Olá!




Vamos de filme clássico? Vamos, até porque ainda não consegui ler o livro - e o farei, inclusive na língua materna, rs. Apesar de ter saído da Netflix há um tempinho, acho que vale a pena falar dele, ainda mais por se tratar da versão cinematográfica da masterpiece de Isabel Allende, A Casa dos Espíritos.

Título Original: The House of the Spirits
Elenco: Meryl Streep, Glenn Close, Winona Ryder, Jeremy Irons, Antonio Banderas
Duração: 2h 26m
Ano: 1993

A Casa dos Espíritos começa com o jovem Esteban Trueba (Jeremy Irons) pedindo a também jovem Rosa em casamento. Rosa era filha de uma família de políticos e, Esteban, um jovem humilde. Para casar-se, ele precisaria trabalhar bastante nas minas de ouro, o que fez com afinco. Ele só não contava que Rosa morreria envenenada. Então ele voltou a trabalhar com mais afinco ainda, tornando-se um homem muito rico ao passar dos anos.

O tempo passou e Esteban acabou se casando com Clara (Meryl Streep), a irmã menor de Rosa. Quando Esteban estava noivo de Rosa, Clara era apenas uma menina, mas já sabia que se casaria com ele. Esteban tinha uma irmã, Férula (Glenn Close), que passou a vida toda cuidando da mãe e viu na família do irmão a sua própria família, aquela que não pôde ter.

Mais uns anos passaram e nasceu Blanca, a filha do casal. E Esteban se tornara um homem intransigente, explorando seus trabalhadores, que já começaram a se rebelar. Blanca tinha um amiguinho, Pedro, iam a escola juntos e brincavam nus no riacho, para desespero do pai, que ao ver a cena, mandou a menina para um colégio interno, pois achava inadmissível sua filha brincar com um “índio”.

Aí passou mais algum tempo e Blanca (Winona Ryder) voltou da escola como uma bela jovem. Ela se relacionava às escondidas com Pedro (Antonio Banderas), que cresceu e virou líder revolucionário, num país que fervilhava mudanças. Todos esses personagens enveredaram-se numa incrível história, em que (apesar de o filme ser americano) o plano de fundo é um país que, achando que seria fácil se livrar dos revolucionários, acabou por cair nas garras da ditadura - estamos falando do Chile.
Quantos likes essas duas merecem?
Infelizmente o filme já saiu do catálogo da Netflix, inclusive eu sequer sabia que ele estava disponível, foi por causa de um post na internet que dizia quais produções sairiam da plataforma que corri para assistir. Todo mundo sabe que Isabel Allende é minha autora favorita, mas ainda não tive a oportunidade de ler A Casa dos Espíritos, que é considerada sua obra prima, pois foi este título que a alçou ao sucesso.

Sendo parente de quem é (Salvador Allende era primo de seu pai), Isabel soube explicar com muita propriedade o que acontece numa ditadura, e o filme, apesar de ser americano, como já disse, mostrou bem como os militares no poder nunca serão a solução, assim como nem a esquerda nem a direita pensam no coletivo mas em si próprio – nada que não esteja acontecendo hoje, não é mesmo?

Com um elenco estrelado e parte das cenas gravadas em Portugal, A Casa dos Espíritos retrata bem o Chile de outrora, com uma Clara que realmente vê espíritos, um Esteban que vai se moldando conforme vai ficando rico – lembrando que ele não é o vilão, mas faz diversas ações, algumas abomináveis, que têm como justificativa o meio em que vive – , o amor praticamente impossível de Blanca e Pedro e um certo conde Saligny, uma pessoa bem suspeita.

A respeito das atuações, nada que não me surpreendesse, pois conta com um elenco de peso: Meryl Streep e Glenn Close – que até hoje às confundo, pois acho as duas muito parecidas – e nem preciso dizer como foram incríveis em suas atuações; Jeremy Irons encarnou Esteban com tanta fidelidade que eu queria entrar no filme e socá-lo; Antônio Banderas e Winona Ryder estavam bem novinhos e ainda não causavam tanta polêmica. Enfim, atuações brilhantes, que me pregaram no filme do começo ao fim, apesar de que, em alguns momentos, quase desistindo de ver, pois a história ficou meio modorrenta.

No mais, é uma linda história, que ascendeu Isabel Allende ao panteão dos grandes autores, ainda mais porque sua versão cinematográfica contou com um elenco de peso, que ajudou a contar não só a história dos Trueba, mas a do Chile e a da própria autora. Agora é uma questão de honra ler o livro – em espanhol, de preferência.

Olá!

Hoje estreia na Netflix o filme "Nossas Noites" e, antes de assistir, resolvi ler o livro. A última obra de Kent Haruf foi publicada aqui pela Cia. das Letras e é a melhor coisa que eu poderia ter lido este ano.
SKOOB - Nossas Noites começa com Addie Moore, uma viúva que mora na pequena cidade norte-americana de Holt. Ela mora sozinha há muitos anos, desde a morte do marido e, quando toma coragem, resolve fazer um convite um tanto inusitado para seu vizinho, Louis Waters: que ele fosse dormir na casa dela. Não, não tem sexo. Apenas dividir a cama, para conversar e, assim, aplacar um pouco da solidão.

Louis Waters também é viúvo. Ele foi professor de Literatura da cidade, logo, é conhecido por todos, assim como Addie, que trabalhou como escriturária. Louis tem uma filha, Addie, um filho. E assim, dois idosos com vidas aparentemente comuns vão juntar suas solidões todas as noites, em conversas sobre si mesmos, sobre a vida e assim por diante.

E já dizia o ditado popular "cidade pequena, inferno grande"*. Desde que Louis passou a dormir na casa de Addie, o povo começou a falar. E continuarão falando até mesmo quando Jamie, neto de Addie, vai passar uns dias na casa dela, pois o casamento dos pais estão em crise. E o menino, claro, se dará super bem com seu amigo Louis.

*Tradução do ditado mexicano "pueblo chico, infierno grande".

Gente, como esse livro é fofo! Último trabalho de Kent Haruf, morto em 2014, Nossas Noites foge do convencional: nada de jovens lutando por amor ou coisa assim. Addie e Louis são idosos que fizeram tudo (ou pelo menos boa parte) do que se esperavam deles: estudaram, casaram, tiveram filhos, problemas e crises e envelheceram. É é justamente aí que está a beleza da obra. Na simplicidade, na escolha (de caso pensado) de Addie por Louis, dos arrependimentos que ambos têm, da sinceridade durante as conversas.
Mas se pensam que tudo só se resume a ficar na cama, esqueçam. Os amigos estão na terceira idade, é claro que vão querer sair e aproveitar o tempo que lhes resta. E daí que a cidade está comentando? E aí que alguns reprovam o fato de que um homem sai de sua casa para dormir na casa da vizinha? Haruf mostra as emoções humanas em sua essência. Nada de loucuras: é a vida como ela é.

Quero destacar uma pessoa que passei a considerar no livro: a senhora Ruth, vizinha de Addie. Uma fofura de pessoa, também idosa, mas muito cheia de alegria. Ela deu um gás a mais pra trama. Também quero dizer que odeio o Gene, filho de Addie. Cara chato, porém, o que ele fez provavelmente muitos de nós faríamos. Mas nem por isso vou aplaudi-lo.

Uma história bem "gente como a gente", lançamento deste ano da Cia. das Letras, com um trabalho impecável de edição, Nossas Noites tem só 159 páginas, que podem ser lidas em horas, dada a facilidade de Kent em contar sua história. Não à toa, exatamente hoje a Netflix está lançando a versão cinematográfica da obra, com Jane Fonda e Robert Redford nos papéis principais. O trailer abaixo está lindo e espero que esteja à altura.




Olá!

Hoje tem dica de filme! Como já sabem, sou uma grande entusiasta/fã do cinema europeu. Esses dias assisti um filme holandês, um thriller que te deixa com o coração na mão do começo ao fim. Mesmo que você não fale o idioma dos Países Baixos, vem conferir a resenha de Luz do Dia (Daglicht).

**A propósito, quero informar que não faço a mínima ideia de como se pronuncia os nomes dos atores, atrizes e personagens, obrigada.


Título Original: Daglicht
Ano: 2013
Elenco: Angela Schijf, Monique Van de Ven, Fedja Van Huet, entre outros.
Duração: 1h 54m

Luz do Dia conta a história da advogada Iris Boelens. Ela é mãe (solteira) de Aron, um lindo menino autista. Até aí, tudo bem. Só que ela descobriu ter um irmão. Também autista. E como se não fosse suficiente, está preso, acusado de duplo assassinato. Ela resolve ajudar Ray Boelens, após desconfiar de sua culpa nos dois crimes.


Mas já diz o ditado: quanto mais mexe, mais fede. E conforme Iris começou a pesquisar, mais complicado foi ficando pra ela, pois, conforme ia pesquisando sobre Ray, ia descobrindo mais sobre seu próprio passado. Em paralelo à investigação sobre o irmão, Iris precisa defender um produtor de filmes eróticos que está sendo acusado de estupro, ao permitir que uma menor de idade protagonizasse um filme. E a família desse produtor também tem parte no passado de Iris.

Como eu falei no início, nunca tinha visto filmes made in Holanda, mas me surpreendi. Um colega meu também o viu e teve a mesma sensação: que filmão da porra! A produção foi uma gratíssima surpresa. Pesquisando sobre ele, descobri que o filme é baseado no livro Daglicht, publicado em 2009 pela australiana radicada na Holanda Marion Pauw. Tanto o livro como o filme são recentes e cada atuação é de encher os olhos! Aqui está o livro no Goodreads.
Aleatório: que mulher... Ela ganhou uma fã.
Assim como no livro, o filme tem suspense do começo ao fim, isso porque você não sabe o que aconteceu às vítimas, assim como você sabe que Ray não mente (autistas não mentem, nem preciso ver um filme pra saber disso) e você vê que Iris está lutando praticamente sozinha. E você pode jurar que os atores que interpretam Aron e Ray são autistas de verdade.

Aplausos também para Angela Schijf. Claro que não a conhecia, mas seu papel de Iris me deixou boquiaberta. Ela mostrou bem como é difícil ser mãe de uma criança especial, e como a sociedade ainda olha esquisito para essas pessoas. 
Ray!
Aliás, o filme fala bem como os autistas são especialistas em alguma coisa. Aron, filho de Iris, consegue montar quebra-cabeças em minutos. Já Ray conhece vários tipos de peixe, além de ser um exímio desenhista. Filmes que retratam pessoas com algum tipo de deficiência tocam meu coração, mas filme com autistas... esses me desmontam. Independente do gênero.

Vale ressaltar que esse filme é bem raro no Brasil. E o livro não tem nem tradução pro inglês, que dirá pro português, infelizmente, porque acredito que seja um bom livro - porque foi um bom filme. Quem sabe um dia entre na Netflix ou em algum outro streaming - ou tenha o DVD, serve também. Ou alguma editora legal resolva publicar o livro. De todos modos, cinco estrelas é pouco pra esse filme. Aplaudo de pé o cinema holandês!

P.S.: Pra facilitar a procura de vocês, coloquei o título em português e em holandês. Ah, e Iris tem uma certa cicatriz nas costas. Reparem bem, porque ela não está lá à toa.
O elenco no dia da estreia. A autora Marion Pauw está de branco e Angela Schijf, de azul.

Olá!

Como sabem, adoro ler um romance internacional que saia do eixo EUA-Inglaterra e ler A Luz Entre Oceanos me foi uma grata surpresa. Para um primeiro romance, a australiana radicada em Londres M.L. Stedman não veio para brincadeira. Confiram minha resenha, já cientes de que não tenho palavras para descrever essa obra.
SKOOB - A Luz Entre Oceanos se passa no fim da Primeira Guerra Mundial, quando o ex-soldado Tom Sherbourne é designado para trabalhar como zelador de um farol na Austrália Ocidental. Os primeiros anos dele são tranquilos, sempre relembrando os horrores que viu e viveu na guerra.

Nesse meio tempo, ele conhece a jovem Isabel Graysmark, uma moça cheia de energia, que despertará em Tom os mais bonitos sentimentos. Eles se casam e, depois de três abortos sofridos, eis que um milagre chega ao casal Sherbourne. Um barco naufraga em Janus Rock, que é o farol que Tom trabalha. Dentro dele, um cadáver de homem e um bebê - uma menina - que Isabel toma para si imediatamente - mesmo a contragosto do marido.

O bebê - que recebeu o nome de Lucy - alegra a vida do casal, que não notificou ninguém sobre o barco. E claro que, assim, tudo ia bem na família, até que Tom descobre quem é a mãe de Lucy: uma mulher que conhecera décadas antes, por questões do momento. E Tom, que é conhecido por sua extrema honestidade, fica entre a cruz e a espada - deve ou não denunciar?

Gente, que leitura foi essa? Simplesmente encantada com a escrita da M.L! Em seu primeiro livro já mostra que não sabe brincar. A autora soube conceituar o que é família, amor, perdão, honestidade... Enquanto lia, me preocupei muito com Lucy. Ela foi amada e bem cuidada pelo casal Sherbourne, mas ela tinha uma mãe biológica. E, independente de quem você vai defender - Isabel ou a biológica - você vai sofrer, porque os dois lados vão te emocionar. Escolhi meu lado - e me surpreendi quando o que eu esperava não aconteceu. Foi um final justo? Isso cada um decide; no meu caso, chorei horrores, me deu até dor de cabeça, me emocionei demais.
Neste livro, Stedman vai mostrar que até mesmo uma boa ação tem sua consequência, isso porque, no fundo, você sabe que ela não deveria ter feito o que fez, ou seja, foi maravilhoso para ela, mas não para a outra, que foi atingida diretamente - pela perda.

Tom também tem seu paradoxo: foi condecorado por ter matado vários inimigos, mas também viu morrer vários colegas, além de civis, e nada pôde fazer para ajudar. Isso o incomoda bastante, tanto o fato de ter matado como o fato de não ter ajudado. Se algo está fora de sua honestidade, para ele, deixa de fazer sentido.

Fiquei abalada com o desfecho, a autora soube mexer com minhas emoções. A capa está condizente com a história, porém a Rocco perdeu a mãe na revisão, pois localizei vários erros de digitação. Mas não deixa de ser um livro lindo, fora do eixo EUA-Inglaterra, apesar de que, à época que a história se passa, a Austrália era uma colônia do Reino Unido.

E fiquei sabendo que tem até filme, lançado no Brasil no fim do ano passado, estrelado por Alicia Vilkander e Michael Fassbender.

Ah, só pra constar, M.L. Stedman ganhou uma fã.



Olá!

Com muita dor no coração, trago a resenha do último filme Millennium. A Rainha do Castelo de Ar é o último ato de Lisbeth Salander tentando provar que é inocente. Com um visual bem conceitual, ela vai tentar se livrar de uma barra bem pesada, contando, claro, com a ajuda de Micke Blomkvist.

P.S.: pode haver spoilers do filme anterior.

P.S. 2: na sexta passada (07) foi o vigésimo terceiro aniversário desta que vos escreve, quem souber onde encontro os DVDs da trilogia, vai me dar um baita presente :)

Resenhas Anteriores: Os Homens que Não Amavam as Mulheres - Livro | Filme
A Menina que Brincava com Fogo - Livro | Filme

Título Original: Luftslottet som sprängdes
Elenco: Noomi Rapace, Michael Nyqvist, Lena Endre, Anders Ahlbom, Annika Hallin
Ano: 2012
Duração: 2h 26m

Começando exatamente de onde parou o segundo, nossa hacker favorita Lisbeth Salander está no hospital. E sob custódia da polícia, acusada de tentar matar Zala. Lembrando que, ela já estava sendo acusada de matar o casal Dag e Mia, colaboradores da Millennium, além de Nils Bjurman, seu tutor.

Só que tem gente que quer tanto Zala como Lisbeth mortos. Justamente o grupo que cobriu todas as ações de Zala em território sueco desde os anos 60. Ou seja, um bando de velhos que quer encobrir todo tipo de podridão. Aliás, foi isso que desencadeou toda a vida de Lisbeth a partir de seus 12 anos.

Por outro lado, Mikael Blomkvist, obstinado como sempre, sabe que Lisbeth é inocente e, a todo custo, juntará provas para consegui-lo. Para ajudá-lo, ele chama sua irmã, Annika Giannini, que é advogada, para defender Lisbeth no tribunal. Mas, agora as coisas estão mais difíceis. Erika Berger, diretora da Millennium, está sofrendo ameaças.

No hospital, Lisbeth ganha um aliado improvável: seu médico. O dr. Johansson, diferente de todos que a prejudicaram, só quer ajudá-la - até pizza consegue, rs - deixando Salander desconfortável, já que não está acostumada com pessoas a ajudando.

Para livrar a cara de Lisbeth, Mikael, Annika e a equipe da Millennium precisarão de muito mais que informações. Terão que lidar com todo tipo de gente que quer prejudicar a jovem, além da Defensoria Pública, que quer impedir a publicação da revista para capitanear sua própria investigação.
Mentira!
Assim como tem gente que ama Harry Potter ou Jogos Vorazes, eu amo Millennium! Tudo relacionado a esse mundo me fascina e com esse filme não foi diferente! Eu não li esse volume, mas acredito que tem informação faltando, assim como no segundo. Só que, esse filme dura mais de duas horas e meia, então não vejo tanto problema, ainda mais porque a história correu de maneira linear e sem furos - apenas notei que, de um filme pro outro, a irmã do Blomkvist engravidou - não me lembro dela grávida no segundo, mas ok.

Cinco estrelas é pouco para esse filme. Elogiar as atuações de Michael e Noomi como Blomkvist e Salander é redundante, foram bem demais. Finalmente a Annika Hallinn ganhou mais destaque, antes, apareceu por alguns minutos e só. Neste, como advogada, ela foi muito bem, defendendo Lisbeth mesmo sem ser advogada criminalista. A fotografia também está de parabéns, as paisagens da Suécia ajudam bastante no resultado final, rs.

Como eu suspeitava, A Rainha do Castelo de Ar encerra a história de Lisbeth e Zala. Se Stieg não tivesse morrido, provavelmente o próximo volume viria com um novo caso. Tá, tem o Millennium 4 - A Garota na Teia de Aranha, mas li na internet que a Noomi não vai mais querer encarnar Lisbeth (pena que eu perdi o link com a matéria), então o jeito é apreciarmos os três filmes, com a certeza de que dificilmente alguém escreverá uma trama parecida com essa.
Por mais que eu tenha resenhado os três filmes e, creio eu que ainda esse ano leia e resenhe os livros 3 e 4, ainda não achei palavras para descrever o que sinto por essa história. Não vou saber quantos livros li na minha vida toda (não gosto de ficar contando), mas nenhum, em nenhuma fase da minha vida, me tocou tanto quanto essa trilogia. Em grande parte, devo ao primeiro filme, pois foi ele que me deixou apaixonada por esse mundo - além da história, se Michael Nyqvist não tivesse me prendido em seu papel de jornalista, nunca que eu teria prestado atenção.

Millennium é, definitivamente, o tipo de história cuja mensagem você quer mostrar a todo mundo, em todos os lugares, se possível tatuar na pele e marcar na testa! Aliás, falando em marcar, não custa nada usar este humilde post para pedir - implorar - que a Cia. das Letras, que detém os direitos da obra de Larsson no país, trouxesse também os quadrinhos da trilogia - sim, não contente em lançar os filmes, uma romancista escocesa transformou a história em HQ, e pelo que vi na internet, ficou do ca*****!

Nem sei como terminar este post, só peço para que assistam os filmes (de preferência depois dos livros, rs), porque ele tem uma mensagem incrível, mais bem feito que o americano e ainda tem Michael Nyqvist - para embelezar mais ainda, claro. E Lisbeth, mais do que nunca, passou a ser meu ideal de mulher.



Olá!

Sexta é dia de filmes!! E hoje, o resenhado é um filme de livro que só vi uma resenha, mas agora quero o livro, porque o filme ficou muito bom! Com ótimos atores e uma história que envolve vários elementos, A Nona Vida de Louis Drax é diferente de tudo o que você já viu.

Título Original: The 9th life of Louis Drax
Ano: 2016
Elenco: Jamie Dornan, Aiden Longworth, Aaron Paul, Sarah Gadon, entre outros.
Duração: 1h 48m

A Nona Vida de Louis Drax conta a história de, obviamente, Louis Drax (Aiden Longworth), um garoto que sofre os mais diversos tipos de acidentes. Desde que nasceu. Aliás, seu primeiro acidente foi justamente ter nascido. De lá pra cá, foi eletrocutado, intoxicado, caiu um lustre em cima do berço... Enfim, uma série deles. Até que, justamente no seu aniversário de nove anos, ele sofre o pior dos acidentes: a família organizou um piquenique para comemorar, em cima de um penhasco, mas ele acaba caindo na água. É dado como morto, vai pro necrotério e tudo, mas qual a surpresa de todos quando ele ressuscita? Mas entra em coma. E é aí que a história começa.

Para cuidar de Louis, é designado o dr. Allan Pascal (Jamie Dornan). Ele acaba se encantando com a mãe de Louis, que, além de sofrer pelo filho, sofre com o desaparecimento do marido, que fugiu da cena do acidente e acabou se tornando suspeito número um da suposta tentativa de homicídio do menino.

Natalie Drax está separada, Allan Pascal está com o casamento em crise. E isso é suficiente para eles se envolverem amorosamente. Enquanto isso, no coma, Louis vai conversando com seu amigo imaginário - um ser verde que achei repugnante. Depois disso, cartas supostamente escritas por Louis começam a aparecer. E agora, será que alguém estaria se passando pelo menino para amedrontar a mãe?

Que filme, meus amigos! Alguns dias antes de ver o filme, eu li uma resenha do livro, não vou lembrar em qual blog. Mas achei muito interessante a história, anotei o nome mas acabei esquecendo. E qual foi a surpresa em saber que tinha filme? E que era um excelente filme! Você precisará descobrir o que é fantasia do que é real.
Outra coisa que chama a atenção é a inteligência de Louis. Para quem tem tão pouca idade, ele sabe de muita coisa - coisa de adultos, até. Ele sabe que a mãe não é o que aparenta, o pai é a pessoa mais legal do mundo, que o dr. Pascal não deve se aproximar de Natalie... ele tem um pensamento muito rápido para tão pouca idade. Ele consegue ser insolente e engraçado ao mesmo tempo.

Sobre a fotografia: muito bem feita. Eu não entendo muito bem de fotografia de cinema, mas pude ver que as imagens são muito bem feitas, os locais muito bonitos, como a montanha em que Louis caiu. O elenco também é excelente. De conhecidos, só o Jamie Dornan. Em 50 tons, ele foi muito fraco (só a bunda valia a pena ver), mas neste ele está mais humano, mais maduro como ator. Aliás, ele foi tão bem no filme que só o reconheci porque o nome apareceu nos créditos.

O jovem Aiden Longworth está de parabéns pela atuação, conseguiu convencer como Louis Drax. o que me irritou foi o cabelo escorrido. Sarah Gadon foi a surpresa. Não a conheço, mas foi sensacional como Natalie Drax, me surpreendeu do começo ao fim. Conversando com amigos que já viram o filme, só eu achei uma coisa, enquanto todos viram outra. Reparem bem na senhora Drax.

Agora quero ler o livro, acredito que seja uma boa história, mesmo eu já tendo visto o filme, com certeza o livro, além de ser naturalmente melhor, deve ter alguma informação que o filme não mostrou. No mais, recomendo muito o filme, seja pela história ou pelo Jamie Dornan, rs. 


Olá!

Talvez, só talvez, eu esteja te incomodando com o fato de que disse várias vezes que sou fã da Trilogia Millennium - mas se eu sou obrigada a aturar fãs de sagas teen, então me aturem, por favor! Lá no início do ano, eu resenhei o segundo livro. Agora, não desiste de mim e leia a resenha do segundo filme, A Menina que Brincava com Fogo.

Título OriginalFlickan som lekte med elden
Elenco: Noomi Rapace, Michael Nyqvist, Lena Endre, Peter Andersson e elenco.
Ano: 2010
Duração: 2h 9m
Resenhas Anteriores: Os Homens que Não Amavam as Mulheres - Livro | Filme

A Menina que Brincava com Fogo - Livro

Há algum tempo, eu resenhei o segundo livro da trilogia, agora é a vez de falar do filme. Pra não ficar repetitivo, vou resumir assim: o jornalista Dag Svensson e sua namorada, Mia Bergman, doutoranda em criminologia, são assassinados. O jornalista está colaborando para a Millennium para uma matéria sobre o comércio do sexo. Nesse meio tempo, Lisbeth Salander está viajando pelo mundo, gastando boa parte de sua grana. Quando ela reaparece, está sendo procurada por todo o país. E a seu favor, só Mikael Blomkvist.

Diferente do livro, onde Larsson esmiuçou tudo, o filme pulou algumas partes, que eu senti falta, mas que não alteraram a fidelidade da história, por incrível que pareça. Alguns personagens tiveram sua importância no livro, mas deram uma rápida passada no filme, como o Dragan Armanski, ex-empregador de Lisbeth, e Annika Giannini, que é irmã de Mikael, casada com um italiano, além de Holgen Palmgren, ex-tutor de Lisbeth.

Sou suspeita para falar qualquer coisa a respeito dessa trilogia que tanto amo/sou. Então não esperem imparcialidade nesta resenha. Primeiramente, atuações impecáveis. O que dizer de Noomi Rapace e Michael Nyqvist, que, literalmente, encarnaram os espíritos de Lisbeth Salander e Mikael Blomkvist? Não consigo dizer nada, apenas suspirar e aplaudir. Novos personagens aparecem, mas um em especial, é a chave da trama: Zala. Como eu disse, o filme é bem fiel ao livro, mas, na tela, me pareceu muito mais fácil achar Zala (talvez pela agilidade que o cinema exija), sendo que, o cara é praticamente uma lenda.
Mas, mesmo amando essa história, algo me incomodou - e não só em esse filme, mas em vários por aí: as benditas cenas de sexo. Quem já leu/assistiu, sabe que Lisbeth não se define, sexualmente falando: não sabemos se é hétero, homo ou bi (e, sinceramente, isso não me importa). Mas, aqui, tem uma cena de sexo entre ela e sua amiga Miriam Wu. E parece ser de verdade. Então, a menos que alguém vai flagrar os personagens transando e vá rolar um barraco logo em seguida, não precisa colocar cena de sexo (seja hétero ou gay). Aí, depois o Blomkvist tá na casa da amante, denotando que passou a noite lá e não mostram nada (mentira, mostra o casal nu em plano geral). Vai entender...

A propósito, uma coisa que me surpreendeu foi a facilidade com que as atrizes mostraram seus seios. Gente, juro que queria entender de onde vem tanta naturalidade da mulherada, eu não teria a mesma coragem hahaha (e confesso que esperava que ia rolar um nu do Michael Nyqvist...) Estou comentando isso - que é totalmente aleatório - porque não que tenha algo contra isso, tô suave, nada contra peitos, mas é que acho esquisito porque, por eu ter alguma vergonha do meu corpo, acho que todas as mulheres do mundo tenham alguma dificuldade em se mostrar, mesmo que seja em nome da sétima arte... sim, é coisa da minha cabeça e quis comentar com vocês.
Voltando à história, Zala (que é homem) é um cara que está diretamente ligado à vida de Lisbeth. E aqui, sabemos bem mais sobre o passado (pesado) de Lisbeth e como ela foi acabou sendo declarada incapaz pelo governo. No livro, isso é bem mais explicado, mas o filme tem imagens. Fortes. Ela era só uma menina. Mesmo sabendo que é uma obra de ficção, Salander sofre uma barra muito pesada e, se fosse outra, provavelmente teria se matado. E muita coisa que ela passou é passível de acontecer com qualquer uma de nós.

Mas ela é muito inteligente (amém!) e mesmo à distância, vai trabalhar para provar sua inocência. Blomkvist também, mesmo eles não se encontrando em 99% da história (no livro eles se encontram um pouquinho mais). E, assim como no livro, o filme acaba naquela cena que você diz: como assim acabou? E agora? Qual o sentido da vida?

Como eu não tenho psicológico, vou dar uma pausa na trilogia e acompanhar outros filmes. Eu tenho pra mim que, o próximo volume vai encerrar esse caso. O que é bom, mas aí eu lembro que Larsson morreu há 12 anos e só deixou manuscrito parte do quarto livro. E ele ia escrever 10 volumes. Dá uma tristeza... Mesmo tendo aquele quarto volume do Lagercrantz, não é a mesma coisa. Uma pena que os fãs fiquem privados desses manuscritos, mesmo incompletos, por causa do mercenarismo (pra mim não é outra coisa) da família Larsson e da viúva - como eu não sei quem tem razão, todos levam a culpa.


Olá!

Depois de uma breve pausa, volto para cá para mais um Vida Literária! Dessa vez, eu convidei a Ana e a Raíssa para conhecerem uma leitura mais forte, que, pela convivência que tenho com elas, sei que não é um estilo que elas leem com frequência. Há alguns meses, eu fiz a resenha do filme O Segredo dos Seus Olhos, com o Ricardo (lindo) Darín, que é baseado no livro La Pregunta de Sus Ojos. Lá, eu disse que o livro não foi traduzido para o português. Mas, para minha surpresa, foi sim! E é dele que falarei hoje.
Skoob | Cultura | Saraiva

O livro O Segredo dos Seus Olhos, escrito por Eduardo Sacheri, basicamente conta a história de Benjamín Chaparro, que tem um cargo no Poder Judiciário argentino, mas como eu não entendo o sistema deles, digamos que ele um funcionário público, pra facilitar o entendimento. Assim como no filme, ele é chamado para cobrir a perícia no corpo de Liliana Colotto, que foi estuprada e morta. Ricardo Morales, marido de Liliana, e Chaparro acabam se afeiçoando.

Nesse meio tempo, uma jovem estagiária chamada Irene chega na jurisdição onde Chaparro trabalha. Óbvio que ele se interessará por ela, mas a diferença de idade (10 anos) e a timidez dele farão com que ele guarde esse segredo. Por 30 anos.

Assim como no filme, o assassino de Liliana é preso e depois solto via anistia. No livro é melhor explicado o motivo da saída. Spoiler: realmente, durante a ditadura argentina, um determinado preso comum ganhou a anistia, junto com vários presos políticos. Palavras do autor. O tempo vai passar e Chaparro vai se meter em encrencas, ao mesmo tempo que seu amor por Irene cresce.

E depois de 30 anos e várias aventuras, Chaparro vai se aposentar e aproveitar o tempo livre para escrever um livro sobre o caso de Liliana. O sentimento que ele tinha por Irene, agora juíza, não mudou um dia sequer. Ele vai revê-la no local de trabalho, e será uma máquina de escrever Remington com a letra A quebrada que reviverá tudo o que ele sente por ela.
Benjamin e Irene, no filme. Shipps estão autorizados.
Sou suspeita para falar quando o assunto é literatura latino-americana. Gosto muito do que nossos vizinhos produzem. E se o filme correspondeu às minhas expectativas - antes mesmo de saber que era derivado de um livro - imagine então minha alegria ao terminar de lê-lo! Primeiro que, quando minha amiga do trabalho disse que tinha e-book, mas parei o que estava fazendo para garantir o meu. Como tenho muita coisa pra ler, eu ia adiar a leitura, mas como era minha vez de escolher o livro para o Vida Literária, nem pisquei.

O filme foi bem fiel ao livro, mesmo em algumas cenas terem trocado o personagem - no livro a cena foi com X e no filme com Y, por exemplo - ou a mesma cena ter rolado de jeitos diferentes. Mesmo com as 212 páginas, Eduardo conta uma história tão incrível que nos prende do começo ao fim. Não há pontas soltas, ao longo das páginas vamos tendo uma amostra de como era a Argentina nos tempos de Onganía - que não era muito diferente da nossa ditadura. Em vários momentos me senti como se estivesse ao lado do Chaparro.

Aliás, Pablo Sandoval, que é a melhor pessoa, está aqui. E muito mais relevante do que no filme. Apesar de beber como doido, ele é um cara perspicaz, foi crucial em vários momentos durante a obra. Já a Irene aparece menos no livro do que no filme. Aliás, praticamente revi o filme enquanto eu lia.
Benjamin e Pablo Sandoval, melhor pessoa.
Como dito, li a edição digital da Suma de Letras. Eu não gosto de capas de livros que replicam pôsteres dos filmes. Primeiro que já não gosto de rostos em capas, pôster então, menos ainda. Mas, quem está na capa é o Ricardo Darín e a Soledad Villamil, aí eu tive que abrir uma exceção. A capa é tão linda... Sobre edição, por ser e-book, não tenho muito o que dizer.

Mesmo sendo um livro sério, ele te arranca algumas risadas, sem contar que você torce para que o Chaparro se resolva com a Irene. Enfim, Sacheri nos brinda com uma excelente história de justiça, vingança e, por que não, amor? Livro recomendado - e o filme também, claro. Até porque, se o livro virou filme e o filme ganhou um Oscar, não é de se desperdiçar a chance, não é mesmo?

A escrita do autor é incomum e fora do padrão, o que pode afastar leitores de best sellers contemporâneos. Mas o filme que é uma adaptação do livro até ganhou um Oscar, o que prova sua qualidade. Esse definitivamente é um livro que tira o leitor da inércia e amplia suas percepções, foge do que está acostumado. Pelo menos foi assim para mim. (Raíssa)

Diferente do que eu imaginava, O Segredo de Seus Olhos é um livro denso e envolvente. O fato dele ter um narrativa mais lenta do que estou acostumada atrapalhou um pouco no inicio, mas depois valeu a pena. É um livro bem escrito e cumpre seu papel de romance-policial, focando mais no policial. (Ana)


Olá!

Mais uma dica de filme maravilhoso e de arte aqui no blog!! O Garoto de Ouro é um daqueles filmes que te fazem refletir, ao mesmo tempo em que se diverte. Sem falar que, de tão bom, nem parece que é derivado de um livro. Espero que gostem da resenha d'O Garoto de Ouro.

Ano: 2014
Título OriginalPojken med guldbyxorna
Elenco: Lukas Holgersson, Shanti Roney, Olle Krantz, Nina Sand, Jimmy Lindström.
Duração: 1h39m

O Garoto de Ouro conta a história de Mats Nilsson (Lukas Holgersson), que após ser largado na casa do pai, acontece algo incrível: um dia, encontra um par de calças na rua. Ele acaba vestindo, pois as suas estão sujas. E cada vez que ele colocava a mão no bolso, saía dinheiro. Ele escondeu isso de seu pai, o jornalista Torken Nilsson (Shanti Roney). Só quem sabia era seu melhor amigo David (Olle Krantz), e Livli (Nina Sand), uma garota que ele conheceu no cemitério onde fazia bico.

Outra pessoa que ele vai conhecer nessa história é o Zeke (Jimmy Lindström), um morador de rua. Eles se conhecem de um modo esquisito: Mats, de bicicleta, quase atropela Batman, o cãozinho de Zeke.
Mas é claro que a calça tem dono. E o dono não é a pessoa mais honesta da Suécia. E a aventura de Mats, David e Livli só começa...

Bom, mais um filme maravilhoso que espero que esteja disponível na Netflix (vi no trabalho). Esse filme é baseado no livro "Pojken med guldbyxorna" (O menino das calças de ouro, em sueco), escrito por Max Lundgren (1937-2005). Até aí, só mais um filme derivado de livro. Mas, no intervalo da primeira publicação do livro, em 1967, até esse filme, houve uma série de TV, de 1975. 
Livli!
Sim, é claramente um livro infantil. Mas a mensagem que ele transmite é tão legal que vale a pena toda a família assistir. Ultimamente, ando consumindo muitas coisas made in Sweden, em sua maioria clássicos, como a trilogia Millennium, do jornalista mito Stieg Larsson (1954-2004), ABBA e Roxette, há algum tempo vi o filme "Minha Vida de Cachorro" (tem na Netflix), que também é derivado de um livro... E é uma pena que a Suécia fique tão longe daqui, porque eles têm coisas incríveis a mostrar quando o assunto é cultura.

Voltando ao filme, Mats é só mais um garoto entre tantos, mas, depois de passar por uma situação de bullying, precisa trocar de roupa. Ele e seu amigo David resolvem procurar algo para vestir no meio de um monte de roupas que estavam destinadas à doação. Mats encontra a tal calça e resolve vesti-la. E, ao colocar a mão em um dos bolsos, sai dinheiro. E, enquanto os garotos tiravam as notas, os bancos suecos sofriam grandes perdas.
Aleatório: suspirando pelo Torkel...
Torken, o pai de Mats, não era o melhor dos pais. Logo no início do filme, a mãe larga o menino na porta do pai, como se fosse um saco. Susanne, a mãe, simplesmente se cansou da criança e a deixou aos cuidados do pai. As calças, por incrível que pareça, unirão pai e filho. Enquanto isso, Torken vai pesquisando sobre um certo William Otto, que enriqueceu da noite pro dia após a morte do irmão...

Mas o garoto é de ouro não por ter encontrado a peça e, teoricamente, ter ficado rico. E sim o destino que ele deu a grana que ia tirando. Primeiro, comprou um monte de brinquedos. Até aí tudo bem, inclusive, eu também compraria. Depois, ele e seus amigos David e Livli - que apareceu na história pedindo uma mala de dinheiro - começaram a doar a grana para várias instituições ao redor do mundo. O que mostra como as crianças ainda têm bondade no coração.

Sobre o elenco e fotografia: mais que aprovados! As paisagens suecas são maravilhosas, os atores interpretaram muito bem seus papeis e a curiosidade é que um dos policiais que aparece no filme foi o Mats da série de TV lá de 1975; achei bacana. Ou seja, O Menino de Ouro é aquele filme - de arte - que você pode ver no fim de semana acompanhado da família, porque é super legal!!

E pra encerrar, deixo o trailer legendado, pra vocês terem ideia do que esperar do filme. Espero que tenham gostado e, se puderem deixar outras dicas de filmes do gênero, usem o espaço dos comentários!!




Olá!

O resenhado de hoje é um livro que foi muito aclamado quando virou filme. Quando Se Eu Ficar foi lançado, virei o nariz para ele, o classifiquei como "modinha" (preconceito é errado, mas fazer o quê), então nem me importei. Só fui conhecer a escrita da Gayle Forman quando li Eu Estive Aqui (resenha aqui) e me apaixonei. Depois de muito tempo - e de ter lido O Que Há de Estranho em Mim (resenha aqui), consegui o empréstimo de Se Eu Ficar - e não vi nada demais na história.
Se Eu Ficar começa com Mia, uma jovem violoncelista, filha de pais roqueiros, tomando café da manhã com sua família em mais um dia de inverno nos EUA (#invejaeterna). O pai de Mia decide que eles vão visitar Henry e Willow, amigos de longa data da família. Porém, o que seria mais um passeio em família, acaba virando um grave acidente. Basicamente, um caminhão se choca com o carro da família, matando instantaneamente os pais de Mia. Teddy, o irmão menor, vai para o hospital. Aparentemente, Mia está bem, porém, ela percebe que algo está errado quando se vê estirada no chão.

Ela vê os bombeiros a resgatando, a levando ao hospital e nada pode fazer. Ela terá 24 horas para tomar uma decisão crucial. Enquanto o prazo não expira, ela está no hospital, vendo sua amiga Kim, seu namorado Adam e vários de seus parentes. Ela começa a rememorar vários momentos da sua vida, que vai intercalando com os momentos de tensão que vive no hospital.

Pois bem, a história é só isso. Nada muito profundo. Aliás, profundo mesmo são só os pensamentos da Mia. Como o livro se passa em 24 horas, não dá pra acontecer muita coisa no presente, mas, Mia relembra de muita coisa no seu curto passado - ela só tem 17 anos - mas é como se tivesse uns 30, porque ela tem muitos momentos para contar.

Enfim, não é o primeiro livro que a Gayle escreveu, mas esse não tem uma mensagem tão forte como os outros que ela escreveu, mas até que tem sua beleza. O jeito como Adam se sacrifica para vê-la no hospital, a bonita amizade de Mia e Kim, seu amor pelo violoncelo, como sua família a trata... A forma como as enfermeiras cuidam do corpo de Mia, acreditando que ela pode melhorar, dando o melhor de si.

A capa até que é bonita, apesar de ser o pôster do filme. O que mata no filme é só a Grace Chloe-Moretz. Gente, a menina é muito fraca, mas foi uma escolha pessoal da autora, fazer o quê. O ator eu não conheço. No fim do livro, tem uma entrevista com os atores, feita pela própria Gayle, mas que só recomendo ler depois de ler a continuação, Para Onde Ela Foi, porque as perguntas têm spoiler - quem avisou foi a autora!

Eu não sei se leria Para Onde Ela Foi, história não me convenceu, mas o melhor ficou para depois, porque o livro acabou num momento que eu li e fiquei boquiaberta: o que aconteceu?! Cadê o final? Pode ser que eu leia, pode ser que não. Mas isso não significa que você não deva ler, pelo contrário, leia e venha conversar comigo, quem sabe você viu algo que eu não vi! 

No mais, continuo fã da Gayle, mas pelos livros que citei lá no início do post, não por este. Mas, se você já leu, vamos conversar, quero saber se você concorda ou não, e se você não leu, leia, pode ser que suas impressões sejam diferentes da minha.


Olá!

No Vida Literária de abril, eu escolhi Para Sempre Alice, de Lisa Genova. Pra quem não sabe/não lembra, o Vida Literária é um projeto que consiste em que eu, a Ani do EC&M e a Raíssa d'O Outro Lado da Raposa leiamos um livro, comentemos e depois fazemos as resenhas. Eu escolhi esse livro porque não estava com vontade de ver o filme e porque não me lembrava de ler um livro em que a protagonista tinha mal de Alzheimer.

Capa original vs. Pôster do filme
Skoob | Submarino | Americanas | Travessa

O livro nos apresenta Alice Howland, professora de linguística em Harvard. Ela possui doutorado na área, é uma profissional brilhante, que dedicara os últimos 25 anos de sua vida à universidade e ao aprendizado. Ela é casada com John, também doutor em Harvard e tem três filhos: Anna, Lydia e Tom.

Estava para completar 50 anos, a menopausa ainda não chegara, mas já podia sentir os primeiros sintomas. Depois foram os esquecimentos, começou a esquecer algumas palavras, até o dia em que esqueceu como chegar em casa. Foi ao médico pensando que estava com estresse, foi aí que a bomba caiu: Alice estava com mal de Alzheimer de instalação precoce, ou seja, a doença deflagrou nela antes da hora.

Como se sabe, o Alzheimer pode ser detectado em pacientes com mais de 65 anos, porém, há casos como o de Alice, em que a doença surge muito antes do previsto. As mudanças são drásticas na vida da família: os filhos têm medo de terem o gene que desencadeia o Alzheimer, principalmente Anna, que é advogada, casada com Charlie e quer ter filhos. Tom é o médico da família, vive trocando de namorada e Lydia quer ser atriz, dispensando o sonho (de sua mãe) de fazer uma graduação.

A partir daí, acompanhamos Alice em sua peregrinação para frear a doença, a mudança drástica em seu casamento e em sua vida profissional, o enfraquecimento de seu relacionamento com John, a força que sua relação com Lydia cresce. A cada dia, um pequeno acontecimento pode ser uma vitória, mas também pode ser um passo rumo à derrocada de Alice, cujo cérebro vai definhando cada vez mais.

Um detalhe deixa a história tão aflitiva: o leitor mergulha na mente de Alice. O leitor vê que o cérebro dela vai se deteriorando a cada dia e ela nada pode fazer. John, seu marido, quer ajudá-la, mas ao mesmo tempo está desesperado, não sabe o que fazer, quer a antiga Alice de volta. A própria Alice luta dia após dia, tentando esconder da comunidade de Harvard sua doença, temendo o dia em que esquecerá os nomes de seus filhos, que foi uma renomada professora em uma grande faculdade, que até mesmo amou John.

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O livro também traz informações muito interessantes, como o Alzheimer se forma na mente, quais os remédios que são tomados, fala-se sobre grupos de apoio para cuidadores, mas nada sobre grupos para portadores de Alzheimer de instalação precoce - que, nos EUA, praticamente não tem. Nesses casos, o papel da família é muito importante. Ela precisa estar perto do paciente, não pode achar que é frescura, como desconfiei de John, logo que Alice foi diagnosticada.

Por incrível que pareça, me vi no sofrimento dos filhos de Alice. Na minha família tem alguns parentes que possuem determinadas doenças que envolvem o sistema nervoso. Meu avô paterno tinha Alzheimer. Isso significa que meu pai e os irmãos dele podem ter o gene desencadeador. O que significa que eu, meus irmãos e primos também podemos ter. No livro, Alice propõe que os filhos façam o exame para saber se possuem o gene, o que me causou certa aflição.

A obra acertou ao tocar não só na família da paciente, mas também nela mesma. Em um dia, Alice era uma professora com um cargo importante, no outro ela passou a esquecer o endereço de casa. E tudo isso foi descrito com uma delicadeza impressionante. Liza merece os parabéns por ter escrito uma trama tão linda e ao mesmo tempo tão rica em detalhes e aprendizados. É mais que um livro, é uma ode à vida.

Para Sempre Alice nada mais é do que a prática de empatia em forma de livro. O Alzheimer é uma doença que sempre ouvimos falar, mas que está longe de nossas realidades. Então ler um relato tão detalhado e íntimo é uma experiência única, que nos introduz na rotina de alguém que tem sua vida completamente transformada por essa doença. Raíssa Martins

Minha felicidade foi saber que a adaptação cinematográfica foi fiel ao livro. A autora utilizou uma forma de narrativa que nos deixa muito próximo da personagem central e isso é ótimo, porém, é triste ver a forma como a doença vai dominando Alice. Uma obra linda. Ana Paula Lima

Eu li o ebook, então não tenho muito o que dizer do trabalho de revisão. Mas a capa, destacando Julianne Moore sofrendo está muito bonita. A Nova Fronteira acertou ao trazer para os leitores brasileiros uma história tão profunda e tocante. Não à toa virou filme e Julianne Moore ganhou mais de 30 prêmios, incluindo o Oscar de Melhor Atriz. Agora, mais que nunca, preciso ver o filme.

Simplesmente leiam.



Olá!

O resenhado de hoje é um suspense de, tirar o fôlego - literalmente! Estou falando do livro O Hipnotista.



Esse livro começa com uma família sendo assassinada. Bem, quase toda. Anders Ek, o pai, foi morto em uma quadra de futebol. Katja, a mãe e Lisa, a filha mais nova foram mortas em casa. Todos mortos com requintes de crueldade. O único sobrevivente é Josef, o filho do meio.

O responsável pela investigação sobre as mortes é o policial Jonna Linna, um detetive conhecido pela sua obstinação em resolver crimes que a maioria dos detetives não conseguiria.

Josef foi gravemente ferido, mas sobreviveu. A médica responsável por Josef é a Daniella Richards. Jonna quer que o menino deponha, porém ele não tem condições de falar. A dra. Daniella sugere chamar o psiquiatra Erik Maria Bark, um especialista em tratamento de pacientes que sofreram fortes traumas, como tortura ou estupro. Bark costumava usar a hipnose para fazer com que seus pacientes se lembrassem de seus episódios violentos.

Jonna Linna pede para que Bark hipnotize o menino para que ele revele quem havia atacado a familia. O psiquiatra reluta, mas aceita hipnotizar Josef. O menino, sob hipnose, fala demais. E é aí que a vida até então tranquila de Bark tem uma reviravolta. O hipnotista tinha prometido a si mesmo que não faria mais hipnoses. Mas, ao quebrar sua promessa, ele desencadeou uma série de situações, que acabaria por envolver até mesmo seu filho, Benjamin Bark.

Enquanto isso, Jonna Linna precisa encontrar Evelyn Ek, a filha mais velha e a única que não foi vítima do assassino brutal. Mas, a resposta para esses crimes vêm de onde menos se espera... A história se passa em Estocolmo, capital da Suécia - o que ajuda a explicar os nomes esquisitos dos personagens. Esquisitos pra nós, claro.

Esse livro é o mais eletrizante que li desde... Sempre! Ele te prender do começo ao fim. Cada vez que Bark e Jonna Linna descobrem algo, uma nova história surge. É como se fosse vários quebra cabeças diferentes que, quando montados, acabam se unindo, formando um quebra cabeças único e onipresente.

As lembranças de um passado recente de Erik Maria Bark o machucam; fazem ele sentir dores de cabeca insuportáveis, ele toma remédios pesados para manter a saúde razoável. Sua esposa, Simone, é dona de uma galeria de arte. Ela também está envolvida nessas lembranças sombrias do hipnotista.

Eu poderia ficar aqui falando e falando da história, mas não dá. É preciso que o leitor leia e se envolva na trama. É verdade que o livro é um tanto grosso - 477 páginas - mas, como os capítulos são curtos - entre duas e três folhas - você nem percebe que já leu vinte ou trinta capítulos - de um total de 110 - em uma única tarde, rs.

A edição da Editora Intrínseca - traduzida da edição britânica, até porque não é muito comum encontrar pessoas que falem sueco... fora da Suécia, ainda mais aqui no Brasil. A fonte e confortável, páginas amareladas e revisão impecável. A capa também é muito bonita, mas você precisa ler até o final pra entender a tesoura.

Na verdade, temos várias historias em uma só, todas elas interligadas pela hipnose. E sempre que suspeitamos de alguém, aparece um novo detalhe que muda totalmente o rumo da trama. Então, posso afirmar que esse livro é um thriller imprevisível. Sadicamente imprevisível! Sádico no bom sentido, claro.

Pra quem gosta de ver os filmes derivados de livros, saiba que O Hipnotista foi parar nos cinemas. Eu ia ver o filme, mas por questões do momento, não consegui. O filme é em sueco mesmo e até onde pude ver - vi pouca coisa, só até onde Anders Ek foi assassinado - parecia ser bom.



E a curiosidade fica por conta do autor: Lars Kepler não existe!

É o pseudônimo do casal Alexandra Coelho Ahndoril e Alexander Ahndoril. Ambos são suecos, mas Alexandra tem mãe portuguesa. O casal também escreveu O Pesadelo, outro thriller protagonizado por Jonna Linna e publicado no Brasil pela Intrínseca. Eles também escrevem livros separados, usando seus nomes de batismo.