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Agora, ao que interessa: mais uma entrevista no blog! E o nosso autor de hoje é o Paulo de Castro, que escreveu O Androide, publicado pelo selo Talentos da Literatura Brasileira, da Novo Século. Ele falou conosco e agora vocês conferem as respostas - exclusivas, é claro.
Diga para os leitores do blog: quem é Paulo de Castro?
É uma pessoa tranquila, que gosta muito de ler, assistir filmes e comer chocolate. Bibliotecário há mais de dez anos e, como se não estivesse com o tempo escasso o suficiente, resolveu também escrever livros.


Como você descobriu o gosto pela leitura?
Eu descobri o gosto pela leitura no colégio. Logo percebi que não flertava muito com as ciências naturais, entende? Lembro-me de, ainda muito novo, ler Edgar Allan Poe. O livro fora emprestado por um professor de português que percebeu que eu gostava de ler.

*Adendo da blogueira: Sim, entendo. Ciências naturais nunca foi a minha praia.*

E quando você decidiu que seria escritor?
Eu sempre quis ser escritor, mas achava que não estava maduro o suficiente para tal – e acho que nunca vou estar – e nunca tinha tempo para sentar e escrever. Em janeiro de 2014 eu tirei férias e não pude viajar. Resolvei sentar e escrever “O androide”.

*Adendo da blogueira: Entendo também. Algum dia, há muitos anos, decidi ser escritora, mas só no ano passado, de fato, escrevi e publiquei meu primeiro livro.*


Sua família te apoiou?
Sim. Talvez não apoiassem se eu resolvesse viver disso, não sei. No Brasil, são pouquíssimos os escritores que conseguem se manter profissionalmente apenas com a venda de seus livros.


Em que (ou quem) você se inspira para criar seus personagens?
Muita gente andou me perguntando isso. A verdade é que eles não foram baseados em nenhuma pessoa. Eu não queria que os robôs tivessem sentimentos. Achava que isso não daria veracidade para a história. Não haveria distinção entre eles e um personagem humano e, de certa forma, o livro perderia a originalidade, que é: não ter humanos. Não foi fácil fazer isso, até porque, os nossos sentimentos nos ajudam nas decisões que tomamos ao longo de nossas vidas. E como os robôs precisavam fazer escolhas, tomar decisões, foi um baita dilema. De qualquer forma, os personagens foram inspirados nos carros que tive e batizados com suas placas. O JPC foi meu primeiro carro, então, dei o nome ao personagem principal.


Sobre o livro O Androide, como foi o processo de criação?
O meu processo de criação é longo, muito longo. A ideia deve ter me surgido em 2000, eu acho, com o primeiro Matrix. Diante do filme, pensei: e se não houvesse mais humanos. Fiz um resumo na época, com a ideia principal e arquivei. Em 2014, quando decidir escrever um livro, minha ideia era começar com outra estória, sobre viagem no tempo. Mas sentia que “O androide” queria sair e não recusei o chamado. Completei o resumo e depois parti para o livro. Quando tinha terminado a primeira versão, sentia que o tempo estava passando diferente para cada personagem – e realmente estava. Por exemplo, havia dois acontecimentos: um assassinato e uma revolta. Para uma personagem passavam-se dois anos do primeiro evento para o segundo. E para outra personagem passavam-se duas semanas (risos). Resolvi então fazer uma planilha – com o nome das personagens e os acontecimentos - para calcular todos esses intervalos, datas e idades. Não vivo mais sem essa planilha (risos).


Por ser um livro distópico e futurista, como foi o trabalho de pesquisa?
Eu tirei o ano de 2016 para fazer as pesquisas. Comecei assistindo alguns documentários sobre robótica na Discovery Channel. Eles têm muito material sobre isso. E o livro “Inteligência Artificial” de Peter Norvig e Stuart Russell. Assisti ao documentário “Aftermath: Population Zero” da National Geographic para entender como ficaria o planeta se os humanos fossem extintos. Além de alguns artigos científicos – que eu não vou lembrar o nome agora – sobre gravidez, transfusão de sangue de cavalos, etc. Eu não havia lido o livro “Eu, robô” do Isaac Asimov e resolvei fazê-lo só depois que “O androide” estivesse pronto, para não me influenciar.


Depois que seu livro ficou pronto, quais as dificuldades que você enfrentou para publicá-lo?
As dificuldades foram receber muitos “não” de várias editoras (risos). Pensei em desistir e tal. E todo o processo é bastante moroso, demora de três a seis meses para receber o retorno sobre o manuscrito. E depois do lançamento, começa outro desafio que é dar publicidade para o livro. Não é uma vida fácil.


Além d’O Androide, quantos livros você escreveu, (independentemente de ter publicado ou não)? Tem mais algum projeto novo, seja pronto ou engavetado?
“O androide” foi o primeiro mesmo. Bem que gostaria de ter alguns livros na gaveta. Estou escrevendo um atualmente e pretendo lançá-lo em 2018, se tudo der certo; e esse “tudo der certo” tem muitas condicionantes. Vou continuar na ficção científica e a história será sobre alienígenas.


Uma polêmica: livro físico ou digital?
É polêmico mesmo. Passei os quatro anos da graduação discutindo isso. É interessante notar que, quando surge algo novo, alguns já preveem o fim do antigo, enquanto outros fecham os olhos para o moderno. Como se uma coexistência fosse infligir alguma lei da física. Agora, esses exercícios de futurologia são complicados, pois há grandes chances de as coisas tomarem um rumo completamente diferente do prognosticado. E quem vai determinar o futuro do livro físico será o mercado livreiro, ou seja, todos nós, leitores, que compramos livros. Se as pessoas, no futuro, ainda procurarem livros em papel, eles continuaram existindo. Se acontecer de as pessoas perderem o interesse e a demanda pelas publicações impressas diminuir, pode ser que apenas livros digitais sejam editados. No entanto, acho que a coexistência seria a aposta mais acertada. Quando os aparelhos televisores foram inventados muitos disseram que o rádio deixaria de existir. O mesmo aconteceu com o cinema quando veio o videocassete. E o disco de vinil então, já extinto por muitos, não voltou às vendas? E como viveremos com a ausência do cheiro do papel novo; sem o prazer de molhar o dedo ao passar uma página; de admirar a arte empregada pelo encadernador; de segurar um volume original autografado pelo autor; de percorrer as estantes, folhear os compêndios.


Por favor, deixe um recado aos leitores do blog.
Espero que todos se interessem pela leitura de “O androide”; e depois de lê-lo, claro, que gostem. O livro foi escrito com muito cuidado e dedicação.

Paulo, obrigada pela entrevista e espero que você escreva e publique muito mais livros!!!