Olá!

Começando a semana com mais uma resenha de um nacional maravilhoso que recebi em parceria com o autor. Confiram a resenha de o Androide, de Paulo de Castro.
O Androide começa com uma breve narração sobre como o mundo se transformou. E não foi coisa pouca. Uma destruição em massa e passam 1000 anos. Não há mais humanos ou animais. Quem domina são os androides, Inteligência Artificial pura. E nosso protagonista é o JPC-7938 (não, não é uma placa de carro, é o nome dele mesmo). Ele está pronto para mais um passeio pelo mundo. Porém, sua bateria está fraca.

Após resolver esse problema (que é muito grave neste mundo), ele conhece outros androides, OPR-4503 (masculino) e NCL-6062 (feminino). Eles três são androides antigos, desatualizados e têm como função apenas sobreviver. Foram criados para executar funções exercidas por humanos. JPC-7938, por exemplo, foi criado para ser um exímio engenheiro. E foi parar numa fábrica de carros em São Bernardo do Campo. Sugestivo, não?

Porém, um vírus criado também por Inteligência Artificial (o nome não vou dizer, mas também é sugestivo) fez com que os androides mais jovens - "jovens" é modo de falar, digamos que são androides mais resistentes, montados com materiais melhores - começassem a caçar os mais velhos, que, neste caso, são nossos protagonistas. E os três têm um plano para tentar salvar o mundo.

Mesmo eles não tendo qualquer sentimento humano, o trio de androides tentará conquistar algo inédito para o mundo. Mas não será fácil. Num mundo onde tudo é controlável via wi-fi, eles terão como meta sobreviver. E tentar não serem pegos pelo vírus.

Mais um excelente nacional publicado pelo selo Talentos da Literatura Brasileira, da Novo Século. O autor entrou em contato comigo via Facebook (agora o blog tem email, pra facilitar a vida, rs. O endereço está na sidebar) oferecendo o livro para leitura e resenha. Eu, como fã de distopia, não pensei duas vezes. Recebi um lindo exemplar autografado, pena que demorei a ler, por causa dele, o TCC (que logo menos será apresentado).

Julgo ser muito difícil (ou eu sou incapaz?) de escrever uma distopia, pois é necessário criar o ambiente, os personagens, o governo (ou vírus, nesse caso), mocinhos e vilões... enfim, todo o enredo necessário para uma obra desse porte. E o Paulo conseguiu, magistralmente. A cada página lida, a sensação era de que eu estava vendo o JPC-7938 ali, tentando fugir de sentinelas (androides que servem o governo), ou não demonstrando qualquer sentimento, mesmo nos momentos mais difíceis. E se já é difícil criar uma distopia com humanos, imaginem com androides, é muito mais difícil.

Espero que você aprecie a leitura deste livro e que ele possa lhe proporcionar muitos momentos prazerosos.
Uma excelente leitura, fluida, sem erros de português. As únicas coisas que me incomodaram - e isso acontece no livro todo - é o exagero para explicar que os androides são desprovidos de sentimentos. Por exemplo, o autor diz que, durante um ataque, "vindo repousar contra a espada, elevada com dificuldade, com lentidão." (pg. 163) Não sei se vou conseguir explicar bem, mas o autor enfeita demais um simples fato, como no caso do quote acima, em que o personagem foi atingido pela espada. É como se ele quisesse dar certeza que o fato aconteceu.

O outro detalhe que não gostei foi a linguagem. Ela é rebuscada demais para 2016. O livro é contemporâneo, voltado para o jovem, porém a linguagem é adulta demais. É como se a história fosse para um público, mas com a voz de outro. Acho que ele poderia ter sido mais coloquial em vários momentos, escrevendo de um jeito atraente. Ele parecia um pouco didático. Pode ser a escrita dele mesmo, ou seja, escreveu propositalmente assim. Ou ele pôde ter querido reforçar a ideia de que os androides são inteligentes demais e falam bonito mesmo.

Mas, é claro que isso não é a verdade absoluta, é meu ponto de vista. O que foi incômodo para mim, pode ser excelente para você. Pode ter certeza que isso não é um motivo para você desistir da leitura, pelo contrário, tem que ler sim para discordar de mim (ou concordar, vai saber). Voltando aos pontos positivos, a capa é linda, condizente com a obra e o androide ilustrado é uma graça - quero um pra mim, me julguem.

O livro é forrado de referências e indiretas. Há várias passagens que falam sobre preconceito e outras em que, de certa forma, os androides estão no lugar certo e na hora certa, como JPC-7926 ser um engenheiro e ter trabalhado em uma fábrica de automóveis. Em São Bernardo. Tem situação mais sugestiva?

Uma pena que a Novo Século não invista tanto assim em seus leitores. Só fiquei sabendo da existência desse livro porque o autor me procurou. Mesmo eu sendo antenada nas redes sociais, não vi um simples post da editora falando dele (eles podem até ter divulgado, mas me parece insuficiente. Mas se você viu divulgações dele, me avise nos comentários). É uma leitura rápida, se tiver tempo livre, você faz em dois dias.

Concluindo, para sair da zona de conforto, para conhecer novos nomes da literatura nacional contemporânea ou simplesmente para ler algo novo, O Androide é a sugestão perfeita. Paulo, muito obrigada pelo convite e pela sua história. Espero que você lance mais e mais livros, você tem talento!!! Além de ser uma pessoa maravilhosa!

E você, já leu O Androide? O que achou da resenha? Diz aí nos comentários!


Olá!

O resenhado de hoje foi lido há algum tempo, mas só hoje que pude trazer minhas impressões para vocês por motivos de: não sabia nem por onde começar. A Babi eu conheci através da Ani e da Raíssa, que são parceiras e amigas dela. Eu cheguei por último no grupinho, mas tudo bem, antes tarde do que nunca, não? Espero que gostem da resenha de Entre o Amor e o Silêncio, de Babi A. Sette. (E se acharem que falta alguma informação, por favor, me avisem nos comentários!)

Entre o Amor e o Silêncio começa com Francesca Wiggs escrevendo seu livro. Ela mora e estuda teatro em NY. Ela tem um namoro conturbado com Vince, diretor do teatro onde estudava. Mitchell Petrucci é um empresário importante, bem sucedido e implacável. Um sucesso nos negócios, economista muito inteligente, mulherengo inveterado.

Mitchell sofre um acidente e entra em coma. Francesca resolve se inscrever em um programa de leitura para pacientes em coma. Ela é designada para ler para Mitchell. Ela resolve ler capítulos de seu livro para ele.

Há capítulos introdutórios, explicando quem são Mitchell e Francesca, mas a história realmente começa quando Francesca lê para Mitchell. Os capítulos de seu livro falam sobre perdas, algo que ela conhece muito bem, porque seu pai a abandonou ainda criança. Ele nunca ligou, nem para saber se estava viva. O que deveria ser uma atividade lúdica, acaba se tornando uma obsessão, isso porque, Frances percebe que nenhum familiar vai visitar o paciente. Então ela determina que passará o maior tempo possível com ele para que ele não se sinta só. 

Mitchell fica em coma por um ano. Enquanto isso, Frances vai e volta seu namoro com Vince, ele a trai, ela reencontra o pai, a avó paterna falece... ufa! São muitas coisas que acontecem. Mas a história fica boa mesmo quando Mitchell encontra Francesca. Na Itália.
O que contei aqui representa só a ponta do iceberg que é Entre o Amor e o Silêncio. O que dizer dessa história? Isso mesmo, Mitchell e Francesca moram no meu coração - se tiver algum ship, me avisem. Apesar de não ser uma história passível com qualquer um de nós reles mortais, ela tem seu brilhantismo. Perfeita em seus detalhes e no todo.

Finalmente pude mergulhar na escrita da Babi e entender o porquê de ela ser tão ser aclamada na blogosfera. Ela tem uma escrita delicada, fluída. Eu tive o prazer de conhecer pessoalmente a Babi e ela parece uma boneca de porcelana, de tão meiga e fofa. Durante o livro, os personagens falam palavrões. Eu não tenho problema com isso, até porque minha boca é um tanto suja. Porém, eu lia com a voz da Babi na mente e ela não é o tipo da pessoa que tem a boca suja. Então pensei: como ela sendo tão delicada escreve palavrão no livro? É um paradoxo engraçado.

A amiga de Frances é um barato. Olivia é extrovertida e sincera, fala na cara sem medo. Queria ser amiga dela. Uma pessoa que achei fria e esperava uma mudança mais profunda é Silvia Petrucci, mãe de Mitchell. Aliás, as famílias de nosso casal querido não são dois amores, pelo contrário, só atrasaram as vidas deles. Principalmente os pais de Mitchell, dois carrascos.

Já disse que a história é linda, o casal é puro amor e desencontros e que a história vale a pena ser lida. Mas tem o lado ruim e atende pela revisão. Quando peguei para ler, pensei: segunda edição, vendeu bastante, se houve erros, foram corrigidos. Que mentira! Parece que a Novo Século fez de qualquer jeito, a revisão deixou demais a desejar - por ser uma segunda edição, isso não deveria acontecer. Várias palavras escritas erradas, erros de digitação, enfim, tudo aquilo que odeio em um livro, mas em excesso.
"Querida Kamila, Que a história de Francesca e Mitchell te encante! Obrigada por ter vindo! Com Carinho, Babi A. Sette."
Tirando isso, recomendo demais. A capa é bem bonita, apesar de que demorei um pouco pra entender a referência da mesma perante a obra (e acho que nem entendi direito), mas tudo bem. Sério, não tenho palavras para descrever esse livro, que te prende do começo ao fim e as mais de 500 páginas não são um empecilho para deixar de ler. Sem falar nas paisagens descritas, Nova York e Taormina, na Itália. Será que a autora já visitou essas regiões?

Só me resta encerrar essa resenha - que demorou para ser escrita porque não tinha as palavras certas para descrever - dizendo que vocês devem ler essa história, que é linda e mesmo não sendo possível acontecer com nós, faz a gente acreditar (nem que seja um pouquinho) no amor verdadeiro!