Olá!

Hoje é dia de clássico!!! Já ouviram a expressão "fazer a Poliana"? Se não, eu explico, significa "ver o lado bom de tudo, inclusive das piores situações". Essa expressão tem origem no livro Pollyanna, escrito por Eleanor H. Porter. Desde sua primeira edição, em 1913, a história da pequena Pollyanna caiu no imaginário popular. Finalmente consegui meu exemplar (graças à Bienal, inclusive) e agora é hora de conhecer essa mocinha.
A história nos apresenta Pollyanna Whittier, uma menina de 11 anos, que acabou de perder o pai. Ela já era órfã da mãe, agora sozinha, terá que viver com sua tia, Miss Polly Harrington, em Beldingsville, Vermont, EUA. Miss Polly é podre de rica, mas só aceita a menina porque acha que é seu dever. Já Pollyanna não era pobre, era pobre de "marré deci" (pesquisem a história dessa expressão, é pra rir).

O pai de Pollyanna era pastor, então basicamente viviam da igreja e do que as senhoras conseguiam para eles. Então, para disfarçar a imensa pobreza, o pastor Whittier criou o Jogo do Contente, que consiste em ver as coisas boas mesmo nas situações mais adversas.

É sabido que Miss Polly não queria cuidar da menina, mas o jeito serelepe e único da pequena amoleceria seu coração de pedra. Pena que a tia foi a última a brincar. Antes dela, toda a cidade já jogava o Jogo do Contente, graças à Pollyanna e sua delicadeza, inocência e doçura.

Apesar de ter sido escrita em 1913 e, portanto, já estar em domínio público (pelo menos em inglês), a lição que a pequena deixa é que sempre devemos manter a esperança. O jeito de Pollyanna eu classificaria como sonsa*, mas, conforme vamos lendo, percebemos que ela é um poço de pureza e sinceridade. Quando ela explicou o que era o Jogo do Contente, suor escorreu dos meus olhos. Impossível não querer entrar na obra e segurá-la no colo e proteger de tudo o que há de ruim.

*Meu conceito de gente sonsa: aquela pessoa que fala baixo sem necessidade, usa diminutivos e/ou monossilábicos, se faz de bondoso/a, quando estamos vendo que ela não é um poço de bondade. Pessoas assim me irritam demais, me restando apenas desejar uma morte lenta e dolorosa.

Eleanor H. Porter
O bacana dessa obra também é que dá pra gente saber como era mais ou menos os tempos de Eleanor H. Porter. Temos ideia de como os EUA ainda não era o que é, qual a posição da mulher na sociedade, etc. 

Só tenho elogios à edição da Gutemberg. A capa é uma graça, bem lúdica, feita pra chamar a atenção de adultos e crianças e da família tradicional brasileira. Não localizei erros e antes de começarmos a ler, há um breve texto explicando o momento histórico dos EUA na década de 1910.

Também tem a continuação, Pollyanna Moça, de 1915. Depois da morte de Eleanor, em 1920, várias outras versões surgiram (antes de virar filme, claro). Mas só Pollyanna e Pollyanna Moça são de Eleanor. O mais engraçado é que comprei o Pollyanna em um sábado lá na Bienal, li super rápido e no sábado seguinte fui buscar o outro.

A leitura é rapidinha, você faz em um dia só se tiver tempo. Pollyanna é o tipo de livro que deve ser lido por todos. E juro pra você, o jogo do Contente funciona mesmo. Isso porque, depois que finalizei a leitura, recebi uma notícia que me deixou chateada (não interessa saber o fato, basta saber que não gostei), porém, nesse mesmo dia, fiquei sabendo de algo pior e, logo executei esse jogo. É verdade que continuei triste, mas não como estava antes, digamos que o jogo do Contente me deixou aliviada (até porque a segunda notícia foi pior que a primeira e foi um baque, não esperava).

Portanto, leiam sim essa obra, vocês vão adorar - e joguem o Jogo do Contente também, não dói :)


Olá!

O resenhado de hoje é um livro que todos - ou pelo menos a maioria - já sabemos como termina, mas nunca nos cansamos de ler. Estou falando de mais uma edição de O Pequeno Príncipe, que está em domínio público desde primeiro de janeiro de 2015.

O pequeno príncipe é a obra-prima do escritor francês Antoine de Saint-Exupéry. Todos já sabemos que o livro fala sobre um piloto perdido no deserto do Saara que encontra um garotinho e este conta como saiu de seu planeta e foi parar ali.

Já sabendo disso, nesse post trago a minha opinião, o que senti ao ler essa versão da Companhia das Letrinhas, que possui as aquarelas do autor e tradução e posfácio de Mônica Cristina Corrêa.
Primeiro, fico envergonhada ao admitir que essa é a primeira vez que li O Pequeno Príncipe e, sinceramente, fiquei com os olhos cheios de água ao ver tanta simplicidade. Mesmo tendo sido escrito por um adulto, o livro nos dá muitos ensinamentos.
Como não se emocionar com o garotinho que depois de conhecer sete planetas, fez um acordo com a serpente, afim de voltar ao seu planeta de origem? O livro nos ensina muitas coisas, além das mensagens subliminares, como o fato de que a Terra foi o sétimo planeta visitado pelo menino. Isso não te lembra nada? (Eu ajudo: essa passagem representa o capítulo de Gênese, quando Deus criou o mundo).

Quando crescemos, obviamente, deixamos de ser criança. Mas o autor através do Pequeno Príncipe, faz com que a criança que adormeceu em cada um de nós, voltasse à vida, a sorrir, a acreditar. Apesar de eu estar em um momento complicado na vida, sempre que lembro desse livro, a garotinha que ainda vive em mim ressurge, dando um pouco de conforto. 

Além da capa dura, as já citadas aquarelas estão por todo o livro. São simples, porém bem feitas, retratando determinados momentos da obra. O trabalho da Cia. das Letrinhas está maravilhoso, a única coisa que doeu foi o preço - quase trinta reais. Porém, valeu a pena, pois o livro está recheado de detalhes maravilhosos sobre a vida do autor, sem falar na própria história.
Pra terminar a breve resenha, a frase que sintetiza vida e obra de Antoine de Saint-Exupéry, que viveu poucos, mas bons 44 anos.