Olá!

Como sabem, adoro ler um romance internacional que saia do eixo EUA-Inglaterra e ler A Luz Entre Oceanos me foi uma grata surpresa. Para um primeiro romance, a australiana radicada em Londres M.L. Stedman não veio para brincadeira. Confiram minha resenha, já cientes de que não tenho palavras para descrever essa obra.
SKOOB - A Luz Entre Oceanos se passa no fim da Primeira Guerra Mundial, quando o ex-soldado Tom Sherbourne é designado para trabalhar como zelador de um farol na Austrália Ocidental. Os primeiros anos dele são tranquilos, sempre relembrando os horrores que viu e viveu na guerra.

Nesse meio tempo, ele conhece a jovem Isabel Graysmark, uma moça cheia de energia, que despertará em Tom os mais bonitos sentimentos. Eles se casam e, depois de três abortos sofridos, eis que um milagre chega ao casal Sherbourne. Um barco naufraga em Janus Rock, que é o farol que Tom trabalha. Dentro dele, um cadáver de homem e um bebê - uma menina - que Isabel toma para si imediatamente - mesmo a contragosto do marido.

O bebê - que recebeu o nome de Lucy - alegra a vida do casal, que não notificou ninguém sobre o barco. E claro que, assim, tudo ia bem na família, até que Tom descobre quem é a mãe de Lucy: uma mulher que conhecera décadas antes, por questões do momento. E Tom, que é conhecido por sua extrema honestidade, fica entre a cruz e a espada - deve ou não denunciar?

Gente, que leitura foi essa? Simplesmente encantada com a escrita da M.L! Em seu primeiro livro já mostra que não sabe brincar. A autora soube conceituar o que é família, amor, perdão, honestidade... Enquanto lia, me preocupei muito com Lucy. Ela foi amada e bem cuidada pelo casal Sherbourne, mas ela tinha uma mãe biológica. E, independente de quem você vai defender - Isabel ou a biológica - você vai sofrer, porque os dois lados vão te emocionar. Escolhi meu lado - e me surpreendi quando o que eu esperava não aconteceu. Foi um final justo? Isso cada um decide; no meu caso, chorei horrores, me deu até dor de cabeça, me emocionei demais.
Neste livro, Stedman vai mostrar que até mesmo uma boa ação tem sua consequência, isso porque, no fundo, você sabe que ela não deveria ter feito o que fez, ou seja, foi maravilhoso para ela, mas não para a outra, que foi atingida diretamente - pela perda.

Tom também tem seu paradoxo: foi condecorado por ter matado vários inimigos, mas também viu morrer vários colegas, além de civis, e nada pôde fazer para ajudar. Isso o incomoda bastante, tanto o fato de ter matado como o fato de não ter ajudado. Se algo está fora de sua honestidade, para ele, deixa de fazer sentido.

Fiquei abalada com o desfecho, a autora soube mexer com minhas emoções. A capa está condizente com a história, porém a Rocco perdeu a mãe na revisão, pois localizei vários erros de digitação. Mas não deixa de ser um livro lindo, fora do eixo EUA-Inglaterra, apesar de que, à época que a história se passa, a Austrália era uma colônia do Reino Unido.

E fiquei sabendo que tem até filme, lançado no Brasil no fim do ano passado, estrelado por Alicia Vilkander e Michael Fassbender.

Ah, só pra constar, M.L. Stedman ganhou uma fã.