Olá!

O resenhado de hoje foi um recebido em parceria com a Arqueiro que me deixou emocionada, ao mesmo tempo que me fez refletir sobre muitas coisas. Confiram a resenha de O Caminho Para Casa, de Kristin Hannah, recebido em parceria com a Arqueiro.
O Caminho Para Casa começa com Lexi Baill, de 14 anos, sendo adotada por sua tia-avó. Até então, ela vivia entre lares adotivos temporários e sua casa, onde via a mãe se drogar. Sua mãe morre e ela é avisada de que possui uma parente, que jamais conhecera. Tia Eva (melhor pessoa) mora em Port George, Washington. Port George, pelo que entendi, fica perto de Pine Island, onde mora a família Farraday.

Jude Farraday é a mãe superprotetora (irritante) dos gêmeos Zach e Mia, também de 14 anos. Zach é o atleta popular, gato e cercado de amigos, enquanto Mia é tímida, sonha em ser atriz e não tem amigos. Jude acaba incluindo Lexi na família quando esta resolve se juntar à Mia no intervalo da escola, para falar sobre livros. Olha aí a literatura criando e fortalecendo uma amizade que dura todo o Ensino Médio.

Mas Lexi se apaixona por Zach. E guarda esse segredo durante os anos escolares, isso porque não queria magoar Mia, porque, num passado não tão remoto, outra garota usou Mia para se aproximar de Zach e depois desfez a amizade. Lexi prezava demais sua amizade com Mia, ao passo que imaginava que Zach não gostava dela.

O último ano chega e todos os jovens estão às voltas com a formatura e os formulários de inscrição para as universidades. Os gêmeos Farraday querem ir para a USC (Carolina do Sul), que é bem conceituada... e cara. Como Lexi é bem mais humilde, sonha com a faculdade comunitária. Nesse meio tempo, Zach se declara para Lexi (e a gente começa a shippar esse casal), ele e a irmã conseguem entrar na faculdade desejada e Lexi consegue duas bolsas em universidades excelentes - Washington e Western Washington.

E como o que é bom dura pouco, uma certa situação - tragédia - destrói a família Farraday. Claro que Jude e seu radar de mãe pressentem que algo de ruim poderia acontecer e claro que fica muito arrasada com isso. E é aí que a amizade das meninas, o amor de Zach por Lexi e tudo que envolve essa família fica em xeque.
Dizer que sou fã da Kristin é como dizer que gosto de ler, porque ela é incrível! Apesar de seu início um pouco lento, pela necessidade de apresentar - com riqueza de detalhes - o universo da trama: seus personagens, o meio e o contexto em que vivem, (o que é visível em todos os livros dela) é possível enxergar como é Pine Island só pelas descrições da autora. Isso me deixa muito ansiosa para chegar à parte boa da história. E quando ela chega... aí você não larga mais.

A mensagem de Kristin Hannah sobre amor, família, perdão e compreensão é muito forte. Te faz pensar nas injustiças da vida e porque elas acontecem. Uma coisa que achei interessante foi o paradoxo entre Jude e a mãe de Lexi - como elas são tão diferentes. Outra coisa é ver os rumos que Lexi tomou: mesmo sendo filha de uma drogada e tendo tomado decisões ruins, ela segue o caminho do bem; é um doce de menina.

O final foi até como eu esperava, mas senti que faltou algo, que não sei como explicar, talvez tenha sido rápido, não saberei dizer. Os questionamentos que Jude faz sobre ser mãe (e sobre sua própria mãe, que vai aparecer em certo momento da trama) são super válidos e comuns às mães - vale refletir.

A edição da Arqueiro, que me cedeu o livro em parceria, está de parabéns. É dividido em duas partes, em terceira pessoa, mas narrando os pontos de vista de Jude e Lexi. A capa representa bem a trama: o jarro se quebrando, ele representa a família Farraday no ponto alto da história. Cinco estrelas é pouco pra Kristin Hannah.

P.S.: adorei o sobrenome Farraday.

P.S. 2: Miles Farraday, médico e marido de Jude, é a segunda melhor pessoa deste livro. E, disparado, o mais bonito, rs.



Olá!

Sim, eu sei que ando sumida do blog. Mas se eu estivesse sumida só do blog, até dava. Mas ando sumida da vida! Meu TCC está me sugando todas as forças, mas, se quero que dê certo, preciso de foco total. Porém, como nem tudo é trabalho, trago essa resenha (que está atrasada, aliás, peço perdão pelo vacilo), cuja leitura foi de altos e baixos, mas no final, ganhou meu coração, por isso TE AMO KRISTIN HANNAH!!!!!!!!! A propósito, o resenhado é o As Cores da Vida, lançamento de agosto da Arqueiro.

A história se passa na pequena cidade de Oyster Shores e começa com a morte da matriarca da família Grey. Agora, o pai teria que cuidar sozinho do rancho e de suas três filhas: Winona, Aurora e Vivi Ann. Elas eram novas quando a mãe morreu, então tem uma passagem de tempo e elas já são moças. Winona sofria de baixa auto-estima, era gorda, comia compulsivamente e seu crush não a correspondia. Pior, ele gostava da caçula Vivi Ann (me identifiquei com Win, me julguem).

Nesse meio tempo, o rancho precisa de um funcionário que realmente seja comprometido com o trabalho, já que nenhum fica por muito tempo no rancho. Até que Winona contrata Dallas Raintree. Até aí tudo bem, se ele não fosse índio. Logo de cara, percebemos que nos EUA, ser índio (ou nativo americano) é como ser negro (tanto lá como aqui). Porém, Dallas se mostra um excelente funcionário.

Aí começa a parte "novela mexicana": Win gosta de Luke, que namora Vivi Ann, que se apaixona por Dallas. Se fosse esse triângulo amoroso, estava bom, mas Win, que tanto gostei, começou a me irritar e fez uma coisa imperdoável - eu pelo menos não faria, não da forma como ela fez. Passado algum tempo, um crime choca a pequena cidade, colocando em xeque o conceito de família, algo que os Grey leva em conta há séculos - literalmente.

O que dizer dessa história? Não consigo dizer, só sentir. Mas comecemos falando das irmãs: Winona, a Win, é a mais velha. sempre sonhou em ter a aprovação do pai, mas o mesmo sempre cagou pra ela, coitada. Porém, cresceu e se tornou a melhor advogada da cidade. Muito inteligente, sempre deu um passo a frente na profissão, mas na vida pessoal, um belo fiasco (falta de auto-estima é coisa séria), por isso me identifiquei com ela. Mas, em dado momento, ela começou a me irritar, tanto que minha vontade era de entrar no livro e socar a cara dela.

Aurora é a do meio. Aparentemente tem a família perfeita: é casada com um cara comum, tem dois filhos pequenos e é a mediadora dos Grey, sempre disposta a conversar, ouvir e encontrar soluções para os problemas das irmãs. A perfeita dona-de-casa. Mas ela tem seus próprios dilemas: a família não é tão perfeita, mas pelo menos não sofre com a língua do povo. Eu diria que ela é sonsa, mas depois do que lhe aconteceu, ganhou meu respeito.
Vivi Ann é a caçula e o orgulho do pai. Ela é amazona, por isso ela é tão querida pelo velho Grey. Por ser a mais nova, ninguém lhe dá muito crédito, acham que ela tem a cabeça vazia. É só fachada, porque ela é tão inteligente quanto suas irmãs, mas como é brincalhona e um pouco impulsiva, meio que ninguém liga pro que ela pensa. Em dado momento me irritou também, mas, não faria o que ela fez durante o livro, abandono é uma coisa muito pesada. (um pequeno spoiler, sorry)

Sabendo um pouco de cada, arrisco dizer que, apesar de tudo, a família permanece unida. Em tempos em que se perde tempo discutindo o conceito de família, só de saber que ainda é possível três irmãs superarem uma barra muito pesada, dá esperança em mim. Não sou tão ligada ao resto da minha família e admiro quem tem contato próximo com tios/as e primos, gostaria de saber como é (se você que me lê sabe, por favor, escreva nos comentários). Esse livro mostra bem como a família que nasce estruturada, morre estruturada.

A nota negativa do livro é o pai Grey. Que velho escroto! Primeiro você pensa que ele prefere Vivi Ann às demais (por ela montar cavalos), mas ele se mostra uma pessoa fria, horrível, por ser pai, é pior ainda. Pobre Win, cada vez que o pai a humilhava, minha vontade era de entrar no livro e abraçá-la (mesmo eu querendo dar uns tapas nela). Ele, por ser neto do fundador de Oyster Shores (grande bosta, sinceramente), só se importava com as aparências, com o que a população diria sobre o comportamento das moças.

Já disse que amo Kristin Hannah? HAHAHA disse sim, mas digo de novo: ela é maravilhosa! O livro, apesar de ter uma parte meio novela mexicana, é bem escrito, bem estruturado e intrinsecado, ou seja, fechadinho, sem pontas soltas. Aliás, ela dividiu a obra em duas partes, pois há uma passagem de tempo considerável (é spoiler?). Quanto ao trabalho da Arqueiro: que lindo! Se eu não estivesse fazendo o TCC, teria devorado esse livro em dois dias, porque a escrita dessa mulher te envolve de tal modo que você perde a noção até da vida!

Não encontrei erros de revisão/edição e a capa é uma lindeza! Dá vontade de ficar olhando pra ela pra sempre. Termino dizendo que As Cores da Vida é um livro que deve ser lido com carinho, degustado, sorvendo cada informação que a Kristin fornece. Não preciso dizer mais nada, apenas leiam!


Olá!

Primeiro, um feliz ano novo a todos! Que vocês tenham seus sonhos realizados e que ganhem muitos livros também, é claro!

O primeiro resenhado de hoje é um livro um tanto desconcertante. No bom sentido, claro. Não tenho palavras para descrever esse livro. Então tentarei trazer para vocês minhas impressões sobre O Rouxinol, romance de Kristin Hannah.


O livro começa com uma idosa que está se mudando para um asilo. Sua casa foi colocada à venda. O ano é 1995 e essa idosa está no porão, revendo algumas velhas lembranças, quando seu filho Julien chega no local e percebe que a mãe esconde algo. Eles moram no Oregon, EUA. Logo que a idosa está se acomodando em seu apartamento minúsculo no asilo, ela recebe um convite para ir até Paris para falar sobre sua experiência na época do nazismo.

Então é aí que a história realmente começa. Voltando no tempo, estamos na França do ano de 1939 e Antoine Mauriac está partindo para o fronte. Ele vai deixar a esposa, Vianne, e a filha Sophie, em casa, no vilarejo de Carriveau. A guerra está começando, mas Vianne não acredita que os confrontos chegarão até sua casa.

Enquanto isso, em Paris, Isabelle Rossignol, irmã de Vianne é expulsa de mais um colégio interno. Ela terá que voltar para o apartamento de seu pai, para que ele procure mais um internato para ela. De novo. Há alguns anos, quando a mãe de Isabelle e Vianne morre, o pai, Julien, que recém tinha voltado do fronte após participar da primeira guerra mundial, resolve abandonar as meninas aos cuidados de uma mulher estranha. Vianne se resignou, Isabelle se revoltou. Não à toa Vianne se casou tão cedo (17 anos), para poder ir embora do lugar.

A única coisa que Vianne e Isabelle têm em comum é o fato de que o pai se distanciou de ambas. Elas são totalmente diferentes, nos atos e na opinião sobre a ocupação nazista na França.

O nazismo eclode e seus tentáculos chegam até Carriveau, na forma do capitão Beck. Esse soldado ficará aquartelado na casa de Vianne e, à primeira vista, bota medo, mas ele acaba se revelando uma pessoa diferente do que esperamos quando estamos subjugados a outro exército. Ele é um jovem bondoso, até. Se preocupa com Vianne e a pequena Sophie. Nos tempos mais difíceis, ele até divide sua comida com as moças.

Na contramão, Isabelle se espelha em Edith Cavell - que existiu mesmo e foi uma enfermeira. Ela é inglesa e foi considerada a heroína da Primeira Guerra - e quer fazer algo para parar o nazismo na França. Aos trancos e barrancos, ela se une a um grupo para distribuir panfletos ao redor do país. E esse é só o começo da aventura de Iz.

A guerra muda a forma como pensamos e agimos. Tudo em nome da sobrevivência. Tem uma passagem no livro em que Vianne precisa preencher uma lista com uma série de nomes de judeus, gays, testemunhas de Jeová e integrantes da Maçonaria que trabalhavam na escola junto com Vianne - ela era professora. Ela faz a tal lista - a mando do capitão Beck - mas, propositalmente, esquece um nome. O oficial pergunta se ela tem certeza que todos os funcionários estão listados. Ela diz que sim e ele a pressiona, já sabendo que ela estava esquecendo de alguém. Sem ter o que fazer, ela entrega o último nome da lista. A pessoa em questão era sua melhor amiga.


Na hora eu fiquei chocada e pensei "Que pessoa é essa que entrega a própria amiga?" Mas, conforme fui lendo, fui entendendo que, não adiantaria Vianne Mauriac tentar proteger, os alemães já sabiam quem eram as minorias de Carriveau, mas mesmo assim, Vianne entregou os nomes. O livro também mostra o lado de Beck: ele era jovem e não queria estar ali, pois sua filha ia nascer e ele queria estar com sua família. Era uma marionete de Hitler que tinha que cumprir ordens.

Além dos protagonistas, outros personagens também são importantes na trama, como a família de Champlain, vizinhos de Vianne; Gaëton, o amor platônico de Isabelle - sim, Isabelle, apesar de querer mudar o mundo, também se apaixona; o oficial Von Richter, que também ficará aquartelado na casa de Vianne, mas esse é o oposto do capitão Beck. Entre outros que aparecem por alguns momentos, somem e aparecem de novo.

Vou contar só isso porque é certeza que soltarei spoiler. Recebi O Rouxinol em parceria com a Arqueiro e era pra ter sido feita em dezembro, mas como o correio atrasou a entrega, quando eu realmente comecei a ler, o blog já estava em recesso. Então, nada como começar o ano literário de 2016 com uma resenha de derramar lágrimas, muitas lágrimas.

Como dito, recebi em parceria e demorei a leitura por motivos de: já sabia que a história viria carregada de dor e sofrimento. E mesmo sendo literatura ficcional, não gosto de ver nos livros pessoas sendo subjugadas, humilhadas e etc. Ainda mais por ter guerra. Então fui lendo aos poucos. Já quero deixar claro que a leitura fluiu muito bem. É o primeiro livro da Kristin que leio e já sei que ela ganhou uma fã. O trabalho de revisão e capa ficou bem feito, encontrei só uns dois errinhos, nada grave. Achei legal também a editora ter enviado um guia de leitura, com algumas perguntas sobre a obra.
Tirei só foto da capa porque o guia está forrado de spoilers. Recomenda-se ler o livro antes.
A assinatura da autora veio a parte. Achei o papel tão delicado que colei na primeira folha, rs.
Só de fazer essa resenha, já lembro como foi uma leitura densa, que me deixou de ressaca e me fez chorar. Não que eu chore por qualquer coisa, mas o desfecho desse livro é... na verdade, não tenho palavras para descrever esse livro, apenas leiam e entendam a grandeza que é a história de Vianne Mauriac e Isabelle Rossignol.

Recomendo que vocês vejam esse breve vídeo que a editora Arqueiro postou. É uma breve opinião de Kristin Hannah falando sobre O Rouxinol. Vale a pena, são só trinta segundos mesmo :) E, os direitos já foram comprados e, em breve, o livro vai virar filme! Que, se seguir a história, será sucesso. Mas não seria se aguentaria ver na tela todas as emoções que senti lendo o livro!