Olá!

Hoje tem a resenha de um livro que me deixou de ressaca literária (mas já passou, não se preocupem). Um livro que tinha tudo pra ser triste, mas tem muita ironia e faz com que reflitamos sobre nossos erros e o que nós fazemos para consertá-los. Vem sofrer comigo com a resenha de "Antes de Partir desta pra uma Melhor", um lad-lit escrito por Jonathan Tropper.

Adendo: lad-lit é um gênero literário em que o personagem é do sexo masculino, é ele que conta os dilemas da vida cotidiana, como amor, trabalho e família. Ou seja, é o homem escrevendo para o homem. Gênero pouco difundido no Brasil, Jonathan Tropper é um autor de destaque, com alguns títulos no Brasil, como Sete Dias sem Fim, da Arqueiro.



Antes de Partir desta pra uma Melhor (que nome comprido, meu Deus...) conta a história de Drew Silver, um completo fracassado. Ele era baterista da Bent Daisies, uma banda de fundo de quintal que, por uma dessas questões da vida, estoura na mídia com a música Rest in Pieces (Descansar em Frangalhos, segundo a tradução do livro). Até aí tudo bem, porém, com a saída do vocalista - que faz sucesso em carreira solo - o restante da banda cai no ostracismo.

Como se isso não bastasse, ele deixou a esposa, Denise, e a filha, Casey. Oito anos se passam e nosso amigo Silver (dá vontade de ser amigo desse cara) mora sozinho no Versailles, um apart-hotel conhecido por abrigar vários fracassados além dele. Bons exemplos são seus amigos Jack e Oliver, que também se separaram de suas famílias (e são caras legais, diga-se de passagem).

Silver é tão fracassado que vive dos direitos autorais de seu único sucesso Rest in Pieces (ganha pouco), de se apresentar em eventos tocando bateria (bom salário) e de doar seu sêmen toda semana para um instituto de pesquisa, ganhando a importância de 75 dólares.

Um dia qualquer na vida de Silver, que está na beira da piscina do Versailles olhando as universitárias de biquíni, ele recebe a visita inesperada de sua filha Casey, que lhe solta a bomba: está grávida. Tem apenas 18 anos. Silver não sabe o que dizer, nunca soube, aliás. Mas ele aconselha o aborto. Ele a acompanha até a clínica para que a garota faça o procedimento, mas, ele sofre um infarto. E é aí que a história começa pra valer.

No hospital, Silver é examinado pelo dr. Rich, que é noivo de Denise (da hora a vida, #SQN). O médico é enfático: precisa operar sua aorta. Mas Silver se recusa, quer morrer, já que, segundo ele, só faz merda. E só faz mesmo rs.

Quando eu pedi esse livro pra Arqueiro, parceira aqui do blog, pedi sem expectativa nenhuma, nem sabia do que se tratava. Li a sinopse, mas não a registrei no cérebro. E isso foi bom, porque, gente, que livro é esse???? Tenso e irônico, do começo ao fim. Vamos acompanhando Silver, um cara que jogou tudo pro ar por causa de um sucesso efêmero e, agora, com os dias contados, quer consertar seus erros, quer ser alguém melhor para Casey, quer que Denise o perdoe, enfim, quer apenas se redimir. Para isso, ele fez uma breve lista do que, segundo ele, seria necessário para melhorar. Lista, aliás, que eu não vou contar por motivos de: vá ler o livro hehehe

A Arqueiro mitou nessa edição: manteve sua á conhecida (e abençoada) diagramação: folhas amareladas e fonte Times 14, para uma leitura confortável. Não há erros de revisão (!!!) e a capa está muito legal, com referências à vida atual de Silver. Só não gostei do final, gente, eu fiquei pensando, por quê??? Ele estava quase lá e... Caramba, o que custava??

Recomendo a leitura por ser um gênero praticamente inédito no Brasil, por nos fazer refletir e porque dá vontade de chegar no Silver e dizer: "Amigo, me ajuda a te ajudar" Porque ele precisava de ajuda, e recusou todas que apareceram e, quando ele realmente disse sim...

Bem, o que vocês acharam da resenha? Já leram algum lad-lit?