Olá!
Quero mais feriado. E vocês? Bem, depois de ler alguns livros românticos e distópicos, hora de trazer a resenha de um livro que mostra uma das maiores tragédias da Humanidade de um ponto de vista único. Acredito que muitos já assistiram o filme A Lista de Schindler. Alguns dos meus colegas de trabalho viram e elogiaram. Há 15 dias, estava na seção de biografias da biblioteca que frequento vi que o livro estava lá, lembrei das opiniões de meus colegas e acabei pegando emprestado. Desfrutem a resenha de A Lista de Schindler - A Verdadeira História.
A Lista de Schindler é narrado por Mieczyslaw "Mietek" Pemper, que viveu em um campo de trabalhos forçados (que depois virou campo de extermínio) de Plaslow, em Cracóvia, na Polônia. Ele trabalhou (trabalhou é modo de falar, ele foi obrigado a trabalhar) por mais de 500 dias diretamente com Amon Göth, comandante desse campo, na função de estenógrafo pessoal. Estenografia é a técnica que permite escrever com rapidez usando caracteres abreviados.
Mietek conta - para suas anotadoras, as pesquisadoras Viktoria Hertling e Marie Elisabeth Müller - como foi conviver sob o domínio de Hitler e como sobreviveu - partindo da premissa de que Göth era muito nazista e Pemper era um detento judeu que tinha acesso a várias informações secretas. Em mais um dia de trabalho aparece Oskar Schindler, que, através de suas articulações, montou uma lista que tinha mil nomes - 700 homens e 300 mulheres - que Schindler levaria de Cracóvia para um outro campo de concentração, assim, esse pessoal acabou escapando de Auschvitz, um dos símbolos do nazismo.
O livro nos faz refletir sobre como a maldade humana toma formas inimagináveis. Em vários momentos, Pemper mostra como a propaganda de Hitler mostrou um povo judeu como inferior e o povo alemão como o superior, o melhor de todos. Essa obra dá de 10 a 0 em qualquer aula de história. A leitura é mais que recomendada. Apesar da lista só ter salvo cerca de mil pessoas. o ato ficou eternizado pela coragem e audácia de Schindler e também de sua esposa, Emilie. Quantos alemães estenderam as mãos para os judeus nessa época? No total, seis milhões morreram sob o poder de Hitler e mais outros milhões fugiram para os mais diversos lugares, como Israel, EUA e até mesmo o Brasil, quem diria. - Um exemplo de judeu polonês que veio parar no Brasil é Samuel Klein, fundador das Casas Bahia, morto em 2014.
A edição da Geração está incrível, sem erros de português, um ou dois erros de digitação e no final conta com um anexo com todas as patentes da SS. As patentes da SS são próprias da organização, no livro todas estão em alemão, o que confunde um pouco no começo, mas conforme a leitura vai fluindo, o leitor vai acostumando.
Não vi o filme, mas o narrador diz que, por diversas questões, muitos fatos foram romantizados, para ajudar na compreensão de quem assiste. Então, já de cara, não pretendo ver o filme. A produção de Steven Spielberg levou milhões às salas de cinema em todo o mundo. Claro que o filme ajuda na compreensão da história, mas o livro é muito mais detalhado. Pemper não deixou faltar nada.
A lista estava em uma maleta, a "Maleta de Schindler", encontrada em sua casa 25 anos após sua morte, em 1999. Depois de ter salvo mais de mil pessoas, viveu no anonimato, separou-se de sua esposa e faleceu em 1974. Pemper depôs contra Amon Göth, em 1946. Sua participação na história só veio à luz em 1993, justamente por causa do filme. Ele faleceu em junho de 2011, na cidade de Augsburg, na Alemanha.
Adoro ler romances, distopias e YA, mas também adoro relatos biográficos. Eles nos tiram da zona de conforto literária, além de nos trazer boas lições e nos ensinar sobre grandes momentos e pessoas. Leitura mais que recomendada.