Olá!

Primeiro, um feliz ano novo a todos! Que vocês tenham seus sonhos realizados e que ganhem muitos livros também, é claro!

O primeiro resenhado de hoje é um livro um tanto desconcertante. No bom sentido, claro. Não tenho palavras para descrever esse livro. Então tentarei trazer para vocês minhas impressões sobre O Rouxinol, romance de Kristin Hannah.


O livro começa com uma idosa que está se mudando para um asilo. Sua casa foi colocada à venda. O ano é 1995 e essa idosa está no porão, revendo algumas velhas lembranças, quando seu filho Julien chega no local e percebe que a mãe esconde algo. Eles moram no Oregon, EUA. Logo que a idosa está se acomodando em seu apartamento minúsculo no asilo, ela recebe um convite para ir até Paris para falar sobre sua experiência na época do nazismo.

Então é aí que a história realmente começa. Voltando no tempo, estamos na França do ano de 1939 e Antoine Mauriac está partindo para o fronte. Ele vai deixar a esposa, Vianne, e a filha Sophie, em casa, no vilarejo de Carriveau. A guerra está começando, mas Vianne não acredita que os confrontos chegarão até sua casa.

Enquanto isso, em Paris, Isabelle Rossignol, irmã de Vianne é expulsa de mais um colégio interno. Ela terá que voltar para o apartamento de seu pai, para que ele procure mais um internato para ela. De novo. Há alguns anos, quando a mãe de Isabelle e Vianne morre, o pai, Julien, que recém tinha voltado do fronte após participar da primeira guerra mundial, resolve abandonar as meninas aos cuidados de uma mulher estranha. Vianne se resignou, Isabelle se revoltou. Não à toa Vianne se casou tão cedo (17 anos), para poder ir embora do lugar.

A única coisa que Vianne e Isabelle têm em comum é o fato de que o pai se distanciou de ambas. Elas são totalmente diferentes, nos atos e na opinião sobre a ocupação nazista na França.

O nazismo eclode e seus tentáculos chegam até Carriveau, na forma do capitão Beck. Esse soldado ficará aquartelado na casa de Vianne e, à primeira vista, bota medo, mas ele acaba se revelando uma pessoa diferente do que esperamos quando estamos subjugados a outro exército. Ele é um jovem bondoso, até. Se preocupa com Vianne e a pequena Sophie. Nos tempos mais difíceis, ele até divide sua comida com as moças.

Na contramão, Isabelle se espelha em Edith Cavell - que existiu mesmo e foi uma enfermeira. Ela é inglesa e foi considerada a heroína da Primeira Guerra - e quer fazer algo para parar o nazismo na França. Aos trancos e barrancos, ela se une a um grupo para distribuir panfletos ao redor do país. E esse é só o começo da aventura de Iz.

A guerra muda a forma como pensamos e agimos. Tudo em nome da sobrevivência. Tem uma passagem no livro em que Vianne precisa preencher uma lista com uma série de nomes de judeus, gays, testemunhas de Jeová e integrantes da Maçonaria que trabalhavam na escola junto com Vianne - ela era professora. Ela faz a tal lista - a mando do capitão Beck - mas, propositalmente, esquece um nome. O oficial pergunta se ela tem certeza que todos os funcionários estão listados. Ela diz que sim e ele a pressiona, já sabendo que ela estava esquecendo de alguém. Sem ter o que fazer, ela entrega o último nome da lista. A pessoa em questão era sua melhor amiga.


Na hora eu fiquei chocada e pensei "Que pessoa é essa que entrega a própria amiga?" Mas, conforme fui lendo, fui entendendo que, não adiantaria Vianne Mauriac tentar proteger, os alemães já sabiam quem eram as minorias de Carriveau, mas mesmo assim, Vianne entregou os nomes. O livro também mostra o lado de Beck: ele era jovem e não queria estar ali, pois sua filha ia nascer e ele queria estar com sua família. Era uma marionete de Hitler que tinha que cumprir ordens.

Além dos protagonistas, outros personagens também são importantes na trama, como a família de Champlain, vizinhos de Vianne; Gaëton, o amor platônico de Isabelle - sim, Isabelle, apesar de querer mudar o mundo, também se apaixona; o oficial Von Richter, que também ficará aquartelado na casa de Vianne, mas esse é o oposto do capitão Beck. Entre outros que aparecem por alguns momentos, somem e aparecem de novo.

Vou contar só isso porque é certeza que soltarei spoiler. Recebi O Rouxinol em parceria com a Arqueiro e era pra ter sido feita em dezembro, mas como o correio atrasou a entrega, quando eu realmente comecei a ler, o blog já estava em recesso. Então, nada como começar o ano literário de 2016 com uma resenha de derramar lágrimas, muitas lágrimas.

Como dito, recebi em parceria e demorei a leitura por motivos de: já sabia que a história viria carregada de dor e sofrimento. E mesmo sendo literatura ficcional, não gosto de ver nos livros pessoas sendo subjugadas, humilhadas e etc. Ainda mais por ter guerra. Então fui lendo aos poucos. Já quero deixar claro que a leitura fluiu muito bem. É o primeiro livro da Kristin que leio e já sei que ela ganhou uma fã. O trabalho de revisão e capa ficou bem feito, encontrei só uns dois errinhos, nada grave. Achei legal também a editora ter enviado um guia de leitura, com algumas perguntas sobre a obra.
Tirei só foto da capa porque o guia está forrado de spoilers. Recomenda-se ler o livro antes.
A assinatura da autora veio a parte. Achei o papel tão delicado que colei na primeira folha, rs.
Só de fazer essa resenha, já lembro como foi uma leitura densa, que me deixou de ressaca e me fez chorar. Não que eu chore por qualquer coisa, mas o desfecho desse livro é... na verdade, não tenho palavras para descrever esse livro, apenas leiam e entendam a grandeza que é a história de Vianne Mauriac e Isabelle Rossignol.

Recomendo que vocês vejam esse breve vídeo que a editora Arqueiro postou. É uma breve opinião de Kristin Hannah falando sobre O Rouxinol. Vale a pena, são só trinta segundos mesmo :) E, os direitos já foram comprados e, em breve, o livro vai virar filme! Que, se seguir a história, será sucesso. Mas não seria se aguentaria ver na tela todas as emoções que senti lendo o livro!