Olá!

Essa é a primeira resenha da maratona Férias Literárias, que este humilde blog está participando com as amigas Raíssa e Ana, em seus respectivos blogs..

Relutei muito antes de escrever essa resenha por motivos de: por mais que eu escreva, não encontrarei palavras para descrever o que senti ao ler. Simplesmente leiam. Leiam essa resenha e depois leiam o livro. Vocês me entenderão.



Sr. Daniels começa com Daniel tirando seu irmão drogado da sarjeta. Em seguida, no mesmo dia, a mãe de Daniel é assassinada. Vinte meses depois, é a vez de Ashlyn enterrar sua irmã gêmea, Gabby.
Daniel e Ashlyn se vêem pela primeira vez no trem. Ele voltava de uma visita na casa de uma avó. Ela estava indo para a casa do pai, que foi ausente durante sua vida. Sua mãe a deixara sozinha em Chicago e sua única solução foi morar com o pai, em Edgewood, Wisconsin.

Ele a convidou para ir prestigiar sua banda, Romeo's Quest em um bar na cidade. Foi amor a primeira vista. Até aí tudo bem, certo? Evidente que não. Enquanto ela se dava bem com Daniel, ela não suportava ficar na casa da família do pai, Henry. Ele morava com Rebecca, sua esposa e fanática religiosa, e seus dois filhos, Hailey e Ryan. Como se a vida de Ashlyn não estivesse complicada - não queria que a irmã tivesse morrido de leucemia, e sim ela, que não era a favorita da mãe, segundo a própria. Ela ia estudar na escola em que Henry era o vice-diretor. E onde Daniel era sr. Daniels, o professor de inglês, pra terminar de ferrar esse início de romance.

Essa obra me lembra muito o livro Perdendo-me, da Cora Carmack (resenha aqui). Cora também abordou a relação professor-aluna. Lá, Bliss só queria perder a virgindade. Aqui, há mais muitas coisas. Muitas mesmo. Hailey e Ryan têm fortes segredos a esconder. Têm medo de se revelar. Ryan carrega uma forte culpa. Um fardo que ele não consegue carregar. E nem precisava, pois - na minha concepção - ele era inocente.

Gabby deixou uma lista de coisas que Ash deveria fazer após a morte da irmã. Cada vez que ela cumpria um item da lista, tinha direito de ler uma carta. As cartas ficavam em um baú, que Ashlyn recebeu de Bentley, namorado de Gabby, no dia do funeral.

A escrita da Brittainy é simples e delicada. É objetiva ao descrever as emoções de suas personagens. No inicio de cada capítulo tem uma citação da banda Romeo's Quest, a banda de Daniel inspirada em Sheakspeare. O irmão de Daniel, Jace, também fazia parte da banda, mas acabou saindo por causa de seu envolvimento com drogas. Jace desaparece por um momento - passou uma temporada preso, na verdade - e depois volta, querendo vingar a morte da mãe.


Melhor parar por aqui, antes que eu dê algum spoiler. Esse livro emociona. Mesmo. A última vez que me lembro de me envolver em uma história, foi quando eu li Dewey, um gato entre livros (resenha aqui). O gato era lindo e sua morte me fez chorar o suficiente pra encher o cantareira rs. Mas me emocionei mesmo com as cartas de Gabby. Algumas são lidas durante a história. Meus olhos marejaram. Ela escreveu antes de morrer, mas foi como se ela tivesse acabado de escrever.

Um personagem que me fez chorar foi Ryan. Sua aparição foi breve, mas o suficiente para que eu considerasse um amigo. Sério, não há como não se emocionar com essa história cheia de encontros e desencontros. E perdas. A única coisa que não gostei é que só falam de Sheakspeare. A Bliss, de Perdendo-me também curtia Sheakspeare. Será que todas as moças que se envolvem com seus professores curtem o inglês mais lido do mundo? Se é o mais lido eu não sei, mas que é o mais romântico, isso é indubitável.

A edição da Record sambou! Revisão, edição e capa muito bem feitos! As folhas são amareladas, o que mata mesmo é a fonte que eles usam - parece datilografia, acho feio. Mas ainda assim é confortável.

Sr. Daniels é um livro pra gente rir, chorar, se emocionar e querer entrar na história pra abraçar a Ashlyn. Ela merece, depois de tudo que passou. Esse é o primeiro romance da Brittainy e tudo o que posso dizer é: continue escrevendo, você tem talento. Concluo dizendo que finalmente entendi porque a autora dedicou a "todos os Tonys do mundo". É de chorar. Livro mais que recomendado, entrou para minha lista de favoritos!


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