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Recado primordial: estou selecionando blogs/booktubers/instagrammers para parceria comigo, para leitura e resenha do meu livro, Segunda Chance! Se você se interessa, clique aqui e se inscreva! Inscrições até o dia 25 e dia 30 de janeiro eu anuncio os escolhidos!
Agora, ao que interessa: mais uma entrevista no blog! E o nosso autor de hoje é o Paulo de Castro, que escreveu O Androide, publicado pelo selo Talentos da Literatura Brasileira, da Novo Século. Ele falou conosco e agora vocês conferem as respostas - exclusivas, é claro.
Diga para os leitores do blog: quem é Paulo de Castro?
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Agora, ao que interessa: mais uma entrevista no blog! E o nosso autor de hoje é o Paulo de Castro, que escreveu O Androide, publicado pelo selo Talentos da Literatura Brasileira, da Novo Século. Ele falou conosco e agora vocês conferem as respostas - exclusivas, é claro.
Diga para os leitores do blog: quem é Paulo de Castro?
É
uma pessoa tranquila, que gosta muito de ler, assistir filmes e comer
chocolate. Bibliotecário há mais de dez anos e, como se não
estivesse com o tempo escasso o suficiente, resolveu também escrever
livros.
Como
você descobriu o gosto pela leitura?
Eu
descobri o gosto pela leitura no colégio. Logo percebi que não
flertava muito com as ciências naturais, entende? Lembro-me de,
ainda muito novo, ler Edgar Allan Poe. O livro fora emprestado por um
professor de português que percebeu que eu gostava de ler.
*Adendo da blogueira: Sim, entendo. Ciências naturais nunca foi a minha praia.*
E
quando você decidiu que seria escritor?
Eu
sempre quis ser escritor, mas achava que não estava maduro o
suficiente para tal – e acho que nunca vou estar – e nunca tinha
tempo para sentar e escrever. Em janeiro de 2014 eu tirei férias e
não pude viajar. Resolvei sentar e escrever “O androide”.
*Adendo da blogueira: Entendo também. Algum dia, há muitos anos, decidi ser escritora, mas só no ano passado, de fato, escrevi e publiquei meu primeiro livro.*
Sua
família te apoiou?
Sim.
Talvez não apoiassem se eu resolvesse viver disso, não sei. No
Brasil, são pouquíssimos os escritores que conseguem se manter
profissionalmente apenas com a venda de seus livros.
Em
que (ou quem) você se inspira para criar seus personagens?
Muita gente andou me perguntando isso. A verdade é que eles não
foram baseados em nenhuma pessoa. Eu não queria que os robôs
tivessem sentimentos. Achava que isso não daria veracidade para a história. Não haveria distinção entre eles e um personagem humano
e, de certa forma, o livro perderia a originalidade, que é: não ter
humanos. Não foi fácil fazer isso, até porque, os nossos
sentimentos nos ajudam nas decisões que tomamos ao longo de nossas
vidas. E como os robôs precisavam fazer escolhas, tomar decisões,
foi um baita dilema. De qualquer forma, os personagens foram
inspirados nos carros que tive e batizados com suas placas. O JPC foi
meu primeiro carro, então, dei o nome ao personagem principal.
Sobre
o livro O Androide, como foi o processo de criação?
O
meu processo de criação é longo, muito longo. A ideia deve ter me
surgido em 2000, eu acho, com o primeiro Matrix. Diante do filme,
pensei: e se não houvesse mais humanos. Fiz um resumo na época, com
a ideia principal e arquivei. Em 2014, quando decidir escrever um
livro, minha ideia era começar com outra estória, sobre viagem no
tempo. Mas sentia que “O androide” queria sair e não recusei o
chamado. Completei o resumo e depois parti para o livro. Quando tinha
terminado a primeira versão, sentia que o tempo estava passando
diferente para cada personagem – e realmente estava. Por exemplo,
havia dois acontecimentos: um assassinato e uma revolta. Para uma
personagem passavam-se dois anos do primeiro evento para o segundo. E
para outra personagem passavam-se duas semanas (risos). Resolvi então
fazer uma planilha – com o nome das personagens e os acontecimentos
- para calcular todos esses intervalos, datas e idades. Não vivo
mais sem essa planilha (risos).
Por
ser um livro distópico e futurista, como foi o trabalho de pesquisa?
Eu
tirei o ano de 2016 para fazer as pesquisas. Comecei assistindo
alguns documentários sobre robótica na Discovery Channel.
Eles têm muito material sobre isso. E o livro “Inteligência
Artificial” de Peter Norvig e Stuart Russell. Assisti ao
documentário “Aftermath: Population Zero” da National
Geographic para entender como ficaria o planeta se os humanos
fossem extintos. Além de alguns artigos científicos – que eu não
vou lembrar o nome agora – sobre gravidez, transfusão de sangue de
cavalos, etc. Eu não havia lido o livro “Eu, robô” do Isaac
Asimov e resolvei fazê-lo só depois que “O androide” estivesse
pronto, para não me influenciar.
Depois
que seu livro ficou pronto, quais as dificuldades que você enfrentou
para publicá-lo?
As
dificuldades foram receber muitos “não” de várias editoras
(risos). Pensei em desistir e tal. E todo o processo é bastante
moroso, demora de três a seis meses para receber o retorno sobre o
manuscrito. E depois do lançamento, começa outro desafio que é dar
publicidade para o livro. Não é uma vida fácil.
Além
d’O Androide, quantos livros você escreveu, (independentemente de
ter publicado ou não)? Tem mais algum projeto novo, seja pronto ou
engavetado?
“O
androide” foi o primeiro mesmo. Bem que gostaria de ter alguns
livros na gaveta. Estou escrevendo um atualmente e pretendo lançá-lo
em 2018, se tudo der certo; e esse “tudo der certo” tem muitas
condicionantes. Vou continuar na ficção científica e a história
será sobre alienígenas.
Uma
polêmica: livro físico ou digital?
É
polêmico mesmo. Passei os quatro anos da graduação discutindo
isso. É interessante notar que, quando surge algo novo, alguns já
preveem o fim do antigo, enquanto outros fecham os olhos para o
moderno. Como se uma coexistência fosse infligir alguma lei da
física. Agora, esses exercícios de futurologia são complicados,
pois há grandes chances de as coisas tomarem um rumo completamente
diferente do prognosticado. E quem vai determinar o futuro do livro
físico será o mercado livreiro, ou seja, todos nós, leitores, que
compramos livros. Se as pessoas, no futuro, ainda procurarem livros
em papel, eles continuaram existindo. Se acontecer de as pessoas
perderem o interesse e a demanda pelas publicações impressas
diminuir, pode ser que apenas livros digitais sejam editados. No
entanto, acho que a coexistência seria a aposta mais acertada.
Quando os aparelhos televisores foram inventados muitos disseram que
o rádio deixaria de existir. O mesmo aconteceu com o cinema quando
veio o videocassete. E o disco de vinil então, já extinto por
muitos, não voltou às vendas? E como viveremos com a ausência do
cheiro do papel novo; sem o prazer de molhar o dedo ao passar uma
página; de admirar a arte empregada pelo encadernador; de segurar um
volume original autografado pelo autor; de percorrer as estantes,
folhear os compêndios.
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