mesmo sendo sinônimos) com baixa auto-estima (foi traída) e que nunca era convidada pra sair (quem é doido de não chamar Diane Lane pra sair!?).

São duas pessoas maduras, com passados diferentes e dores semelhantes, que, aos se conhecerem, sentem que há uma conexão entre si. Como se tivessem que ter vivido o que viveram para que pudessem se encontrar na plenitude do amor (agora escrevi bonito rs). E a solidão da pousada mais os sentimentos aflorados de ambos e Rodanthe se acabando em água ditam o clima do curto porém marcante relacionamento.

De praxe, recebi em parceria com a Arqueiro, que nem preciso dizer (mentira, preciso sim) que fez um trabalho espetacular de capa, revisão e edição. Não encontrei erros de português. Folhas amareladas, de um material que remete folhas antigas bem conservadas e fonte Times 14 contribuíram para uma leitura confortável e feita em tempo recorde - comecei na sexta de tarde, no trajeto trabalho-faculdade e terminei no sábado de manhã. O livro tem 170 páginas, que poderiam ser devoradas em menos tempo até, mas preciso trabalhar e estudar. 

Antes de ser publicado pela Arqueiro, a Novo Conceito publicou o livro com Richard Gere e Diane Lane na capa. Eu não gosto de ver pôster de filme na capa do livro, mas dessa vez, tive que abrir uma exceção, a capa é linda - tanto que, quando fui na biblioteca, no último sábado, fui na prateleira só pra ver o livro, aliás, a primeira vez que li Noites de Tormenta foi na biblioteca mesmo, rs.

Depois de derramar tanto amor por Paul e Adrienne, tenho o dever de recomendar esse livro! Essa história não fala só sobre o amor, mas engloba a dor da perda, o sofrimento da traição, o que acontece quando colocamos o trabalho na frente de tudo - tudo mesmo... Enfim, é pra refletir e amar! E pensar como poderia ser diferente...

PS: não gostei da tradução do título. O original é "Nights in Rodanthe", remetendo à cidade. No Brasil, "Noites de Tormenta" remete às fortes tempestades que abalaram a cidade durante os cinco dias. Vai ver traduziram porque acharam que os leitores não conseguiriam pronunciar "Rodanthe".

PS2: sou contra o spoiler, abomino, mas, dessa vez preciso compartilhar um com vocês: o ex-marido de Adrienne, Jack, a trocou por Linda, sua colega de trabalho que tem dez anos a menos que Adrienne. Alguns anos depois de Rodanthe, Linda... trocou Jack por um cara com idade parelha à sua!! Achei maravilhoso! Pra não me matarem, deixei o spoiler em branco, aí você decide se lê ou não.

Já leram outros livros do autor? O que acharam da resenha de Noites de Tormenta? Dessa vez, não vai ter trailer do filme por motivos de: o livro sempre será melhor!