Olá!
O resenhado de hoje é um desses livros que dificilmente alguém leria porque não tem uma capa atraente para a maioria (eu acho bonita) nem é de um autor famoso, mas que tem uma bela história. É o Acabadora, primeiro livro da italiana Michela Murgia publicado em território brasileiro. E que, ainda por cima, chegou na biblioteca do meu bairro.
Acabadora conta a história da jovem Maria Listru, mais uma das filhas d'alma (filha adotiva), algo bem comum no pequeno povoado de Soreni, na Sardenha, Itália. Aos seis anos, a caçula das quatro filhas de Anna Teresa, viúva de Sissinnio Listru, foi dada em adoção para a costureira Bonaria Urrai. Bonaria era uma mulher de avançada idade, o que causou espanto na pequena comunidade, que via com maus olhos o fato de que uma idosa adotara uma menina. Mas o tempo passou e a comunidade de Soreni se esqueceu de Maria e Bonaria Urrai.
Maria cresceu e aprendeu o ofício de costureira. Também ia à escola e tirava boas notas, mas Bonaria Urrai não se importava com isso.
Em uma noite qualquer, Maria ainda pequena e não acostumada com a casa de Bonaria, não conseguia dormir. Acabou percebendo que Bonaria Urrai ia sair de casa acompanhada de um homem. Sua curiosidade de criança fez com que Maria se levantasse da cama para descobrir quem era o tal homem, mas Urrai percebeu que Maria tinha se levantado e imediatamente mandou voltá-la a cama. No dia seguinte, o vizinho apareceria morto. Maria iria se esquecer desse acontecimento, mas o evocaria anos depois.
O que Maria não sabia é que a velha Bonaria costurava durante o dia e de noite tinha um segundo serviço, digamos, mais obscuro. Bonaria Urrai era a Acabadora. Sempre a chamavam para terminar de matar quem encontrava dificuldades para morrer – isso não é spoiler, está escrito na orelha de trás do livro, mas com outras palavras.
A leitura é muito recomendada porque Michela traz para o leitor como viviam as famílias nos povoados italianos distantes. Pra começar, estamos na década de 50 e os sardos (naturais da Sardenha, claro) são sardos, não italianos. Não se consideram italianos nem quando vão para o continente lutar na Segunda Guerra Mundial, mas são obrigados a ir, como foi o caso de Raffaele, o amor de Bonaria Urrai. Ele foi e não voltou. Se eles não se consideram italianos, logo sequer falam italiano, só a pura língua sarda – italiano só na escola. Além disso, as famílias de Soreni são unidas, como provavelmente eram (e talvez ainda sejam) as famílias de Cabras, ainda na Sardenha, terra natal da autora. Quando um morre, todos choram o morto, por pior que seja o morto, como é o caso de Nicola Bastiu, que você conhecerá quando ler o livro. Michela quis trazer para o leitor um pouco de sua própria vida na Sardenha.
A leitura vale a pena porque nos tira da zona literária de conforto, não é um mais do mesmo. Tem um pouco de relato autobiográfico. Uma história que não acontece em grandes cidades, mas em um vilarejo minúsculo, mas com uma atmosfera única. Não a toa, Murgia foi tão premiada. A obra teve mais de 350 mil cópias vendidas só na Itália.
E você, leria um livro que não se passa em uma grande metrópole?
O resenhado de hoje é um desses livros que dificilmente alguém leria porque não tem uma capa atraente para a maioria (eu acho bonita) nem é de um autor famoso, mas que tem uma bela história. É o Acabadora, primeiro livro da italiana Michela Murgia publicado em território brasileiro. E que, ainda por cima, chegou na biblioteca do meu bairro.
Acabadora conta a história da jovem Maria Listru, mais uma das filhas d'alma (filha adotiva), algo bem comum no pequeno povoado de Soreni, na Sardenha, Itália. Aos seis anos, a caçula das quatro filhas de Anna Teresa, viúva de Sissinnio Listru, foi dada em adoção para a costureira Bonaria Urrai. Bonaria era uma mulher de avançada idade, o que causou espanto na pequena comunidade, que via com maus olhos o fato de que uma idosa adotara uma menina. Mas o tempo passou e a comunidade de Soreni se esqueceu de Maria e Bonaria Urrai.
Maria cresceu e aprendeu o ofício de costureira. Também ia à escola e tirava boas notas, mas Bonaria Urrai não se importava com isso.
Em uma noite qualquer, Maria ainda pequena e não acostumada com a casa de Bonaria, não conseguia dormir. Acabou percebendo que Bonaria Urrai ia sair de casa acompanhada de um homem. Sua curiosidade de criança fez com que Maria se levantasse da cama para descobrir quem era o tal homem, mas Urrai percebeu que Maria tinha se levantado e imediatamente mandou voltá-la a cama. No dia seguinte, o vizinho apareceria morto. Maria iria se esquecer desse acontecimento, mas o evocaria anos depois.
O que Maria não sabia é que a velha Bonaria costurava durante o dia e de noite tinha um segundo serviço, digamos, mais obscuro. Bonaria Urrai era a Acabadora. Sempre a chamavam para terminar de matar quem encontrava dificuldades para morrer – isso não é spoiler, está escrito na orelha de trás do livro, mas com outras palavras.
A leitura é muito recomendada porque Michela traz para o leitor como viviam as famílias nos povoados italianos distantes. Pra começar, estamos na década de 50 e os sardos (naturais da Sardenha, claro) são sardos, não italianos. Não se consideram italianos nem quando vão para o continente lutar na Segunda Guerra Mundial, mas são obrigados a ir, como foi o caso de Raffaele, o amor de Bonaria Urrai. Ele foi e não voltou. Se eles não se consideram italianos, logo sequer falam italiano, só a pura língua sarda – italiano só na escola. Além disso, as famílias de Soreni são unidas, como provavelmente eram (e talvez ainda sejam) as famílias de Cabras, ainda na Sardenha, terra natal da autora. Quando um morre, todos choram o morto, por pior que seja o morto, como é o caso de Nicola Bastiu, que você conhecerá quando ler o livro. Michela quis trazer para o leitor um pouco de sua própria vida na Sardenha.
A leitura vale a pena porque nos tira da zona literária de conforto, não é um mais do mesmo. Tem um pouco de relato autobiográfico. Uma história que não acontece em grandes cidades, mas em um vilarejo minúsculo, mas com uma atmosfera única. Não a toa, Murgia foi tão premiada. A obra teve mais de 350 mil cópias vendidas só na Itália.
E você, leria um livro que não se passa em uma grande metrópole?
Eu confesso que julgo o livro pela capa. Não leria este... ainda mais sem saber o que o título quer dizer. hahaha
ResponderExcluirMas parece que a história é boa e, quem sabe se um dia encontrar nas bibliotecas por aí, eu lembro da tua resenha e leio. haha
Livre Leve Livro
Olha não é muito o tipo de livro que eu costumo a ler, mas eu achei a resenha bem interessante e deu vontade de saber o final.
ResponderExcluirhttp://descrevendonuvens.blogspot.com.br/
Oooi,
ResponderExcluirA moça parece que não toma banho HSUAHSUAHSUHA
Eu até gostei do enredo, achei interessante esse negocio de acabadora e tals. Acho que o que seria ruim pra mim são esses nomes, porque não usar os nomes normal HSUAHSUAHS;
Fiquei curiosa para conhecer esses costumes do local ;)
Beijinhos,
www.entrechocolatesemusicas.com
Heey!
ResponderExcluirQue coisa estranha heins a mulher ir lá e matar a pessoa.. Não entendi muito bem o que a autora quis dizer com essa estória, não sei se leria...
O Outro Lado da Raposa
Achei bem sinistra a história, com uma capa feinha, mas curti a leitura. É bom sair do "gênero de sempre" e buscar coisas novas.
ResponderExcluirhttp;//mundo-restrito.blogspot.com.br
@rs_juliete
Olá,
ResponderExcluirAdoro livros que se passam em um lugar único, pequeno, com toque da vid da própria autora. Fiquei curiosa e super leria.
Beijos.
Memórias de Leitura - memorias-de-leitura.blogspot.com
Pela capa não compraria mesmo, mas o tema parece bem interessante
ResponderExcluirBeijos!
Sociedade do Esmalte