Olá!

Hoje estreia na Netflix o filme "Nossas Noites" e, antes de assistir, resolvi ler o livro. A última obra de Kent Haruf foi publicada aqui pela Cia. das Letras e é a melhor coisa que eu poderia ter lido este ano.
SKOOB - Nossas Noites começa com Addie Moore, uma viúva que mora na pequena cidade norte-americana de Holt. Ela mora sozinha há muitos anos, desde a morte do marido e, quando toma coragem, resolve fazer um convite um tanto inusitado para seu vizinho, Louis Waters: que ele fosse dormir na casa dela. Não, não tem sexo. Apenas dividir a cama, para conversar e, assim, aplacar um pouco da solidão.

Louis Waters também é viúvo. Ele foi professor de Literatura da cidade, logo, é conhecido por todos, assim como Addie, que trabalhou como escriturária. Louis tem uma filha, Addie, um filho. E assim, dois idosos com vidas aparentemente comuns vão juntar suas solidões todas as noites, em conversas sobre si mesmos, sobre a vida e assim por diante.

E já dizia o ditado popular "cidade pequena, inferno grande"*. Desde que Louis passou a dormir na casa de Addie, o povo começou a falar. E continuarão falando até mesmo quando Jamie, neto de Addie, vai passar uns dias na casa dela, pois o casamento dos pais estão em crise. E o menino, claro, se dará super bem com seu amigo Louis.

*Tradução do ditado mexicano "pueblo chico, infierno grande".

Gente, como esse livro é fofo! Último trabalho de Kent Haruf, morto em 2014, Nossas Noites foge do convencional: nada de jovens lutando por amor ou coisa assim. Addie e Louis são idosos que fizeram tudo (ou pelo menos boa parte) do que se esperavam deles: estudaram, casaram, tiveram filhos, problemas e crises e envelheceram. É é justamente aí que está a beleza da obra. Na simplicidade, na escolha (de caso pensado) de Addie por Louis, dos arrependimentos que ambos têm, da sinceridade durante as conversas.
Mas se pensam que tudo só se resume a ficar na cama, esqueçam. Os amigos estão na terceira idade, é claro que vão querer sair e aproveitar o tempo que lhes resta. E daí que a cidade está comentando? E aí que alguns reprovam o fato de que um homem sai de sua casa para dormir na casa da vizinha? Haruf mostra as emoções humanas em sua essência. Nada de loucuras: é a vida como ela é.

Quero destacar uma pessoa que passei a considerar no livro: a senhora Ruth, vizinha de Addie. Uma fofura de pessoa, também idosa, mas muito cheia de alegria. Ela deu um gás a mais pra trama. Também quero dizer que odeio o Gene, filho de Addie. Cara chato, porém, o que ele fez provavelmente muitos de nós faríamos. Mas nem por isso vou aplaudi-lo.

Uma história bem "gente como a gente", lançamento deste ano da Cia. das Letras, com um trabalho impecável de edição, Nossas Noites tem só 159 páginas, que podem ser lidas em horas, dada a facilidade de Kent em contar sua história. Não à toa, exatamente hoje a Netflix está lançando a versão cinematográfica da obra, com Jane Fonda e Robert Redford nos papéis principais. O trailer abaixo está lindo e espero que esteja à altura.




Olá!

Assinei a Netflix há pouco tempo - em relação a meus amigos de faculdade, por exemplo - e por motivos de pobreza ft. preguiça, eu virava os olhos pro streaming, até que descobri que lá tem os três filmes Millennium acabou minha faculdade, finalmente. E resolvi assinar pra assistir uma determinada série. Agora, abrindo a categoria de Séries do blog, trago minhas impressões daquela que se tornou minha original Netflix favorita: Grace and Frankie.
Basicamente, Grace and Frankie (Jane Fonda e Lily Tomlin, respectivamente) são duas senhoras que descobrem que seus maridos estão apaixonados um pelo outro. Há 20 anos. Robert é marido de Grace e Sal, de Frankie. As duas mulheres são diametralmente opostas: enquanto Grace é a empresária bem sucedida (é dona da fábrica de cosméticos Say Grace) e uma mãe ausente, Frankie é a "hare krishna", cheia de vida, gosta do mundo esotérico e está sempre se metendo na vida de seus filhos adotivos.

As separações machucam as duas, mas, com muito bom humor (por parte de Frankie) e uma dose de chatice (de Grace), elas vão fazer coisas incríveis, principalmente Grace, que, por ser certinha, vai pagar altos micos, ao passo que Robert e Sal estão se adaptando a vida de casal.
Grace and Frankie ganhou um lugar no meu coração porque mostra duas mulheres autênticas, que, apesar de tudo que aconteceu após as separações, continuam de pé, sem se abalar, fazendo coisas muito loucas e rendendo ótimas risadas e grandes momentos juntas.

A Netflix (amém!) anunciou para este 24 de março a terceira temporada. E essa promete! Isso porque Grace resolveu criar um vibrador para idosas. Sério, ela percebeu que a terceira idade não possui um vibrador que atenda suas necessidades - dar prazer sem dar artrite nas mãos - ao passo que (talvez) a Say Grace passe a vender o Lubrificador de Inhame, que Frankie criou e até certo tempo, produzia em casa.
Além do quarteto, quem merece destaque são: Brianna e Mallory, filhas da Grace. Mallory é uma mulher que está às voltas com seus filhos pequenos e Brianna é a sucessora de Grace na fábrica de cosméticos. Já os filhos de Frankie não podiam ser mais diferentes: Coyote e Bud. O primeiro vive às voltas com drogas e rehab, enquanto o centrado Bud (que se chama Nwabudike) é negro e judeu. Mais complicado que isso, impossível, rs.

Recomendo demais essa série, que foi indicada diversas vezes ao Emmy e que também marcou o retorno de Jane Fonda às telas, desde o filme A Sogra (2005). Como todos os episódios das temporadas anteriores estão disponíveis e cada um dura cerca de 30 minutos, dá pra maratonar em uns dois dias... Agora termina de ler esse texto e corre pra ver!