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Hoje trago a resenha de um livro que eu nunca tinha ouvido falar, foi um achado da biblioteca, peguei mesmo porque tinha um gato na capa. Apresento-lhes Dewey, um gato entre livros. A biografia é do gato, mas quem conta essa história é Vicki Myron, a então diretora da biblioteca pública de Spencer, com a colaboração de Brett Witter.


O livro começa com uma descrição (chata) de Spencer, que fica no estado de Iowa, nos EUA. Resumindo esse prólogo, é uma cidade interiorana cheia de milho, pra todo lado tem milharal, um lago bonito e uma estrada longa.


Pulando essa descrição, temos Vicki, que até então era vice-diretora da biblioteca chega um dia para trabalhar. Num dia muito frio. E ouve um barulho esquisito vindo da caixa de coleta – uma caixa criada para que os usuários pudessem devolver seus livros após o expediente da biblioteca. Ao retirar o conteúdo da caixa, muita sujeira, alguns livros e um filhote de gato. Sim, um gatinho estava na tal caixa. O que merece um/a desgraçado/a a abandonar um filhote em uma caixa em um dia congelante???? O que esse ser merece???? Enfim, Vicki salvou o pobre filhote do frio. Deu-lhe banho, comida e amor. Ela nem imaginava, mas essa relação duraria dezessete anos. Desde então, os moradores de Spencer adotaram o gatinho, que se tornou presença constante na biblioteca.

Eu recomendo demais esse livro porque não é só a história de um gato que viveu em uma biblioteca, mas um gato que viveu em uma biblioteca e mudou o pensamento de toda uma cidade. Dewey amava a todos, bastava alguém chegar na biblioteca que ele já estava disposto a dar – e receber – um pouco de carinho e colo. Dewey mudou profundamente a vida de muitas pessoas. Tomo como exemplo a pequena Crystal.

Crystal era uma garotinha que nascera com uma grave deficiência. Não andava e não falava. Até conhecer Dewey. Um dia, ele pulou em sua cadeira de rodas e ela gritou de susto. Isso foi um milagre. Até então, ninguém imaginava que ela podia falar. Essa passagem me fez chorar, as lágrimas só não rolaram porque eu estava no metrô. Achei muito lindo mesmo.

Não foi só com Crystal. Dewey também ajudou a própria Vicki a superar várias situações, como as brigas com a filha Judi – que Dewey tinha um carinho especial – e suas várias doenças, como o câncer de mama que a levou a uma mastectomia dupla – traduzindo: lhe retiraram as duas mamas. Foi como se Dewey a tivesse salvo do abismo várias vezes. Era um gato com um magnetismo próprio. Era o rei de Spencer.

A história de Dewey foi mesclada com a própria história de Vicki, desde seus avós, passando por seu marido alcoólatra, seu diploma com honrarias e sua vida na biblioteca, trabalho que durou 25 anos. Sério, Vicki sofreu demais, aconteceram poucas coisas boas com ela: a filha, o gato, o diploma com honrarias e seu trabalho na biblioteca, porque olha, a vida que ela teve não foi fácil, fiquei com dó mesmo. Ela é uma guerreira, passou por tudo isso e nunca tirou o sorriso do rosto, aliás, ela deixou uma bela mensagem no final do livro, que eu não vou contar, claro.

Dewey marcou tanto a história da biblioteca que até hoje é lembrado, como é possível ver clicando nesse link, do site da biblioteca. Inclusive, é possível entrar em contato com Vicki, mesmo estando aposentada. Também é possível ouvir a história em audiobook, cortesia da biblioteca, só clicar no link ali de cima (em inglês). Lendo a vida de Dewey me bateu uma saudade do meu gato, que se chamava Charles e foi assassinado há mais de cinco anos.
Dewey e Vicki em uma foto que considero lindíssima.
 (só eu acho ela parecida com a Dilma nos tempos de Ministra Chefe da Casa Civil?)

PS: Tem um segundo volume, "As nove vidas de Dewey", que são histórias contadas por fãs do gato e pela própria Vicki. Ainda não achei nem na biblioteca nem em PDF.

E você, gosta de gatos? Leria a vida de Dewey?