Olá!

Finalmente li algo da Darskide! Apesar de não ter sido uma excelente leitura, valeu a experiência, pois foi mais uma oportunidade de sair da zona de conforto. Então vem comigo conferir a resenha de Em Algum Lugar nas Estrelas, de Clare Vanderpool. Livro bonito, bem fotográfico, rs.
Em Algum Lugar nas Estrelas começa com Jack Baker chegando no estado americano do Maine, na cidade de Cape Fealty e no internato Morton Hill, exclusiva para garotos. Ele era do Kansas e foi obrigado a mudar de estado depois que sua mãe falecera e seu pai, um militar, não tinha com quem deixar o menino. A trama se passa em 1945.

Foi bem recebido pelos alunos do internato. Mas, um estudante em especial lhe chamou a atenção. Early Auden. Early participava de vez em quando das aulas de matemática. E só. E foi em uma aula de matemática que Jack conheceu um pouco sobre o tal aluno. Durante uma explicação sobre o pi (3,14), o professor conta que um certo estudioso estava para provar que, por um certo motivo, o pi teria fim. Auden se revoltou e discutiu com o professor. Para a surpresa de Jack, Early simplesmente se retirou da sala após a discussão.

Auden morava em uma oficina, não tinha pais e participava das aulas só quando queria. E ele raramente queria. Entre uma regata de barcos e outra - em que Jack se sai muito mal, por sinal - eles acabam virando colegas. Só que Early também tem uma história. Seu irmão era uma lenda na escola, mas morreu durante a guerra - segundo a escola, claro, já que Early não acreditava nessa história.
Até que, um certo dia, aproveitando as férias, Early Auden resolve ir atrás do irmão e do Grande Urso Apalache. Só que o irmão estava morto e não existem ursos no Maine. Nem ursos nem cobras. Early convida Jack; ele reluta, mas acaba aceitando. Eles seguiriam pela famosa Trilha Apalache, que poucas pessoas conseguiram atravessá-la por completo. E iriam de barco. Justamente o barco que o irmão venceu diversas regatas no colégio.

Desde que se conheceram, Early conta a Jack a História de Pi, que, em suma, é uma história em que Pi é um garoto que precisa encontrar seu nome, enquanto passa por várias adversidades. E, enquanto Early procura o irmão, Jack precisa se redescobrir, principalmente porque se sente confuso com várias coisas desde a morte da mãe. O que será que acontecerá com essa dupla?

Fantasia não é lá meu gênero favorito, mas, às vezes arrisco uma leitura. Esse livro eu comprei no kit Turista Literário (falei dele aqui). Lembro que, no kit, tinha um panfleto com a sinopse da história, mas não tinha nada a ver com o que li. Enquanto lia a trama criada por Clare, só um nome me veio à mente: Neil Gaiman. Quem gosta do Neil, vai amar essa história.
Foco nesse quote!
Não gosto muito de fantasia porque, dependendo do mundo criado pelo/a autor/a, a história pode ficar maçante, modorrenta, sonolenta... enfim, começo lendo sobre um novo mundo qualquer e depois tenho que reler tudo, porque, do nada, comecei a pensar, sei lá, na morte da bezerra... E foi o que aconteceu com essa trama. Começou bem, mas aí, a partir de um certo ponto, em que as histórias começam a se confundir (ou será que eu me confundi?), comecei a me irritar, então fui postergando a leitura.

Depois que eu terminei a leitura - na raça - li a nota da autora - mais legal que o livro, inclusive - e ela lançou uns questionamentos interessantes sobre Early. Eu não reparei nesse detalhe durante a leitura, e olha que ele deu várias dicas, como o fato de ouvir Billie Holiday nos dias de chuva - e somente nesses dias - e separar um pote de balas que ele possuía ora por cores, ora enfileirados em grupos de dez. Acho que vocês tiveram uma ideia agora...
Detalhes no início de cada capítulo e na capa. Maravilhoso!
No mais, primeira obra da Darkside que leio e a edição está impecável. Só localizei um errinho e as ilustrações são incríveis. Cada início de capítulo tem um desenho de uma constelação e o marcador de fita em um tom bem claro de rosa dá todo um charme e um contraste interessante na capa azul. Aliás, todos os livros da editora da caveira possuem marcador de fita? Respondam quem souber... As folhas são um tanto grossas, o que permite uma textura maravilhosa e uma vontade imensa de ficar tocando as páginas, rs.

Eu não curti tanto assim a leitura, mas se você curte uma boa fantasia e/ou Neil Gaiman, então esse livro é para você! Darkside ganhou uma fã, pelo trabalho incrível com as obras - e por todas serem em capa dura. Que ela não tenha o mesmo destino da Cosac Naify.
Baleiro anti-stress do Early. As balas eu comi, rs