Olá!

Logo no primeiro post do ano, falei como virei fã do Mitch Albom, pois hoje é dia de mais uma resenha desse homem maravilhoso! Dessa vez, é hora de colocar nossa fé em prova, com essa preciosidade chamada O Primeiro Telefonema do Céu.

Arqueiro | Skoob | Submarino | Saraiva

O Primeiro Telefonema do Céu nos apresenta a interiorana cidade de Coldwater, estado americano de Michigan. Katherine Yellin, uma corretora imobiliária, ainda não superou a morte da irmã, por aneurisma. Até que, numa manhã, Katherine recebe uma ligação de Diane. Sua irmã. Morta há dois anos. Tess Rafferty, que perdera a mãe recentemente, também recebe uma ligação. De Ruth. A mãe. O policial Jack Sellers também recebeu uma ligação de seu filho Robbie, morto no Afeganistão.

Tess, Katherine, o policial Jack e alguns "escolhidos" receberam ligações de seus entes queridos. Até que, durante o culto na Igreja batista da cidade, Katherine traz o que ela chama de "boa-nova". E essa notícia vai chegar à imprensa.

Do outro lado, Sully Harding acaba de sair da prisão, acusado de um crime que cometeu, mas não cometeu - sim, é estranho, mas quem ler vai entender. Ele é um ex-militar que, recentemente, perdeu a esposa e tinha acabado de reencontrar seu filho, de sete anos. Ele ouve a notícia de Katherine e acha um absurdo.

As ligações se repetem. Sempre às sextas-feiras. Em mensagens curtas, os mortos dizem que não há dor, há paz e que espalhem a boa-nova, que Deus está na dúvida e coisas assim. Amy, uma jornalista de uma cidade maior, vai até Coldwater para investigar essa trama. Ela sonha com um emprego melhor, com um salário melhor, longe de sua atual empregadora, a Nine Action News. Mas Coldwater a transformará profundamente.

Diversos veículos de comunicação chegam à pequena cidade na busca de conseguir mais informações sobre os "telefonemas do além". Amy vai precisar driblar todos eles se quiser alguma exclusividade - e melhorar de emprego. Tess, Katherine e outros só querem ouvir seus entes queridos do outro lado da linha. Sully quer provar que tudo é mentira e que não há nada do outro lado, mas seu filho anda com um telefone de brinquedo, esperando uma ligação da mãe. Um verdadeiro exercício de fé.

Quando eu fiz a solicitação de novembro da Arqueiro, me lembro perfeitamente de ter pedido outro título, mas talvez por erro ou por falta do solicitado no estoque, mandaram O Primeiro Telefonema do Céu, fazendo dobradinha com As Cordas Mágicas (resenha aqui). Talvez essa troca não foi a toa. O livro fala de fé e esse sentimento anda em falta na minha vida, devo confessar. Até ler As Cordas Mágicas, não fazia ideia de quem era Mitch Albom. Agora, leio tudo o que ele escrever. Obviamente, não conhecia esse livro, mas agora virou um de meus favoritos.
Devorado em um dia, basicamente, você terá uma opinião absoluta ao fim da leitura: acredite no que achar melhor. Durante a leitura, você toma uma lado da situação: ou acredita ou não. Conforme a história vai se desenvolvendo, você mergulha totalmente em Coldwater. Você está lá, manifestando sua opinião. É praticamente impossível se confundir com os fatos, aliás, o jornalismo (marrom) está lá, fazendo seu papel - programas do tipo Datena, Marcelo Rezende e Sonia Abrão não sairiam da cidade.

Pra quem gosta de história real (oba!), aqui também tem. Em paralelo aos acontecidos de Michigan, o narrador (onisciente) conta a História do telefone, de como Alexander Graham Bell supostamente roubou a ideia de outro, apresentou-a a Dom Pedro e depois à Rainha Vitória. Aliás, tem várias curiosidades sobre o inventor do telefone: tanto sua mãe como sua esposa eram surdas e, indiretamente, contribuíram para o desenvolvimento do produto.

Esse livro é tão especial que até seu formato é diferente. Ele é menor em relação ao padrão de tamanho que a editora usa em seus títulos. Talvez seja o tamanho certo para guardarmos no coração essa preciosidade. Dizer que a capa é linda e não encontrei erros de nenhuma ordem durante a leitura é só um pequeno detalhe. A mensagem desse livro pode resumida a: tenha fé. Não necessariamente em Deus, mas em que dias melhores virão.