Olá!

Bora encerrar mais uma semana com dica de evento bacana? "Mulheres de Sombras" é um evento promovido pela ABERST, em parceria com a Rádio Geek, com o intuito de comemorar o Dia Internacional da Mulher. Portanto, você de São Paulo, marque em sua agenda o próximo sábado, 3 de março, para conferir esse evento que, com certeza, será show de bola!

Segundo a organização do evento, o "ambiente será descontraído, intimista, num casarão, onde os convidados poderão trocar livros livremente no nosso escambo (não poderão deixar livros no local), poderão comprar livros dos associados ABERST (dinheiro, cartão de débito e crédito), e verão um bate-papo mediado pela editora Adriana Chaves, com as autoras: Vera Carvalho Assumpção, Juliana Daglio, Kathia Brienza, Amanda Reznor, Karen Alvares e Renata Maggessi. O foco do debate será autoras de suspense, terror, horror e policial que as influenciaram e estão mudando o cenário literário, o papel e obras de escritoras mulheres desses gêneros e a criação de personagens femininas realistas e interessantes. Também haverá sorteios."

E não só sorteios, mas também venda de livros (dos autores associados) e escambo (troca de livros entre os presentes - eu tenho vários para serem trocados, rs). E o debate é com nomes de peso, vale muito a pena participar. Data, hora e local já estão na imagem, mas não custa ressaltar que é no próximo sábado, 3 de março, às 14hrs. E o bairro Planalto Paulista fica na zona Sul, pertíssimo de Moema - sei disso porque trabalho lá perto, rs.

Saiba mais do evento e confirme sua presença clicando aqui, conheça a ABERST clicando aqui e sobre a Rádio Geek aqui.

Olá!

Dia de romance policial no blog e finalmente pude conhecer Henning Mankell. Tudo bem que li o último que foi publicado aqui no Brasil, pela Cia. das Letras, mas a ordem dos fatores não altera o produto (acho) então confira a resenha de Um Passo Atrás.
SKOOB - Um Passo Atrás começa com três jovens desaparecidos após saírem para uma certa comemoração durante o solstício de verão. A mãe de uma das vítimas sabe que algo está errado e pede a ajuda da polícia. Porém, ao receber um suposto cartão postal de sua filha, a polícia diz que nada pode fazer, que os jovens estão curtindo uma viagem pela Europa.

Enquanto isso, na delegacia da cidadezinha de Ystad, Kurt Wallander e sua equipe estão preocupados com o fato de que o detetive Karl Evert Svedberg não apareceu para trabalhar. Ele nunca faltava sem avisar. Kurt também falou com a mãe da jovem desaparecida, mas não estava convicto de que algo estava errado. Até descobrir que Svedberg fora encontrado morto em casa.

Algum tempo depois, os corpos dos jovens foram encontrados. Eles estavam em uma reserva natural, fantasiados com trajes do século XVIII e com tiros certeiros na cabeça. Desde então, Kurt sabia que algo estava errado e que a mãe de uma das vítimas – eram um rapaz e duas moças – tinha razão.

Para melhorar a situação, Kurt não gozava de plena saúde. Tinha péssimos hábitos alimentares e uma vida desregrada, o que, por consequência, o fez desenvolver diabetes. Além disso, ele sentia cansaço extremo é uma forte suspeita de que algo estava errado com sua saúde mental. Encontrar o assassino dos jovens e de seu colega o deixará extenuado, mas não vai se resignar e querer descobrir o que aconteceu, mesmo pressentindo que estava um passo atrás.
Queria dizer que as folhas têm a lateral verde.
Eu já assisti toda a série Wallander – disponível na Netflix, falei dela aqui – então comecei a leitura sabendo de algumas coisas sobre a obra (lembrando que cada episódio da série é referente a um dos livros) enquanto outras me surpreenderam. Adoro romance policial – principalmente se for escandinavo – mas tenho que dizer que, dessa vez, não me surpreendi com o desfecho – claro, eu já sabia como terminaria – mas ainda assim foi uma ótima leitura, pois pude conhecer a escrita de Mankell.

Por causa da série, tive uma ideia de como é Ystad. Porém, não tenho certeza se as gravações foram feitas na Suécia – a fotografia é muito bonita, diga-se de passagem – já no livro, as descrições foram tão precisas que pude ver com clareza como é o lugar. Wallander é incansável na busca por respostas, mas mesmo com sua equipe competente – Martinsson, Ann-Britt Höglund, Hansson, Lisa Holgersson e Nyberg – o assassino arquitetou tudo com perfeição, o que o ocasionou grandes problemas na solução do caso.

O caso, aliás, chocou todo o país, já que, depois dos quatro homicídios – será que havia ligação entre eles? – os policiais não sabiam como agir, sequer sabiam se ele iria matar novamente. É um livro eletrizante, pois o autor coloca pequenas pistas durante a leitura que nos faz sentir como se estivéssemos com o próprio assassino, já que a equipe policial não sabe de nada.

Para os fãs de romance policial que ainda não conhecem as produções suecas, faz-se necessária a leitura da série de Henning Mankell, pois ele popularizou o gênero fora do país, abrindo caminho para muitos autores e também fazendo a própria população pensar enquanto sociedade. Lembrando que os romances policiais fazem sucesso lá porque as instituições de Polícia/Justiça funcionam. É interessante ler para entender melhor um dos países que mais são bem vistos pelo mundo, além de, claro, conhecer um dos maiores autores que a Suécia já teve.

Compre aqui o seu exemplar de Um Passo Atrás.

Olá!

Depois de muito relutar, mergulhei em mais uma história escrita pela sueca Camilla Läckberg. E não é que minha xará não me decepcionou? Vem conhecer a história de Gritos do Passado, segundo volume de sua série criminal.
Resenha Anterior: A Princesa de Gelo

SKOOB - Infinitamente melhor que o primeiro, Gritos do Passado mescla várias histórias em uma. Primeiro, um garotinho vai brincar na Passagem do Rei, uma região próxima a uma praia, e acaba encontrando uma mulher morta. Porém, ao retirar o corpo do local, a polícia acaba encontrando mais dois corpos.

Enquanto isso, Erica Falck, que eu podia jurar que era a protagonista da série toda, está grávida de oito meses e morrendo de calor. Fjällbacka está em pleno verão e o calor tá de matar, rs. Volta e meia, um parente vai azucriná-la, achando que sua bela residência é uma pensão de veraneio. Por causa da gravidez, ela vai passar boa parte do tempo em casa, o que não será nada fácil, principalmente para uma pessoa que sempre foi ativa.

A outra história envolve a família Hult. Ephraim, conhecido pela alcunha de "O Pregador", era um dos vários pastores da chamada "igreja livre", digamos que era uma dissidência da Igreja da Suécia (lembrando que a Igreja da Suécia é protestante). Ephraim fazia vários cultos, acompanhado pelos filhos Johannes e Gabriel, até que um dia recebeu uma herança e parou de pregar.

Ele fez a população acreditar que seus filhos tinham o dom da cura. Enquanto eram pequenos, tudo ia bem, mas um dia o dom desapareceu de ambos. Gabriel ficou feliz com isso, mas Johannes quase surtou. Houve um cisma na família e cada irmão tomou seu rumo. Alguns anos depois, Johannes cometeu suicídio, deixando viúva Solveig (que engordou tanto que não lembrava a jovem de outrora, cheia de vida e vencedora de vários concursos de beleza) e dois filhos: Johann e Robert, um tanto problemáticos.

Do lado de Gabriel, ele casou-se com Laine e teve dois filhos, Jacob e Linda. Jacob era muito querido, isso porque teve leucemia infantil e quase morreu, sendo salvo pelo avô, o que deixou uma ferida muito profunda em Gabriel. Já Linda nasceu muito depois e não era tão amada assim, não por ser menina, mas porque não teve nenhuma doença grave. E gostava de provocar as pessoas.

A jovem encontrada morta é uma turista alemã, mas conforme os dias vão passando, vamos descobrindo cada vez mais detalhes, como por exemplo, o fato de que a vítima não tinha ido a Fjällbacka a passeio. Essa investigação ficou a cargo do marido de Erica, o policial Patrik Hedström, que teve que abandonar suas férias e terá bem mais destaque em relação ao livro anterior.
Ainda por cima conhecemos mais um pouco do cotidiano da delegacia de Tanumshede, onde Patrik trabalha com sua equipe: o chefe Mellberg (que comprou uma noiva por catálogo e essa cena é muito engraçada), o Ernst (que não gosta de trabalhar), o Gösta (que tem um passado meio triste), o Martin (parceiro de Patrik), a Annika (a secretária que sempre tem uma palavra amiga), e assim por diante.

Quando li Princesa de Gelo, senti que faltou algo a mais para me conquistar, mas dessa vez, a escrita da minha xará me pegou do começo ao fim, essa mescla de histórias que acabam se tornando uma só virou meio que uma marca registrada dela, não vejo muitos fazerem isso. Além do crime em si, Camilla aborda vários temas, como violência doméstica. A irmã de Erica, Anna, finalmente se separou do agressor, arrumou outro namorado (tão bosta quanto o primeiro, mas este tinha o sangue azul, sendo amigo íntimo da rainha Silvia, só isso) e tentou dar um rumo em sua vida, sempre priorizando os filhos. Mas quem disse que essas coisas se resolvem com facilidade?

Percebi que houve uma espécie de amadurecimento da escrita da autora. As descrições modorrentas deram lugas às descrições ágeis, detalhadas mas sem ser desnecessárias, fazendo com que o leitor visualize perfeitamente o que está acontecendo, os lugares, as pessoas, etc. E vale ressaltar que, na já citada mescla de histórias que faz, ela não se perde, talvez pelo fato da escrita ser em terceira pessoa ajuda a compreender melhor cada personagem.

E a história em si é um verdadeiro thriller. Com tensão do começo ao fim, infelizmente a Erica não terá o protagonismo de outrora, aqui ela foi relegada a uma gestante em vias de ter seu primeiro filho (cujo sexo não sabemos), acabou por se tornar a esposa do policial, mas sempre procurando ajudar o marido, que se desdobra entre cuidar da esposa e resolver os crimes, além de tentar entender a complicada família Hult, que por mais que tente se livrar das acusações, está inexoravelmente ligada a eles - e a própria Fjallbacka também.

Antes da Planeta fazer umas capas horríveis (os livros seguintes receberam uma capa de dar dó), provavelmente sabendo que a série não vendeu (se não divulgar não vende mesmo, amiguinhos), o trabalho de edição, capa e revisão ficou muito bom. Até onde estou sabendo, no país foram publicados quatro volumes (de dez, e a autora confirmou via Twitter que vai focar em uma série nova) e, apesar de eu ser suspeita para falar de romance policial escandinavo, tenho que recomendar a série da Camilla, por mais que esteja incompleta, tem um estilo próprio, que mostra ao leitor como é a vida dos suecos fora dos grandes centros - e como nenhum lugar daquele país (que beira à perfeição) está seguro de sediar crimes tão horrendos.

Então, apesar de eu não ter curtido tanto o anterior, recomendo demais esse volume. Até porque não é todo dia que uma mulher ganha destaque escrevendo romance policial. Sem falar que, dessa vez, eu acertei a famosa pergunta "quem matou?", com direito a acertar até mesmo a motivação! Então sim, estou contente com a resolução dessa história e, assim que virar o ano, pretendo ler o volume seguinte, O Cortador de Pedras.


Olá!

Todo mundo sabe que amo a série Millennium e irei protegê-la, então, depois de muito torcer o nariz, resolvi ler o quarto livro, A Garota da Teia de Aranha. A leitura foi infinitamente melhor do que eu esperava, e assim como nos livros anteriores, não tenho palavras para descrever essa história.

P.S.: nunca, jamais, na face da Terra, (na minha opinião, claro) haverá outro Stieg Larsson. Ele foi um fenômeno único, então acredito que seja uma enorme falta de respeito comparar David a Stieg. De todos modos, Lagercrantz merece aplausos. É um excelente discípulo, seguidor fiel da "palavra de Larsson". Provavelmente haverá spoilers dos outros livros.
Resenhas Anteriores: Os Homens que Não Amavam as Mulheres - Livro | Filme
A Menina que Brincava com Fogo - Livro | Filme
A Rainha do Castelo de Ar - Livro | Filme
SKOOB - Estando consciente que David não é Stieg, antes mesmo de aparecerem nossos personagens favoritos, A Garota na Teia de Aranha vai nos apresentar o professor Frans Balder, considerado por muitos um gênio fora de série da informática. Ele trabalhava numa empresa no Vale do Silício, mas deixou tudo para trás e voltou para Estocolmo para cuidar de seu filho August, de oito anos, cuja existência só era lembrada no dia de pagar a pensão.

Enquanto Frans está no apartamento de sua ex-esposa, uma atriz que outrora fora exitosa, Mikael Blomkvist está em seu apartamento, questionando sua existência enquanto jornalista. Desde seu último grande furo (o plot twist de A Rainha do Castelo de Ar), ele vinha caindo numa espiral de trabalhos medíocres e críticas, muitas críticas. O ano é 2015 e as redes sociais estão a todo vapor. Há até mesmo uma indigesta hashtag em sua homenagem (#naépocadeblomkvist) em que as pessoas comentam que a Millennium está em derrocada e coisas que o valha.

Pior é que a revista realmente não está em seus melhores dias. O grupo Vanger, lá do primeiro livro, retirou-se do quadro de acionistas da Millennium e acabou indo parar nas mãos de um certo grupo norueguês, cujo representante (também jornalista) era podre de rico, mas sentia uma inveja descomunal de Blomkvist. Erika Berger continua dando o seu melhor, mas se vê envolta em dívidas quando resolve contratar dois profissionais de alto nível.

Lisbeth Salander, sempre vivendo à margem, resolve dar seu grande golpe quando resolve simplesmente hackear um órgão do governo norte-americano. Claro que ela tinha lá seus motivos, porém, por questões do momento, acaba descobrindo a existência do professor Balder, que está sendo procurado por Deus e o mundo. Balder, aliás, está em perigo iminente, mas deixa tudo isso de lado quando descobre que seu filho não é apenas autista (síndrome de Asperger, na verdade), mas um savant - alguém que tem uma grande capacidade intelectual, mas ao mesmo tempo não é tão inteligente assim. Ex.: uma criança que consegue calcular diversas sequências de números primos, mas ao mesmo tempo mal sabe assinar o nome.

Frans Balder é assassinado, por saber demais sobre um certo software, e seu filho é a única testemunha, o que faz ser procurado, mas acaba indo parar na improvável companhia de Salander, que terá apenas Blomkvist como seu aliado, porque, além de não confiar na polícia, está procurando por uma certa Camilla, com quem tem uma dívida bem antiga.

Socorro, me abana porque eu tô chocada com esse livro!!! Agora, quero confessar que, durante o ensino médio, eu fiquei de recuperação anual de matemática OS TRÊS ANOS. Então, por mais que eu ame Millennium, me sentia burra cada vez que Lisbeth nos deleitava com seus avançados conhecimentos matemáticos. Sou de humanas, então não quero imaginar o trabalho que o autor teve em pesquisar um monte de conceitos tanto de matemática como de informática e até de inteligência artificial.
Vem, Millennium 5, completar minha coleção!
Em entrevista, Lagercrantz disse que, enquanto escrevia os livros, ele entrou num estado maníaco-depressivo. Talvez eu o tenha entendido. Eu também entraria em depressão só de ter que pesquisar sobre curvas elípticas, números primos e toda a caralhada de coisa que ele descreveu, não só da Lisbeth como também do pequeno August, pra quem torci para que ficasse bem - pode ser o livro que for do gênero que for, se tiver criança especial (principalmente se for Asperger), vou torcer por ela.

Além de matemática, o livro não esqueceu de abordar os abusos do Estado contra quem não pode se defender, mas também focou em violência doméstica (a mãe de August apanhava do marido), na discussão sobre privacidade e claro, relações familiares. O casamento de Erika está em crise, Pernilla, filha de Mikael (sim, ele tem uma filha, que apareceu no primeiro livro, alguns segundos no filme americano e nem foi lembrada no filme sueco) aparece para dizer que vai começar um curso para "aprender a escrever de verdade", a família da Lisbeth... bem, essa é um caso à parte.

Como eu já disse lá no início, David não é Stieg, mas seu trabalho é digno de aplausos. Ouvi dizer de algumas pessoas que o livro mais parecia uma fanfic, outros disseram que Lisbeth apareceria só dois segundos, enfim, chuva de críticas. Mas ele escreveu uma incrível história, relembrando personagens dos livros anteriores e inserindo novos, sem perder a espinha dorsal da trama, tampouco desvirtuando ou modificando as personalidades dos principais personagens.

Lisbeth Salander continua sendo meu ideal de mulher, lutando com unhas e dentes por sua vida e seus interesses, inteligente, linda, maravilhosa e autêntica - o que é mais importante. Mikael Blomkvist é meu ídolo do jornalismo, continuo com a mesma impressão que fiquei quando assisti o primeiro filme (lembrando que vi o filme antes do livro e antes mesmo de saber quem raios era Stieg Larsson): se um dia eu tiver 10% da capacidade dele, estou satisfeita. Erika Berger segue com a mesma garra e comando (e o mesmo marido e o mesmo amante) e prestem atenção num certo Andrei Zander, novato na Millennium, mas de grande potencial.

Vale ressaltar que, agora sim, este livro foi traduzido direto do sueco. E isso é uma coisa que valorizo muito num livro, se foi traduzido de alguma edição anglófona/francesa ou da língua de origem. Os meus exemplares anteriores são da capa antiga (muito mais bonita que essas novas) e traduzidos da edição francesa. Ficou bom, mas nada se compara a ler traduzido do idioma de origem, praticamente não se perde nada de tradução.

No mais, que venha os próximos volumes - o quinto eu comprei na pré-venda e o sexto só em 2019. David Lagercrantz já avisou que o sexto é o último, então vou ler bem devagar, que é pra não acabar. (Na verdade eu queria mesmo era ler o volume inacabado que Larsson deixou, que está em poder da viúva e embargado pelo pai). A Companhia está de parabéns pela edição impecável. A única vantagem de eu ter as capas diferentes é que terei duas coleções em uma: três de Stieg e três de David.

P.P.S.: rezando para a versão cinematográfica desse filme esteja à altura. Rooney Mara foi descartada e Noomi Rapace não quer mais interpretá-la. Daniel Craig (também descartado, graças a Deus) voltou a ser James Bond e Michael Nyqvist morreu no meio do ano. Desconheço Claire Foy, mas é visível que ela não tem cara de Lisbeth. Nem quero ver quem será o novo Mikael Blomkvist... O filme de A Garota na Teia de Aranha tem previsão de estreia para outubro do ano que vem.




Olá!

Estou feliz, mas por dentro estou chorando. Terminei de ler A Rainha do Castelo de Ar e, sei que de agora em diante nada mais será igual. A "palavra de Larsson" já foi escrita. Mas todo dia é um excelente dia para louvá-lo. Justamente por isso que hoje é a vez dele ser resenhado. Provavelmente haverá spoilers de A Menina que Brincava com Fogo.
Os Homens que Não Amavam as Mulheres - Livro | Filme
A Menina que Brincava com Fogo - Livro | Filme
A Rainha do Castelo de Ar - Filme

SKOOB - A Rainha do Castelo de Ar vai começar exatamente do ponto de onde parou o anterior. Lisbeth comendo o pão que o diabo amassou nas mãos de Zala, o que culminou com um tiro na cabeça, sendo salva por Mikael Blomkvist. Ela e Zala são levados para um hospital, onde ficam separados por dois quartos de distância.

Lisbeth Salander está sendo procurada em todo o país, acusada de ter matado seu tutor Nils Bjurman, o jornalista Dag Svensson e sua namorada Mia Bergman, colaboradores da Millennium. Só que um novo personagem surge: Ronald Niedermann, que ninguém sabe que é filho de Zala, portanto, meio-irmão de Lisbeth, já que a mãe dele é alemã.

Niedermann estava junto com Zala na tentativa de matar Salander. Ele foi o único que conseguiu fugir, um homem de quase dois metros e que tem analgesia congênita - uma doença em que a pessoa não sente nenhum tipo de dor. Mikael consegue detê-lo, mas como o jornalista fez umas cagadas com os policiais que atenderam o caso, acabou fazendo com que, indiretamente, Niedermann fugisse, já que ninguém ligou pro que ele dizia (dois oficiais não são suficientes para segurá-lo).

No hospital, Lisbeth encontra no dr. Anders Jonasson um amigo, pois é ele quem opera seu crânio, retirando 32 fragmentos de ossos (sendo o maior deles invisível a olho nu). O dr. Anders vai cuidar dela, sem se importar se ela é uma jovem vítima de abuso ou uma assassina sedenta por vingança. Ela está isolada, proibida de receber visitas. Novas investigações comprovam a inocência dela do triplo homicídio, mas ainda tem gente que quer interná-la num hospício.

E essa gente é a Seção. Um grupo secreto da Säpo (a polícia secreta sueca, que existe de verdade, como muitos detalhes que o autor coloca ao longo do texto) formado por policiais nacionalistas (e racistas, diga-se de passagem) que resolvem dar asilo político a um certo Alexander Zalachenko, dissidente da KGB, a polícia secreta soviética. Essa Seção tinha como objetivo cuidar para que Zala permanecesse no mais absoluto sigilo.
Netflix, meu amor, que dia que os filmes voltarão para seu catálogo?
Só que Zala se relacionava com uma certa Agneta Sofia Salander. Batia nela dia sim e dia também, tanto que acabou tendo graves lesões cerebrais. Ela teve as filhas Camilla e Lisbeth, e foi Lisbeth que tomou a drástica decisão que mudaria sua vida: fez um coquetel molotov e tacou fogo no pai, o que a levou imediatamente para a clínica Santk Stefan, dirigida por Peter Teleborian. O primeiro de muitos abusos sofridos por ela.

Deixando um pouco da Seção e da vida pregressa de Lisbeth, Erika Berger, editora-chefe e acionista da Millennium (e amante de Blomkvist, com o aval do marido) recebe uma irresistível proposta do jornal Svenska Morgon Posten (que não existe), e depois de muito pensar, acaba aceitando, deixando-lhe num carrossel de emoções. No SMP, ela é recebida por Morander, que está em vias de se aposentar. Só que, de repente, ele morre e ela precisa cuidar de tudo.

Ela tem o auxílio de Peter Fredriksson e a hostilidade de Lukas Holm, o editor de Atualidades. Ele é bom no que faz, mas adora passar por cima das decisões dela. Fredriksson é assistente de redação. Os primeiros dias foram bons, mas Erika começou a receber emails ofensivos, com conteúdo sexual. Como não sabia a quem recorrer, foi deixando isso de lado.

No hospital, Lisbeth está isolada, mas vai contar com o apoio e a defesa inestimáveis de Annika Giannini, advogada especialista em Direitos da Mulher - e irmã de Blomkvist. Finalmente Annika vai receber o merecido destaque como a brilhante advogada que é, mesmo sem dominar muito o Direito Criminal, e tampouco receber muitas respostas por parte de Lisbeth, ela vai driblando as adversidades que lhe aparecem e assim tentar mostrar a todos que Lisbeth Salander é inocente. E rápido, porque o julgamento dela está próximo.

Existem romances policiais, existem romances policiais escandinavos e existe Millennium. Amém. No volume derradeiro escrito por Larsson, as mulheres terão muito destaque. Além da Lisbeth, que dispensa comentários, tem Annika Giannini, que se destaca pela persistência, apesar de ainda ter um pé atrás com o comportamento de Salander (como defender uma jovem que mal abre a boca para responder as perguntas?), tem Erika Berger, que controla o SMP com pulso firme (e não de ferro), tendo que aguentar tipos como Lukas Holm e o cara que vai assediá-la. Tem Sonja Modig, a policial que não se intimida diante de um Zalachenko que, mesmo doente e com uma machadada na cara, ainda se acha o senhor da razão, uma certa Rosa Figuerola, da Säpo, que, junto com Blomkvist, vai descobrir os pormenores da Seção, e assim por diante...
A Cia. das Letras também publicou a biografia de Stieg, que conta a história dele, da Suécia e dos romances policiais.

Diferente do filme, que cortou mais da metade da história em nome da agilidade que o cinema permite (senão o filme ultrapassaria fácil as três horas de duração), o livro conta com uma riqueza de detalhes impressionante: o passado e o presente de Lisbeth, o dia-a-dia de Erika no SMP, os pormenores da política sueca, misturando personagens fictícios com reais, e como Mikael, mesmo sendo o fucking jornalista que é, não consegue controlar o pinto, pra ele, não importa quem molhou, ele vai passar o rodo. Gente como a gente (ou não).

O mais incrível é que o livro tem incontáveis personagens, e ainda assim o autor não se perdeu e escreve a trama de um modo que o leitor não vá se perder, mesmo que ele more no Terceiro Mundo. Como é sabido, Larsson era de esquerda, anti-nazista, antirracista, feminista, antissemita, defensor das minorias (não à toa vivia sob ameaça, por isso nunca se casou e a mulher que conviveu com ele 30 anos não recebeu um centavo dos royalties), e isso é visível em Blomkvist (um possível alter ego?), ele defende Lisbeth com unhas e dentes, como o amigo que ele é, além de ter uma moral que beira o impecável.

Voltando às mulheres do livro, conforme eu ia lendo, minha vontade era de entrar na história e abraçar a Lisbeth, a Erika e a Annika, cada uma envolvida com um escândalo particular, mas, por incrível que pareça, elas estarão unidas em algum momento. Lisbeth foi vítima de abusos por parte do estado sueco por anos, porque preferiram dar asilo a um dissidente de uma república que logo depois se desfragmentaria a ouvir uma menina vítima de maus tratos. Erika vivia às voltas com seu stalker que, não contente em mandar emails pornográficos, invadiu sua casa e roubou um dossiê importante e diversas fotos de caráter pessoal. Annika precisa lidar com a desconfiança da polícia em garantir que Lisbeth seria inocentada, dada sua inexperiência em casos desse tipo.

Guardadas as devidas proporções, são mulheres como nós, que precisamos provar dia a dia que somos tão (ou mais) capazes do que os homens para fazer qualquer coisa. Seja dirigir um jornal diário ou dominar a informática. Aliás, o cérebro de Lisbeth continua inteligente e sua memória fotográfica - que ela não gosta - continua funcionando perfeitamente, para a alegria geral dos fãs! Inclusive, o cérebro dela funciona mais que perfeitamente bem, porque não é possível ela fazer aquelas benditas contas para saber quantos passos a separavam do quarto do pai, no hospital.

Com muita dor no coração, termino de ler a palavra de Larsson. Claro que temos os filmes e a sequência do Lagercrantz (que espero ansiosamente, confesso), mas Stieg faz falta demais, mesmo tendo passado quase treze anos de sua morte, ainda não me conformo que ele tenha deixado sua obra incompleta - e uma legião de fãs. No último dia 15, todo mundo que curte literatura policial lembrou de seu aniversário - faria 63 anos - e eu, claro, escrevi um artigo em sua homenagem lá no site da revista Nova Millennium. Talvez esteja meio sem pé nem cabeça, mas foi porque escrevi de coração, sem roteiro e em 40 minutos. O texto é este aqui.

"No fim das contas, o tema principal desta história não são nem os espiões nem os organismos secretos dentro do Estado, e sim a violência de todos os dias cometida contra as mulheres, e os homens que tornam isso possível."



Olá!

Amo a Itália, amo Milão, amo a Inter, mas nunca tinha lido nada do Umberto Eco. Até agora. Ainda não tenho coragem de ler O Nome da Rosa, sua masterpiece, mas tive uma prova de sua escrita ao ler Número Zero. E, sinceramente, esperava mais.
SKOOB - Número Zero se passa em Milão e começa com um homem que percebe que sua casa foi invadida. Ele sabe que tem um segredo que pode lhe custar a vida, mas ele precisa fugir. Este homem é Colonna, um jornalista de 50 anos, mas com uma vida de merda, trabalhando em empregos ruins e com uma carreira fracassada. Porém, um certo Simei o procura com uma proposta irrecusável: publicar um jornal amanhã com notícias de ontem. Nem preciso dizer que ele a aceitará.

Meio difícil de entender, mas vamos lá: é um jornal que vai publicar notícias velhas como se fossem novas, isso porque, mesmo a notícia sendo velha, a forma como ela é escrita pode deixá-la até mesmo atemporal. Estudei quatro fucking anos de jornalismo e ninguém me ensinou nada parecido, tampouco vi isso em algum lugar. Porém, se entendi certo, é um jornal que vai reescrever notícias velhas como se fossem novas porque estas vão ganhar um novo ponto de vista.

É um conceito interessante mas um pouco confuso, conforme você lê, vai entendendo. É pra entender aos poucos mesmo. Aliás, o jornal vai receber o super título original de... Amanhã. E nessa redação, Colonna vai conhecer uma equipe interessante, mas os destaques vão para Maya (a única mulher no recinto), o Bragadoccio (tem umas ideias doidas) e Lucidi (que diz ter uns contatinhos pesados), além dos estúpidos que fazem perguntas idiotas. Cada um deles vai cuidar de um setor: esportes, horóscopo, política, etc...
Ah, faltou dizer que esse jornal - como todo veículo de comunicação - tem um dono. E esse dono tem interesses. Porque o jornal pode se chamar Amanhã, mas o dono tem interesses hoje, então, nada de matérias que podem comprometê-lo. Só que, nesse meio tempo, o Bragadoccio vai encontrar um conteúdo muito interessante acerca do provável destino dos restos mortais de Benito Mussolini. Em cima desse conteúdo, o colega de Colonna vai criar uma teoria sobre o que aconteceu no dia da morte do ditador fascista. Mas como Bragadoccio tem fama de "engraçado", ninguém vai ligar pra história dele. Até que acontece uma certa situação, que vai fazer com que a história de Bragadoccio acabe sendo levada em consideração.

Quando alguém fala Umberto Eco, só vem à mente um único título: O Nome da Rosa. E diferente de sua masterpiece, o italiano vai trazer para um livro escrito em 2015 o universo de uma redação jornalística nos anos 90. Não muito diferente de hoje, o Amanhã poderia ser taxado, tranquilamente, de sensacionalista ou de veículo de entretenimento. A história se passa nos idos de 1992 e temos uma boa ideia do que se passava nas redações daquela época.
Pelo hype que o autor tem (ele morreu mas a obra ficou), eu esperava muito mais do livro. É uma boa história? Sim. Bem escrita? Também. E só. Apesar da construção extremamente difícil de um número zero de jornal (pelo menos pra quem é leigo), a história tem seus pontos engraçados, uns momentos de tensão e é isso aí, senti falta de algo mais forte, que me prendesse mais ainda e me instigasse. Por sorte, a escrita do Umberto é tão gostosa que dá pra ler super rápido.

Não li outras obras dele (pretendo) mas pude notar um estilo único, marcado por saber satirizar ao mesmo tempo em que se critica. Tem coisa melhor que ensinar e ainda dar umas risadas? Pelo menos é assim que eu aprendo (aprendia, nos tempos de escola). A leitura vale a pena também porque a gente pode conhecer umas ruas legais de Milão - não é todo dia que leio uma obra que se passa na Itália.

No mais, apesar de eu ter sentido falta de alguma coisa que realmente me marcasse, foi uma boa leitura, inclusive pra quem quer conhecer a escrita do Eco e tem medo das 574 páginas de O Nome da Rosa (eu), recomendo Número Zero. O trabalho de revisão da Record está bem feito e a capa é bem bonita, com cara (mesmo) de romance policial.



Olá!

Vocês acharam que eu ia ficar muito tempo longe dos romances policiais? Erraram! Isso porque, graças a Ani, do Entre Chocolates e Músicas, que tem parceria com a Rocco, eu pude ler Terceira Voz, do casal Rolf e Cilla Börjlind - um dia eu aprendo a pronunciar esse sobrenome. A resenha original foi postada no EC&M.
SKOOB - Terceira Voz é o segundo livro da série protagonizada pela aspirante a policial Olivia Rönning, que está numa péssima fase de sua vida, por isso resolveu tirar um ano sabático após concluir seu curso na Academia de Polícia sueca. Quando ela volta do México, Olivia – que decide mudar seu sobrenome para Rivera – cai de paraquedas num certo caso policial – mais do que deveria. Olivia fez o curso, mas optou por não seguir carreira na polícia.

Numa certa noite, a jovem Sandra Salhmann encontra seu pai, Bengt, pendurado pelo pescoço no teto de casa. Tudo indica suicídio, porém a hipótese cai por terra quando se descobre que Bengt estava investigando o roubo de uma grande carga de drogas na Alfândega, onde era funcionário.

Enquanto isso, em Marselha, na França, os pedaços de uma mulher são encontrados em diversos lugares da cidade, investigações prévias descobrem que a vítima se chamava Samira, era cega e fazia filmes pornô para sobreviver.

Abbas el Fassi conhecia Samira de longa data e, revoltado com a notícia da morte da moça, resolveu ir até a cidade francesa, para descobrir o que aconteceu e punir os culpados. E Abbas é um exímio atirador de facas. Ele resolve convidar seu amigo, o ex-policial Tom Stilton, para ir com ele nessa jornada.
Abbas, Tom e Olivia acabarão por saber que, de certa forma, os assassinatos de Bengt Sahlmann e Samira não são só coincidência. E podem estar muito interligados, apesar da distância entre Marselha e Estocolmo. Logo, querendo ou não, os instintos investigativos de Olivia e Tom ressurgirão com toda a força.

Eu vou dizer o que desse romance? Isso mesmo, que não tem como eu não enjoar de scandi-crime, o romance policial escandinavo. Por mais que eu já tenha lido vários – e vários num curto espaço de tempo – cada autor tem sua particularidade. E não é diferente com o casal Börjlind (ainda não aprendi a pronunciar o sobrenome). Os personagens são humanos, mas com aquele ingrediente que não pode faltar em nenhum romance policial – independente da nacionalidade: o protagonista sempre priorizará a justiça, colocando todo o excedente em segundo plano – e isso inclui família e amigos.

Além de Olivia e Tom (que não se falam porque ela tem ressentimentos com ele, por causa de uma certa situação ocorrida no livro anterior, Maré Viva), os outros policiais também são essenciais na história, como Mette Olsäter, a detetive-chefe, com seu faro, conhecido e respeitado em todo o país. Mette e seu marido Mårten (se pronuncia Morten) são amigos de longa data tanto de Olivia quanto de Tom, mas por causa da decisão de Olivia de não se tornar policial acaba balançando um pouco a relação das duas.
E como é de praxe, a sociedade – em suas piores facetas – são exibidas no livro como se fosse um aviso de que nem tudo é perfeito na Suécia. Lá também tem problemas sociais, como a corrupção, violência contra a mulher, desvio de verbas públicas e por aí vai. A crítica social é feroz, mas sutil; a trama aponta as feridas de uma nação que, mesmo muito desenvolvida, ainda tem suas falhas.

Vim conhecer o casal Cilla e Rolf justamente por causa desse lançamento, até então nem sabia que a Rocco publicava romances policiais. Então, pedi – implorei – para a Ana tentar um exemplar para mim, e não me arrependo de ter lido, isso porque as 461 páginas voam (se eu tivesse mais tempo livre, teria lido em uns dois dias). Terceira Voz me foi uma grata surpresa, apesar de, na tradução, a tradutora ter se empolgado e escrito umas palavras que nem minha avó, se estivesse viva, usaria, de tão arcaicas que são. Mas isso não me incomodou, só surpreendeu. O trabalho da Rocco ficou muito bom, agora só me resta juntar a grana e ter o Maré Viva, porque alguns pontos que se resolveram neste livro, foram iniciados no anterior.

Leitura fortemente recomendada. E Ani, obrigada pelo livro.

P.S.: leitor, leia este livro em uma posição bem confortável, porque quando você descobrir porque o título é Terceira Voz, vai cair da cadeira. De surpresa.




Olá!

Talvez, só talvez, eu curta um scandi-crime (agora que descobri esse termo, quero usar pra sempre). E ler mais uma obra escrita pelo islandês Arnaldur Indridason é sempre um prazer. Confira a resenha de O Segredo do Lago.
SKOOB - O Segredo do Lago vai começar com uma hidrologista encontrando um corpo num espaço que outrora fora um lago. O mais curioso disso é que, junto ao corpo foi amarrado um dispositivo de origem russa. E só uma pessoa poderia cuidar desse caso (uma pessoa que ama investigar desaparecidos).

Nosso amado detetive Erlendur Sveinsson estava na santa paz de suas férias, remoendo seu passado, até que recebesse a ordem para cuidar do caso. E claro que não fará isso sozinho, vai contar com a ajuda de seus parceiros Elinborg, que acabou de lançar um livro de receitas que está sendo bem aceito pela crítica, ficando conhecida como "a detetive gourmet", e Sigurdur Oli, que tem um problema com um certo homem, que liga para ele para conversar com o investigador como se este fosse algum psicólogo.

Em paralelo a essa história, Tómas vai estudar em Leipzig, na então Alemanha Oriental, pois está deslumbrado com o socialismo. Ele conhece algumas pessoas, incluindo a húngara Ilona, com quem se apaixona. Lembrando que Tómas estudou lá nos anos 50, quando o socialismo e o comunismo estavam bombando. Claro que Tómas não conhece Erlendur (nem daria), mas as duas histórias, em certo momento, se tornarão uma só.
A grande sacada desse livro é conhecer o sistema prisional na Islândia. Me surpreendi quando descobri que roubo de carro e assalto são considerados "crimes de pequeno porte", não são tão relevantes assim, segundo consta na história, tem até policial que diz pra vítima que não precisa fazer B.O. Como assim???? Durante a história, conhecemos mais do território islandês (que é mais que um pedaço de gelo no oco da Escandinávia).

Já na vida pessoal, Erlendur conhece Valgerdur, uma mulher casada, mas que acaba se envolvendo com o detetive - inclusive shippo esse casal e espero que eles fiquem juntos em algum outro livro. Sua relação com os filhos continua ruim: Eva Lind continua se drogando e Sindri Snaer aparece do nada e resolve morar em Reyjkavik - lembrando que os filhos do Erlendur sofreram alienação parental na infância, agravados pelo fato de que o pai foi embora de casa cedo e cagou pra eles, praticamente.

O livro também mostra que o socialismo não é bom não, amiguinhos. Tanto que, quando Tómas descobriu do que se tratava, aí já era tarde, era socialista até a unha. O bom do romance policial é justamente isso: mostra o ruim e o péssimo de cada país. A Islândia tem lindas paisagens, mas que também tem seus problemas. Aliás, bem que poderiam chegar no Brasil mais autores deste país, tirando a Suécia, quase não conhecemos autores policiais escandinavos...
Aproveitem e anotem o código Dewey deste livro!
Para sair da zona de conforto, vale a pena sim ler O Segredo do Lago, que, mesmo traduzido da versão americana (não é todo mundo que fala islandês...), ganhou uma excelente versão da Cia. das Letras. A leitura flui muito bem e não tem como não gostar do Erlendur, mesmo ele sendo rabugento às vezes!

Aleatório: não é querendo elogiar, mas se um dia algum livro dessa série virar filme, pode chamar o próprio Arnaldur pra interpretar o Erlendur. Eu olho pro autor e vejo Erlendur, e não Arnaldur!




Olá!

Cumprindo o quinto tópico do Desafio 12 Meses Literários - cujo progresso você acompanha na imagem oficial, na sidebar - cujo tema é "um clássico" -, não poderia ter escolhido outro. Particularmente, não sou de ler clássicos, mas... é aquilo lá, né... me chama que eu vou. Eu tinha falado em algum outro post que só retomaria a leitura de romances policiais com A Rainha do Castelo de Ar, mas surgiram outros títulos na frente e quero ler Millennium 3 a conta gotas finalmente pude ler algo do casal Sjöwall-Wahlöö. Confiram a resenha de Roseanna.
SKOOB - Roseanna é o primeiro volume (de 10) protagonizado pelo detetive depressivo (e que vive às voltas com resfriados) Martin Beck. Ele é um dos melhores detetives de Estocolmo e seu caso envolverá uma jovem morta, cujo corpo foi encontrado durante a dragagem de um lago. Sabe-se muito pouco sobre essa mulher. Só depois de três meses de investigação, descobriu-se que seu nome era Roseanna McGraw, norte-americana e passageira do navio Diana.

Beck, acompanhado de seus colegas Kollberg, Ahlberg e Melander, precisa correr contra o tempo, apesar de que, um tempo considerável já havia passado entre o corpo ser achado e as primeiras informações surgirem. Mas este protagonista lacônico, obstinado e desacreditado do sistema, não vai tirar o caso da cabeça, isso porque, conforme ele vai investigando, vai tendo a certeza de que o assassino está muito perto, só precisava peneirar as informações recebidas.

Romance é um gênero literário muito antigo, romance policial também, mas o romance policial que a Escandinávia exporta e que conhecemos hoje muito se deve ao casal Maj Sjöwall e Per Wahlöö (não faço a mínima ideia de como se pronunciam os sobrenomes). Nos anos 60, a produção literária na Suécia estava muito abaixo dos padrões**, até que Maj e Per criaram Martin Beck, um investigador de polícia que faz de tudo para resolver suas investigações, mas que tem seus demônios pessoais. Sem querer (ou querendo), eles foram os primeiros a popularizar um subgênero do romance policial, o scandi-crime - termo que descobri recentemente e, a partir de agora, vou usar toda vez que trouxer um romance policial advindo desta região.
**Para entender melhor o momento histórico da Suécia nos anos 1960, vale ler a biografia de Stieg Larsson, publicada pela Cia. das Letras. Além de falar da vida e obra do autor, ele explica com detalhes o boom dos romances policiais que começou com o casal Sjöwall-Wahlöö.

Assim como todos (praticamente sem exceção) os detetives, Martin Beck não tem lá uma boa relação com sua família. Sua esposa vive reclamando que ele trabalha demais, que é ausente e passa pouco tempo com seus filhos. Além disso, o casal foi um dos primeiros a trazer para a literatura problemas reais da população sueca que, à época, não era a maravilha de país que é hoje. Beck era o reflexo do que os suecos procuravam: justiça. Claro que, nesse tempo, já tínhamos Hercule Poirot e Sherlock Holmes, mas eles não eram identificáveis pelo povo. Querendo ou não, o casal abriu as portas, revolucionando o gênero.

E, se eles revolucionaram o gênero, vale ressaltar que muita gente bebeu da fonte Sjöwall-Wahlöö, entre eles o norueguês Jo Nesbø (preciso ler algo dele urgente), Henning Mankell (só vi a série Wallander) e Stieg Larsson (amém). Aliás, no caso de Larsson, a idolatria dele pelo casal é visível em vários pontos dos livros Millennium, inclusive na forma de escrever. Digamos que tem muito do casal na história de Lisbeth Salander. Vale ressaltar que Stieg, quando ainda respondia por Karl Stig-Erland, era leitor assíduo da série.
A edição da Record caiu em minhas mãos na melhor hora. Na biblioteca que eu frequento tem dois títulos do casal, mas são edições portuguesas muito antigas, até tentei ler, mas quando abri a primeira página, não entendi nada. O português europeu - antes da primeira reforma - é muito diferente, aí acabei desistindo. Então, fiquei muito feliz por ver que a editora publicou não só esse, mas também o segundo, "O Homem que Virou Fumaça" (em Portugal ele se desfez em fumo, rs), que já garanti e logo trarei a resenha para vocês. Ah, e o papel que a editora usou é aquele que encontramos nos romances de banca (o amarelado, com cheiro de velho, que com certeza tem um nome específico), que me remeteu imediatamente à clássico, rs.

Em 1997, a série de livros virou série de TV, com diversos atores interpretando o detetive mais cansado que já conheci, sendo a versão com Peter Habor (5 temporadas) a mais famosa - e alçando ao sucesso um jovem Michael Nyqvist, ainda como coadjuvante...

E como eu empolgo toda vez que falo sobre um romance policial - principalmente se ele for escandinavo - tenho que dizer para vocês que os livros devem ser lidos sim, mesmo com toda a dificuldade que envolve as séries, que nós sabemos que nem todas são continuadas. A nosso favor, a vantagem de serem volumes não (tão) seriados, ou seja, até dá pra ler fora da ordem, mas fica aquela pontinha de tristeza, porque clássicos deveriam ser publicados sempre, mas é aquela história, editoras são empresas e precisam pensar no lucro também, senão fecham as portas. Termine de ler este texto e corra para ler Roseanna!



Postagem participante do:


Olá!

Mais uma vez trago um romance policial. Oficialmente, enjoei momentaneamente deles, porque li tantos nesse início de ano que não aguento mais ver um policial/investigador/escritor ou coisa que o valha - vou retomar o gênero com Millennium, no fim do ano, rs. Mas, antes de qualquer enjoo, é hora de conferir como foi minha experiência ao ler O Silêncio do Túmulo, do islandês Arnaldur Indridason (não me perguntem como se pronuncia).
A trama começa numa festa de aniversário que está rolando num bairro rico de Reykjavík, capital da Islândia (que me faz lembrar da Björk, rs). Até aí tudo bem, mas algumas das crianças encontram uns ossos, que depois descobriu-se que fazia parte de uma ossada humana. Esses ossos foram encontrados no "Bairro do Milênio", um canteiro de obras de uma região da cidade que está se expandindo rapidamente, graças à especulação imobiliária.

As investigações preliminares revelaram que a ossada estava lá há pouco mais (ou menos) de 70 anos, ou seja, desde o tempo da Segunda Guerra. E é aí que entra nosso protagonista, o detetive Erlendur (pra quem não gosta de nomes nórdicos, tá liberado reclamar). O policial está às voltas com um grave problema pessoal: sua filha, Eva Lind, viciada e grávida, está em coma, por causa de uma overdose. Ele e a filha não se dão bem, por causa da maldita alienação parental.

Erlendur briga com a filha, não fala com o filho e volta e meia toma uns gritos de Hálldora, sua ex-mulher. Paralelo a vida desse pobre policial, temos uma mulher. Ela vive no tempo da Segunda Guerra. É mãe solteira, com uma filha que sobreviveu a meningite infantil e ficou com uns traumas. Essa mulher - cujo nome não é revelado em grande parte da história - conheceu um cara e acabou casando com ele, assim, do nada. E passou a bater nela, dia sim e dia também. A mulher, que já era mãe da Mikelina, teve mais dois filhos desse homem, cujo nome também não é citado, mas ganhou o apelido de Grímur de um de seus filhos. 

Com a ajuda de seus colegas inspetores Sigurdur Óli (que tem uma namorada que beira a ninfomania e ele não quer casar com ela) e Elínborg (que é formada em Geologia e ama romances, além de ser uma das poucas policiais na Islândia, à época que o livro foi escrito). Além de toda a merda envolvendo a filha e o caso policial, uma situação do passado está atormentando nosso Erlendur. E agora, ele precisa desvendar o que aconteceu há 70 anos, com grande probabilidade de não resultar em nada porque muitos já morreram, vai saber.
Bem, apesar de ter enjoado momentaneamente de romances policiais, eles sempre terão um cantinho no meu coração. Eu o encontrei na biblioteca que frequento, perdido na seção de... romances policiais (ah vá). Preciso dizer que comecei a ler o gênero com James Patterson e sua maravilhosa série do Alex Cross e passei a gostar de vez por causa do mito/gênio/deus/fora de série/homão da porra Stieg Larsson. Então, não tenho como não dizer que me surpreendi com a escrita do Arnaldur.

Intrinsecado e bem escrito, ao longo da trama, vários personagens entrarão ao longo da mesma, e eles nos surpreendem, pois não sabemos se têm a ver ou não com o crime. A escrita dele te prende mesmo, a ponto de você não querer parar pra nada. E ainda dá tempo de conhecer mais sobre a Islândia, que é um país minúsculo na Escandinávia, onde, no verão, não existe noite e sua população total é de cerca 300 mil pessoas - e o presidente gostaria de poder proibir por lei o abacaxi na pizza

Com uma premissa original e autêntica, Indridason colocou a Islândia no topo, pois, com este livro, ele ganhou diversos prêmios, merecidos, graças a sua habilidade em fazer com que um investigador tenha que driblar sentimentos pessoais, ao mesmo tempo que tem uma dívida pendente com sua família e saber de quem diabos é a bendita ossada, além de sofrer com a mulher vítima da violência doméstica - uma triste realidade. É narrado em terceira pessoa, sob os pontos de vista de Erlendur e da mulher.
No começo do livro, tem um mapa que mostra a Islândia e outro que mostra a parte da cidade em que a ossada foi encontrada. E eu esqueci de tirar foto, mas garanto a vocês que o mapa do país cabe em uma folha. Sério. Pior que os nomes dos personagens são os nomes dos locais. Perceberam que só escrevi Reykjavík e Bairro do Milênio? Pois é, mesmo com o esforço hercúleo da editora em acentuar as palavras e facilitar a pronúncia, não dá, tentar pronunciar todos esses nomes dá um nó no cérebro.

Uma excelente edição da Companhia, sem erros de nenhuma ordem e o único ponto negativo é que não há travessões nas falas, e sim aspas, no modo americano (ou francês?). Não o façam, por favor, é chato de acompanhar a leitura. Mas isso não é motivo pra desistir da obra, até porque o final te deixa com uma cara de "como assim, Brasil?". Aliás, pesquisando aqui, descobri que O Silêncio do Túmulo é o quarto livro da série do detetive Erlendur (o primeiro é o A Cidade dos Vidros, publicado pela Record), que já fazia sucesso fora da Escandinávia no fim dos anos 90 (muito antes de Millennium).

O que é surpreendente vindo de Arnaldur é que a Islândia é um país com baixíssima taxa de homicídios, então, haja criatividade pra inventar crimes! Aproveitem que esse simpático autor passou a morar no meu coração e confere essa entrevista aqui que ele deu pro site d'O Globo, em 2011, mas que é bem legal. Só tomem cuidado com os spoilers, rs.

Vida longa à Escandinávia, celeiro de grandes romancistas policiais :)


Olá!

Antes de qualquer coisa, peço que leiam com atenção e carinho este post. Originalmente, era outro texto que estava aqui, mas devido a uma bruxaria do blogger, que foge à minha compreensão, perdi tudo. O tema era esse mesmo, mas estava bem mais escrito, já que eu tinha feito a resenha assim que terminei de ler. Nada do texto original foi recuperado e o post pode não ficar tão bom quanto estava. Mas não desista de mim e confira a resenha do segundo livro da série Millennium, A Menina que Brincava com Fogo.
Amo tanto essa trilogia, que ela é protegida pelos meus Minions guardas!
Skoob | Submarino | Americanas | Série Millennium

Resenhas Anteriores: Os Homens que Não Amavam as Mulheres - Livro | Filme

Dando sequência à doutrinação segundo "a palavra de Larsson", neste segundo volume, a Millennium está às voltas com sua nova edição e, para isso, ele contará com dois colaboradores: o jornalista Dag Svensson e sua namorada, Mia Bergman, doutoranda em criminologia. O tema da revista será o "comércio do sexo", que é um nome mais bonito para tráfico e exploração sexual de mulheres. Muitos nomes fortes da Suécia estão envolvidos, ou seja, uma edição que pode abalar as estruturas de poder no reino - lembrando que a Suécia é uma monarquia.

Por outro lado, Lisbeth Salander está gastando sua grana em uma viagem pelo mundo. Conheceu pessoas boas e ruins, estudou matemática (socorro) e sumiu da vista de todos. Colocou silicone nos seios e tirou algumas tatuagens e piercings (incluindo um íntimo, segundo o autor). Quando voltou, seu rosto estava estampado em todos os jornais da Suécia. 

Isso porque Dag e Mia foram assassinados. Além deles, Nils Bjurman também morreu e Lisbeth é a principal suspeita. Seu histórico também não ajuda: foi declarada perturbada mentalmente, fazendo com que ela se tornasse a inimiga número 1 do país. A favor dela, só mesmo Mikael Blomkvist, que sabe que ela é inocente, mas sabe também que seu conceito de ética é diferente do considerado "correto".

Além disso, Lisbeth recebe a notícia de que seu ex-tutor, Holgen Palmgren, está vivo mas debilitado em uma casa de saúde. Mas, o inimigo é maior. Zala. Ele é a chave da história. Seu passado está diretamente ligado à história de Lisbeth. Muito sobre Lisbeth é revelado - muito mesmo - e o ponto de partida é quando ela tinha 12 anos e o que ela chama de Todo O Mal aconteceu.

Posso ter perdido a resenha original, mas ainda me lembro de algumas coisas, como, por exemplo, o fato de que, neste livro, Mikael e Lisbeth só vão se encontrar uma vez, quando ela será salva do "gigante loiro", um cara alto e de dar medo. Outra coisa - essa eu não esqueço, rs - é que essa história é apaixonante! Do começo ao fim, o livro possui várias críticas à sociedade sueca, mas que, se trocarmos uma ou duas palavras, serve direitinho à nossa sociedade.

Por exemplo, em uma passagem do livro, Erika Berger pensa em seu relacionamento com Mikael. É um spoiler, mas lá vai: ela é casada com um artista plástico, mas possui uma sólida relação com Micke há uns vinte anos. E fica chateada quando "amigos" e "colegas" falam dela - pelas costas - sendo que o próprio marido sabe do relacionamento e ok, ele aprova. 
Fiel ao amante? Um belo paradoxo por parte de Stieg Larsson, rs.
Para quem não sabe, Stieg Larsson era anti-machista, antirrascista e um crítico fervoroso da extrema direita - aqui no Brasil, hoje, ele seria chamado de "mortadela", o que é triste. Aliás, é triste você ser taxado de qualquer coisa relacionado à política. Então, ele usa o livro para criticar o fato de que, como Micke é homem, ele pode "passar o rodo", mas Erika é mulher, então ela tem que ser fiel, porque se tem mais um homem é "vadia". Tem outro spoiler, mais legal ainda, mas não vou dar não, rs.

À distância, através do computador de Blomkvist, Lisbeth vai juntando documentos para provar sua inocência. Ela, sempre lançando mão de sua inteligência, precisará de muito mais frieza para não sair por aí matando todos os homens que fizeram mal para ela, inclusive um certo Peter Teleborian, que faz muita questão de mantê-la num hospício pelo resto da vida.

Se o assunto é Millennium, não esperem imparcialidade de minha parte. Eu amo esta trilogia e irei protegê-la. Mas, as 611 páginas do volume não assustam, pelo contrário, apesar da repetição de nomes que o autor coloca ao longo do texto, você devora cada página com o coração na mão. O que aconteceu a Lisbeth? Ela é perturbada mesmo? E Mikael, o que fará para ajudá-la? E aí, quando vê, o livro acaba numa parte crucial, em que você perde até o sentido da vida. Por quê??
Essa foto foi o que me fez perder o post original. Por favor, apreciem-na, sou péssima fotógrafa, mas essa ficou demais!
Uma equipe policial está atrás de Lisbeth, mas eles mesmos não se convencem da culpa dela. Muitas coisas não se encaixam. E, mais uma vez, uma crítica de Larsson está nas entrelinhas. O Estado. O Estado sueco falhou com Salander. Ela pediu ajuda a um monte de gente quando Zala a prejudicou. De nada adiantou. Para encobrir um cidadão, acabaram com a vida de uma menina. O Estado sueco falha. O Estado brasileiro falha. O que aconteceu com ela, infelizmente, pode acontecer com qualquer uma de nós.

Eu já vi os três filmes - sem palavras, mas vai ter resenha - e vou demorar a ler os volumes restantes, mas não posso deixar de recomendar uma trama tão apaixonante. Falando em tramas, a Suécia é terreno fértil para quem escreve romances policiais/thrillers/suspenses. Podemos classificar em três grupos: o primeiro, com os precursores do gênero naquele país, com autores como Maj Sjöwall e Per Wahlöö, nos anos 70. Depois vieram os best-sellers internacionais, como Lars Kepler (dois de seus livros foram publicados pela Intrínseca), Camilla Läckberg (publicada pela Planeta de Livros), Henning Mankell (morto em 2015) e Liza Marklund (o Brasil precisa conhecer essa mulher). Por fim, acima de todos esses, Stieg Larsson. E não porque sou fã, mas porque o que ele escreveu, dificilmente outro/a fará parecido. Tão cedo será superado.

Como eu disse, logo menos terá resenha dos filmes 2 e 3, mas por ora, por favor, vamos conferir essa trama elétrica, sem falar que tem muitas referências da cultura pop tanto sueca. Uma aula de história, de informática, de jornalismo, de ética... Arrisco dizer que esses livros são uma verdadeira faculdade!

P.S.: saiu no G1 que o David Lagercrantz vai escrever mais dois volumes, sendo um a ser lançado este ano. Parte ruim: não é o Larsson. Parte boa: vai ter mais Salander e Blomkvist sim, o que será maravilhoso! O link está aqui.