Olá!

Aos trancos e barrancos, vamos cumprindo os tópicos do Desafio 12 Meses Literários e, dessa vez, por incrível que pareça, matei dois coelhos com uma paulada só, pobrezinhos. Além de eu ter lido uma autora nascida neste mês, ainda encerrei mais uma trilogia. Vem conferir o último volume da trilogia Rainha da Fofoca.

SKOOB - A Rainha da Fofoca – Fisgada é o último volume da trilogia criada por Meg Cabot e, começando exatamente de onde acaba o anterior, Lizzie finalmente vai se casar! Mas com Luke, o príncipe. Pra quem não lembra, Luke é o homem perfeito para Lizzie (segundo a própria), pois se preocupa e a ama. E até lhe deu um anel de noivado da Cartier.

E não é só isso: por causa de um acidente com seu patrão, Monsieur Henri, ela terá que cuidar do ateliê de restauração de vestido de noiva dele. O que significa que ela terá que cuidar de absolutamente tudo. E sua carreira como restauradora de vestidos de noiva alavancou de modo impressionante: seu nome saiu nas colunas sociais, depois do ocorrido (o clímax do livro anterior), logo, as ricas e famosas vão querer ser clientes dela, até mesmo uma certa Ava Gerk, popular (e infelizmente) conhecida por ser uma “vagabunda viciada em crack”

Mas nem tudo são flores com a maior boca aberta que conhecemos: ela sofre um grande baque em sua vida, enquanto não sabe se realmente ama Luke. Porque ela está dividida entre seu noivo e Chaz, melhor amigo dele. E fica se anulando em detrimento de uma relação que nem ela mesma sabe no que resultará, que dirá nós leitores.

Nascida em primeiro de fevereiro de 1967, portanto atendendo ao segundo tópico do Desafio 12 Meses Literários, Meg Cabot encerrou uma trilogia que me fez rir, mas também ligou um alerta em mim. Tipo, as coisas que Lizzie dizia (para si e para os outros) para manter o relacionamento, quantas mentiras ela disse pra se iludir, porque o que importava para ela é que ia se casar com um príncipe. Você vai lendo e se perguntando: por que ela está tão desesperada para se casar? Quantas histórias (não necessariamente ficcionais) vemos de mulheres que se anulam de detrimento de um embuste?
Aliás, depois de um começo de ano em que li míseros quatro livros, finalmente estou recuperando meu ritmo de leitura. Não lembro mais quando comprei os livros da trilogia, mas demorei um bocado pra finalizar. E não me arrependo, pois foi uma leitura super gostosa e com muitas curiosidades interessantes sobre casamentos. Cada capítulo começa com uma dica de Lizzie para o casamento da leitora e uma epígrafe. Realmente algo bem original.

Inclusive, as dicas vão de como controlar sua cunhada a saber quais músicas devem tocar durante a festa. E sobre isso, saibam que, para que todos dancem na sua festa, tem que tocar desde "Dancing Queen" (ABBA) a "YMCA" (Village People), passando pelo hino máximo e supremo "It's Raining Men" (The Weather Girls). Vocês não podem dormir sem saber disso.

Pra quem está na ressaca literária, recomendo todos os livros da série. É aliás, fiquei chocada porque li as 445 páginas em um dia. UM ÚNICO DIA. Sim, é surpreendente. Talvez só a Ana, do Entre Chocolates e Músicas, que é a maior fã dela, deva conseguir essa proeza. É uma pena que muita gente torça o nariz pros chick kits (abomino quem usa o termo “literatura de mulherzinha”), pra considerar um gênero inferior. Pode ler sim, viu, amiguinho. Poucas coisas são tão boas quanto uma boa leitura. Agora estou com saudades de todos os personagens.

Compre aqui seu exemplar de A Rainha da Fofoca - Fisgada.

Olá!

Mais um romance policial escandinavo por aqui. Enquanto eu não enjoo do (sub)gênero, resolvi ler o segundo volume do personagem clássico criado pela dupla (casal, na verdade) Sjöwall-Wahlöö. Infelizmente a Record não deu sequência na série, mas tudo bem. Um dia eu aprendo sueco.
Resenha Anterior: Roseanna

SKOOB - O Homem que Virou Fumaça é o segundo volume da série do inspetor Martin Beck e começa com meu segundo detetive favorito (porque o primeiro é o Kurt Wallander) tendo suas tão sonhadas férias interrompidas. Exatamente 24 horas depois de encontrar sua família numa ilha onde descansariam, ele precisa voltar para sua delegacia, pois há um desaparecido.

O Ministro do Exterior o convocou para que ele cuidasse do caso do desaparecimento do jornalista Alf Matsson, que foi pra Budapeste, capital da Hungria, e sumiu. Porém, o caso de Alf é mais difícil do que se imagina, pois é como se ele simplesmente nunca tivesse existido, pois há muito pouca coisa sobre ele. E mesmo sendo um desaparecimento que aparenta ser comum, Beck tem aquele instinto tão comum em romances policiais de ir até o fim de cada caso.

Beck, que segundo as más línguas, tem o dom de "entrar numa sala e fechar a porta atrás de si quase ao mesmo tempo em que batia nela no lado de fora", esbarra na falta de interesse das autoridades húngaras para encontrar o jornalista. Em Budapeste, ele contará com a improvável ajuda de um certo major, que é um tanto desconfiado, mas muito inteligente.
Mas, o que seria apenas mais um caso de desaparecimento, mostra-se um complexo caso envolvendo altos escalões, tráfico de drogas e algumas coisas que tem de sobra no Leste Europeu. E Beck terá que focar em encontrar uma solução - ou achar o cara - e deixar de lado suas tão sonhadas férias na cálida costa da Suécia. Para isso, terá a ajuda de seus colegas Melander e Kollberg.

Com muita dor no coração, tenho que dizer que esperava mais dessa leitura. Amo romance policial, isso não é segredo, mas percebi que faltou aquele impulso que o leitor precisa ter para querer desvendar o caso, é como se os autores, na figura de Martin Beck (que não estava resfriado), quisessem entregar tudo mastigado para o leitor. Muitas descrições, pouca ação. Quando o leitor percebe, já se concluiu o assunto.

Vale ressaltar também que esse livro foi escrito em 1966, portanto, no auge da Guerra Fria. Então encontraremos na leitura vários termos como Cortina de Ferro, e também certos países como Tchecoslováquia, Iugoslávia e União Soviética. Para nós contemporâneos, todos esses nomes soam velhos e históricos demais, mas serve pra gente lembrar que tudo isso existiu mesmo, rs.

Infelizmente, a Record publicou só dois dos dez volumes da série, escrita entre 1965 e 1975. Diferente do volume anterior, Roseanna (link no começo do post), esse foi bem fraquinho, mas ainda assim foi uma boa leitura porque podemos conhecer a mentalidade daquela época, refletida nos valores de Beck e também nas descrições de pessoas e lugares. Apesar de eu ter esperado mais da obra, a única coisa que salva é saber se o homem virou fumaça mesmo (o título em Portugal é "O Homem que se Desfez em Fumo", não consigo não rir).


Olá!

Finalmente pude ler algo do Jo Nesbø! O norueguês (maravilhoso para alguns, superestimado para outros) me passou uma boa impressão de sua obra, mas espero mais dele. Confira o que achei de Sangue na Neve.
SKOOB - Sangue na Neve é o relato de Olav, um matador de aluguel que se vê as voltas com uma ordem meio difícil de ser resolvida. Mas ele não é um daqueles matadores maus. Bom, ele tem lá sua dose de maldade, mas foge do comum a partir do momento que pensa com detalhes os mais diversos assuntos. Mas não se engane, ele tem lá suas dificuldades: é disléxico, odeia matemática, não sabe dirigir devagar, se apaixona fácil e perde a cabeça quando se irrita.

Por causa desses defeitos, ele disse que não serviu nem pra cafetão nem pra traficante, restando-lhe apenas o ofício de matador. Hoffmann é seu principal cliente e o livro propriamente dito começa quando esse Hoffmann manda ele matar sua esposa, porque ela o trai com um homem que, depois de muita observação, sabemos que a agride.

Mas, por motivos que nosso protagonista não sabe explicar, ele não quer matar a sra. Hoffmann. Além desse "problema", Olav cuida de uma certa Maria, que assumiu a dívida do namorado drogado e, por algum tempo, viveu na prostituição. Ela é surda-muda e, sem saber, é seguida por Olav onde quer que vá. Uma trama bem escrita que se desenvolve em poucas páginas. Olav é um assassino e tanto!
Este foi meu segundo contato com um autor norueguês (antes de Jo, li O Mundo de Sofia, um porre), mas tenho certeza que este é o primeiro livro de Nesbø (Alt + 155 = ø) e posso dizer que gostei bastante! Sangue na Neve tem só 152 páginas, mas é tão bem escrito que não precisava acrescentar mais nada. Uma trama um tanto diferente, um protagonista focado em seu objetivo, mas que acaba ganhando a simpatia do leitor por sua sinceridade e bom humor - sem falar que odeia matemática e ama ler.

Estou na expectativa pelo filme Boneco de Neve, a ser lançado no fim deste ano, salvo engano. Mas como os livros dele são um tanto caros (principalmente os do detetive), resolvi começar com este, curtinho, deu pra ler em um dia, tem todos os ingredientes de um bom thriller/suspense, mesmo tendo um assassino como narrador (em primeira pessoa). Nesbø mostra como é versátil em sua escrita, sem deixar de fazer a boa e velha crítica social, tão em voga nesse gênero.

A edição da Record está muito bonita, com um vermelho vivo (como o manto de um rei) e um pouco de verniz, dando um efeito de pegadas em alto-relevo (espero ter explicado bem, vocês precisam passar a mão nessa capa, rs). Um livro pra ser lido nesses dias frios, porque super combina. Não há erros de nenhuma ordem e aproveitamos para poder conhecer um pouco de Oslo. Pra quem quer conhecer a escrita de Jo Nesbø, mas não quer começar pelos do policial Harry Hole, Sangue na Neve é uma ótima pedida.



Olá!

Amo a Itália, amo Milão, amo a Inter, mas nunca tinha lido nada do Umberto Eco. Até agora. Ainda não tenho coragem de ler O Nome da Rosa, sua masterpiece, mas tive uma prova de sua escrita ao ler Número Zero. E, sinceramente, esperava mais.
SKOOB - Número Zero se passa em Milão e começa com um homem que percebe que sua casa foi invadida. Ele sabe que tem um segredo que pode lhe custar a vida, mas ele precisa fugir. Este homem é Colonna, um jornalista de 50 anos, mas com uma vida de merda, trabalhando em empregos ruins e com uma carreira fracassada. Porém, um certo Simei o procura com uma proposta irrecusável: publicar um jornal amanhã com notícias de ontem. Nem preciso dizer que ele a aceitará.

Meio difícil de entender, mas vamos lá: é um jornal que vai publicar notícias velhas como se fossem novas, isso porque, mesmo a notícia sendo velha, a forma como ela é escrita pode deixá-la até mesmo atemporal. Estudei quatro fucking anos de jornalismo e ninguém me ensinou nada parecido, tampouco vi isso em algum lugar. Porém, se entendi certo, é um jornal que vai reescrever notícias velhas como se fossem novas porque estas vão ganhar um novo ponto de vista.

É um conceito interessante mas um pouco confuso, conforme você lê, vai entendendo. É pra entender aos poucos mesmo. Aliás, o jornal vai receber o super título original de... Amanhã. E nessa redação, Colonna vai conhecer uma equipe interessante, mas os destaques vão para Maya (a única mulher no recinto), o Bragadoccio (tem umas ideias doidas) e Lucidi (que diz ter uns contatinhos pesados), além dos estúpidos que fazem perguntas idiotas. Cada um deles vai cuidar de um setor: esportes, horóscopo, política, etc...
Ah, faltou dizer que esse jornal - como todo veículo de comunicação - tem um dono. E esse dono tem interesses. Porque o jornal pode se chamar Amanhã, mas o dono tem interesses hoje, então, nada de matérias que podem comprometê-lo. Só que, nesse meio tempo, o Bragadoccio vai encontrar um conteúdo muito interessante acerca do provável destino dos restos mortais de Benito Mussolini. Em cima desse conteúdo, o colega de Colonna vai criar uma teoria sobre o que aconteceu no dia da morte do ditador fascista. Mas como Bragadoccio tem fama de "engraçado", ninguém vai ligar pra história dele. Até que acontece uma certa situação, que vai fazer com que a história de Bragadoccio acabe sendo levada em consideração.

Quando alguém fala Umberto Eco, só vem à mente um único título: O Nome da Rosa. E diferente de sua masterpiece, o italiano vai trazer para um livro escrito em 2015 o universo de uma redação jornalística nos anos 90. Não muito diferente de hoje, o Amanhã poderia ser taxado, tranquilamente, de sensacionalista ou de veículo de entretenimento. A história se passa nos idos de 1992 e temos uma boa ideia do que se passava nas redações daquela época.
Pelo hype que o autor tem (ele morreu mas a obra ficou), eu esperava muito mais do livro. É uma boa história? Sim. Bem escrita? Também. E só. Apesar da construção extremamente difícil de um número zero de jornal (pelo menos pra quem é leigo), a história tem seus pontos engraçados, uns momentos de tensão e é isso aí, senti falta de algo mais forte, que me prendesse mais ainda e me instigasse. Por sorte, a escrita do Umberto é tão gostosa que dá pra ler super rápido.

Não li outras obras dele (pretendo) mas pude notar um estilo único, marcado por saber satirizar ao mesmo tempo em que se critica. Tem coisa melhor que ensinar e ainda dar umas risadas? Pelo menos é assim que eu aprendo (aprendia, nos tempos de escola). A leitura vale a pena também porque a gente pode conhecer umas ruas legais de Milão - não é todo dia que leio uma obra que se passa na Itália.

No mais, apesar de eu ter sentido falta de alguma coisa que realmente me marcasse, foi uma boa leitura, inclusive pra quem quer conhecer a escrita do Eco e tem medo das 574 páginas de O Nome da Rosa (eu), recomendo Número Zero. O trabalho de revisão da Record está bem feito e a capa é bem bonita, com cara (mesmo) de romance policial.



Olá!

Depois de uma leitura densa e cheia de sangue, nada como uma leitura leve, rápida, que nos faz rir e ainda por cima dá para ler num dia só. Estou falando de Holy Cow - Uma Fábula Animal, de David Duchovny (trabalhou no Arquivo X).
SKOOB - Holy Cow conta a história da vaca Elsie Bovary (há boatos de que não é parente da Madame), que deve ter algum problema de déficit de atenção, porque ela já começa o livro nos bombardeando com divagações. Mas até aí tudo bem, ela é uma vaca. Elsie mora numa fazenda e tem sua melhor amiga, a Mallory, que está caidinha por um dos touro magya do lugar.

Até que, um certo dia, o filho mais velho do fazendeiro, que consegue ordenhar uma vaca e enviar mensagens no celular, deixa o portão aberto e Elsie e Mallory acabam saindo de seu cercado. Por uma questão do momento, Elsie acaba brechando a janela da casa da família e vê todos quietos diante do Deus Caixa. O Deus Caixa está mostrando uma coisa cruel a respeito de diversos animais, entre eles, as vacas.

Desesperada, Elsie bola um plano para fugir de lá e ir para a Índia, porque, segundo o Deus Caixa, as vacas são sagradas na Índia. Mas, no meio do caminho, ela encontra Shalom, um porco convertido ao judaísmo (isso mesmo) e Tom, um pavão muito magro que tem um celular, que é tudo que Elsie precisava para continuar seu plano.

Assim como Elsie quer ir para a Índia, Shalom quer ir para Israel e Tom, para a Turquia. E eles viverão altas aventuras, cheias de diversão, para chegarem a seus destinos e fugirem de seus destinos óbvios.
Quando vi esse livro pela primeira vez, achei que era um livro engraçado e só. Mas não, não contente em ser engraçado, Holy Cow mostra que, até mesmo uma simples ação pode dar um ponto final em conflitos antigos. Conflitos do tipo Israel-Palestina, quero dizer. Elsie é uma vaca autêntica, divaga mesmo e fala na cara o que pensa, mesmo sua editora não gostando muito disso.

No livro, além dos personagens engraçados, tem umas ilustrações bem bacanas, feitas pela Natalya Balnova. David colocou diversas sacadas ao longo da histórias, mas eu não saquei muitas porque ou não gosto de rock ou simplesmente não nasci na época citada, mas tudo bem, nada que você não possa pesquisar rapidamente. Esse livro foi escrito para crianças, porém, com tanta referência à cultura pop (muitas vezes a pedido da editora de Elsie), não tem como os adultos não gostarem. Enfim, é um livro para todos.



Olá!

Hora de conferir mais uma resenha dessa autora que amo tanto. O Amante Japonês é um livro que eu vinha monitorando desde seu lançamento, lá nos idos do ano passado e, quando vi que viria para o Brasil, apenas surtei e fiquei esperando o dia da compra. Comprei e demorei para ler. Por que demorei? Não sei. Mas finalmente eu li e divido com vocês as minhas opiniões desse livro tão especial para mim!
O Amante Japonês é uma daquelas histórias que nos mostram o verdadeiro sentido do amor, aquele que nem a maior das tragédias consegue apagar. Apesar de não ter palavras para descrever, começo contando que Irina Bazili, jovem nascida na Moldávia, havia começado a trabalhar na Lark House, na periferia de Berkeley, São Francisco, uma residência para idosos - não é exatamente um asilo, pois a maioria ainda consegue ter uma vida independente.

Irina trabalharia como cuidadora de alguns dos internos - os dos segundo e terceiro níveis, aqueles que ainda têm uma vida independente. Os idosos de primeiro nível são os mais saudáveis possível e os de último nível são aqueles que estão no aguardo da morte.

Até que Alma Belasco chegaria na Lark House. A Lark House (casa de cotovias, em português), aliás, era uma das melhores casas para idosos da baía de São Francisco, tinha até fila de espera. Porém, Alma e seu dinheiro burlaram a fila e se instalaram no segundo nível. Imediatamente, Irina passou a ser sua moça de confiança.

Enquanto isso, Seth, neto de Alma, quer escrever um livro sobre a família Belasco e gostaria de ouvir as histórias. Logo, Seth se apaixonaria por Irina, que é totalmente alheia ao amor, por um forte motivo. Após muito investigar, Seth e Irina descobriram a história de Ichimei Fukuda e sua família, que há muitos anos trabalharam para o avó de Alma.

Aí temos a junção de duas histórias até então bifurcadas: Alma Belasco antes era Alma Mendel, uma menina polonesa e judia que, para ser salva do nazismo, foi enviada de Varsóvia para a casa dos tios Isaac e Lillian Belasco, em São Francisco. Ao chegar em SeaCliff, a residência dos Belasco, Alma conheceu o primo Nathaniel e Ichimei, filho do jardineiro Fukuda, que trabalhava para a família. A partir daí, as vidas de Ichimei e Alma estariam para sempre unidas.

Claro que, depois dos ataques a Pearl Harbor, seria a primeira vez que Alma e Ichimei se separariam, eram apenas duas crianças. Desde episódio até a chegada de Alma a Lark House, se passariam quase 70 anos e várias situações que poriam à prova o amor e os sentimentos de Alma, que dado o contexto histórico, eram passíveis de acontecer com qualquer mulher que viveu nesse período.
Ataque a Pearl Harbor
Acho que todos já sabem que amo/sou/idolatro Isabel Allende, mas dessa vez ela me levou às lágrimas! Mas não de tristeza, são lágrimas que demonstram como eu não tenho coração de pedra ela é mestre em escrever histórias carregadas de delicadeza, com pitadas de fatos reais e, claro, sua amada São Francisco como plano de fundo. 

Alma Belasco é aquela que viu a vida sob várias óticas, a de refugiada, a de moça que teve de tudo mas que se sentia só, a mulher apaixonada porém indecisa... enfim, um retrato de uma mulher única... É o tipo de livro que, depois que li, percebi como minha vida é insignificante e só me restou vestir meu capuz e ficar bem quietinha, remoendo minha vida e escondendo as lágrimas - até porque o ônibus estava lotado demais pra eu ficar mostrando meu choro assim, gratuitamente. 
Eu após a leitura, rs.
Já cansei de falar como o trabalho de tradução/edição/revisão da Bertrand Brasil em relação aos livros da Isabel deixa um pouco a desejar, mas dessa vez, eles fizeram um ótimo trabalho, não encontrei erros graves e a capa é tão linda - igual a da versão em espanhol.

Então, só me resta reconhecer o quão talentosa e maravilhosa e perfeita é Isabel Allende e recomendar esse livro que é tão lindo, sem falar que tem vários fatos reais inseridos na história!


Olá!

O Vida Literária de hoje foi uma escolha da Ani. Ela escolheu um chick-lit que tanto ama, rs. Este é o segundo livro de Katie Fforde que é publicado aqui no Brasil e é sobre ele que vamos falar. Lembrando que o Vida Literária é um projeto que consiste que eu, a Ani (EC&M) e a Raíssa (O Outro Lado da Raposa) leiamos um mesmo livro, discutamos e depois o resenhemos. Ah, o livro se chama Uma Pitada de Amor.


Skoob | Saraiva | Site Katie Fforde | Record

Uma Pitada de Amor começa com Zoe Harper em Somerby (Inglaterra), para participar de um programa de culinária - tipo Masterchef. Porém, como ela chegou muito cedo, resolveu passear pela região. Até que viu um carrão quase cair em uma vala. Era o crítico de gastronomia Gideon Irving - lindo e maravilhoso - que ficou muito indignado. Zoe, que é uma alma bondosa, resolve ajudar o rapaz, mesmo sabendo que ele viria a ser um dos jurados do programa. Depois de tirarem o carro da vala, ele resolveu dar uma carona à moça, sabendo que isso poderia vir a prejudicá-los no programa.


Ao voltar para casa onde ficaria instalada, Zoe conheceu Fenella, dona da casa, que estava prestes a ganhar bebê. Fenella precisava dar atenção à produtora que estava lá para gravar os primeiros episódios. Era muita gente e Fen estava só com seu marido, Rupert. Zoe, que já disse que é uma alma bondosa, se habilitou a ajudar no que fosse necessário.

Quando tudo já estava pronto, chegaram os demais participantes. Pra não ficar lento, vou destacar os mais relevantes: Muriel, a dona de casa; Bill, o ex-ator; Becca, a quieta; Shadrach, o especialista em facas; e Cher, a metida - prestem atenção neles. Logo de cara, Zoe terá que dividir o quarto com Cher - que ficou com a cama de casal. Um certo dia, porém, nossa amada (sqn) Cher resolver dormir. E trancar a porta do quarto, deixando Zoe do lado de fora. Ela tentou entrar, mas nada. Só lhe restou procurar outro quarto. Fenella até tentou ajudar Zoe, mas não encontrava cópia da chave, então, Zoe resolve dormir no sofá mesmo.

Até que ela foi parar na cama do Gideon. Calma, ela fingia dormir quando foi carregada por ele. Como a cama era grande, os dois caberiam tranquilamente. Até que Zoe acordou, um tanto angustiada por causa da competição. Ela estava na cama. Com Gideon. Tentou seduzi-lo. E conseguiu. Tá, foi uma tentativa meio tosca, mas ela conseguiu. E a história começa justamente aí, quando Zoe toma a irremediável (e maravilhosa) decisão de transar com Gideon.
Quando a Ani escolheu esse livro, não dava nada por ele, mais um chick-lit de capa bonita no meio da multidão de chick-lits. Mas a história é um tanto interessante. Em suas 400 páginas, vemos uma Zoe se arriscando ao se entregar para Gideon ao mesmo tempo que se desdobrava para ajudar Fenella e ainda se preparar para as provas do programa. Zoe é um doce de pessoa, mas às vezes, sua bondade me irritou um pouco - se coloque em primeiro, mulher!

Gideon, ah, esse crítico maravilhoso... No começo se mostra um chato arrogante, mas com o virar das páginas, ele se mostra um cara legal, que se preocupa com Zoe e o que ela sente. Ele também está dividido entre ela e sua posição de jurado - se tudo vem à tona, sua carreira pode acabar. Mas ele tem um segredo, que quando li, fiquei de queixo caído. Achei cretino da parte dele esconder isso.

Em 400 páginas, podemos desenvolver uma ótima história, nem lerda demais, nem atropelada. E foi nisso que a autora pecou. A escrita dela lembra muito a da Marian Keyes, por sinal. Ela ia bem, mas tacou algumas revelações, colocou o clímax e acabou a história. Como assim, mulher??!!! Não deu tempo nem de shippar!!!!!

A escrita da autora é divertida e leve, apesar de abusar algumas vezes de certos clichês. Ela seguiu a linha de muitos outros chick lit que já existem, talvez com medo de se arriscar em algo mais ousado e fora do padrão. Mas é uma leitura que se dá tranquilamente enquanto aprendemos um pouco mais sobre cozinhar. Raíssa Martins

Até onde pesquisei, não há continuação - nem sinal dela. Mas senti falta de algo no final, pra mim, a autora deixou em aberto, cabendo uma sequência. Não sei se eu leria essa possível sequência, mas acho que seria interessante. Em relação à capa, a da Record é bem bonita, mas a original é mais, porém, segue um padrão imposto pela autora em suas capas.

Não é segredo que eu sou fã de programas culinários, ao ver a obra sabia que seria uma boa leitura. Foi muito bom conhecer um pouco mais da personagem e dos bastidores do programa. A autora conseguiu criar bons personagens com boas histórias. O final ficou um pouco em aberto, seria lindo se houve uma continuação focando no futuro dos personagens. É uma boa história e com certeza vale a pena ser lida (mas com um bom doce por perto, a leitura dá fome). Ani Lima

Além disso, o livro dá ótimas dicas para quem gosta de cozinhar e até mesmo os bastidores de um programa de TV desse gênero. Sem falar que dá muita fome durante a leitura, tamanha a quantidade de comidas gostosas que os personagens cozinham...
Então, para uma tarde em que você quer algo leve, a leitura é mais que recomendada! Recomendo visitar também o site da Katie (em inglês, o link está abaixo da primeira foto neste post), é muito legal!

Postagem participante do:



Olá!

Dando continuidade ao projeto Vida Literária - que consiste em que eu, a Ani do Entre Chocolates e Músicas e a Raíssa, do O Outro Lado da Raposa leiamos um mesmo livro e o resenhemos ao fim do mês - a leitura desse mês foi escolha da Ani, que é fã (ama/gosta/idolatra) da Meg Cabot. Espero que gostem da resenha de A Rainha da Fofoca, primeiro volume da trilogia de mesmo nome. 


A Rainha da Fofoca nos apresenta Elizabeth "Lizzie" Nichols. Ela acabou de se formar em História da Moda e está de malas prontas para viajar para a Inglaterra junto com seu namorado Andrew, que estão juntos há apenas três meses. Seus amigos Shari e Chaz (que são um casal) são totalmente contra a viagem. Eles querem que ela vá para Nova York com eles e não para a Inglaterra, onde ela ficará fazendo nada pelos seis meses seguintes enquanto Andrew vai terminar seu curso. 

Durante sua festa de formatura, Lizzie descobre (e não conta pra ninguém) que, pra se formar, precisa entregar uma monografia. Suas duas irmãs acham que Lizzie vai se dar mal e vai voltar pra casa com o rabo entre as pernas. E durante essa festa, Lizzie ganha três luzinhas de leitura, para usar durante a viagem.

Contrariando a todos, Lizzie vai para a Inglaterra. Mas nada será como ela imagina. Um dos grandes defeitos dela - senão o maior - é que ela tem a boca solta. Ela fala sem pensar (e quando pensa antes, ela fala logo depois) e imagina muito. Ela faz o que conhecemos como "contar com o ovo antes da galinha". Pois bem, sua estadia na Inglaterra dá muito errado. Shari e Chaz foram para a França, trabalhar em um chatêau (castelo) de um amigo.

Para não dar o gosto da vitória para as irmãs, Lizzie resolve ir para a França - depois de descobrir várias coisas sobre Andrew. Durante a viagem de trem, ela conhece Luke. Ela percebe que ele é um cara legal e conta tudo para ele - tudo mesmo, até os detalhes sórdidos, que ninguém precisava saber. Chegando em território francês, Lizzie se sente sozinha, pois não conseguiu avisar a Shari que estava a caminho.

Qual a surpresa de Lizzie (e minha) quando Shari chega à estação de trem para buscar Luke, que na verdade se chama Jean-Luc de Villers, apenas o filho do dono do castelo. LIZZIE CONTOU SUA VIDA PARA O FILHO DO DONO DO CASTELO ONDE ELA IA SE HOSPEDAR!! Claro que, dado o uso de maiúsculas, nossa protagonista ficou de cara no chão. Como se não bastasse, se preparem para rir bastante, porque Lizzie vai aprontar muitas - aprontar no bom sentido, mas vai aprontar!

Não sei como começar essa resenha. Bem, eu tive meu primeiro contato com Meg Cabot quando li Pegando Fogo. Essa história é tão horrível que só li duas páginas (e só lembro que um tipo de ostra e o time de futebol americano do lugar tinham o mesmo nome). Então, desisti de ler algo dela, mesmo a Ani falando todo dia (todo dia mesmo, acreditem) sobre como a Meg é incrível, linda, maravilhosa demais e etc. Aproveitando então o Vida Literária desse mês, ela sugeriu esse livro. 

"Essa foi uma releitura muito gostosa de se fazer. Depois de 3 anos, me peguei rindo com Lizzie e torcendo para ela. A Meg é incrível – não digo apenas como super fã – mas uma pessoa que consegue mudar de estilo completamente em suas obras sem perder a qualidade, merece aplausos. A leitura fluiu e foi super-rápida. Não vejo a hora de terminar a trilogia." Ani Lima

Já comecei rindo logo nas primeiras páginas! O jeito que a Meg escreve mais parece uma conversa entre mim e a personagem - o livro é narrado em primeira pessoa. Ela lança mão das maiúsculas de um jeito que não cansa a leitura. Já falei que o livro é engraçado? Pois é, o SLC (Sistema Lizzie de Comunicação) garante boas risadas ao longo da leitura. Pra eu virar fã da Meg ainda falta muito, mas eu aceitaria de bom grado a sequência desse livro - que parou em um ponto, digamos, interessante.

A parte ruim fica por conta da editora. Do Grupo Editorial Record eu só leio os da Bertrand Brasil por motivos de: Isabel Allende, então é a primeira vez que leio algo do selo Galera Record. O exemplar que li faz parte da quinta edição, publicada em 2012. A reforma ortográfica de nossa língua pátria entrou em vigor em janeiro de 2009. O que custava revisar o livro????? Gente, esse livro não passou pela reforma ortográfica!! E sabe o que é pior: o preço. Eu paguei acho que 22 (ou 28, não lembro agora) na Amazon, mas os livros da Cabot têm preços salgados. Tipo, quem é o corajoso que põe pra vender livros que não passaram pela revisão pós-reforma ortográfica (portanto estão repletos de erros de português) por mais de 40 reais??? Inadmissível.

Voltando às partes boas do livro, cada capítulo começa com um parágrafo da monografia de Lizzie (quero fazer uma monografia assim rs), seguido de uma epígrafe de grandes personalidades da literatura, sempre tendo como tema a fofoca. O livro tem 26 capítulos. A fonte virou detalhe irrelevante perto da não revisão ortográfica. Aliás, bem que a editora poderia usar uma tinta que fixe no papel, direto encontrei palavras impressas pela metade...

"Mais uma vez me diverti muito com a escrita da autora e as personagens que ela cria. Lizzie é muito engraçada e meio atrapalhada, sem falar em sua dramaticidade! Parece que tudo o que tiver para dar errado na vida dela, consequentemente acaba dando errado mesmo. E o leitor só consegue dar risada das situações que ela passa." Raíssa Martins

Apesar da futilidade que Lizzie transmite (ela fala muito de moda, de marcas, de grifes, me soa um tanto fútil), ela tem bom coração e uma língua que fala muito. Muito mesmo. Mas, ainda assim, o leitor torce para que ela se dê bem no final. Depois dessa leitura, me arriscaria a ler outros títulos da Meg, ela tem uma escrita leve. rápida e ágil, fazendo com que o leitor aprenda um pouco sobre a História da Moda e reze para que Lizzie entregue sua monografia.

PS: uma personagem que apareceu pouco, mas merece destaque, é a vovó Nichols. Sério, ela é a cara da sinceridade, fala sem medo! Queria ser neta dela! Quer ser amiga da Lizzie? Dê a ela litros e mais litros de Diet Coke e a afaste dos tomates!

E já temos a leitura de dezembro: a Raíssa escolheu "Como se Apaixonar", da Cecelia Ahern. Estou sem expectativas quanto à leitura, mas acho que vou gostar, ainda mais porque já conheço e gosto da escrita dela!

Postagem participante do



Olá!

Essa é a primeira resenha da maratona Férias Literárias, que este humilde blog está participando com as amigas Raíssa e Ana, em seus respectivos blogs..

Relutei muito antes de escrever essa resenha por motivos de: por mais que eu escreva, não encontrarei palavras para descrever o que senti ao ler. Simplesmente leiam. Leiam essa resenha e depois leiam o livro. Vocês me entenderão.



Sr. Daniels começa com Daniel tirando seu irmão drogado da sarjeta. Em seguida, no mesmo dia, a mãe de Daniel é assassinada. Vinte meses depois, é a vez de Ashlyn enterrar sua irmã gêmea, Gabby.
Daniel e Ashlyn se vêem pela primeira vez no trem. Ele voltava de uma visita na casa de uma avó. Ela estava indo para a casa do pai, que foi ausente durante sua vida. Sua mãe a deixara sozinha em Chicago e sua única solução foi morar com o pai, em Edgewood, Wisconsin.

Ele a convidou para ir prestigiar sua banda, Romeo's Quest em um bar na cidade. Foi amor a primeira vista. Até aí tudo bem, certo? Evidente que não. Enquanto ela se dava bem com Daniel, ela não suportava ficar na casa da família do pai, Henry. Ele morava com Rebecca, sua esposa e fanática religiosa, e seus dois filhos, Hailey e Ryan. Como se a vida de Ashlyn não estivesse complicada - não queria que a irmã tivesse morrido de leucemia, e sim ela, que não era a favorita da mãe, segundo a própria. Ela ia estudar na escola em que Henry era o vice-diretor. E onde Daniel era sr. Daniels, o professor de inglês, pra terminar de ferrar esse início de romance.

Essa obra me lembra muito o livro Perdendo-me, da Cora Carmack (resenha aqui). Cora também abordou a relação professor-aluna. Lá, Bliss só queria perder a virgindade. Aqui, há mais muitas coisas. Muitas mesmo. Hailey e Ryan têm fortes segredos a esconder. Têm medo de se revelar. Ryan carrega uma forte culpa. Um fardo que ele não consegue carregar. E nem precisava, pois - na minha concepção - ele era inocente.

Gabby deixou uma lista de coisas que Ash deveria fazer após a morte da irmã. Cada vez que ela cumpria um item da lista, tinha direito de ler uma carta. As cartas ficavam em um baú, que Ashlyn recebeu de Bentley, namorado de Gabby, no dia do funeral.

A escrita da Brittainy é simples e delicada. É objetiva ao descrever as emoções de suas personagens. No inicio de cada capítulo tem uma citação da banda Romeo's Quest, a banda de Daniel inspirada em Sheakspeare. O irmão de Daniel, Jace, também fazia parte da banda, mas acabou saindo por causa de seu envolvimento com drogas. Jace desaparece por um momento - passou uma temporada preso, na verdade - e depois volta, querendo vingar a morte da mãe.


Melhor parar por aqui, antes que eu dê algum spoiler. Esse livro emociona. Mesmo. A última vez que me lembro de me envolver em uma história, foi quando eu li Dewey, um gato entre livros (resenha aqui). O gato era lindo e sua morte me fez chorar o suficiente pra encher o cantareira rs. Mas me emocionei mesmo com as cartas de Gabby. Algumas são lidas durante a história. Meus olhos marejaram. Ela escreveu antes de morrer, mas foi como se ela tivesse acabado de escrever.

Um personagem que me fez chorar foi Ryan. Sua aparição foi breve, mas o suficiente para que eu considerasse um amigo. Sério, não há como não se emocionar com essa história cheia de encontros e desencontros. E perdas. A única coisa que não gostei é que só falam de Sheakspeare. A Bliss, de Perdendo-me também curtia Sheakspeare. Será que todas as moças que se envolvem com seus professores curtem o inglês mais lido do mundo? Se é o mais lido eu não sei, mas que é o mais romântico, isso é indubitável.

A edição da Record sambou! Revisão, edição e capa muito bem feitos! As folhas são amareladas, o que mata mesmo é a fonte que eles usam - parece datilografia, acho feio. Mas ainda assim é confortável.

Sr. Daniels é um livro pra gente rir, chorar, se emocionar e querer entrar na história pra abraçar a Ashlyn. Ela merece, depois de tudo que passou. Esse é o primeiro romance da Brittainy e tudo o que posso dizer é: continue escrevendo, você tem talento. Concluo dizendo que finalmente entendi porque a autora dedicou a "todos os Tonys do mundo". É de chorar. Livro mais que recomendado, entrou para minha lista de favoritos!


Resenha participante do: