Olá!

Mais uma vez, depois de muito tempo, trago uma resenha de livro do mais amado (pelos gringos) e mais odiado (pelos brasileiros) autor nacional Paulo Coelho. O Alquimista é uma de suas masterpiece e sua rápida leitura nos diz porquê. Em nova edição da Sextante, essa história é atemporal.
SKOOB - O livro vai contar a história do pastor Santiago, que mora na Andaluzia (Espanha) e tem uma vida tranquila: tem suas ovelhas, vende a lã delas e vive assim, na mais absoluta paz, sonhando em poder se casar com a filha do comerciante que lhe compra a lã. Porém, por duas noites seguidas, ele tem um sonho. No sonho, ele vê uma criança se aproximar e brincar com suas ovelhas (ele odeia que se aproximem de suas ovelhas), porém, de repente, a criança pega na mão do pastor e o leva até as pirâmides do Egito.

O pastor visitou uma certa cigana, que desvendou o sonho para ele. Agora, sua missão era ir até as Pirâmides buscar um tal tesouro. Depois, ele encontra um velho, que lhe faz algumas revelações. A partir daí, Santiago percorrerá um longo caminho até seu objetivo. Mas não é só geograficamente, é também longo mental e espiritualmente.

Muitos odeiam Paulo Coelho depois de ter lido um de seus livros, muitos odeiam sem ter lido, mas o fato é que só os brasileiros o detestam. Lá fora, famosos e anônimos devoram as mensagens do autor carioca - que, em virtude de seu aniversário de 70 anos, escrevi um artigo na Nova Millennium falando sobre ele... E ELE LEU E CURTIU A PUBLICAÇÃO, o texto é este aqui (e desculpa o caps) - que apregoa que, basicamente, o segredo do sucesso é acreditar em si mesmo e ter um pouco de fé.

Eu comecei a ler os livros dele há muito tempo, ainda na escola, então provavelmente não entendi toda a mensagem que ele coloca em suas obras. O Alquimista foi um dos primeiros, uma edição bem antiga, lida via empréstimo. Como faz tempo que tinha lido, não me lembrava de quase nada e foi um prazer poder reler essa nova edição da Sextante, com um laranja vibrante e uma linda mensagem na capa de trás.

Apesar de o autor não permitir revisões em seus livros (vai saber o motivo), não encontrei erros de nenhuma ordem nessa edição. É uma leitura rápida, ágil, com capítulos curtos e sem enrolação. Recomendo a todos, mesmo pra quem não gosta sem ter lido. (até porque, se existiu a febre dos livros de youtuber, por que não ler Paulo Coelho, não é mesmo?) 



Olá!

O resenhado de hoje é "O Quinze", clássico da literatura nacional escrito por Rachel de Queiroz.


(aqui eu sempre coloco links para compra, mas nesse caso não tem por motivos de: todos os sites de compra não têm o produto à venda)

O Quinze (o título refere-se à a seca de 1915 que abateu o sertão do Ceará) conta a história de Conceição, uma jovem que mora na cidade grande, mas sempre volta à Quixadá, no agreste cearense, para convencer sua vó, a Mãe Nácia, a acompanhá-la. Ela é apaixonada pelo peão Vicente, que nem quer saber de cidade grande, quer mesmo é salvar seu gado da seca. Em contrapartida, o vaqueiro Chico Bento e sua família sentem na pele a seca do sertão. Chico toma a decisão de ir embora da fazenda onde vivia, depois de ser obrigado por sua patroa a abrir mão do gado que criava, porque não tinha salvação. O vaqueiro e a família vão em busca de uma vida melhor, mas claro, vão "comer o pão que o diabo amassou". Enquanto isso, Mãe Nácia finalmente aceita acompanhar a neta atá a cidade.

Esse livro eu peguei emprestado da minha irmã. Ela ganhou na escola, em um projeto - já extinto pra variar - do governo do estado (não posso deixar de elogiar o Alckmin pela iniciativa, mas bem que poderia ter dado sequência) que, em suma, era dar aos alunos livros de grandes autores nacionais. Minha irmã ganhou bons livros durante três anos. A única vez que ganhei livro da escola foi na quarta série - e ainda os tenho, passados 10 anos. Enfim, peguei da minha irmã e resolvi ler por motivos de: vou ver se é bom. E sim, é muito bom!!!

Por incrível que pareça, lembrei do meu pai ao ler o livro. Ele também é do Nordeste e veio pra São Paulo pra fugir da seca - e também pra fugir da enxada, diga-se de passagem. Mas meu pai é da Bahia e nasceu 40 anos depois da publicação do livro. Pra você ver que a falta de água no sertão não é novidade. Mas, voltando ao livro, além da história do Chico Bento (que não é o do Maurício de Sousa rs) que passa muitos apuros até chegar a cidade, temos a Conceição - Ceição para os íntimos - que divide seu tempo em pensar no Vicente, enquanto que Vicente é um cabeça dura que só quer saber de roça e abomina tudo o que vem da cidade, mesmo tendo um irmão advogado. Vicente também gosta da Ceição, mas, pra variar ela gosta da cidade. Na cidade, além de estudar, Ceição trabalha como voluntária no Campo de Concentração, local onde tinha grande número de retirantes, distribuindo comida e roupas. Pra variar, quando terminei de ler a história, fiquei chocada com o desenrolar dos fatos - tudo bem que no prefácio tinha um baita spoiler, mas ainda assim eu não queria acreditar que o desfecho fosse esse, esperava algo impossível acontecer.

Recomendo a leitura porque além de ser um clássico, é um clássico nacional que retrata um tema que continua atual, mesmo tendo sido escrito em 1930, retratando um fato de 1915 e sendo lido em 2015, é um livro que te faz refletir sobre muitas coisas, inclusive sobre a crise hídrica em São Paulo, pelo menos comigo foi assim, talvez você pense diferente.

O livro é curtinho, tem só 157 páginas e li em um dia (porque não tinha trabalho a fazer, até porque ninguém foi trabalhar dia dois de janeiro), realmente vale a pena a leitura.

Não acha que está na hora de darmos mais valor aos clássicos nacionais e a água? Poderíamos estar na pele do Chico Bento...