Olá!

Como vai o feriado de vocês? O meu está bem tranquilo, fazendo vários nadas, rs. Então, a resenha de hoje é do segundo volume de uma série que me deixou sem respirar, de tão incrível! É o Fragmentada, da série Reiniciados, da inglesa Teri Terry. A resenha de Reiniciados você confere clicando aqui.



Em Fragmentada, Kyla está desesperada para saber o paradeiro de Ben, enquanto percebe que suas memórias estão voltando aos poucos, mas de maneira desordenada. Em certo momento, ela descobre que seu professor de Biologia na verdade é Nico, um dos articuladores do Reino Unido Livre (R.U. Livre), que para o governo é o TAG (Terroristas Anti Governo) e que tem como objetivo tirar os Lordeiros do poder.

Seus lampejos de memória (e o site do DEA, Desaparecidos em Ação) revelam que Kyla era Lucy Connor e, aos 14 anos, por algum motivo que ela não sabe (nem eu), foi parar nas fileiras do R.U. Livre, tendo Nico como comandante. Seu apelido era Chuva. Lucy/Chuva/Kyla passa por uma forte pressão, fazendo com que seu cérebro se dividissem em duas partes: Lucy, garotinha inocente, e Chuva, jovem integrante do R.U. Livre, pronta para o combate. Por algum motivo, só as memórias de Lucy foram apagadas quando ela foi Reiniciada.

Enquanto Kyla/Chuva luta com seus pesadelos e medos, os Lordeiros comemorarão trinta anos no poder. Uma série de eventos foram planejados para que o momento seja lembrado. O país é lembrado de que Guy Fawkes explodiu o então parlamento inglês, em 1605 (isso aconteceu de verdade). Em 2020, os pais da mãe de Kyla foram assassinados. O pai da mãe de Kyla era o primeiro-ministro dos Lordeiros, um homem que morreu na posição de herói. É hora de comemorar essas datas importantes.

O Nivo – uma espécie de relógio que tem como função controlar a felicidade dos Reiniciados – de Kyla já não funciona mais. Agora, o Nivo esconde um microcomunicador, onde Kyla/Chuva pode falar diretamente com Nico. Mas, o que ela não sabe, é que Nico têm planos obscuros para dar um ponto final nos Lordeiros. E Ben? Ele até vai aparecer, mas bem diferente...

Não conto mais porque é certeza de spoiler. Mas o que posso dizer é: que livro! Emoção do começo ao fim. É uma distopia, mas ela é um pouco palpável. Ela se passa em 2050. Em 2020, os Lordeiros, comandados por alguém que não tem rosto, tomam o poder, fecham as fronteiras e isolam o Reino Unido do resto do mundo. Há revoltas. Os jovens – sempre eles – vão às ruas, protestam, quebram tudo e se dão azar, são punidos. Tirando o isolamento, não é isso que acontece em alguns protestos, pra não dizer em todos, independente do país? Na resenha do primeiro volume, eu falei que esse Reino Unido, e especialmente Londres, que é onde Kyla mora, mais parecia a Coreia do Norte, isolada e nada que não seja louvar o Kim não sei das quantas é proibido, sob pena de morte. Nesse livro, podemos colocar qualquer país que está sob domínio ditatorial.

Pode pegar o país de sua preferência. Temos uma garota (Kyla/Chuva) que representa a juventude que quer mudança. Nico é aquele que articula os movimentos. Os Lordeiros são o governo que oprime e temos também os coniventes. Nessa série, a representante maior dos coniventes com esse “sistema” de controle é a dra. Lysander, que criou o método de Reiniciação. Mas ela esconde algo. Não esqueçamos da Reiniciação e do Nivo. O primeiro pune e o segundo tortura. O Nivo precisa marcar sempre acima de quatro. Menos que isso e a pessoa pode morrer de dor. Literalmente.

Kyla percebe que não tem em quem confiar. De um lado, os Lordeiros são poderosos demais. E do outro, Nico não é o que parece. Não tem pra onde correr. Em seu lugar, eu teria desistido. Mas Teri Terry, que já me tem como sua fã, escreveu uma trilogia de tirar o fôlego. A história começa meio morna, mais do mesmo, mas, em determinado ponto, a autora coloca uma informação que dá uma revira volta em tudo o que sabemos.

A Farol Literário fez uma edição brilhante. A capa é maravilhosa e há um único erro  - de digitação, não de português. Folhas amareladas e fonte confortável contribuem para uma leitura agradável, inclusive em ônibus. Já estou com o terceiro volume, Despedaçada, e não tenho a menor ideia de como terminará essa história. Espero que seja um final positivo, não precisa ser feliz, mas positivo, pelo menos para o Reino Unido. Leitura mais que recomendada.