Olá!

O resenhado de hoje é um livro que eu só conhecia de nome e de resenhas, mas, após ler sem muitas expectativas, acabei me apaixonando pela história. Confira a resenha de Os Bons Segredos, de Sarah Dessen.
Os Bons Segredos começa com a jovem Sydney Standford junto com seus pais no tribunal, esperando para ouvir a sentença que seu irmão, Peyton, cumpriria, por dirigir bêbado e atropelar um garoto, deixando-o paraplégico.

Porém, a vida de Sydney não é lá essas coisas. Ela vive à sombra do irmão, sempre em segundo plano – ele é o mais velho – e sempre ignorada por seus pais. Syd está tão cansada disso que resolve mudar de escola. Logo no primeiro dia, ela nota a pizzaria que fica perto do colégio e resolve comer. Lá, ela conhece Layla, filha do dono e logo de cara empreendem uma conversa bastante interessante.

Logo depois, Sydney conhece Mac e Rosie, irmãos de Layla, e seus amigos, Irv e Eric, além dos pais de Layla, senhor e senhora Chatham. Uma família um tanto diferente. Em sua casa, Sydney se sentia um peixe fora d’água, totalmente ignorada por sua mãe, que tenta a toda custa proteger o filho e não consegue admitir que ele cometeu um crime (depois de uma série de infrações); já seu pai é um completo bundão: se falou cinco frases no livro todo foi muito, já que ele é conhecido por ser um homem calado. O amigo da família, Ames, é um cara sinistro, sério.
E é na família Chathan que Sydney descobrirá o que é uma família de verdade, mesmo eles vivendo em um mundo próprio, onde há amizade, carinho, confiança, sem falar que o coração de nossa protagonista vai bater mais forte por um certo rapaz...

Sempre vi muitas resenhas positivas a respeito dessa obra - e da escrita da autora - então, quando o vi na biblioteca, não pensei duas vezes. E não me arrependo. As 403 páginas foram devoradas em algumas horas de um sábado nublado. Isso porque a escrita da Sarah é gostosa, fluída e nos faz virar a página descontroladamente.
Sydney é uma garota legal, obediente, certinha, sem vícios. Mas ainda assim recebe toda a carga do que a família está passando. Está sofrendo uma culpa que não é dela, mas não é isso que os pais veem. Aliás, queria muito entrar no livro e socar a mãe dela, por todas as decisões absurdas que tomou contra a menina. O fardo é demais para a pobre Syd, mas até que me identifiquei com ela nessa história de ser invisível.
Sydney é a mais nova, eu sou a mais velha, mas isso é só um detalhe. Também já passei por invisível (na verdade, ainda passo, dependendo de onde estou), mas não porque tenho um irmão preso (não tenho, não se preocupem), mas porque meus dois irmãos menores sempre precisaram de mais atenção do que eu. Minha irmã do meio é autista (não preciso dizer mais nada) e o mais novo tem problemas respiratórios, o que exige atenção redobrada dos meus pais. A mim, só resta ficar no canto e não causar problemas. Hoje é mais tranquilo, mas quando eles eram bebês, era mais complicado, eu nunca incomodava...

Layla é super cheia de vida! Alegre, autêntica e tem um ritual esquisito na hora de comprar e comer batata frita. Ela vive pegando no pé do Eric. Eric, Mac, Ford e Irv tinham uma banda. A família Chathan era dona da pizzaria Seaside, que, não era como a pizzaria que Syd frequentava na escola anterior, que vivia cheia, mas tinha uma excelente pizza. Então, um dos bons segredos da protagonista era a família Chathan.
Bom, a capa feita pela Seguinte, selo da Companhia das Letras, é muito linda, só que o nome da autora está muito grande, o que tira um pouco do brilho, já que, antes de você olhar para o carrossel (ou realmente reparar na imagem), o nome da autora aparece e recebe todo o foco. Mas, olhando a imagem com detalhes, o carrossel é lindo - e condizente com a trama.

A edição está muito bem feita, sem erros, e fonte confortável mais folhas amarelas garantem uma boa leitura, minha miopia (que aumentou mais um pouco) agradece. Sarah e suas personagens humanas ganharam meu coração, agora estou aceitando mais sugestões de obras dela - deixem nos comentários se conhecerem alguma!


Olá!

SÓ SE VIVE UMA VEZ. MAS, SE VOCÊ FIZER AS ESCOLHAS CERTAS, UMA VEZ BASTA.

O resenhado de hoje é um romance que me abalou as estruturas desde o início. Eu recebi em parceria com a Arqueiro. Eu li a sinopse e acabei pedindo porque achei a premissa bonita, mesmo meu cérebro não a registrando corretamente, mas tudo bem. Vem se emocionar com Volta Para Mim, da Mila Gray.
Volta para Mim começa com nossa protagonista Jessa Kingsley vendo pela janela de sua casa que uma determinada visita chegou. Porém, a visita em questão trazia uma trágica notícia. O irmão (Riley) e o namorado (Kit) de Jessa serviam à Marinha dos EUA. Jessa sabia que, quando essa visita chegava na casa das pessoas, é porque alguém havia morrido. Quem seria: Riley ou Kit?

Pois é, a história começa bem assim. Porém, a autora volta três meses no tempo e nos apresenta Kit Ryan voltando para a Califórnia, depois de nove meses no Sudão. Ele reencontra Jessa na casa dos Kingsley, em virtude da comemoração do retorno de Riley do país africano, mas ele não é bem vindo: o pai de Jessa o odeia. A atração entre Jessa e Kit é palpável e de longa data. Kit e Riley se conhecem desde criança e são os melhores amigos desde então. O tempo passou e eles cresceram. Jessa, que era um patinho feio, ficou muito bonita, atraindo Kit, ao passo que ela sempre foi apaixonada por ele.

Contrariando todas as expectativas - e o pai de Jessa - o casal acaba ficando junto. Kit incentiva Jessa a ir atrás de seus sonhos. Ela os tinha, claro, mas o pai, desde que voltou do Iraque (era da Marinha também), por ter estresse pós-traumático, transformou-se em outra pessoa. Mais agressiva, por qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, surtava e gritava com a família. Sendo assim, o coronel Kingsley a proibiu de estudar Artes Cênicas para fazer outro curso em outra faculdade.

Kit trouxe uma nova chama para a vida de Jessa: a esperança. Eles não podiam sonhar - Kit e Riley voltariam à Marinha em quatro semanas - mas podiam viver cada minuto. Eles curtiram cada minuto que puderam, mesmo sabendo que, quando Kit voltasse, passaria um ano longe dela. Riley também tinha sua história: namorava Jo há três anos, e sempre sofria quando estava longe dela. Apesar de termos dois casais, nós acompanharemos a história de Kit e Jessa, em que viverão algumas situações em que o amor falou mais alto que a realidade.

Estou procurando palavras para descrever essa história. O livro já começa nos indicando que um dos rapazes morreu. Parece até que foi o Nicholas Sparks que escreveu. Mas, não, Mila Gray nos brinda com uma história que mostra como duas pessoas podem se entregar ao amor verdadeiro apesar de tudo parecer soar contra. O livro é narrado em primeira pessoa, cada capítulo intercalando os pontos de vista de Jessa e Kit. Assim, podemos saber o que se passa em suas mentes e seus corações.

Eu recebi esse livro em parceria com a Arqueiro e novamente, a editora acerta em trazer um YA envolvente. Por ser YA, óbvio que terá cenas mais quentes, mas elas são tão bem escritas que não chegam a incomodar, pelo contrário, parece até que estamos vendo uma cena de telenovela. A única coisa ruim que vi nesse quesito é que, como Jessa era virgem (tinha só 18 anos, alías), a autora se preocupou demais com a virgindade dela. Qual homem na face da terra vai ter a paciência que Kit teve? E quando essa parte finalmente aconteceu, foi bem escrita, mas muito descritiva. Eu realmente não precisava saber disso.

Além disso, temos outro problema: porque o coronel Kingsley odeia Kit? O pai de Kit, Ben Ryan, também era militar, mas desde a morte de sua esposa e de superar o vício em álcool, ele se tornou um homem religioso. Nem isso diminuiu o ódio de Kingsley pelos Ryan. Eram amigos, mas uma situação que aconteceu no passado mudou a relação dos patriarcas. Detalhe: na página 108 eu já tinha sacado o que aconteceu, mas fui até o fim pra ter certeza. Me senti Sherlock Holmes HAHAHA

Se recomendo essa leitura? Claro que sim! Apesar de ter torcido para que um deles tivesse morrido, fiquei muito emocionada com o desfecho - e a partir de um certo momento, parei de torcer, porque não queria que um deles morresse. Quando o leitor pensa que está tudo bem, a história toma uma reviravolta incrível. Meus olhos suaram quando finalmente o nome do morto é revelado. Mesmo assim, o livro possui uma mensagem maravilhosa.

Sobre as especificações: trabalho excelente (mais um) da Arqueiro, só encontrei um errinho de revisão no livro todo (!!!) e a fonte e tamanho mais as folhas amareladas contribuíram para uma leitura rápida e fluída. A capa, apesar de ter rostos, é muito bonita, porque eles estão para se beijar. Lembrando que eu não gosto de rostos em capa de livros, mas essa, tenho que aplaudir, porque está maravilhosa!

Sério, apenas leiam e se emocionem com essa história! Aliás, queria agradecer a Mila por ter me dado uma ótima ideia envolvendo minha diva Céline Dion. A cantora é citada em um quote, mas não pude reproduzir aqui por motivos de: spoiler.